21/10/2014

De Capitão de Mar-e-Guerra a Almirante, por Adalberto Casaes.

boas gargalhadas. É, na verdade, uma "caricatura" do status dos Almirantes na Marinha.
Divirtam-se... E concluam como vocês "me tratam mal" no Maestrale, rssss!

Adalberto Casaes
Sent by IPAD 


  De Capitão de Mar-e-Guerra a Almirante.





os a almirante! 
Costuma-se dizer que a diferença entre um capitão-de-mar-e-guerra e um almirante é que o capitão-de-m


Homenagem aos colegas promovidar-e-guerra pensa que é Deus, e o almirante tem certeza. Isso até faz algum sentido, pois Deus, que é Deus, é chamado apenas de Senhor, enquanto um almirante é chamado de Vossa Excelência.
Nos tempos de Colégio e Escola Naval, tínhamos dificuldade de acreditar que almirantes tivessem origem em seres de carne e osso. Isso porque nossos comandantes nos acostumaram a ver os almirantes como entidades espirituais, algo do tipo Oxossi, Ogum, Zarathrusta, Virshna, qualquer coisa do gênero, que não sabíamos de onde vinham, mas acreditávamos que existissem. Nós os víamos apenas em ocasiões muito especiais, como um eclipse do sol ou  apassagem do Cometa de Halley. O que mais nos impressionava é que eles não chegavam de Kombi, transporte dos oficiais comuns, mas sim de Opala com ar condicionado, o que era um luxo para a época. É preciso esclarecer que andar de Kombi é um estigma na carreira do oficial de Marinha, que se divide em antes e depois da Kombi. Quase todo capitão-de-mar-e-guerra da reserva sofre da “Síndrome da Kombi”. Em todos os hospitais navais há uma carcaça de Kombi usada para tratamento psiquiátrico dos casos mais sérios. Eu já estou quase curado, mas ainda dormirei em um banco de Kombi por algum tempo, até a cura total. O que causa essa síndrome é saber que ninguém em cargo importante anda de Kombi, particularmente os mar-e-guerra não almirantáveis. Eu criei esse trauma porque mesmo quando comandei não tive direito a um Opala e, para piorar, no último dia de serviço ativo ainda fui para casa numa carona de Kombi. A compensação é que meu pouco sucesso na carreira militar foi amplamente recompensado na vida civil. Recentemente fui eleito, com votos de dois parentes, terceiro suplente de subsíndico no prédio onde moro. A cerimônia de posse foi realizada no elevador de serviço, onde serviram biscoito maizena e refresco de groselha.
Lembro-me de que antigamente os almirantes tinham nomes em código, utilizados nas mensagens operativas. O Chefe do Estado-Maior da Armada, por exemplo, era, até por uma questão de humildade, “O Sol”. Quando ele nos honrava com sua presença em alguma cerimônia, recebíamos antecipadamente uma mensagem informando a presença do “Sol em pessoa”. Agora eu entendo porque os oficiais daquela época usavam tanto seus óculos escuros.
Ficávamos boquiabertos com a sabedoria que emanava dos discursos dos almirantes. Eram sempre um complemento para nossas aulas de português. Isso deixava os mais modernos em desespero, pois algumas vezes eram escalados para saudar autoridades e tinham de fazê-lo, também, com palavras rebuscadas. Lembro-me de um tenente que, muito nervoso, desejou ao almirante um Natal nefasto, e tentando elogiar a autoridade acabou chamando-a de inadimplente.
Nas cerimônias presididas por almirantes, os víamos no palanque como indivíduos imortais, onipresentes, onipotentes e oniscientes. Eram seres tão milagrosos que sua visita melhorava o rancho, fazia as paredes aparecerem pintadas e corrigia todas as deficiências. Terminada a cerimônia, eles entravam em Opalas, que para nós tinham a mesma aparência de uma nave espacial, pois desapareciam com a pompa de uma ascensão ao céu, deixando a sub-raça perplexa.
Mas a tradição se mantém, em parte, até hoje. Temos tanta certeza de que um almirante sabe de tudo que os ofícios a eles endereçados começam dizendo: “como é do conhecimento de Vossa Excelência...” Essa forma é empregada porque nenhum oficial comum se atreveria a causar surpresa a um almirante, muito menos susto, mencionando algo que ele não soubesse.
Há detalhes básicos que devem ser observados no trato com um almirante. Nunca se deve questioná-lo sobre algo que ele não saiba responder, pois isso poderia irritá-lo, o que seria perigoso. Em lugar de perguntar, por exemplo, ”almirante, que tipo de navio é aquele?” devemos perguntar, mostrando completa ignorância: “almirante, o que é aquilo boiando?” Então, do alto de sua sapiência, ele dirá: “é um navio, sua besta”. Outro cuidado importante é que só se pode dizer não a um almirante quando seja para agradá-lo. Por exemplo, se ele pergunta ao assistente, “você acha que eu estou gordo?” O assistente responde, “não, senhor”! Nunca devemos nos esquecer de um velho ditado militar que diz: “quando o subordinado é idiota, é idiota; quando o chefe é idiota, é chefe”.
Almirante tem telefone direto no gabinete e fala até com o Nepal, enquanto capitão-de-mar-e-guerra tem telefone de ramal, com interurbano bloqueado. No rancho, há uma diferença fundamental: almirante come bacalhau e capitão-de-mar-e-guerra come badejo passado a ferro.
Assim, sabendo que almirantes são seres dotados de características pouco peculiares aos mortais comuns, fica difícil imaginar que algum dia tenham usado aqueles grotescos uniformes de aluno do Colégio e da Escola Naval, particularmente o mescla, de brim azul, tão macio que parecia lona de cobrir caminhão, e que era fornecido em três tamanhos: o grande, o enorme e o gigantesco; é difícil acreditar que almirantes tenham enfrentado fila de rancho para comer “silveirinha”, tomar “jacuba”, e receber de sobremesa uma colher de doce de leite ou aqueles famigerados figos em calda (chamados na intimidade de “testículos do Hulk”); que tenham limpado o cinto com Kaol e polido os sapatos com graxa Duas Âncoras; que tenham acordado de madrugada, depois de uma noite sonhando com o festival de provas, para mergulhar naquela piscina de água congelada, quase siberiana, da Escola Naval. E como aprenderam a nadar, se o professor da época chamava-se Maldonado? Como acreditar que um almirante já fez rol de lavanderia e já calçou sapatos “Rocha Forte”, cuja sola, ao contrário do que alegava o nome, era de papelão. Como imaginar que um almirante já viajou naquele ônibus pré-histórico, conhecido por “geléia”, que comeu ervilhas “Olé” e goiabada “Pelicano” e que usou papel higiênico “Cinelândia”? (aquele cor de rosa, tão áspero que nos deixava com as nádegas carecas, e cuja embalagem de papelão era mais macia que o próprio produto). Mas tudo isso ficou para trás, e o grande escritor Machado de Assis nos lembra com muita propriedade que “ não existe nada mais antigo do que o passado recente”.
Já houve almirantes que realmente se imbuíram do fato de serem entidades; nunca se referiam a si mesmos na primeira pessoa; diziam “o almirante gostou... o almirante está satisfeito...”, talvez porque intitular-se apenas EU fosse coisa de pessoas comuns. Um deles foi se confessar na igreja e o sacerdote não conseguia entender porque é que em lugar de contar os próprios pecados ele contava os de um almirante. O padre chegou a perguntar-lhe, “mas isso é confissão ou é denúncia”?
Houve um almirante que mandou rezar uma missa em ação de graças pelo restabelecimento da perna, que havia fraturado em um acidente. Como segundo-tenente, fui escalado para comparecer ao evento, pois cada unidade subordinada ao acidentado foi obrigada a enviar um ônibus cheio de “fiéis voluntários”. O capelão, notório puxa-saco, teve a coragem de dizer no sermão: “que beleza esta manifestação espontânea de religiosidade!” Pior foi a fila de cumprimentos, na qual fui obrigado a entrar sem saber o que deveria dizer. Depois de ensaiar, enquanto esperava minha vez, pensei em cumprimentar a autoridade dizendo: “que perna forte, almirante. Já nasceu até cabelinho”; depois achei que pareceria muita intimidade com perna tão ilustre. Limitei-me a inclinar a cabeça com um olhar respeitoso e admirado para o membro homenageado.
Eu falei que o capelão era puxa-saco, mas a verdade é que almirantes atraem puxa-sacos. O prato preferido do almirante é sempre a especialidade da esposa de um integrante de seu gabinete. O mais exagerado bajulador que conheci foi um oficial que, num momento de descontração, disse a um almirante: “chefe, nós temos o mesmo tipo sanguíneo; se o senhor precisar... terei o maior prazer”.
Um almirante é realmente um pólo de atração. Em qualquer coquetel de Marinha, quando se forma uma rodinha de oficiais, no centro estará sempre um almirante ou uma bandeja com camarões.
A transformação de mar-e-guerra em almirante é algo comparável à mutação da lagarta em lepidóptero. (O uso da palavra lepidóptero em lugar de borboleta deve-se ao fato de a primeira ser mais solene e mais máscula, além de evitar conotações pejorativas. Na verdade, essa providência nem se faz necessária, pois estamos certos de que não há e nunca houve na História um almirante gay. Sabemos que todo almirante é tão macho que seu lado feminino, se houvesse, seria lésbico).
Falando em transformação, vejamos o que ocorre nesse processo. A primeira alvorada de um almirante é o nascimento de um mundo encantado. A natureza surge em festa, com passarinhos amestrados pelos mais modernos cantando nas janelas de sua residência. O gerente do banco passa a tratá-lo como cliente VIP e aumenta logo seu cheque especial. O mar-e-guerra de ontem, que sabia até se vestir sozinho, vê surgir milagrosamente um séqüito (que logo se tornará indispensável) para auxiliá-lo: assistente, taifeiro, motorista, ordenança e despenseiro, todos solícitos e ávidos por atendê-lo. Nesse contexto, surgem a água de bolinha, o cafezinho em xícara de porcelana com a “ancrinha” (nada daqueles famigerados copinhos de plástico que mar-e-guerra usa), o spray de “bom ar”, com cheirinho de quarto de solteirona, o tapete persa sob a mesa, em lugar do velho carpete manchado e de cor indefinível; o banheiro privativo, com tábua de privada modelo luxo, papel higiênico macio, perfumado e aveludado, sala de trabalho com vista para algum lugar além do corredor, carro amplo e confortável com gasolina por conta do contribuinte, e o apartamento funcional grande, sem infiltrações, com todos os eletrodomésticos funcionando, e que passa a ter o pomposo nome de “ residência oficial”.
Dentre as facilidades inerentes ao novo posto, as consultas médicas e odontológicas são um capítulo a parte. Adeus à fila da vala comum. Em lugar de pegar senha de madrugada, as consultas passam a ser assim: o almirante manda o assistente telefonar, e o médico, olhando a agenda cheia até o fim do ano, pergunta: “ a que horas o chefe pode vir?” Nessa altura, a consulta do mar-e-guerra da reserva, marcada havia seis meses, fica adiada para o próximo milênio. Se fosse oftalmologia, ele já iria para a consulta levando a bengala branca. Para almirante, acabou aquele atendimento em que a lipoaspiração é realizada com “Vaporetto”, as hemorróidas são extraídas com alicate, o joanete é removido com serrote e a prótese peniana é feita com duas canetas “bic". Saúde é coisa séria, pois não há dúvida de que um almirante gripado causa muito mais preocupação do que um mar-e-guerra moribundo.
As viagens são outro destaque. Nada de depender de “cochas” na FAB, cuja sigla significa Fome A Bordo, pois não oferecem nem um cafezinho. Chega de viagens pelo CAN, que quer dizer Compareça Amanhã Novamente, pois os voos nunca saem no dia marcado. Quando o mar-e-guerra pega um voo desses, se arrisca a ter como companheiro de assento um índio xavante, pintado de urucum, borrando seu uniforme branco e contaminando-o com aquele cheirinho de sucuri do Alto-Xingu. Almirante só vai de primeira classe, com espera em sala VIP, o assistente carregando o “prá-terno”. Foi-se o tempo em que os pés chegavam ao destino tão inchados que o mar-e-guerra saía andando como o Mickey na parada da Disney.
A chegada às solenidades passa a ser feita de forma individual, com destaque, toque de apito, banda e oficiais formados. Nada de chegar como mar-e-guerra, despercebido, entrando pelos fundos do quartel, em grupo, de carona em uma van, quiçá em uma Kombi, ou pior, em ônibus de representação. Ficou apenas na lembrança aquela fase de chegar dirigindo o próprio carro e estacionar ao sol, tão longe que o ideal seria tomar um táxi para chegar até o palanque. Já que falei nele, acabou-se aquele empurra-empurra do palanque “geral”, compartilhado com fornecedores de Marinha e oficiais menos cotados. Terminou o contraste dos vistosos uniformes com aqueles ternos tipo “três vezes sem juros” e sapatos “Vulcabrás”, típicos do pessoal da “vala comum”. Agora é um palanque classe “A”, sob um toldo decorado, no lado da sombra, com serviço de bufê e água gelada em copo de cristal. Durante o coquetel, todas as bandejas cheias passam ao lado dos almirantes, particularmente as de camarão. Enquanto isso, os mar-e-guerra se aglomeram na porta da cozinha, disputando a tapa um refrigerante genérico, quente, e um canapé de sardinha. Mar-e-guerra só vê camarão em filme do Jacques Cousteau, e se levar algum para casa as crianças dão chineladas achando que é uma barata.
A transformação ocorre também no aspecto intelectual. O que mar-e-guerra fala, ninguém se lembra; o que almirante fala, vira citação. Mar-e-guerra só pode fazer um comentário quando tem certeza, mas almirante pode dizer apenas “eu acho” e o que ele disser passa a ter a força de um preceito bíblico. Mar-e-guerra quando não sabe é incompetente; almirante quando desconhece, certamente foi mal assessorado.
Um almirante, mesmo sem perceber, dita os hábitos e costumes em sua área de influência. Se ele diz que gosta de judô, no dia seguinte metade do gabinete já estará de quimono; se ele joga futebol, haverá sempre um puxa-saco voluntário para ser goleiro do time adversário; se ele é vegetariano, até gaúcho pára de comer carne; se ele é religioso, e não declara a preferência, é de bom alvitre que os subalternos cerquem por todos os lados: parte do gabinete passa a andar com a Bíblia debaixo do braço, outros a ouvir o CD do Padre Marcelo, e o assistente vira pai-de-santo, com charuto, galinha preta e traje de babalaô.
Na transformação em almirante, até a expressão facial muda. Mar-e-guerra tem aquela “ cara de faina”, está sempre ofegante, com as feições típicas de quem está à beira de um infarto. Almirante tem o olhar sereno dos iluminados, aquele comportamento “Zen” que permite que mantenha a calma mesmo quando todos a sua volta já querem atear fogo às próprias vestes. Por isso, pode-se afirmar que a escolha de um almirante se assemelha a de um Dalai Lama. A única diferença é que a Marinha em lugar de selecioná-los no berço, por indicação das divindades, deixa para fazê-lo mais tarde, entre os mar-e-guerra, por um processo tão cabalístico e imprevisível que somente almirantes sabem fazer a escolha. 
Finalizando, pode-se afirmar que o sonho de todo mar-e-guerra da reserva é ter um amigo almirante, pois, como se diz há anos, “mais vale um amigo no gabinete que dez anos de capacete”.                                              



19/10/2014

Classe IRC no Circuito Rio 2014.

Circuio Rio 2014: Pesagem e medicao de velas do Phantom of the Opera ontem no ICRJ, uma faina e tanto feita com a colaboracao dos formidaveis parceiros Pierre Jouliee e Macintyre.
Esta semana apresentaremos a nova marca e os novos uniformes da equipe. Alea jacta est!

Boas maneiras no mar.


Boas maneiras e regras para atracações.
Para os que pensam que uma boa atracação é somente jogar o ferro sem desgarrar, de entrar numa vaga de marina sem fazer marolas e sem dar aquelas aceleradas de marcha ré ,desesperadas para não dar uma bela pancada no cais, sem gritarias e sem estresse, o tema reserva então alguns pontos muito interessantes e que eu gostaria por demais em compartilhar com vocês.
Primeiramente vamos ao básico, pois nem todos  os leitores tem larga experiência e muitos estão a começar na arte da navegação:
-Ao entrar com uma embarcação a vela ou a motor em um ancoradouro ou área de atracação ( “piscinas “ e marinas) trafegue a uma velocidade suave, 3 nós são bem razoáveis para tal, mais que isto começa a dar zebra. 
Nesta velocidade você não cria a “água viva”, que são aquelas marolas que ficam na sua esteira, que são o seu rastro... e assim você não incomoda ninguém e não provoca os bate-bate a contra bordo como vimos na edição passada.
É algo como se fosse você chegando em uma casa nova, num condomínio ou num bairro novo. Você  tem que chegar de mansinho e  causar uma boa impressão aos vizinhos, para ter com eles um convívio salutar, demonstrando sua educação e boas maneiras. 
Quando estiver em locais de fundeio como enseadas e praias por exemplo, vale a regra que  a primeira embarcação a fazer a ancoragem tem o direito de determinar o raio de seu giro, atenção pois aqui é que mora o perigo. 
Assim sendo não fique muito perto de outros barcos ancorados, mantenha uma distância de pelo menos dois barcos de distância do seu vizinho mais próximo.
 O vento e as correntes podem mudar, e em questão de minutos  irão deixar seu barco embolado com outros, enrolado num emaranhado de cabos de ancoragem e com cascos , mastros , cruzetas e  botes batendo uns contra os outros numa sinfonia de horrores, que pode ter conseqüências graves para o bem estar, para a segurança e para o bolso.

Ao ancorar, verifique se a ancora ferrou para somente depois desligar o motor, esta medida de segurança é vital e nunca pode ser deixada de lado.
Ao atracar em portos e marinas, procure entrar na vaga com a proa para o píer, capriche na amarração, e tenha sempre atenção especial em jogar um ferro na popa ou passar o cabo na poita( a maioria das marinas a tem), para evitar que o barco fique batendo no Píer, mantenha o cabo da popa sempre bem caçado, deixando quando teso, o barco a uma distância máxima de 1 metro da marina na maré cheia.
Use e abuse da marinharia nos cunhos de amarração, e muito cuidado com os nós “Tramontina” que só saem com faca, e com os bolos de cabos conhecidos como “crochês”,   pois além do risco de segurança, você vai pagar o maior mico entre os navegadores, e se der capriche nas dobras das velas, isto é um sinal universal que a bordo tem um bom velejador.

Quando chegar em local onde a atracação é feita apenas em poitas,  havendo uma poita livre, linda leve e solta, é muito provável que ali “more” um barco.
Certifique-se  então que aquela poita que está sorrindo para você  e, você a escolheu não esteja reservada para outra embarcação que esta navegando, basta manter contato com a base ( clube, marina, enseada, base de apoio, etc.)e manter comunicação via VHF no canal aberto , caso não haja base , tente contato com outros barcos para não arranjar problema e atrapalhar a vida dos outros.

Quando for fazer a sua  ancoragem avalie ao que se destina sua parada; um mero banho de mar, um pernoite, uma escala de vários dias, etc., pois isto implica no que vai gerar em termos de barulho , movimento a bordo , de botes, de banhistas para os demais convivas, e até mesmo  a fumaça de seu churrasco . Então lembre-se que quanto mais a barlavento você ancorar ou atracar dos outros, o som  a fumaça e a movimentação irão incomodar os que estão a sotavento. 
Respeite o direito dos outros relaxarem e  dormirem em paz, atraque então a sotavento e fique mais a vontade.
 Além disso, lembre-se que o som corre com o vento, e qualquer comentário que você fizer  sobre a pintura dos costados , o nome de gosto duvidoso do barco do vizinho  , ou a curvas daquela convidada que ele tem a bordo pode ser ouvido por ele.
Se você tiver que usar o seu botinho durante a noite para ir para a praia ou visitar outros barcos na ancoragem , prefira fazê-lo usando remos e não o seu motor de popa.
E por fim uma regrinha de ouro: Alguns velejadores são amigáveis ​​e gostam de se socializar, enquanto outros  não, e preferem ficar sozinho, assim como fazer para se entrosar sem ser chato?
Saia para dar uma remada de reconhecimento ao redor da ancoragem e  ao ver as pessoas no convés dos barcos atracados , seja  amigável e os cumprimente, mas seja discreto , polido, e seguindo esta  regrinha de ouro será um verdadeiro gentleeman:
- A tradição dita que quando se você se aproxima de outro barco deverá fazê-lo por boreste, numa distância entre 6 a 10  metros .  Se a acolhida for fria e ártica,  basta você mover para fora deste espaço de “tolerância” e remar seu bote de volta ao seu barco, se o menor constrangimento.

Espero que as dicas sejam úteis, e desejo a todos um ótimo passeio e,uma maravilhosa atracação e um convívio digno de ladies & getleemen

28/09/2014

Phantom Of the Opera, agora na Classe IRC,

Uma foto inspiradora , divulgação da regata Aratu Maragogipe , com o nosso Phantom of The Opera ao centro e em primeiro plano.
Depois de mais de um ano afastado das competições do Grand Slam , voltamos a ativa, com direto a treinos noturnos e muito empenho da tripulação para estrearmos na classe IRC.
Dentro de 2 semanas , partimos com a nave para o Rio de Janeiro , para participarmos do Circuito Rio - ICRJ.
A IRC é uma classe de nível internacional e que tem como ponto marcante o equilíbrio REAL dos ratings X a realidade do desempenho dos barcos.
Navegar é preciso!

21/09/2014

Benneteau 40.7 a venda, tratar com meu amigo Luciano Gubert.

VENDE-SE
Beneteau First 40.7 - Campeão - (Ex-Odoyá) - Barco a toda prova, sempre usado exclusivamente para regatas, guardado em seco, muito pouco uso, Barco completo para regatas e/ou cruzeiro rápido. Segundo dono, barco se encontra em Florianópolis. O melhor 40.7 do Brasil.
Preço: R$ 480 mil.
Contatos: luciano.gubert@hotmail.com
(41) 8856-1763


Velejador solitário cai no mar , por Ricardo Pereira.

Passados alguns dias do ocorrido acho interessante disseminar o fato para,no mínimo,compartilhar a experiência,talvez prevenir uma malfadada repetição e até,para os que eventualmente navegam comigo,compreendam um ou outro procedimento de segurança que venha a ser adotado no futuro.
O susto em questão deu-se às 1200 do sábado,dia 15 último,dia este que apresentava-se com bastante vento,de SE,mar agitado e chuviscando.Um esclarecimento oportuno,com esta CONDIÇÃO PARTICULAR de vento reinante,de SE com alguma força,dependendo muito mais da direção do que propriamente da intensidade,crescem ondas,algumas realmente grandes,sobre um cordão de pedras denominado Cordão de Camburi,que está muito próximo do trajeto que temos que seguir para proceder para o Iate Clube do Espírito Santo.

Eis que vinha eu,retornando para o Iate,à bordo do MADAME,já com as velas recolhidas,motorando com 2.300 RPM,sem usar piloto,ou seja,levando o barco no manual,utilizando a roda de leme de BE,em solitário e sem usar nenhum aparato de segurança.Foi quando,chegando nas proximidades do Cordão de Camburi e través com as Ilhas Galhetas, ao sentir o barco se elevar,olhei para trás e vi uma onda enorme formando-se justo pela alheta de BE do barco.Ainda tentei descer a onda com o barco,carregando o leme para BB,porém o barco atravessou para BE e,após isso,a próxima imagem de que me recordo foi eu sendo,violentamente,empurrado para BB e,em seguida,na água.Ou seja,eu tinha sido varrido do barco por uma onda.
Uma vez na água constatei que o barco continuava navegando e estava completando uma rotação,por BE,aproximando-se bastante de mim,sendo assim tratei de deixar água para o barco passar e após a passagem,verifiquei que havia um cabo cujo chicote estava n'água.Na próxima volta(é,o barco estava com o leme carregado e navegando em círculos),agarrei-me ao dito cabo e passei a ser rebocado.Tentei por todos os modos subir a bordo,inclusive disparando a escadinha para emergência,que fica locada na parte inferior do espelho de popa.Aqui cabem algumas considerações:o cabo cujo chicote estava n'água era fino e liso;a dita escadinha é para ser utilizada com o barco parado,na ocasião ela ficava todo o  tempo quicando à flor d'água;a descarga d'água produzida pela rotação do hélice era muito forte,fazendo com que eu necessitasse usar,durante quase todo o tempo,as duas mãos para poder me manter sendo rebocado;como já comentado,o mar não estava propriamente calmo e,tenho força nos braços para me safar no dia a dia,mas não sou nenhum Hulk para conseguir içar-me nas condições que se apresentavam.Ou seja,eu tinha sido varrido do barco e não tinha como voltar para bordo.
Pensando nisso e na energia que eu estava gastando,sem resultados práticos,optei me largar do barco e nadar para o ponto de terra mais próximo,enquanto ainda tinha gás.Este ponto era a Ilha do Frade,que estava a,cerca de,meia milha,a sotavento. A prioridade então passou a ser meu couro,ou melhor,a preservação do meu couro,o que eu só poderia considerar garantida quando lá chegasse.Então,desfiz-me do casaco e sapatos que usava na ocasião,e lá fui eu nadando.O barco ficou rodando sozinho... Afortunadamente,não tive grandes dificuldades para me aproximar da ilha,além de ter o vento a meu favor,encontrei um pedaço de madeira que usei como uma destas pranchas usadas para natação.Uma vez próximo à ilha,contornei o paredão,aonde as ondas estavam arrebentando e subi nas pedras na área abrigada,após passar pelo canal formado entre as ilhas do Frade e Rasa.O couro estava safo,hora de pensar no barco.

Uma vez na ilha apressei-me em contornar a ponta xxxx e prosseguir para uma área próxima à praia das xxxx,onde tinha visto dois pescadores.Interessante notar que até este momento eu não tinha avistado ninguém,nem no mar navegando,nem na face exposta da ilha pescando,como é muito comum,tampouco nas casas.Aproximei-me destes homens,e perguntei se teriam um celular para me emprestar,expliquei que se tratava de uma situação de emergência e fui prontamente atendido.Por estas artes do destino que não conseguimos explicar,neste momento estava passando uma lancha da Praticagem,que após desembarcar um prático no Iate,estava retornando para Vitória.Liguei para a Praticagem e pedi ao plantão para entrar em contato com  mestre da lancha e instruí-lo para parar e me aguardar.Após isso fui para a praia,nadei para a lancha,embarquei e seguimos para fora.No momento que estava telefonando para a Praticagem também pedi para contactar o Iate clube e solicitar que mandassem uma outra lancha para auxiliar no resgate do barco.Assim foi feito e,rapidamente o Iate disponibilizou uma lancha que seguiu conosco para o MADAME.Quando saímos da área abrigada avistamos o MADAME,ainda navegando em círculos,só que  aproximando-se muito perigosamente do paredão de pedras da lha do Frade.Isto porque,embora o barco permanecesse rodando ,ele também permanecia sendo empurrado pelo vento em direção à ilha.Apressamo-nos em abordá-lo,o que foi feito sem maiores problemas,passei para o barco,assumi o leme e saímos daquela área de risco onde ocorreu o resgate e retornamos para o Iate Clube.
Avarias neste que escreve foram poucas,alguns hematomas e inchaços e o resto do final de semana meio que de molho,bastante doído,em casa.No barco,somente as calhas que fixam a parte inferior do "dog house",as secções de BB e central,que foram arrancadas,com os parafusos inclusive,devido à força do impacto da massa d'água.Note-se que esta calha está localizada a,cerca de,quatro metros a vante da posição em que me encontrava quando ocorreu  o acidente,daí dá para se ter uma ideia do volume de água embarcado...Porém como reza o dito popular:"entre mortos e feridos,salvaram-se todos".
Ainda na seção dos ditos populares,"o que não mata,engorda",ficou a experiência,que deverá servir para alguma coisa no futuro.Porém o objetivo aqui foi tão somente relatar o ocorrido,e não sair ditando regras de segurança,assim sendo fico por aqui.
abs 

17/09/2014

Circuito Rio 2014, classe IRC.

Circuito Rio - ICRJ: A equipe do Phantom of The Opera Locamaxx Rede NetimóveisTourlines Viagens e Turismo confirmou ontem a noite , após reunião entre os velejadores , sua participação da classe IRC. 
Por que IRC?
-A IRC, diferentemente de outras regras de rating, destina-se a uma gama muito ampla de barcos de todos os tamanhos e formas, desde os barcos de cruzeiro produzidos em série e os cruiser-racers (barcos de cruzeiro cujo projeto é moderno e veloz) até os barcos one-off de regata, desenhados exclusivamente para alto-desempenho, passando por modelos clássicos e tradicionais, todos dispuntando a mesma regata com as mesmas condições de vencer.

Suspensas as buscas ao veleiro Tunante II, que Netuno os proteja.

Do Zero Hora.

Desaparecimento de veleiro argentino completa 20 dias e não há pistas sobre seu paradeiro

Embarcação ficou à deriva a aproximadamente 130 milhas de Rio Grande e buscas foram finalizadas sem encontrá-la

17/09/2014 | 15h33
Desaparecimento de veleiro argentino completa 20 dias e não há pistas sobre seu paradeiro Reprodução/Marinha do Brasil
O veleiro Tunante II partiu de Buenos Aires e rumava para o RioFoto: Reprodução / Marinha do Brasil
Desaparecido na costa gaúcha, o veleiro argentino Tunante II é um mistério que desafia as autoridades navais e angustia os familiares dos quatro tripulantes. Na última segunda-feira, dia 15, o Comando do 5º Distrito Naval deu por encerradas as buscas. A última comunicação do veleiro foi em 28 de agosto, às 23h54min (horário de Brasília).
veleiro desapareceu a 260 quilômetros de Rio Grande, cidade portuária no sul do Estado, quando viajava entre Buenos Aires e o Rio de Janeiro. Na ocasião, a região era atingida por ventos de até 70 km/h e ondas de sete metros de altura. Aquele trecho de mar, entre Rio Grande e Chuí, é conhecido como cemitério de navios – são 226 quilômetros de costa deserta onde foram jogadas pelas ondas várias carcaças de embarcaçãoes.

"Ninguém perdeu as esperanças", diz filha de tripulante
– Pela distância que o veleiro estava na costa (260 quilômentros), é pouco provável que as ondas o tenham atirado na praia. Para isso precisaria estar, no máximo, seis quilômetros da costa – explica Lauro Júlio Calliari, professor de oceonografia geológica do  Instituto de Oceonografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
 
Rebocador Tritão fez buscas ao veleiro | Foto: Marinha do Brasil/Divulgação
A augústia das famílias
O professor não arrisca um palpite sobre o paradeiro do veleiro e ressalta que há muitos fatores envolvidos. Depois de 20 dias de buscas, onde seis navios e dois aviões varreram uma área de 557 quilômetros quadrados – equivalente ao Estado da Bahia –, as autoridades do 5º Comando Naval deram por encerrada a procura.
– Só iremos reiniciar se surgir um fato novo – informou a assessoria de imprensa do  5º Comando Naval.
Os navios que estão navegando na área do desaparecimento estão recebendo, diariamente, pedidos de informes sobre sinais da embarcação através do "alerta aos nevagantes", um espécie de boletim da transmido pelas autoridades navais.
O veleiro desaparecido é um barco bem equipado. Inclusive tem um dispositivo que permite dar um giro de 360 graus caso vire. Esse fato faz com que os familiares apostem na hipótese de o barco ainda estar navegando em alguma região do mar para onde foi empurrado pelos ventos. 
– Considerando a possibilidade do veleiro ter sido empurrado pelos ventos para outra região, nós estamos pedindo que a Marinha do Brasil solicite ajuda a outros países, além da Argentina e do Uruguai – reinvindicou a  produtora audiovisual Luana Morales, 30 anos, filha de um dos tripulantes, Horácio Roberto Morales.
Luana está em Porto Alegre em contato pernamente com as autoridades navais brasileiras. Ela acredita no surgimento de novos fatos que irão ajudar o reinício das buscas pelo veleiro desaparecido.

12/09/2014

Veleiro Tunante II ainda não foi localizado


O Comando do 5º Distrito Naval continua com as buscas ao veleiro Tunante II, desaparecido há 13 dias. A informação de que imagens de satélite, capturadas no domingo (7), mostravam uma embarcação à deriva, a leste da costa do litoral do Rio Grande do Sul, foi conferida, mas não confirmada.
Toda informação e imagem que chega até a Marinha são repassadas para a Força Aérea Brasileira (FAB), que até a terça-feira (9), não havia localizado nenhum sinal de embarcação no local assinalado. A embarcação argentina, corveta Gomes Roca, está se deslocando para o ponto. As buscas continuam e não há prazo para encerrar.
O veleiro Tunante II saiu da Argentina, com destino ao Rio de Janeiro com quatro tripulantes, todos eles velejadores experientes. São eles Jorge Benozzi, Mauro Capuccio, Horacio Morales e Alejandro Vernero. A previsão era de que a viagem a passeio levasse 15 dias até o destino final.
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01/09/2014

Desaparecimento do veleiro Tunante II, noticia do site da ABVO.

O Veleiro Argentino TUNANTE II, que saiu de Buenos Aires com destino ao Rio de Janeiro, teve problemas na costa sul do Brasil, e está desaparecido desde terça-feira.
Apesar de todo o trabalho das embarcações e aeronaves envolvidas no resgate, ainda não se tem sua localização.
Foi reportado que o veleiro estaria sem mastro e sem propulsão mecânica, tendo sido avistado por um navio mercante, que, entretanto, não conseguiu prestar auxílio.
Caso vc ou algum dos velejadores que nos lêem por cópia tenham alguma informação ou sugestão de ação, peço que entrem em contato com o Tenente Marconi pelo e-mail salvaero.cw@gmail.com, ou fone (41) 3251-5309 .
Abraço a todos
José Jacob


24/08/2014

Gustavo Pacheco e os veleiros clássicos.

Estes são os Sharpies, as velas tem nada menos que 68 anos e são de algodão.
Material envidado pelo Gustavo Pacheco. o "Rato".
"Preparando o Nautilus para a regata de amanha, ao lado do Boa Vida, de Minas Gerais. Velas de algodao de 1946."




" Rato".

18/08/2014

Fortuna.

Fortuna era a deusa romana da sorte (boa ou má), da esperança. Corresponde a divindade grega Tyche. Era representada com portando uma cornucópia e um timão, que simbolizavam a distribuição de bens e a coordenação da vida dos homens, e geralmente estava cega ou com a vista tapada (como a moderna imagem da justiça), pois distribuía seus desígnios aleatoriamente.

Official Film: The Whitbread 1981-82 | Volvo Ocean Race Legends

sailing numbers, by avelok.

Acrílica sobre tela, avelok 2012.

Sonhando dia destes saiu isto.


Boas maneiras com o meio ambiente,



Prezados amigos, nautas e amantes da vela de plantão, na terceira edição da nossa coluna falaremos sobre as boas maneiras com o meio ambiente, e como praticantes do esporte dito de cavalheiros devemos seguir a etiqueta ambiental, pois de nada adianta respeitarmos os navegantes, termos bons modos nos locais de atracação, conhecermos as normas e os bons modos do navegadores , mas deixarmos o meio ambiente em segundo plano.
Iniciando nossa pauta, reproduzimos abaixo algumas dicas para preservar nosso meio ambiente em um aspecto macro, elas  são de uma campanha do Green Peace  chamada “Entre nessa onda “ , e tem como objetivo informar como melhorar a preservação do meio ambiente, as dicas  parecem  óbvias , mas  costumo dizer que no óbvio é que mora o perigo, e nos detalhes ele se cria, portanto não custa nada tomar nota da cartilha do Green Peace para começarmos nossa prosa.
1- Pratique o turismo sustentável nas áreas marinhas e costeiras.
2- Não deixe lixo nas praias.
3- Não construa ilegalmente em áreas costeiras.
4 - Economize energia e incentive uma matriz energética limpa.
5 - Coma apenas espécies que não estão ameaçadas.
6 - Quando presenciar atividades ilegais nos mares, denuncie.
7- Não compre artesanatos feitos com animais marinhos - é crime.
8 - Participe de campanhas com a caça de baleia e incentive a criação do Santúario de Baleias  do atlântico sul.
9 - Colabore com o clima do planeta: quanto menos emissões, menor impacto nos oceanos.
10 -Cobre do governo uma fiscalização eficiente dos mares nacionais.

Pois bem, meus caros navegadores tupiniquins, o assunto é sério de deve ser levado a sério, e certamente talvez até por falta de informação nós já cometemos pecados terríveis contra a mãe natureza.
 Mas sem penitências, e com uma postura pró ativa que todo homem do mar encorpa e pratica como religião e devoção, vamos então aprender um pouco mais sobre  as regras internacionais, e como nos comportarmos em relação ao meio ambiente em  nossos cruzeiros,  regatas e  até mesmo quando fundeados ou atracados curtindo a vida com amigos e a com a família a bordo.

Regra de ouro: Lugar de lixo é no lixo, principalmente o lixo inorgânico.
 Todas as marinas estão equipadas com soluções e conteiners para a eliminação de lixo. Nós, portanto, não temos desculpas para jogar nossas garrafas vazias, vidros, embalagens, plásticos, absorventes, latas, restos de comida,  nossos ovos ou nossos caroços de azeitona no mar, muito menos nossas cinzas e guimbas de cigarros, então vamos ver como isto pode ser feito de uma forma educada.
Há um antigo ditado que diz : “-  o que o peixe come pode ser jogado no mar”.
Mas não é bem assim, é uma questão de boas maneiras também.
Imagine que existam 50 barcos ancorados em uma enseada ao lado de uma praia paradisíaca e todos resolvam   jogar fora o que sobrou do almoço , pode parecer cômico( o peixe come isto!), mas a praia ao lado vai virar uma imundície certo? E até os peixes comerem tudo o local se transformou em um lixão.
Então acomode seu lixo orgânico em sacos plásticos bem fechados e acondicione-os em local isolado em seu barco, e assim que chegar a próxima marina desembarque-o , e de preferência em um centro de coleta seletiva. Todos os clubes e marinas hoje em dia possuem locais para descarte de lixo, e você não é tem mais desculpa para não o fazer.
Lixo não orgânico então nem se fala, é moleza! Direto para o lixo, acondicionado e ao chegar em terra descartá-lo em locais de coleta seletiva, veja bem : Locais de coleta seletiva. Não custa nada e vale muito. Se seu clube ainda não tem coleta seletiva, que tal sugerir aos administradores que se providenciem! Além de contribuir com o meio ambiente, pode-se gerar renda.
No nosso clube há um fato deveras curioso: Os peixes abatidos na pescarias dos lancheiros são levados para serem limpos em bancadas construídas nos piers, e depois de limpos os pescadores  jogam as cabeças e as vísceras dos peixes no mar. Nada agradável você chegar com a família para um passeio e ver aquela porqueira fedorenta boiando no mar, atraindo moscas , propiciando um ambiente insalubre e de péssimo odor.
Lugar de lixo é no lixo, a única coisa que não é considerada lixo pela Marpol, é peixe fresco, e em mar aberto o resto é tudo lixo..
O resto deve ser acondicionado e levado para terra, caso não seja possível, você deverá descartar o lixo orgânico no mar a uma distância maior que 6 milhas da costa. Mas somente em casos extremos.
O uso dos WCS, e mais complexo. Imagina a cena de 50 barcos com 50 pessoas indo ao banheiro ao mesmo tempo! Uh-lá-lá, e fez-se o salseiro!!!
No Brasil os tanques de dejetos ainda não são obrigatórios ( por enquanto), assim sendo vale a lei do bom senso. Libere os dejetos somente se não houver banhistas e outros barcos no entorno, caso contrário mantenha o dejeto no vaso e somente dê descarga quando ganhar o mar aberto. O mau cheiro é suportável e  pode ser enclausurado, basta fecha o banheiro e baixar a tampa do vaso, depois de esvaziá-lo basta arejar o ambiente que tudo volta ao normal.
As estatísticas têm mostrado que o papel higiênico é reciclado em menos de uma semana. Se  não puder evitar de jogá-lo fora, que não o faça em águas costeiras e, especialmente, em ancoradouros e enseadas. 
Cuidado com papel reciclado: ele é carregado de cloro, e é muito menos biodegradável do que o papel virgem. É a falsa ecologia.
Países como a Turquia, possuem leis ultra-rigorosas neste aspecto, e as multas custam muito mais caro que a instalação de um tanque de dejetos.
Caso você tenha um tanque, fique atento para a regra de esvaziá-lo somente a mais de 6 milhas da costa.
Outro pecado que parece pequeno e é terrivelmente letal a muitas espécies marinhas, é a guimba de cigarro. Para o fumante que ainda não tomou consciência de estar detonando seu meio ambiente mais importante (seu corpo), e insiste em fumar, fica uma dica:
Fume somente a sotavento para não incomodar os outros, e coloque as cinzas de seu cigarro e a guimba dele, dentro de uma garrafinha de água com tampa. É fácil: pegue uma garrafinha usada, coloque meio copo de água dentro, e tampe. Quando for fumar use-a como cinzeiro( hermético!), a mãe natureza agradece, e os companheiros de velejo mais ainda, principalmente se você decidir parar de fumar de uma vez por todas.
Mantenha seu motor regulado, e evite ficar com ele ligado em locais onde está fundeado ou atracado, a fumaça incomoda e sempre há algum tipo de resíduo a se acumular em locais onde a água não circula normalmente, assim sendo , use os passeios para carregar as suas baterias, desta forma você tem até um motivo a mais para tirar seu barco da poita ou da vaga, e sair mais com ele para navegar! Ele vai adorar !
Use somente detergentes bio-degradáveis, e se possível deixe para lavar a louça ao término do passeio, nas pias do seu porto/clube/marina, onde há estação de coleta e tratamento de esgoto, caso não seja possível, faça o mais longe possível da costa. Uma dica legal: use a água quente que sai do cano da refrigeração do motor para fazer a limpeza primária das panelas e pratos, ou até mesmo os amarre em redinhas e os coloque para mergulhar na sua esteira  enquanto você veleja, deixe-os lá “tomando banho” por horas a fio, assim quando for usar o detergente e enxaguar a sujeira já estará praticamente toda removida e os resíduos serão otimizados, alem de você ter muito menos trabalho!

De pouco em pouco a gente constrói uma cultura positiva para a navegação e para o meio ambiente, vamos fazer a nossa parte, e levar a sério estas dicas, pois se bobearmos cometemos sacrilégios com o meio ambiente por descuidos primários e banais.


Bons ventos a todos! 

Kinds of sailboats, timeline.


Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!