Escrevi esta música para contar uma história de uma amizade de 18 anos, que começou a bordo do encarnado( vermelho) veleiro fast 345, o Taara'a, Em 1998 eu estava enfrentando um enorme revés da vida com a morte do meu irmão Léo, que se fora deste plano com apenas 34 anos. Nesta época, o Macintyre havia acabado de se mudar para Vitória , junto com sua família, com os filhos ainda pequenos , seu cão Wood, e seu veleiro. O Macintyre é um cara fora de série, um irlandês carioca, um cara com muita energia e atitude , que não coaduna com o mundo das aparências e dos rótulos, um cara vencedor, pai de dois garotos maneiros e casadamente apaixonada com sua namorada de juventude, a não menos gente finézima Cecília. O Mac tem muita história para contar, ele já fez de tudo na vida( foi mergulhador profissional, construiu seu primeiro barco com as próprias mãos, fez prancha de surf, foi dono de táxi, e mais um monte de coisas) ele é um dos filhos caçulas( de um total de 11 se não me engano) do fundador da PUC, Sir Archibald Macintyre e Wanda Stcockler, um pequeno grande homem, um gigante eu diria. Pois bem , foi em um sábado sem graça qualquer de 1998 que esta história começou, foi quando nos esbarramos no clube e ele me convidou para velejar, quem é do mar sabe que somente o fato de ser velejador já proporciona uma aproximação descompromissada e legítima entre as pessoas. Ainda não nos conhecíamos e na época eu estava muito abalado , deprimido e triste com morte do meu irmão, confuso, sem entender o porque, sem acreditar em nada de bom. Minha vida estava caminhando para um buraco. Fomos só nós dois o Taara"a e um par de caixas de cerveja, começamos a bater um papo e foi quando eu contei a ele sobre a morte do meu irmão e ele também surpreendentemente me relatou que estava atravessando o mesmo problema com a morte do irmão dele o Alexandre Macintyre, que sofreu muito com uma doença degenerativa que foi terrível. A diferença é que o Macintyre tem uma visão do revés diferente do meu ponto de vista, e me ensinou naquele momento que a vida é para os fortes, não temos que ficar lamentando o que passou, temos que encarar o que está por vir, e apreciar o que temos sem a vaidade insana que assola o mundo normal.
Neste dia eu aprendi a ver a vida de outra forma. Tomamos um porre naquele sábado, chegamos ao clube e terminamos de bracear as vergas. Daquele dia em diante nossa amizade se iniciou e se perpetuou. Mac como é chamado pelos amigos, e sua família se tornaram meus grandes amigos, e ele foi um importante conselheiro em todas as grandes decisões que tomei na vida e ainda é até hoje. Um 2008, Mac e sua família retornam ao seu lar de origem no Leblon, onde promovido pela companhia que trabalha ele assumiu um novo e importante cargo na sua amada cidade natal :o Rio de Janeiro, deixando para trás nossa querida Vitória , e levando na bagagem um amizade para o resto da vida. Nos 10 anos que convivemos, tive a oportunidade de aprende cada vez mais sobre a vida , pelo ponto de vista do guerreiro Macintyre, que em seu brasão medieval irlandês tem gravado em latim a frase “ Per Ardua”, este é o nosso lema! Vivemos momentos muito legais, sempre com o violão ao lado dando o tom , velejamos por esta brasil inteiro em regatas incríveis, realizamos o sonho de participar da Refeno, Semana de Ilhabela, Semana de Buzios, fomos para o Sail Amsterdam, corremos o circuito rio e tomamos muitos pileques na varanda do décimo segundo andar do Ed. Don Ricardo na ladeira do Sacre Couer de Marie de Vitória , onde moravam e de lá escrevi e tracei meus planos para o futuro. Esta aí é a história desta canção que saiu meio que sem querer. Um beijo e um queijo a todos, e espero que gostem!
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