30/12/2011

Star Class, the boat called "Stradivarius of the seas" 100 years for history and Glory.

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, comemorando os 50 mil visitantes na revista the yacht-man, neste ano da graça de Deus de 2011, republico aqui uma das minhas 3 matérias preferidas da revista , para celebrar o fim do ano, e desejar muito vento e muita onda em 2012, como diria  a proa para a onda;
-Dai-me vento e dar-te-ei milhas!! Muitas milhas para todos em 2012, e muito obrigado pela sua visita!

Avelok, The Yacht-Man sailing magazine, por Renato Avelar.: Star Class, the boat called "Stradivarius of the s...:
Star de 1911 a 2011
A história do Star, o violino dos mares, o clássico dos clássicos, o barco mais lindo que existe no mundo, dono de uma elegância e estilo inimitáveis, a classe que deu a Torben e Marcelo Ferreira 4 medalhas olímpicas 2 de ouro e duas de bronze( que somada a medalha no soling faz com que São Torben seja o maior medalhista olímpico da história da vela mundial) a Lars que foi bi-campeão Brasileiro no Star , somados a um terceiro e um quarto lugar no mundial( mesmo amputado e correndo contra os tops) além de suas duas medalhas olímpicas e um



Este é o modelo usado de 1930 a 1960



flotilha inicial do 1 ao 22
sem número de títulos, a Gastão Brun que foi tri campeão sul americano, a Sheidt e Prada que ocuparam o topo da classe em todo o mundo , atuais medalhas de prata olímpicos, e ao eterno tri campeão mundial de Finn, Joerg Bruder que fora quarto colocado na classe star na olimipíada do setembro negro em Munich, entre outros fantásticos yachtmen tupiniquins.
Mr. George Elder
No mundial do ano passado realizado no Rio, 4 duplas brasucas ficaram entre os 10 primeiros, com Torben/Playboy em 3º. Lars/Ronald em 4 º Alan /Guilherme Almeida em 5º, e Sheidt e Prada em 9º, sendo a melhor campanha brasileira de toda história embora o título não tenha vindo.

O país já conquistou quatro vezes o Mundial, nenhum deles em casa. Alan Adler e Nelson Falcão foram campeões na Itália, em 1989. Torben Grael e Marcelo Ferreira levaram o título nos EUA, em 1990.
Star Taurus, o numero 1.
Ao lado do alemão Alexander Hagen, Ferreira se tornou o único brasileiro bicampeão mundial em 1997, também nos EUA. Foi a quarta vez que o evento foi disputado em águas verde-amarelas.
Torben e Ferreira são os donos dos melhores desempenhos. , em 1996, os dois também terminaram em terceiro lugar,.
Antes disso, o torneio veio ao Rio em 1980. Naquele evento, o melhor foi Gastão Brun, ao lado de Fernando Nabuco, em sétimo lugar – o Mundial teve o norte-americano Tom Blackaller como campeão.
Em 1960, o melhor barco com bandeira brasileira não era de um brasileiro, mas do alemão Walter Von Hütschler. Campeão mundial em 1938 e 1939, Von Hütschler deixou a Alemanha durante a guerra e foi um dos responsáveis pela realização do evento no país. Ao lado de Jorge Carneiro, foi oitavo colocado.(#)

(#)Em 1936, o timoneiro naturalizado brasileiro, o alemão Walter , introduziu um mastro mais flexível para os star e ganhou os campeonato mundiais em 1937/1938 e novamente em Keil, Alemanha, em 1939 - a primeira vez que o evento foi realizado na Europa, talvez Brudder , tenha se inspirado no alemão brasuca, para anos depois junto com o austríaco Haudashl trazer a revolução dos sets também para os Finns.
O " BUG".

O stradivárius dos mares este ano completa 100 anos, mas esta lenda , esta tradiçãocomeçou muito antes de 1911, então chega de jeb jeb e vamos a história, de antemão peço desculpas ao leitor pela qualidade do artigo, pois a tradução não é meu forte, mesmo assim me esforcei ao máximo para trazer aos amigos nautas um pouco de cultura do mar e momentos aprazíveis! Então vamos lá!
Em 1906, um barco de 18 pés chamado “Bugfoi projetado no escritório de William Gardner, em Nova York , sob encomenda de Mr. George Corry,Muito semelhante ao Star , o Bug foi uma idealizado por Mr. Corry, cuja alcunha era “Pop”, que queria um barco pequeno , um monotipo para velejadores não abastados mas amantes de regatas, Os barcos custavam U$ 140 cada, o que não era uma quantia exorbitante, infelizmente ou felizmente como o leitor e aficcionado possa interpretar, o Bug revelou-se demasiado pequeno
e muito “molhado” e consequentemente desconfortável, assim sendo , em 1910 , Mr. Pop voltou a Gardner para pedir uma versão um pouco maior. Nascia assim o Star, ao custo unitário de U$ 250, o barco foi desenhado pelo arquiteto Francis Sweisguth, no outono de 1910 ,
Ele também foi um dos donos originais dos 22 primeiros star construído por Ike ),e já no inverno de 1911 estes 22 primeiros barcos construídos por Ike Smith, em Port Washington, em Long Island, Nova York, foram entregues aos seus donos.
O Star número 1 fora batizado de Taurus, mas não necessariamente fora o primeiro a ser feito, pois os 22 barcos saíram juntos do “forno” e foram sorteados entre os yachtmen amantes de regatas.
Mr William Gardner.

O número 1 do Taurus , talvez pela força cabalística de seu numeral , venceu com propriedade muitas e muitas regatas durante mais de 15 anos.
O Star original não era montado com o set de velas e mastreação de hoje, já em 1919 houve a primeira alteração do projeto feita pelo próprio Mr. Francis.
A classe centenária se mantém fiel a origem, embora o desenho básico não tenha sido alterado desde sua criação, o barco em si é o mesmo. (nas imagens o leitor pode apreciar as grandes mudanças ocorridas ao longo da história.)

O modelo de 1911 não seria reconhecido como hoje Star, pois o equipamento e o set era totalmente




diferente de hoje, tinha um mastro curto e carregava uma gafe longa quase paralela ao grande, e uma retranca enorme que avançava quase três pés sobre a popa , os acessórios eram brutos ou inexistente .
Em 1914 , com o trabalho decisovo de George W. Elder , o mentor , nasce a classe organizada.
Nas regatas dos anos pré-1920 , onde cada iate clube tinha a sua própria classe, seu próprio monotipo, não haviam nem mesmo as regatas de classes inter-clube,as regatas de monotipos eram desconhecidas, pois não havia duas flotilhas de
um mesmo tipo de barco, neste contexto heterogêneo Elder concebeu a idéia de uma organização unificada, com influência não só em vários portos de Long Island (que por si só, teria sido uma idéia nova), mas todos em clubes e marinas de
toda a américa e, eventualmente, em todo o mundo






Não havia nenhum equipamento elétrico para içamento de barcos, velas de dacron, mastros flexíveis, materiais compostos, a infra estrutura era mínima, mas a vontade enorme, nesta época as naves do tamanho do Star eram sempre mantidas naa água durante todo o verão( içados somente no inverno), o automóvel era ainda uma nova invenção, lidar com um reboque era duvidoso e confuso, então dá para gente entender como os caras eram “cascudos” e determinados e estavam convictos em levar adiante o projeto.
Podemos então afirmar que George “Pop Corry” foi o "pai do Star", mas George Elder foi verdadeiro mentor e tutor da “Classe Star “ de sua infância até sua maioridade , pois sem o trabalho dele, a organização da classe e teria sido retardada por anos ou décadas, e particularmente acredito que este trabalho originou a organização da vela em classes de monotipos.
Naquela época em que as classes eram pequenas e se iniciavam as regatas organizadas, em que classes que vinhamsurgindo e desaparecendo a cada ano , neste contexto o Star sobreviveu, e cresceu , tendo hoje mais de 10.000 barcos cadastrados em mais de 40 países, graças ao empenho e o entusiasmo dos Georges( “ Pop e Elder”)e alguns outrosamantes da vela, naqueles longínquos anos, transcrevo aqui uma célebre frase de Mr. George Helder:

-"O barco sozinho, porém, não foi inteiramente
responsável pelo grande sucesso que se seguiu.
O grande interesse tomado pelos donos dos barcos
e os esforços incessantes da Associação
chamar a atenção do mundo do iatismo somado aos
méritos dos barcos, foram os grandes
responsáveis pelo sucesso sem precedentes da
classe”


Começava aí a ser escrita a históira da S.C.Y.R.A, feita com letras douradas , ornada toda pompa e circustância que a classe possui até hoje em seu centenário, apesar de seu “descredenciamento” olímpico.
Durante seus últimos anos, o aficcionado amante do mar , tutor da classe, apreciador da história e das tradições marinheiras trabalhou duro em um livro sobre a história da classe Star.
Este livro “ Foty years among the stars”, com o título traduzido para "Quarenta Anos entre as Estrelas", foi publicado postumamente no final dos anos 50.



O primeiro set de montagem perdura de 1911 a 1920, quando surge a primeira alteração na jaqueira e das velas, sendo o sistema de gafe top substituído pelo sistema de "marconi", em 1929 fora apresentado o set que a partir de 1930 passou a ser usado e perdura até hoje, com algumas pequenas alterações ao longo da história.


Dentro da evolução da Classe enquanto barco teve o papel preponderante de Francis Sweisguth, que como dissemos anteriormente, além de projetista , foi proporietário do barco número 6 da primeira série construída.


Ao longo dos anos, a classe se multiplica pelo mundo afora, sendo "palco" para espetáculos os baravíssimos velejadores e maestros do naipe de Denis Connor, nos anos 70, e que povoa o meu pensamento desde então, pois nunca tive a oportunidade de velejar um barco destes, apenas os contemplo a velejar elegantemente quando vamos participar de regatas no Rio de Janeiro, pois aqui em Vitória nunca tivemos uma nave destas.


A grande lástima que fecha aqui a breve matéria sobre a evolução da classe star, é não entender o motivo de descredenciamento olímpico do violino dos mares, é triste ver que o barco sobreviveu e cresceu ao longo dos 100 anos de sua existência , mas não suportou a
especulação comercial e louca do comitê olímpico, a exemplo da Americas Cup, mas contudo porém voilá! que se danem os cartolas olímpicos, o barco é e sempre será a classe máxima dos monotipos , lar dos deuses do mar.

Réplica do Star de Peter Ficker, por Atílio Bermudez.
Bons ventos a todos!!


Rumo ao porto do fim do mundo , mas não tenha pressa para chegar, pois nem ao menos sabes onde é ou muito menos o que significa...

Se partires um dia rumo a Ítaca
Faz votos de que o caminho seja longo 
repleto de aventuras, repleto de saber. 
Nem lestrigões, nem ciclopes, 
nem o colérico Posidon te intimidem! 
Eles no teu caminho jamais encontrarás 
Se altivo for teu pensamento
Se sutil emoção o teu corpo e o teu espírito. tocar
Nem lestrigões, nem ciclopes 
Nem o bravio Posidon hás de ver
Se tu mesmo não os levares dentro da alma
Se tua alma não os puser dentro de ti. 
Faz votos de que o caminho seja longo. 
Numerosas serão as manhãs de verão 
Nas quais com que prazer, com que alegria 
Tu hás de entrar pela primeira vez um porto 
Para correr as lojas dos fenícios 
e belas mercancias adquirir. 

Madrepérolas, corais, âmbares, ébanos 
E perfumes sensuais de toda espécie 
Quanto houver de aromas deleitosos. 
A muitas cidades do Egito peregrinas 
Para aprender, para aprender dos doutos. 
Tem todo o tempo ítaca na mente. 
Estás predestinado a ali chegar. 
Mas, não apresses a viagem nunca. 
Melhor muitos anos levares de jornada 
E fundeares na ilha velho enfim. 
Rico de quanto ganhaste no caminho 
Sem esperar riquezas que Ítaca te desse. 
Uma bela viagem deu-te Ítaca. 
Sem ela não te ponhas a caminho. 
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te. 
Ítaca não te iludiu 
Se a achas pobre. 

Tu te tornaste sábio, um homem de experiência. 
E, agora, sabes o que significam Ítacas. 



Constantino Kabvafis (1863-1933) 
in: O Quarteto de Alexandria - trad. José Paulo Paz.

26/12/2011

Highland Fling - Loro Piana Regatta 2011

Uma regata de super iates, imagens não recomendadas aos cardíacos!

Um caminho díficil

Neste vídeo publicado no facebook pelo amigo candango Fernando Pedretti, uma aula do mestre Rôbert e de seu proeiro Bruno Prada, conhecido nas minhas épocas do Optmist , nos idos de 83/84 como: Pintrolha, que era o nome de seu barco.

22/12/2011

Feliz natal, se liga !

Mais um ano que foi , que vivi, que passou, que vai passando que ainda não acabou. Fica aqui um sincero abraço fraterno aos amigos de verdade, um bom natal a vocês!!!
Desejo que tenham muita reflexão sobre a acumulação inútil e a desigualdade em prol do consumismo exagerado e ganância como modus operandi vivendis, pensamento positivo sobre o que importa que é a vida.Tudo de bom para todos, carpe diem , e Ad Paulinum de brevitate vitae, se liga meu camaradinha, porque caixão não tem gaveta e tú nasceu pelado e vai morrer pelado.
Aproveita a vida e vai velejar!

21/12/2011

Fim de ano a bordo.


Para fechar um grande ano, uma grande velejada a bordo do Phantom, com uma turma da PESADA, Lucky, Jovair, Ennio, Cícero Barcellos, Marcos Albuquerque, Fabiano Porto e Léo Oliveira, um passeio maravilhoso com a companhia de bons amigos e um vento magnânimo.
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The Phantom of the garage.

Duduzera04 fazendo presepada enfiado dentro de um saco de balão assustando os cristãos na garagem de monotipos do ICES.
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Por Mônica Bermudez, vai aí a frase a semana.

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14/12/2011

Joerg Bruder, em replay por que mereçe e vale a pena, uma das melhores matérias que já navegaram neste canal em todos os tempos.

Jörg Bruder, o mito da vela brasileira.

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, aboletado na torre de comando numa noite fria de outubro, me debrucei na Web por algumas horas a fim de fazer uma pesquisa e compartilhar com vocês a trajetória deste ídolo, e confesso que o material disponível na internet é pequeno, apesar das inúmeras tentativas que fiz.

Temos um material interessante do site do YCSA e outro até mais completo no maresenavegantes.com.br, mas ainda consegui encontrar algum material em sites que não falam "português" para ilustrar a matéria, encontrei algumas fotos feitas no Mundial das Bermudas de alta qualidade e a cores, no site do Finn-Itália, e outras interessantes no site Finn-Dinamarca.
 Assim sendo , quem tiver fotos do Bruder , envie para a gentre publicar aqui  nesta matéria e compartilhar com os velejadores do Brasil afora.

Jöerg Bruder ,
O maior velejador de Finn de todos os tempos  teria hoje 73 anos de idade e se bobear ainda taria dando trabalho andando sempre a frente e inovando materiais , mas infelizmente sua vida fora ceifada muito cedo num golpe brutal do destino em 1973, com apenas 36 anos de idade, quando ia para o Mundial de Finn em busca do tetra campeonato consecutivo , no pior acidente aérea da aviação Brasileira até então, que deixou 113 mortos, e apenas 11 sobreviventes.

 O Vôo 820 do 707 da Varig,  pegou fogo devido a um cigarro na lixeira do banheiro, e fez um pouso forçado  há apenas 1 minuto da cabeceira da pista em Orly, em 11 de julho de 1973, embora bem sucedido o pouso, a cabine já velava a maioria dos corpos dos passageiros, devido aos gases tóxicos exalados( exceto 1, e os  10 tripulantes),o vôo partiu do Rio com Destino a Paris, onde morreram também Júlio de Lamare( o célebre jornalista ) e Filinto Müller( o então Presidente do senado), e o famosos cantor Agostinho Santos.


Nascido em 1937, Joerg começa a velejar com 5 anos de idade, somente com 22 participa de suas primeiras regatas em seu clube de coração :  O YCP( Yacht Club de PAULISTA ), na represa de Guarapiranga, iniciando ali uma trajetória de sucesso e glória
Mundial do tri, 1972

Mundial nas Bermudas .

 Hoje Joerg Bruder é nome de ruas, de escolas , de troféus e de torneios esportivos em várias modalidades, e principalmente da cobiçada taça da classe  Finn que pega emprestado seu nome, servindo um póstuma  e justa homenagem a este ídolo de gerações, e o numeral de sua vela é usado como homenagem no batismo da maior escola de vela de oceano do Brasil, a BL3.



A carreira no Finn e no Star:

Em 67 , nos jogos Panamericanos de Winnipeg ele conquista o seu primeiro ouro , nos jogos de 71 do Pan em  Cali mais um ouro, em 68 foi terceiro colocado no mundial da classe Finn, em 69 Joerg fica em segundo, em  1970 , com a maior flotilha de todos os tempos , reunindo 180 barcos, Bruder fatura seu primeiro mundial, repetido em1971 e 1972, ano que também participa  dos jogos do setembro negro,de Munich, obtendo um magnífico  quarto lugar na classe Star, e ainda  no mesmo ano consagra-se vice campeão mundial da classe Star em Caracas.

Mundial de Finn 1970, bruder em 4º chegando a bóia.

Deteve por décadas a proeza de  ser o único tri campeão consecutivo na classe Finn , até hoje só tiveram este resultado, ainda assim não consecutivos, um alemão em 63/66/67 um dinamarquês em 85/84/85 , um sueco em 94/97/99, e que somente em 2004 fora desbancados por ninguém menos que Ben Ainslie . 
No âmbito nacional, Bruder foi campeão Paulista de Finn por 11 vezes, Brasileiro por 5 e na Classe Star obteve também o penta campeonato em S.P.

Bruder e seu Finn Neguinho.
Na segunda foto e na primeira foto, ele com os amigos no Mundial da Bermudas

Bruder será o eterno tri-campeão invicto, pois o destino o levou e junto a taça original do Mundial de Finn que desaparecera para sempre entre os escombros do avião destruído e carbonizado, talvez derretida pelo fogo, talvez levada por são pedro ou eólo, taça que nenhum homem que viva sobre a terra e sob o céu  jamais alcançará o olhar ou colocará as mãos pelo menos uma vez , quem dirá 3.
Além da carreira de velejador, Bruder em parceria com o austríaco Hubert Raudaschl inovou a classe Finn com seus mastros flexíveis, e suas revolucionárias velas, que faziam um conjunto imbatível, e levaram a padronização da classe em mastros de alumínio para eliminar a vantagem obtida pelo seu desenvolvimento do equipamento.

Vou contar uma historinha de um trecho da minha vida e do início do meu facínio por Bruder.
O ano era de 1978, e eu acabava de voltar da aula no colégio Sacre-Couer, localizado no alto da Ponta Formosa, na Praia do Canto , onde todos os dias ia caminhando , ida e volta. A distância parecia maior que de fato era, talvez pela ansiedade mirim que meus 8 anos pré -adolescentes manifestavam , talvez pela ladeira que tinha que subir e descer, onde eu utilizava um atalho não convencional pelo meio do mato para cortar caminho, ou até mesmo pela vontade de chegar logo em casa e sair para andar de bicicleta, na época minha diversão predileta, ou de contar os dias para  o fim de semana quando eu ia velejar com meu amigo Laurentino Bicas no seu optimist Zebrinha, na função de "proeiro", para mim um mundo novo que se descortinava e me efeitiçava.
Naquele dia, ao chegar em casa papai estava me esperando, e eu não entendi bem porquê. O trabalho na Vale do Rio doce , onde Seu Wallace, engenheiro metalurgico, civil e de minas, formado na turma de 58 em ouro preto, era gerente da pelotização , exigia muito do tempo e responsabilidade, e além disto eu ainda tinha mais 3 irmãos para dividir a atenção do amado pai, e não entendi o porquê dele me esperar para almoçar tão cedo.
Equívoco mirim , não era para almoçar que ele me aguardava, haviam outros planos no ar .
Papai me leva até a garagem dizendo que precisaríamos sair rapídamente e depois voltávamos para almoçar,  entramos no maverick GT branco e saímos para passear, sob o pretexto de irmos cortar cabelo( ele sempre me levava no salão Garcia na praça Costa Pereira,  no centro de Vitória)mas isto era aos sábados, e meus irmãos Alvaro e Léo também iam juntos,  assim , mais desconfiado eu ficava a cada esquina que passavamos , será que eu aprontei alguma e vou levar uma bronca? ficava me indagando.
Pegamos a aveninda "Navegantes", o V8 do mavera em marcha lenta, borbulhando baixinho, ganha a avenida e fomos em direção ao iate clube, aí eu perguntei por que estávamos indo naquela direção, se o salão era no centro?
-Ah nós temos que dar uma passada no Iate para deixar o dinheiro da mensalidade da escolinha de vela com a tia Marina Zenóbio, ele disse num tom calmo enquanto dava um longo trago em seu "Minister", olhou para  mim , piscou e o olho direito meio que dizendo, confia em mim filho! E tocou direto para lá, sempre na marcha lenta e devagar , curtindo seu cigarro e as suas músicas no tocafitas TDK, para ele o carro era um prazer e a música uma paixão.
Chegando no clube ele me chama para descer e acompanhá-lo até a secretaria, e para lá fomos juntos.
O clube era muito deferente do que é hoje , e a garagem de vela ficava anexo a portaria e o mar logo "alí", depois foi tudo sendo aterrado e lanchas e mais lanchas chegando, naquela época a maioria eram os barcos a vela.
Fomos caminhando pelo pátio e eu aproveitando para mostrar para ele os barcos dos meus amigos, falando o nome da cada um dos barcos, quem era o dono, se era bom velejador ou não, e tagarelava solto encantado em estar acompanhado de meu pai no meu novo meio social, junto comigo, só comigo sem nenhum irmão para dividir a atenção.
De repente estranho e vejo um barco numa capa verde escura parado em frente a garagem e falo:
- Papai, este  barco deve ser novo aqui, não conheço nenhum barco que tem uma carretinha destas e uma capa, o pessoal coloca os barcos em cima de pneus, e capa nunca vi.
Ele responde:
- Vamos lá perto para ver melhor sô!( num mineirês atêntico).
E fomos nós. Ao pararmos em frente ao barco, ele começa a tirar a capa como que curisoso para ver o que tinha dentro, e eu digo:
-Pai , não mexe não, depois o dono pode não gostar , reclamar com a gente ,  achar ruim, sei lá...
Aí ele olha para mim abre um sorrisão, e com aquele vozeirão diz:- este é o seu, se chama "Xande ", mandei o dinheiro para o seu tio Lilino  e ele comprou o barco no Iate Clube do Rio e ele o mandou para cá de caminhão, você gostou da supresa?

Finns em 1969

Naquele momento minha cabeça entrava em parafuso, um flash!, não conseguia acreditar que teria meu próprio barco, deixaria enfim de ser um proeiro do Zebrinha e seria comandante! ainda mais de um barco que veio do Rio de Janeiro!Eu seria o máximo perante meus amigos.
Dei um abração daqueles nele, e agradeci em êxtase, tagarelando sem parar!
Então começamos a tirar a capa do barco, e foi revelado um belíssimo e ultra bem tratado casco negro, com um interior envernizado com maestria , com flutuadores "Bruder" amarelos e transparentes, catraca "elvstrom" mastro de alumínio e uma vela vermelha "la Rochelle" que tinha o percurso olímpico como logo, e um cheiro... ah!! mas um cheiro de barco, de barco de madeira misturado com maresia, e velas e tudo mais, o mais fino dos perfumes da minha memória, que agora escrevendo isto o cheiro me veio a mente e eu fiz uma viagem no tempo vivendo de novo o momento.
Até hoje, toda vez que vejo um barco de madeira, chego bem perto para ver se tem aquele cheiro! para mim o cheiro da vela, do iatismo!
Naquele instante, junto com papai, não foram só as narinas que o cheiro invadiu, ele invadiu  a minha alma e desde este instante passei a me dedicar a este maravilhoso esporte, o iatismo , que na época tinha um mito recém criado pela morte prematura e pela carreira sensacional, Joerg Bruder( o mesmo do flutuador), um tri campeão mundial que morrera no auge de sua vida, com 36 anos indo participar de um campeonato mundial na frança, num acidente aéreo.
Bruder habitou todos os meus sonhos infantis e juvenis, sonhos de glória e triunfo, de obstinação e garra , imaginava aquele barco para homens gigantes( o Finn) planando em uma regata com 100 barcos e ele na frente ostentando o numero 3, junto com o BL, o legendário BL3 e voando como um "fliyng duchtman"!
Lia tudo a respeito, e conversávamos com os mais velhos a respeito do Bruder, mito para todos os velejadores  e meu primeiro ídolo da vela.
A assim fomos vendo a vida passar entre um bordo e outro, até que um dia inventaram a internet e assim pudemos contar nossas histórias para vocês, e aprender outras tantas e compartilhar com todos os amigos.
Este é o nosso objetivo da revista theYacht-man, simplesmente me entreter, e entreter vocês com histórias, fatos, fotos, vídeos, causos, verdades e até  "mentiras" e lendas de nosso universo, afinal papo sério só no escritório, como já diria o Sir do Chá Tomás Limão!
Bons ventos a todos!
No mundial das bermudas os amigos se divertem com o ventão do furacão chegando.




03/12/2011

Carioca 21, "THALASSA" durante a regata de clássicos de Búzios, num clique de Peter Mirow, tripulante do Cairu II que gentimente postou a foto em seu blog.

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Sonho de uma noite de pré-verão.

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Bons marinheiros na regata de clássicos.

Da esquerda para direita o Jovem Chileno que é skipper do Negra, Jens de azul marinho, Zézinho, Chico, Hélio Vianna, e agachado este que vos escreve. Após o cocktail de abertura do evento saímos para dar um bordo pelas ruas buzianas e tomar umas copas.
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Largada Regatta de Veleiros Clássicos Búzios 2011, por Peter MIrow.

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Um lindo texto, fruto de uma Vouguiçe qualquer como diria o autor das letras o patrício Almagrande. Texto qual como o prórpio diria:" dei uma "roubadinha"

Foto do acervo de William Brown, veleiro classe midgetocean, ou light crest,  TYPHOON, ANNO 958.


Apetcia-me escrever alguma coisa, não sei muito bem o quê. Mais do mesmo não,os prazeres da vela  é para quem os aproveita, se faz de nós fascistas, elititistas e simpatizantes do ELP, tanto melhor.
Vogar ao sabor sabor do vento é o passatempo mais democrático que há, ele está aí, é de borla  e só pede que o entendam. Que não peçam demais dele em dias de preguiça, nem que lhe peçam que se acalme em dias de inqueietação.
Aos caprichos dele estamos habituados, e gostamos...vamos para a água e seja o que ele quiser.
Sabe bem chegar o fim de semana e encostarmos a carcaça à almofada, deixar-nos embalar num qualquer programa vespertino de TV, e quando dermos por ela, estamos enfiados outrra vez no trabalho que abominamos. Sabe melhor levar uma coça do vento Sul, ou Norte, e depois de uma grande molha e do barquinho resguardado, beber uma cerveja  como se fosse a última, petiscar uns tremoços como se fossem o mais fino beluga, reviver cada refrega  com vontade de voltar
.

"Iatismo não é granfinismo, a aristocracia que o distingue é a que nasce da alma e se expressa nos sentimentos , e não aquela que o sangue dá e o ouro improvisa."

Recorte de jornal que me fora presenteado por Morris Brown, provavelmente datado de 1950 ou 1949.
O texto é sensacional e extemamente atual.

29/11/2011

ARAGEM: Irmão

ARAGEM: Irmão: Encontramos com um irmão do Aragem em Búzios, na Regata de Veleiros Clássicos, o Thalassa, do Iate Clube do Espírito Santo, em Vitória. ...

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!