03/03/2013

Voiles et Voiliers: Vitória au Brésil, un voilier dans la rue







Vitória au Brésil, un bateau dans la rue.

"Vitória Brasil, um barco no meio da rua".

Prezados amigos,  nautas e amantes da vela de plantão, começamos mais uma semana no anno domini de 2013, e como é costume , mesmo após uma semana assoberbada com duas viagens de trabalho ao rio, uma a colatina, reuniões  de treinamento até tarde da noite  na Locamaxx( nosso ganha pão), e de ontem passar o dia todo em uma imersão de aprimoramento de cultura empresarial e alinhamento de valores, não posso deixar de postar nossa tradicional matéria dominical.

E hoje , vai ser bem especial! ( até rimou... que viadagem!), é tão importante este fato que estamos compartilhando com os senhores, que é como se fosse "tipo assim": " deu no new york times", só que o níu iorque táimes da vela, manja?!

Chega de Jeb Jeb e vamos então a pauta, que hoje vamos falar de um" Chévre de Peste", um cara determinado, bom amigo e conterrâneo , que teve sua história publicada no mais sagrado e idolatrado site de vela do mundo.
Há algum tempo atrás postamos neste pasquim uma matéria acerca do nosso incrível amigo, intitulada  Eugênio Geaquinto Herkenhoff, um cara fora de série. (http://www.avelok.com.br/2011/05/eugenio-geaquinto-herkenhoff-um-cara.html)
Na ocasião, fizemos este vídeo sobre a construção do Cape Henry 21, peço desculpas ao leitor, pois o nosso tosco vídeo( feito com um celular) mais pareçe uma piada de salão tendo em vista a qualidade do material dos franceses, mas mesmo assim ficamos muito satisfeitos em poder divulgar também este trabalho fantástico.
Atestando a importância e a grandeza da construção do Eugênio, este vídeo é um dos mais acessados do canal avelok no youtube, com 627 visualizações, e a postagem neste blog também um das campeãs de visitas.


Eugênio tem muita história para contar , dono um comportamento irrequieto,   de curiosidade aguçada e com um raciocínio e  fala ultra rápido, o "mestre"( como o chamo) já cruzou o Atlântico a vela e de carona por duas vezes, uma delas quase morreu quando foi inventar de tomar um banho na popa do barco sem estar amarrado em nada, e sem ninguém o vigiando, deu uma cabeçada na escada perdeu os sentidos por alguns segundos e fora salvo pela sorte e pelo cabo de 50 metros com o perfeito nome de : "Last Chance" lançado a popa. 
Cachoeirense membro de uma dos clãs mais inteligentes e intelectualizados destas terras abaixo do céu rosa branco e azul , casado com a Francesa Evelyn, pai dos pequenos velejadores David e Cynthia, alfabetizados bilíngues ( falam francês com a mãe e português com o pai) auto didata, designer , artista plástico, marceneiro amador, pedreiro, gesseiro, eletricista, funcionário público é ele quem com a próprias mãos reformou seu apartamento; Ele fez sozinho todo o serviço de pedreiro, levantou paredes, atuou como marceneiro, eletricista, bombeiro, gesseiro e trocou até o piso de madeira. O "mestre"  fabrica com muita facilidade tanto seus móveis( mesas cadeiras e armários), como os  pães que serve a família.
 Viciado em cafezinho ( sempre  anda com sua inseparável garrafa térmica , o amigo cachoeirense é adepto de uma linha de vida simples e saudável, ( praticamente não usa carro, usa bike para tudo), desapegado a bens materiais e ao consumismo,  um cara de fato dos padrões que todos podem imaginar, definitivamente Eugênio não é óleo para a máquina... ele é mesmo um cara fora de série.

Estava pois escrito, que no empenho, nos sonho e determinação deste patrício do Rei Roberto  cedo ou tarde , a  coroação e o reconhecimento de seu trabalho seria feita. 
Pois bem meus caros leitores, o fato se deu no mais alto nível, em  grau e patente possíveis e imagináveis:
-Uma matéria exclusiva no canal da revista Voiles et Voiliers, principal veículo de comunicação da vela no principal país da vela do mundo, a melhor revista da frança , a terra dos soberanos velejadores já canonizados e celebrados em todos os 7 mares, seres interestelares como "Saint" Tabarly, Frank Cammas, Pascal Bidegorry, Gabart, Bernard Moitissier, Coville,  Thébalt, e outros habitantes do olimpo da "vela de gente grande e macho chevre de peste"!

Segue a mensagem do Eugênio nos dá uma explicação da entrevista, e do contexto de sua obra.
Espero que gostem da matéria! 
Bons ventos a todos, um beijo e um queijo e uma ótima semana aos amigos , nautas e amantes da vela de plantão, com muito vento, pouca onda, velocidade constante, estabilidade e rumo!
 .

"Renato,
Na reportagem feita por Hugues e Caroline, dois navegadores que por
ironia do destino são nascidos e criados numa cidade totalmente longe
do mar, que é Paris, falam que Vitória é uma das cidades mais
prósperas do Brasil e chamam o nosso Iate Clube de muito chique.
Observam a presença de poucos veleiros de viajantes e acham pitoresco
o campeonato de pesca e os "matadores de peixe"(pescadores de marlin).

Traduzindo um pouco, no início eu falo que a melhora da situação
econômica do país e a exploração do petróleo no estado fizeram os
preços dos imóveis subirem absurdamente na cidade. Daí uma oficina tão
pequena: "foi o que consegui comprar..."

Falo que a oficina no meio da rua gerou efeitos muito positivos, como
novos amigos entre os vizinhos e, a parte que mais me deixa
satisfeito, a divulgação da construção naval amadora (...qualquer um
pode chegar e bater um papo"). Durante o dia a coisa é mais normal,
mas pela madrugada recebo as mais variadas e inesperadas
visitas...prostitutas, viciados em crack, andarilhos, entregadores de
pizza, bebados que choram emocionados, ladrões que oferecem produtos,
e por aí vai... enfim, uma experiência da vida real ( ou surreal?) em
todos os níveis. É um pouco arriscado as vezes, mas conto co a
proteção de deus e dos vizinhos com insônia que de tempos em tempos
checam a situação das janelas dos apartamentos e já intercederam
pessoalmente algumas vezes as 2 ou 3 da madrugada, prevendo algum
perigo).

Na reportagem falo que em respeito aos vizinhos me senti na obrigação
de trocar algumas ferramentas elétricas pelas manuais, como foi o caso
da plaina. Hoje agradeço por terem me dado esta oportunidade, pois
estas ferramentas manuais, além de silenciosas, são muito mais
precisas e menos perigosas que as elétricas. Falando em vizinhos, fiz
grandes amigos, e vejo isso quando recebo cachos de banana sem
agrotóxico do quintal ou ovos de galinha caipira do sítio da avó ou
crepes quentinhas do restaurante natural. São estes mesmos vizinhos
que estão sempre presentes no nosso "bar sem alcool" (aonde só são
permitidas conversas boas e construtivas), sempre prontos para me
darem uma "mão" quando preciso.

Cynthia, minha filha fala sobre o nome escolhido por ela e o irmão
Davy: Pachakamac - o Deus do sol dos incas, e nome de um navio das
hsitória do Tintin.

Falo do estilo "tradicional/antigo" e ao mesmo tempo moderno e do
casco meio "planador" do projeto do arquiteto Dudley Dix, que deverá
dar um barco de performance. Falo também da madeira "cedro rosa"
utilizada na construção, e do problema das altas taxas de importação
para ferragens, velas e outros materiais nauticos que tanto dificultam
a construção naval no nosso país.

Grande abraço
Eugênio"

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