06/12/2012

Golden Globe Regatta e much more!.


Matéria de luxo: Vito Dumas, Francis Chichester, RKJ, Bernard Moitissier, Donald Crowhurst, Golden Globe etc...

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão ,

Já há algum tempo tenho um post-it colado na tela do meu computador/redação , no escritório de meu apartamento aqui na Praia do Canto, na Cidade Presépio ou Ilha do Mel, como o cristão preferir chamar a nossa querida e lindíssima cidade de Vitória, no Espírito Santo.
Estas  anotações sempre faço para não esquecer os assuntos que renderão as próximas matérias da revista The Yacht Man, no caso estava escrito:
- série boas maneiras
-vitor dumas
-ices morgan stwart 1979
-classe hpe 25
-knox jonhston
-bruder 2

Fico enrolando enrolando, mas uma hora sento e organizo a pesquisa frenética e assim nasce um post novo deste veículo da web 2.0:


Pois bem , este lance da revista The Yacht-man( a revista feita orgulhosamente sem fins lucrativos) dá um trabalho da moléstia... tem que pesquisar direitinho, passar horas navegando entre livros e sites, futucar tudo a respeito, garimpar mesmo,  para a matéria  ficar  bacaninha e trazer a informação com um gosto  legal para os leitores saborearem , pois inexplicavelmente, uma pessoa que se propõe a escrever um blog, livro, revista, ou qualquer coisa que o valha, não o faz para ter fama, ganhar dinheiro, para ser conhecido e admirado, ou  por vaidades pessoais torpes e fúteis, o faz( como vi  a definição num livro de Vargas Llosa) somente por fazer, para colocar para fora o que pensa, mas eu vou mais além, levo ainda a seara para o setor da gastronomia, fazendo a seguinte analogia:

-Um verdadeiro cozinheiro , aquele que de paixão faz sua comida, tem como maior recompensa e objetivo único ver seu "comensal"( se é o termo aqui cabe), se deliciar com suas iguarias, no caso de um autor, o objetivo é que seus leitores sintam prazer com a leitura, se transportando para o universo retratado em suas linhas e mais nada.

Geralmente escrevo e pesquiso a noite, em casa, e nem sempre é possível, pois além da revista, temos a esposa, o filho, a leitura dos livros de trabalho, trabalho, compromissos socias, etc, etc, mas num exercício de auto disciplina a revista vai sendo feita,  algumas matérias bem curtas, outras mais trabalhadas, outras copiadas, outras republicadas, uma espécie maluca de pasquim/blog/revista/site que segue levando cultura e entretenimento náutico para atuais 100 e tal mil leitores, o que é para mim um prazer ! O que me move e me impulsiona.


Pois bem , sem mais delongas ou jeb jeb, a matéria de luxo que aqui vai é fruto de dois livros que ganhei no meu aniverário de 38 anos, 5 anos atrás , um ganhei do Didão: "Um mundo só meu de RKJ" , e o outro "Sozinho ao redor do mundo" de Slocum, ganhei de  Lobão, dois clássicos da literatura náutica, e que me fizeram conhecer um pouco mais da história dos grandes navegadores.  Mais tarde li o livro sobre a expedição de Shakleton, " O Endurance", e aos poucos fui me apaixonando pelo universo dos grandes navegadores, criei este blog e aos poucos fui gostando mais e mais do assunto,  e ao pesquisar vi que havia um universo a ser explorado, tive no fimzinho de 2011, então uma idéia de escrever sobre Vito Dumas. Para quem não conheçe, Dumas foi um navegador "hermano" Argentino, que se enveredou pela parte de baixo da nave terra, e da curiosidade sobre ele e suas viagens fui me enfiando em pesquisa e acabei me deparando com a história da Golden Globe, que reúnea história que mudaria o curso do iatismo mundial, dentro de um só evento N coisas acontecem em paralelo, coisas que fizeram a história mudar, e obviamente irei compartilhar com vocês o fruto da pesquisa.
(9 homens zarparam em busca do prêmio de 5 mil libras, além de fama e glória, apenas um chegará ao fim, um  irá cometer o suicído, outro irá desistir da regata e continuar navegando por mais meia volta ao mundo abdicando de tudo e se tornando um mito. Um regata que construiu dois heróis e duas lendas, e destroçou a vida de dois homens, na revista The Yacht-man, a história completa.


Acabei por ler horas a fio, e assisti vários filmes, sendo o que mais me impressionou foi "deep water", que segue postado aqui para quem tiver interesse de saber em detalhes a história da Golden Globe e um personagem em especial Donald Crouwhurst, que é o arquetipo da vida de aparências, com um final infeliz, e que pode ser utilizado como "case" poderoso para se ilustrar a vida daqueles que buscam a glória ( seja ela qual for: grana , fama, mulheres,poder, etc), e se atolam numa vida sem sentido, engando a todos mas não conseguindo enganar a si mesmo.

Trailer.
parte 1
parte 2
                                                        parte 3
parte 4
parte 5
parte 6
                                                                     parte 7
                                                                Parte 8
                                                      Parte 9, e fim.

Começemos então por falar de Vito Dumas:

Argentino nascido em 1900 e falecido em 1965 em consequência de um derrame cerebral, Dumas  em sua juventude foi um exímio nadador , especializado em  probas de longas distâncias, tal qual Sir Robin Knox Jonshton que foi além de um grande nadador também um corredor de fundo, Vito também fora Boxeador, e como  magnânimo Sir Chichester também foi um aviador, um parêntese para Sir Chichester: este homem  deu a volta ao mundo  solo aos 65 anos, já diagnisticado como portador de cancer terminal em 1967 , com apenas 1 escala, e é tido como um grande herói em seu país e no mundo da vela.
Vito Dumas por volta de 1923  ,por 5 vezes tentou fazer a travessia da foz do Prata a nado e fracassou as 5,  em 1931 tenta atravessar o canal da Mancha, sem sucesso novamente.
Lá na Mancha foi onde teve o primeiro contato com os veleiros , no litoral Francês em Calais, esporte pelo qual ele se apaixona imediatamente .
 Ali mesmo  Dumas compraria seu primeiro barco, o Titave II , barco regateiro, veloz, campeão da classe Internacional de 1912.
Contrariando as superstições do mar, ( trocar o nome dá mau agouro)Dumas o rebatiza de Legh , que ao contrário do que diz no wikipédia não eram as inicias de sua amante, tampouco uma homenagem as embarcações escandinavas, mas orginário das iniciais das palavras: luta , integridade, hombridade e grandeza,  que em espanhol são:  Lucha, Entereza, Hombría, Grandeza , o lema, o código de honra do cidadão nascido em Palermo.
O Lengh chega a Nova Zelândia


 Estes fracassos coletados sequencialmente por Vito Dumas  foram importantíssimos para sua realização pessoal, pois como dizia Churchill, o sábio dos sábios dos anos das décadas de 1920/30 e 40:
"O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo."

Estes acontecimentos moveram este homem simples e determinado a sentir uma profunda necessidade interior de como fazer algo pela honra do esporte argentino, como se lê na carta ao amigo:

 "Bueno Aníbal: la razón de mi aventura es haber comprometido mi palabra en hacer algo de mérito para el deporte argentino.  Mis medios son reducidos y la vida que estoy pasando sólo yo se los sacrificios que me imponen. 

Trecho de uma carta ao seu amigo Aníbal,   escritas nas vésperas de sua primeira viagem , em 1931 de Arcachon na frança, a Buenos Aires, trazendo assim seu novo barco para casa.

 Ao chegar em Buenos Aires, Dumas  foi recebido com grande festa, pois essa travessia do Atlântico se constituiu na primeira aventura de vela em solitário da Europa para a América do Sul em todos os tempos.
http://www.navegantevitodumas.com.ar/

Inicia-se aí sua brilhante trajetória,  lançando sua nave ao mar novamente em 1942 na sua sensacional viagem dos" Cuarenta Bramadores": Uma volta ao mundo nas latitudes do mar gigante e congelante, passando pelos 3 cabos mais meridionais e mais terríveis do mundo:
- Boa esperança, Lewin e Horn, com apenas 3 escalas, Cape Town, Wellington e Valparaíso.
A chegada em Valparaíso, Vito está literalmente em frangalhos) fonte navegantevitodumas.com.ar

A circunavegação foi  feita no seu inseparável Yawl Legh II, que sequer tinha um  rádio ou um motor, em condições precárias e em plena segunda guerra mundial.  O  LEGH poderia ser torpedeado ou fuzilado por um navio ou submarino, despedaçado por um canhão, ou afundado por um avião.
Dumas dependia da água da chuva para saciar a sede,( a falta de água e o cansaço pela falta de horas de sono foram os maiores inimigos) , usando até mesmo jornal por baixo das roupas para não congelar, e principalemente utilizando-se de uma técnica que invetou para velejar e sobreviver em condições extremas naqueles mares dantescos: 
Navegando sempre de popa para o vento e num ângulo de 15 graus, correndo as tormentas e as ondas.

Durante uma tempestade no Pacífico , Vito sofreu um grave traumatismo craniano e teve alucinações,  precisou de toda a vontade de viver e consquente da verdadeira garra de um yachstman para se superar e  completar os ultimos 104 dias de viagem . Os terríveis dias finais,  justamente no trecho mais duro que enfrentou em toda epopéia, mas... ele triunfou, venceu a si mesmo, ele consegiu!
Vito estava imbuído de motivos nobres e idealistas , como afirmara :Voy,en esta época materialista,a realizar una empresa romântica,para ejemplo de la juventud“.
Agora imagina o leitor se naquela época o mundo era materialista hoje então... Jesus apaga a Lu!!
Estas duas fotos são cortesia do Atilio Bermudez, ele as fez no Museu Naval Argentino.


Devido a proibição e burocracia das autoridades argentinas naqueles terríveis dias da segunda guerra mundial, Vito que estava proibido de partir de Buenos Aires pelas autoridades, acaba por  zarpar de Montevidéo( uma ironia!), para  assim iniciar a legendária viagem  que durou 1 ano e exatos 36 dias, navegando num mar antes nunca enfrentado frente a frente por um veleiro, através das latitudes dos "Cuarenta Rugientes ":- as 21  mil milhas para se dar a volta ao mundo nos mares mais furiosos e gelados do planeta água, nas baixas latitudes.
                           Dumas é recebido como herói em Buenos Aires em 8 de agosto de 43.
                                     A chegada na capital portenha. (fonte navegantevitodumas.com.ar)

Uma piada reflete o espírito de Dumas:
AI partir, un amigo le preguntó cuánto dinero llevaba encima. Desconcertado, Dumas sacó su billetera y constató que solamente contenía un billete de 10 Pesos. "Y con eso piensas dar la vuelta al mundo?" le preguntó el amigo. Dumas replicó: "Y donde pretendes que gaste el dinero navegando?". El amigo no supo qué contestarle, pero le entregó diez libras esterlinas en billetes, "por las dudas..." 
http://www.navegantevitodumas.com.ar/



Do site Brasileiro  que por sinal é muito bem feito, um primor de informação, e tem ótimo material de pesquisa, o site maresnavegantes.com.br, pego "emprestado" a parte final desta matéria que narra o ultimo cruzeiro de Dumas conhecido como :

-O Cruzeiros dos Imprevistos
Em 1945-46,nova aventura de Vito Dumas,que quase custou-lhe a vida –viagem de Buenos Aires à Nova Iorque. Seus problemas começaram justamente em frente à Coney Island,muito perto do porto de Nova Iorque,quando uma calmaria e corrente forte contrária o impediram de entrar no rio Hudson. A situação ficou tão complicada,com o Legh II sendo tão arrastado de volta para alto mar e em seguida entrando fortes ventos contrários (Vito Dumas nunca instalou motor em seu barco),  que ele foi obrigado a rumar para os Açores,atravessando o Atlântico,pois lhe seria impossível aportar na costa americana. Mas nunca chegou lá tampouco,ao invés disso esteve ao largo da ilha da Madeira,e depois avistou as Canárias,e de modo incrível a situação anterior se repetiu em ambas as vezes –ventos contra ou calmaria total,com forte correnteza desviando o Legh II para outra direção…Desistiu das ilhas,e com a fome levando-o ao desespero e tornando-se praticamente um esqueleto vivo,rumou para a costa africana,mas não precisou arribar,pois um cargueiro passando próximo viu seus sinais de socorro,e atirando-lhe alimentos,salvou-lhe a vida. Finalmente,o Legh II ruma de volta para a América do Sul,voltando a atravessar o Atlântico,e chega ao Ceará,no Nordeste brasileiro,depois de 106 dias sem escalas no mar…De lá retorna à Argentina,mas ainda tem o infortúnio de encalhar na costa uruguaia. Esta viagem lhe rendeu muitas críticas,com conterrâneos o desqualificando como navegador. No entanto,foram mais de 17 mil milhas percorridas em 234 dias no total da viagem. Da experiência ele escreveu o livro “O cruzeiro do imprevisto“.
Foi em 1955 que Vito Dumas empreendeu sua última viagem,novamente para Nova Iorque,num veleiro ainda menor que o Legh II,oSirio,quando novamente enfrentou graves problemas. Foi obrigado a desistir da idéia de chegar nos Estados Unidos sem escalas,aportando nas Bermudas com problemas de saúde. Recuperado,completou o desafio chegando em Nova Iork em 25 de setembro de 1955,depois de cobrir 7 mil milhas marítimas em 117 dias.
Vito Dumas faleceu em 28 de março de 1965,vítima de derrame cerebral. Escreveu os livros “Mis Viajes“,“Solo,rumbo a la Cruz del Sur“,“Los cuarenta bramadores”e “El crucero de lo imprevisto“.
Infelizmente,Vito Dumas quase acabou esquecido pelos seus compatriotas durante sua vida. Seu barco,Legh II,que provavelmente realizou a maior façanha náutica do século XX com a volta ao mundo pioneira pelos “cuarenta bramadores”ficou abandonado e perdido (ao contrário do barco de Moitessier,o Joshua,que foi recuperado e navega até hoje patrocinado por um museu marítimo francês). Mas depois de sua morte,seu valor foi aos poucos sendo reconhecido por todos os cruzeiristas do mundo,e sua fama teve grande novo impulso quando Bernard Moitessier confessou ser fã de Dumas,e ainda ter adotado técnicas de navegação do argentino para conseguir navegar nas altas latitudes.

Existe uma polêmica em se discutir que foi o maior navegante no site argentino navegantevitodumas.com.ar:
Chichester ou Dumas?
No meu ponto de vista o leque é maior para se comparar: Scott, Amundsen, Shakleton, Slocum, Tabarly, Moitissier, RKJ, Slocum, James Cook?! me lembrei de um post interessante que fizemos há algum tempo, que  recorro a piada deste próprio pasquim para colocar nosso ponto de vista:

Qual seria a expedição perfeita, perguntou Mac'Enroy?

Naquela longínqua tarde de 1920,após um  dia de verão sufocante e também extasiante em face a série de  regatas disputadas em seus novíssimos one design boats, literalmente com a faca nos dentes, os três amigos  davam uma atenção ao barco e cuidavam da faina .
O tempo passava voando, entre um comentário e outro lavoro seguia em ritmo acelerado,  o grupo formado por Mac'Enroy, Stanley Clifford, e pelo italiano Máximo Tedesco, sagrara-se naquela manhã o grande vencedor de 3 das 5 retagas da copa "Tansmanian" e já preparavam o barco para as regatas da semana seguinte, a fim de defenderem o título.
Com o fim do trabalho ao cair da tarde seguiram para o Pub para tomar algumas cervejas e celebrar a performance nas regatas e a vida ( este segundo motivo,  o faziam semanalmente),  e durante o caminho, conversavam sobre os grandes feitos dos recém criados heróis , os grandes aventureiros e desbravadores de terras inóspitas, que nas duas primeiras décadas do século com suas fantásticas expedições elimiram todas as fronteiras do desconhecido.
Após algum tempo em silêncio, caminhando ofegantes enquanto subiam a  suave colina que terminava as portas do Pub "Almirante Benbow", Mac'Enroy profere aquela perguta que daria origme a frase mais famosa pelos 30 anos seguintes em toda a Tansmânia e talvez em toda Austrália.
-Meus caros amigos, quem de vocês poderia me dizer  qual seria a expedição ideal?
Prontamente Stanley com seu ar professoral  imposta a voz , buscando um dó de tenor lá no fundo da garganta e responde, antes pigarreando :
-( aham)Ora, ora, a expedição ideal... a expedição ideal  deveria  ter a técnica de Scott , somada  a velocidade de Amundsen, esta sim seria uma empreitada perfeita!
Caminhando dois passos atrás vinha o Italiano, sempre muito perspicaz e sacana, as vezes até mesmo sarcástico, não á toa se chamava Máximo.
 Meio que resmungando ele profere a famosa máxima (em italiano), tentando desta forma dar um ar ainda mais aristocrático as sua observação:
-La spedizione ideale avrebbe la tecnica  Scott e  la velocitá di Amundsen, ma dal santo Dio che ci protegge, se tutto va storto prego che il vostro capo è Shackleton.
A expedição ideal teria a técnica de Scott e a velocidade de Amundsen, mas por Deus, se tudo der errado reze para que Shackleton seja seu chefe.
Na foto tirada por Mr. Montgomery Jonhson com uma Roleiflex vemos Stanley Clifford em primeiro Plano, Máximo Tedesco de macacão e chapéu, e Mac'Enroy ao fundo, em manutenção do belíssimo one design "Sweepstake Marriot"


Bom mes amis, agora se faz  muito tarde e tenho que dormir, por que amanhã tem trabalho e temos que pagar as contas, em breve voltaremos com a continuação do assunto deste post em breve, a regata sunday times golden globe, Sir Francis e muito mais. Fiquem ligados e acessem!!

 A revista avelok the yacht-man, também está  com uma página no facebook,  acesse e curtam!

http://www.facebook.com/pages/The-Yacht-man-avelok-sailig-magazine/189447521131320?ref=ts
Lembramos a todos que a revista Avelok, The Yacht-man é um canal aberto e democrático, e se vc tiver algum assunto bacana , um post, fotos, videos e ou matérias, publicamos com prazer, envie para avelok.com.br, um beijo e um queijo a todos!!

Bons ventos.

Golden Globe Race 1968


Golden Globe Race 1968 , with Robin Knox Jonhston( RKJ), Crowhurst, Tetley, Moitissier e muito mais.

Prezados amigos , nautas e amantes da vela de plantão, conforme falamos há algum tempo, onde demos ênfase as viagens de Vito Dumas, talvez o percussor destas aventuras solo, para alguns maluquice absoluta , e para outros : uma certa magia , uma força qualquer que os faz viver em busca de algo que o mundo materialista não pode compreender.
Dumas como vimos, ainda nos anos 30 iniciou seus périplos esfera afora, com uma travessia atlântica solo em 31 para iniciar , e alguns anos mais tarde a volta ao mundo pelos "quarentinha"( permita a heresia do escriba em prol do bom humor), que definitivamente mudou o tamanho do mundo para muitos sonhadores, pessoas especiais, que não fazem parte deste mundo como Sir Chichester, Robin KonoxJonhston( o único ainda vivo, e botando para quebrar), Bernad Moitissier, e uns loucos de pedra como Tetley e Crownhurst, que serão lembrados para sempre pelos seus fracassos.

Gipsy Moth IV
Doses industriais de coragem, planejamento, e muito espírito de aventura marcaram estas epopéias. Nos anos 60, mais exatamente em 1967, um homem , proclamado cavalheiro por sua majestade , marcaria a história da navegação.
A nave após a restauração.
Sir Francis Chichester foi um aviador inglês que já havia pintado o 4 em todos os cantos do mundo, , em suas fantásticas viagens de avião, atravessando o pacífico rumo a Nova Zelândia e Austrália, e mais tarde fazer a volta ao o mundo a bordo de suas aeronaves sempre batizadas de Gipsy Moth.
Na sua tentativa de volta ao mundo por ar, Chichester, ao decolar no Japão sofre um terrível acidente batendo em um poste que o faz desistir , mas só por hora.



Diagnosticado com Câncer de pulmão em 1958, os médicos lhe deram 6 meses de vida, e ele aguerrido e dispilinado entra numa dieta vegetariana , com exercícios físicos, fazendo com que o quadro se reverta e ele vivesse ainda mais 14 anos, um gigante.

Em 1966 este cara que virou até música do Dire Straits, parte para a volta ao mundo em um veleiro também batizado de Gipsy Moth( só que IV), seguindo a rota dos clippers, de leste para oeste neste veleirão de 53 pés, sozinho e com pressa para chegar.

O Gipsy Moth assim zarpou e deu a volta ao mundo em 9 meses e 1 dia, Sir Francis, na data já contava a idade avançada de 65 anos e sozinho tornou-se o primeiro homem a fazer uma verdadeira circunavegação do mundo ,solo do Ocidente para o Oriente através dos 3 cabos mortais: Horn, Lewin e Good Hope, e em tempo recorde, seguindo a rota dos gigantescos e velozes Clippers tripulados, utilizados na navegação comercial até os século dezenove.








Slocum já fizera a viagem , mas demorou 3 anos e com muitas e longas paradas, uma história sensacional, feita entre 1895 e1898, e que tem matérias neste site, basta procurar na barra de busca lateral






A façanha de Sir Francis Chischester colocou a Inglaterra em frênesi, pois ele se tornara um herói nacional, e o iatismo era o assunto em voga, em todas as partes da Grã Bretanha, daí o Sunday Times com sua visão comercial e sedento por notícias decide a partir da idéia de Sir Francis, criar um prêmio para quem desse a volta ao mundo sem escalas e num tempo mais rápido.


Dez meses antes da chegada do homem à lua, nove homens com barcospequenos e mal equipados, determinados a fazer o que ninguém tinhaconseguido: a circunavegar o mundo sem escalas e sem ajuda externa.
Apenas um dos nove iria obter obter obter riqueza, fama e glória. Para os outros participantes a aventura da Golden Globe iria recompensá-los com a loucura, desespero e morte.
Embora esta regata foi a inspiração para a Vendée Globe e a Boc Challenge, os participantes tinham muito mais coisas em comum com o Capitão Cook eMagellan, que com os navegantes atuais, porque não haviam instrumentos de navegação e comunicação de alta tecnologia, eles sobreviviam com sua inteligência e engenho, navegando por sextante , o sol e as estrelas. 
Sua tecnologia "sofisticada," quando funcionava, era uma rádio.
A Regata é uma história incrível de nove aventureiros, nove personagensdiferentes,heroismo e tragédia, em uma luta contra o mar, contra as tempestades dos 40 e nos cabos mais temidos do mundo,( que dariam o direito de furar as duas orelhas e ainda colocar um piercing), a solidão , em doses inimagináveis​​,navegando em águas traiçoeiras, com a lucidez de tomar as decisões certas nos momentos em que um erro pode significar a diferença entre a vida e a morte.




A regata teria um formato diferente do que conhecemos hoje, era na verdade um desafio contra o relógio, onde se poderia largar entre os dias 1 de junho e 31 de outubro de 1968, 9 barcos se inscreveram para o evento, mas apenas 1 completaria sua viagem.





O envento, que teve a chancela de Sir Chichester na idealização,  foi batizado de Golden Globe, oferecia dois prêmios de 5 mil libras, um para o primeiro homem a completar a regata e outro pelo mais rápido.

Seis ingleses, um italiano, e dois franceses aceitaram o desafio, muitos deles só pela glória e pelo dinheiro, o que seria uma trágica decisão...
Breve sento com calma e escrevo o resto da história!! 

Clique náutico da viajem a Avillez-ESP, ano passado em visita a meu amigo Jesús, que fez aniversário ontem! Parabéns Jesús, saudades do amigo!!


30/11/2012

Movimento em prol da valorização sócio-cultural , convivial, memorial, e o escambau, do bairro mais charmoso de Vitória.

O objetivo é enaltecer e valorizar o centro de Vitória, este bairro tão bonito que alem da atenção merece o carinho de nós, moradores dessa delícia de Ilha chamada Vitória! 

Sintam-se todos convidados a participar!


29/11/2012

Serious Sailing, Serious Fun; Traditions Build Winners Trailer

Clássicos do iatismo no Brasil. Noite de autógrafos em São Paulo.


Lançamento da obra inédita no Brasil

Após o sucesso alcançado no Rio de Janeiro, o livro "Clássicos do Iatismo | Brasil", editado pela Media Mundi e com texto de Antonio Luiz de Souza Mello Netto, editor da revista Velejar e Meio Ambiente, terá seu lançamento em São Paulo.

Local:

Data e Horário:

  • Sábado, dia 1 de dezembro
  • Das 14h às 17h
O autor estará presente para sessão de autógrafos e dedicatórias.

Compareça!

26/11/2012

Regata de veleiros Clássicos de Búzios 2012, por Waldionor "Bororô" de Mattos nosso enviado especial!



Bernado com seus óculos discretíssimos!!
Fotos de Bernardo Quintanilha e texto de Bororô..Bom dia amigos!
Após nossa chegada, desfeito a exaustão de uma viagem rodoviária de seis horas e quarenta minutos, em nossas perigosas rodovias em pessimo estado, "vergonha", exceto aquelas em que o pedágio é cobrado, mesmo assim alguns trechos em obras.
Não entendo...porque o nosso pedágio é o dobro do preço cobrado na mesma BR-101, no Estado do Rio de Janeiro com tôda obra de duplicação dos trechos concecionados da estrada?.
Eu só queria,... "ENTENDER"!.
No dia seguinte ao maravilhoso coquetel de Abertura, muito bem recepcionados que fomos no Iate Clube Armação de Búzios - ICAB, não só pelos seus funcionários, como tambem especialmente na pessoa de seu Comodoro Sr. Alain Joullié contemplamos pela primeira vêz uma belíssima regata de "Veleiros Clássicos", a " 7ª Regata de Veleiros Classicos Búzios", sob um sol maravilhoso sem uma nuvem no céu, e um mar que começa com uma côr verde bem clara até um horizonte de côr azul marinho, velocidade do ven
to de 12 a 14 Knots. PERFEITO!!!.
Os barcos participantes, todos com mais de trinta anos, mas em perfeitíssimo estado de conservação ou restauração seguida em toda sua originalidade ao pé da letra, verdadeiras relíquias em um lindíssimo desfile naquêle maravilhoso cenário oferecido por Deus através da "Mãe Natureza", e pra ser constante chega em primeiro lugar o "Senhor dos Ventos", o Torben Grael e sua trpulação, em seu belíssimo clássico, que se fosse cidadão Britânico teria a comenda de SIR, pela sua competência na Vela ao longo de toda sua vida. O cara é muito forte não tem pra ninguem, tanto no Brasil, como la fora onde é muito respeitado!. O Lars Grael tambem disputou a regata, exemplo de superação, que apesar de suas mulêtas veleja muito, está no sangue, impressionante!.
Com um maravilhoso almoço após a hegada dos velejadores, fomos a pousada tirar um boa soneca que ninguem é de ferro.
Por volta da 17hs, meus queridos amigos, baixou um temporal, com um vento "MUI FUERTE", a sorte é que estavamos eu e o Julio Cezar Leo na pracinha em frente a pousada que só deu tempo de nos abrigar. Chuveu muito. Impressionante a mudança radical do tempo.
Dia seguinte, só nos restou vir embora, infelizmente não vimos a segunda regata, tambem não sabemos se houve, dado ao temporal, e consequentemente a Cerimônia de Premiação.
Só nos resta então..., "Saudades de Buzios", e a 8ª Regata de Classicos de 2013, que terá tambem sede em Angra dos Reis e Parati. Estaremos lá, se Deus assim o permitir.
Abraço a todos os meus amigos.
Valeu o passeio.

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!