15/10/2015

A história da medalha do mérito olímpico.

Lawrence Lemieux: Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, domingão dia dos pais, dia maravilhoso, fim de semana maravilhoso! E como o assunto massificado são os jogos, vamos então dar um bordo na pauta, e para entrarmos na seara, usamos obom e velho jargão: "Business with everyone , sailing only with gentlemen." Esta frase é de outro craque, Sir Thomas Lipton, mas em tempos olímpicos se aplica como uma luva a este Canadense cabra da peste. Os jogos tem mudado muito, muita coisa por acontecer, a saída do Star e da Prancha a Vela, classes malucas participando, tudo por dinheiro, um jogo de interesses e tudo mais, bilhões envolvidos , e na minha opinião tem faltado por demais o que Lemieux mostroum em 1988 nos jogos de Seul, e o que e os irmãos Falcão( Esquiva e Yamaguchi) mostraram ao mundo nestes jogos pós milenium: Dedicação e amor ao esporte. Cito os irmãos capixabas, pois são dignos de uma medalha de Coubertin, não pelos méritos e meios que o velejador do país anglo-francês aprontou há 25 anos atrás durante uma tempestade, mas pela tempestade em meio a qual foram criados, sem recursos, num país que não investe em educação e muito menos em esporte( investe para inglês ver, por que na vera nada!), e foram lá e faturaram duas medalhas. Podem escrever hollywood ou algo que o valha já devem estar querendo comprar os direitos da história. Até acho legal, por que apesar de toda a "máquina" que os oportunistas de plantão vão movimentar, há os bem intencionados e que podem fazer desta epopéia um belo filme daqueles que você sai do cinema com ganas de vencer , de se super, emocionado, forte, com um nó na garganta e com mil planos para conquistar seus objetivos, sejam eles quais forem, então chega de jeb jeb e vamos para o caso do velejador da classe Finn, que muitos já ouviram falar mas poucos conhecem, e sua incrível façanha e conheçam a medalha máxima dos jogos! Sim ela existe!! Olha ela aí!! Desde 1896, milhares de medalhas de ouro, prata e bronze são distribuídas nos Jogos Olímpicos. Mas existe uma honraria mais que especial, que supera todas as medalhas,e que é impossível treinar para recebê-la. Até hoje, apenas 11 seres humanos a conquistaram. Não necessariamente por seu desempenho esportivo, embora isso também possa ter contribuído. Mas sim pela grandiosidade de seus atos. Por encarnarem o espírito que levou o barão Pierre de Coubertin a retomar a antiga tradição grega e dar origem ao maior evento esportivo do planeta. O mar tava grosso! O Canadense Lawrence Lemieux sonhou em navegar os mares do mundo desde sua tenra infância. Ainda jovem Lemieux fez muitos sacrifícios a fim de economizar dinheiro suficiente para perseguir seu sonho de velejar nas nas Olimpíadas. Ele trabalhava em três empregos e viveu em uma van durante anos e se virou como pode, tal qual os filhos do touro moreno, mas no primeiro mundo, onde pelo menos a violência não é uma caso de calamidade pública. Finalmente, em 1988 todo seu trabalho duro e determinação valeram a pena. Lemieux se classificou para os jogos, e em 24 de setembro, partiu com os seus concorrentes Olímpicos em Pusan, a 32 km da capital sul-coreana Seul para disputar as regatas finais dos jogos, ele estava em segundo lugar nos jogos, a prata quase na mão, quase .quase. Mas o tempo virou de repente, os ventos aumentaram de 15 a 35 nós, e os barcos estavam sendo sacolejados no mar em fúria, igual a pipa em pé de vento, a coisa ficou preta! Amplia que "vela " saber mais!! Lemieux já estava na metade desta regata, nas cabeças mesmo, esta que era a quinta da série, pronto e " bonito" como se diz por aqui, e ia levar para casa uma medalha olímpica. Mas, no horizonte, ele avistou um barco emborcado, e haviam duas cabeças flutuando acima das ondas, e percebeu que o bicho tava pegando. A equipe do 470 masculino de Cingapura estava mesmo correndo risco, tinha perdido o controle do barco e estavam bastante feridos , um deles em estado mais grave e impossibilitado de retornar ao barco, o vento e as ondas os levavam para longe do barco, e o salseiro estava se armando, ia dar zebra! Lemieux tomou medidas dignas de um yacht-man, e esquecendo a sua regata, navegou para cima dos marinheiros em perigo. Sozinho, ele arrastou os dois homens para dentro de seu Finn e salvou suas vidas, os barcos de resgate nada conseguiram fazer naquele toco de vento. Tal e qual fizeram os homens do ABN2 na VOR 2005/2006, onde voltaram para resgatar o man outboard, naquela fatídica regata, e junto com eles voltaram o Brasil 1 e o Piratas do Caribeem busca do homem, mas em vão, embora fosse incrivelmente encontrado a noite num mar de 4 mts e 25 nós de vento, o Hans estava já estava morto pela hipotermia, ele foi levado pelos seus companheiros do ABN2 dentro de um saco de velas para a terra, pois era a forma mais rápida, e ainda tiveram que resgatar 11 tripulantes do barco espanhol que afundara. O ANB chegou em portsmouth com uma multidão em silêncio absoluto os aguardando, em outra edição falamos mais deste episódio, voltemos a vaca fria então. Siew Shaw Her e Joseph Chan Lemieux continuou a prova, mas a perda de tempo durante a operação de resgate o colocou fora da disputa. Ainda terminou em 22º dos 32 barcos no páreo. Embora Lemieux não tenha ganho ali a medalha, Recebeu a Medalha Pierre de Coubertin das mãos de Juan Antonio Samaranch, com elogios de desportivismo, auto-sacrifício e coragem, personificando o ideal olímpico. Ele ainda hoje, 25 anos depois é considerado um dos maiores nomes do esporte em seu país, e conhecido no mundo todo por sua atitude. Para ver como é importante, agora que você já sabe que apenas 11 almas tiveram esta comenda, responda : - Quantas medalhas são distribuídas em cada um dos jogos Olímípicos? - Quem ficou com a medalha de prata na laser? e quem ganhou no Elliot? Bom , dá pra ver o que é de fato mais importante na vida não é?! Bons ventos , um beijo e um queijo a todos, fim de olimpíadas começo da semana!

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