04/05/2013

Paul Bent Elvstrom, the legend.


Paul Bent Elvstrom, the legend.


Classe Tempest, semelhante ou igual ao Fliyng Dutchman.

Paul e seu Firefly, o percursor do Finn.

Quando começamos a escrever este blog , há cerca de 5 anos atrás, numa das minhas primeiras postagens coloquei esta colagem acima,com meus os ícones da vela mundia( Tabarly, Slocum, Elvstrom e Thomas Lipton), e agora iremos conhecer um pouco mais deste yachtman escandinavo, um gigante dos mares.



 

Paul Bent Elvstron, nascido em 25 fevereiro de 1928 na Dinamarca, se tornaria uma lenda do Iatismo Olímpico, e Mundial, até hoje, junto com Ben Ainslie também do Finn, os  únicos velejadores donos de 4 medalhas de ouro, mas o inglês de longe é "menas" que o Mr paul, apesar de Sir como fora agraciado pela vossa corte real,  Charles Benedict Ainslie já deu uns pitis brabos de menino mimando, então aqui no avelok, ele ainda não vai ter muito destaque não, voltemos pois a vaca fria.
Após are- publicação desta matéria, tivemos a contribuição de ninguém menos que Ricardo Winick Santos, que complementa com a precisa informação que se segue:

O Robert já ultrapassou o Torben por ter uma de prata a mais... João 

Rodrigues, atleta português de windsurf se prepara para sua sétima olimpíada, 

para entrar nessa lista seleta de atletas que mais participaram de Jogos... 


Nos jogos do pós -guerra em Londres 1948, com apenas 20 anos de idade em  conquista seu primeiro ouro, na classe Firefly( depois rebatizada de Finn), façanha repetida nos jogos de 1952, 1956 e 1960 já na classe rebatizada de Finn,  um barco que exige extremo vigor físico dos yachtmen.

Façanha de 4 ouros olímpicos, que fora obtida por apenas mais dois atletas em todos os jogos : Carl Lewis, e Al Oerter(  salto em distância e arremesso de disco respectivamente) 
O Brasileiro Torben Grael, neto de dinamarqueses( não por acaso!!) é dono de 5 medalhas, 2 de ouro , 2 de bronze e 1de prata, detendo assim o título de maior medalhista olímpico do iatismo de todos os tempos, o que nos trás muito orgulho .
 Se não bastasse isto,  a versatilidade de Torben impressiona e nos faz entender estarmos de frente a um semi-Deus, além dele ser um craque nos monotipos o é também o melhor do mundo na vela de oceano, tanto nos macth-race de um nível da Américas Cup( sendo ganhador da Louis Vuiton, comandando o Italiano Prada), quanto na volta ao mundo( terceiro, no comando da nave tupiniquim Brasil1 e primeiro lugar na última edição na batuta do Sueco Ericsson 4), o que faz do Danish-Brasuca o mais completo velejador de todos os tempos no mundo inteiro e que certamente irá ostentar este feito por muitas gerações.
Isto pode ser comparado a um piloto , que é campeão de fórmula 1, de nascar, de Fórmula Indy, de Rally  , de moto velocidade e de motocross, tudo ao mesmo tempo.
Torben ultrapassou o dinamarquês (três de ouro na classe finn em Helsinque-52, Melbourne/Estocolmo-56 e Roma-60 e uma na firefly em Londres-48), o soviético Mankin (uma de ouro na finn na Cidade do México-68, uma na tempest em Munique-72 e uma na star mista em Moscou-80, além de uma prata na tempest em Montreal-76), o alemão Schumann (uma de ouro na finn em Montreal-76, duas na soling em Seul e Atlanta e uma de prata na soling em Sydney) e o sueco  Holm (uma de ouro na 40m2 mista em Antuérpia-20 e uma na 6m mista em Los Angeles-32, além de duas de bronze, na 8m mista em Amsterdã-28 e na 6m em Londres).
Paul Elvstrom continua sendo o velejador com maior número de medalhas de ouro, quatro ao todo.


Todavia contudo mas porém , voltemos a "vaca fria":
-Além do mérito do lugar mais alto do olimpo, fruto de 7 a 8 horas de treino por dia, o legendário dinamarquês participou ao todo de 9 edições dos jogos, sendo uma delas como reserva( o único a fazê-lo na história, pois com participação em 8 jogos temos dois velejador e um esgrimista: Hubert Raudaschl (Vela), Durward Knowles (Vela) e Ivan ADERNO (Esgrima).
 Elvstrom velejou em 68 no México( quarto lugar na Star), nos jogos do setembro negro em Munich em 72 na classe Tempest( edição que fora marcada pelo sequestro e assassinato de parte da delegação Israelense), em  Los Angeles 84( onde obteve um honroso e brilhante 4º) e Seoul em 88, já com 60 anos de idade. Nestes dois ultimos jogos Paul velejou de Tornado, com sua filha mais nova , inaugurando a tripulação formada por pai e filho(a), jamais vista antes em jogos olímpicos, em nenhum esporte coletivo.

Em 8 classes diferentes, sagrou-se campeão mundial por 15 vezes, obteve o topo do pódio em campeonatos Eropeus, e além de sua carreira como atleta, Elvstrom revolucionou o esporte com suas idéias geniais, como por exemplo algumas de suas invenções:
O bayler
O colete salva vidas flexível
Botas com solado anti-derrapante
O burro com redução, este mereçe destaque especial:- o velejador não noticiara sua invenção, e após as regatas, ele dava um totó com o pé na peça para que seus adversários não a vissem.
O sistema auto cambante
O sistema de "gates" na bóia de sota                                 
O banco de escora, para treinar em seco na garagem de casa, por horas e horas a fio, que permitiu que ele fosse o primeiro velejador a escorar com a bunda no costado, e joelho na borda.
Introduziu o treinamento de caminhadas para melhor condicionamento físico.


Além da fábrica das famosas velas de alta performaçe com seu nome , com produção iniciada em 1954 dentro de sua casa, (na qual mora até hoje , nas proximidades da capital Danish) e de seus livros de regras com barquinhos de plástico,( que durante várias décadas foi, e ainda é até hoje  a bíblia dos velejadores) , livvro didático o qual   eu tive a oportunidade de tomar minhas primeiras aulas teóricas de regras , táticas e macetes, ministradas Mr. Morris Brown( o maior velejador que o ICES já teve, e o mais novo campeão brasileiro de Snipe de todos os tempos, com apenas 14 anos) , nos finais de tarde, sentdos na mesa de madeira decorada com um escafandro de bronze, em sua rústica, arborizada e exótica casa na Praia do Canto, no ano de 1981, as vesperas de participar do meu primeiro brasileiro de Optimist em João Pessoa( jan/1982).
Admiro por demais estes gigantes, como Paul , Morris e Torben,  yachtmen como Lars , Scheidt, Brudder, Carabelli, Zarif, Gastão Brun, Ivan Pimentel, Bruno Fontes e a Odile Ginaid, todos gente de muita fibra que é o exemplo para o esporte e para uma geração de esportistas, isto é preciso, pois o esporte se faz popular com ídolos, reverencie-mo-los pois nossos ídolos!!, três vivas a eles! assim como foram reverenciados em seu tempo Sir Thomas Lipton e Joshua Slocum, Knox Jonhston, Alain Colas, Peter Blake e muitos outros
No link abaixo, vc poderá ver uma sensacional e surpreendente filmagem de Paul Elvstrom em ação com seu belíssimo barco todo envernizado, em 56 durante os jogos olímpicos, a cores e em alta qualidade.


Os Dinamarqueses juntos, a bombordo e a boreste, o Graal da vela brasileira e mundial, os irmãos fora de série( precisa apresentar?)
Posted by PicasaBoa noite a todos os amigos e uma semana com muito vento de popa, rumo a bóia, com direito , planando e muita alegria no coração!!
E toca o barco!

Zé Adega, um ícone capixaba da marcenaria naval, sob o foco de Fabricio Saiter e Caê Guimarães.


21/04/2013

Magnus Olsson. 1949-2013

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão,

Passou hoje para ao bordo de cima o sueco com astral de baiano, Magnus Olsson, conhecido como " Mange",

Magnus sofrera dois infartos durante a semana e, veio a felecer hoje devido a um AVC rodeado de amigos e familiares.


Um ídolo deste que vos escreve, 'O VERDADEIRO YACHT-MAN,  com 6 voltas ao mundo em seu corrículum , um dos pivôs e craidores da VOR, em 85 iniciou sua carreira na WithBread junto com Simon Le Bon do Duran Duran a bordo do maxi "Drum", velejador que também participou da campanha do Sverige na Américas Cup de 76, tri-campeão sueco de 505, foi também  protagonista de várias matérias especiais em Avelok the yacht man, sempre marcadas pelo seu talento e principalmente pelo seu bom humor e altíssimo astral com suas tiradas espetaculares!


Estamos de luto.

 Mr. Arnei Lindvall, nosso querido amigo também sueco com alma de brasileiro, agora deve estar na enorme fila esperando um autógrafo do Mange, na festa que deve estar rolando lá no céu, e diga-se de passagem o sweepstake deve estar bem legal por lá, com Tabarly , Shackleton, Morris Brown, Thomas Lipton e todos os grandes nomes da vela mundial presentes na homenagem da chegada de Olsson, que se junta agora a aqueles que são o exemplo para os do bordo de baixo.

Uma grande reverência fica aqui postulada.
Valeu Mange!!

Vai ficar a saudade, mas a tristeza não, pois você era o exemplo da alegria de viver e de velejar!

13/04/2013

Shackleton & Paul Larsen, duas lendas separadas por um século, agora unidos pela expedição Shackleton Epic .


Neste primeiro vídeo um resumito da expedição deste gigante, que até hoje é um exemplo de liderança alcançada por poucos.

A maior lição de resiliência e liderança da história moderna, Ernest Shackleton & Endurance, 100 anos depois...
Paul Larsen, recordista mundial de vela com seu Sail Rocket , resolveu aprontar uma loucura com seus amigos, reproduzindo na íntegra a expedição  do Shackleton em seu bote James Caird em 1916, inclusive utilizando somente e integralmente a tecnologia, roupas, comidas  e equipamentos usados há 100 anos atrás.


Assista primiero este vídeozinho da expedição original, assim vais entender melhor .
Se quiser saber mais a respeito  digite Shackleton, na busca neste blog mesmo ali ao lado e veja a história na íntegra.


Neste link ao lado, há um filme de 39 minutos, legendado que narra a epopéia de forma espetacular:  https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=64XIK5_jy4A

A expedição Sir Ernest Shackleton's Trans-Antarctic Expedition pretende retraçar a viagem épica do navegador polar Sir Ernest Shackleton que há 100 anos velejou num bote salva-vidas desde a ilha Elefante até South Georgia, uma rota de 800 milhas nos mares austrais, para salvar os companheiros da viagem ao Pólo Sul. O velejador australiano Paul Larsen - recordista de velocidade com o radical e inovador veleiro Vestas Sailrocket - parte agora numa expedição antárctica a bordo do barco Alexandra Shackleton, uma réplica do bote salva-vidas de 6,9 metro, com cinco companheiros.
Numa homenagem ao célebre navegador e aventureiro polar Sir Shackleton - que em 1914, na sua terceira viagem à Antárctica a bordo do navio Endurance, planeava cruzar o continente a pé, mas viu seu navio apresado pelo gelo no início de 1915 e finalmente naufragado dez meses depois. Em Abril de 1916, Shackleton e cinco marinheiros a bordo de botes salva-vidas conseguiram a incrível proeza de navegar 800 milhas nos mares austrais em 16 dias até alcançar South Georgia e depois escalar os cumes da ilha para finalmente pedirem socorro numa estação baleeira. A restante tripulação foi resgatada pelo próprio Shackleton em Agosto de 1916.



Agora, Paul Larsen e a equipa de aventureiros ingleses e australianos serão os primeiros a 
tentar repetir o feito de Shackleton a bordo de uma réplica do bote salva-vidas, sem cabine, num projeto que está a ser desenvolvido desde 2008 pela neta de Shackleton, com o apoio de Tim Jarvis, de 46 anos, um veterano em expedições polares.

Segundo Paul Larsen o plano é despedirem-se hoje de Alexandra Shackleton no aeroporto de Heathrow, em Londres, seguirem para Buenos Aires, Argentina, e daí para o Ushuaia para encontrar o navio The Australis para a rota até King George Island.
Nesta ilha ao largo da península antárctica, o grupo irá embarcar na réplica do bote James Caird para recriar a épica viagem de Shackleton, usando as roupas, comida e equipamentos tradicionais de 100 anos atrás.
"Pessoalmente não estava seguro quanto a fazer esta viagem agora, depois de ter conquistado os recordes de velocidade no Vestas Sailrocket na Namíbia. Mas estou feliz por ocupar um lugar na equipa. Sempre pensei no propósito desta viagem e nas razões que me levam a faze-la, mas é difícil explicar. Aventura é claro. O contexto é diferente da viagem de sobrevivência de Shackleton e seus homens, mas creio que eles também embarcaram numa aventura.", tentou explicar Paul Larsen.
O fato é que eles foram , fizeram e retornaram com sucesso, veja as imagens e os links e fique por dentro deste lance, é papo garantido na próxima vez que sair para velejar com seus amigos!
Bons ventos a todos.









     Para ver imagens da aventura, clique no link:   http://shackletonepic.com/gallery/


Ler mais: http://shackletonepic.com

Mini Transat Skipper.Por Kan Chuh.

Fico emocionado de ver o trabalho profissional do Estaleiro Skipper. 
 
O Skipper-Minitransat-2013 geração-4 (Nestor Volker) é sem dúvida um avanço em relação aos projetos mais antigos de 2006 que apesar de serem bons, estão defasados. 
 
A construção será por infusão e terá homologação da Classe-MINI Francesa.
 
Quem investir no MINITRANSAT-Skipper 6.50  tem a certeza de que em breve vai estar VELEJANDO, em um barco forte, rápido e VALORIZADO.
 
Já são mais de 14 barcos vendidos...
 
Mais informações diretamente com MARION do estaleiro SKIPPER.COM.BR
 
Obs: O Gabriel Borgstron (North Sails) esteve em Salvador, velejou de MINITRANSAT  e  "gostou muito". Provavelmente vai comprar um para ele.
 
Um grande abraço.
 
Kan Chuh




11/04/2013

Vento e Som: A Psicologia de Velejar - Only English

Vento e Som: A Psicologia de Velejar - Only English: Vídeo muito legal feito por engenheiros da NASA, é uma pena que não tenham legendas em português. Mas ele é super didático e por isso val...

10/04/2013

Passeios de barco em Búzios, os irmãos Blancpain estão com uma novidade de primeira, traineira Be Happy.

 Mes amis, quero compartilhar com os amigos um dica em Búzios.
Para quem já conhece a  tradicional simpatia dos irmãos Pierre e Philippe Blancpain( Skippers, velejadores, e empresários) ,  donos do veleiro Viração( também disponível para passeios) agora oferecem o serviço de passeios em sua novíssima traineira, a Be Happy.
O Be Happy é  barco confortável, super bem acabado, banheiro a bordo, zero cheiro de diesel, e conta  com todo o conforto e segurança para um passeio de primeira.
Eu recomendo 100% , vá e leve seus amigos e familiares, é nota mil.
Tivemos a oportunidade de comer espetinhos de camarão e em especial uma lula recheada com pimentão , alho e cebola , feita na churrasqueira de bordo , que somadas as capis que Philippe prepara com maestria ,  podemos dizer sem jeb jeb que foi uma experiência única.
Eles tem opção de diversos tipos de passeio, com ou sem grastronomia incluída, para todos os gostos e bolsos, e custa muito menos que imaginas.
Não entre numa fria, como nós já entramos lá em Búzios com esposa e filhos num passeio roubada total, em um barco perigoso , onde fomos vítimas de picaretas e pagamos caro por isto.
Por isto vai aí minha dica, passeios de barco em Búzios, vá na Be Happy, irmãos Blancpain

02/04/2013

Buzios Sailing Week 2013.


Prezados amigos nautas e amantes da  vela de plantão,


 Nestes tempos do papa Chico Zero, temos mais que nunca, até pela hermano humildade que se abateu sobre o mundo, que reverenciar as coisas sagradas, mesmo que em rituais nem sempre muito ortodoxos, como é a vida de todo velejador que se preze, assim sendo vamos então diretamente ao assunto:

-"Estamos aqui reunidos , para celebrarmos mais uma cerimônia do sagrado matrimônio, onde de um lado temos a cidade mais linda do litoral Brasileiro, e de outro o melhor evento de regatas de todo o calendário nacional, e o que deus une o homem jamais poderá separar!"

Mais uma vez, desta feita pelo quinto ano consecutivo tivemos a felicidade, a honra e o prazer de participar desta festa magnífica da vela : a semana de vela de Búzios, conhecida como BSW. Evento que a cada ano nos surpreende e se mostra mais e mais bacana, e sem comparativos em pindorama, e nesta edição com os anos anteriores, foi  Magia pura, dentro e fora da água como falamos na edição de 2012 neste blog e na matéria da revista velejar.





Vamos dar um bordo em outubro de 2012, lá em Fernando de Noronha, na ocasião da Refeno, onde tivemos a oportunidade de conversar bastante com o Kan Chuh, para mim um dos maiores velejadores deste  país, e talvez o maior yacthman destas bandas.  Digo isto não pelas vitórias que teve em regatas , ou pelas incríveis travessias que fez com seus VMax, dentre eles o mínimo 6.5 que rompeu os mares gelados da Fasnet e o Atlântico partcipando da mini Transat, mas acima de tudo pela sabedoria e simplicidade que esta sino baiano compartilha com os que encontra pelo caminho, e eu, graças ao bom Deus tive a oportunidade de cruzar seu caminho e poder escutar suas filosofanças em papos agradabilíssimos.
Nesta ocasião , estávamos num coquetel para os velejadores da Refeno no museu dos tubarões, na extremidade norte da ilha, numa noite de vento forte nos confins do oceano, a bordo de Noronha.
Naquela noite, num ambiente coalhado de velejadores,  o papo estava animado e rolando solto,  regado por cerveja gelada e caipivodkas da melhor qualidade, e dentro do clima haviam mil e uma conversas: relatos de aventuras, relatos de mau tempo, gente falando de regulagens , das novas tecnologias, outros falando dos heróis do passado, dos grandes barcos, dos grandes campeões... enfim um ambiente dos sonhos para quem é do ramo.

Foi aí que Kan-Chuh solta a pérola , naquele sotaque baianês arretado , insolitamente falado por aquele oriental esguio e agitado, que parece um gringo, mas que é brasileiro da cabeça aos pés, talvez brasileiro como poucos que conhecemos, apesar de  nascido em Taiwan. Vamos tentar reproduzir a fonética peculiar do gigante da vela:
-“Rapá! Me diga qual é o ispórti que você pódi compétir lado a lado com os campéões olímpicos? Imagine se você gosti de córrer, veja se tens condições de correr ao lado de Usain Bolt, se tú goste de pedalar se tú pódes pedalar competindo com Lance Armistrongue, mas se tú veleja, tú pode vélejar ao lado de campeões como Lars, Torben, Edu Penido, Róbert, Clínio , e todos os outros....”
Kan-chuh é soda! Ele tem umas sacadas sensacionais e esta foi uma delas, uma colocação que poucos se dão conta, e muitos não usufruem por não entender o que o espírito da vela em si.


Por que falar isto tudo? Deve estar se perguntando o leitor.
Ora ora.. por que primeiro de tudo precisamos de assunto para escrever para os senhores! E o objetivo deste texto é leva-los a outro ponto de vista, para que tenham as suas conclusões, e talvez entendam melhor o por que do fato.
Mas na verdade, o motivo é outro. Vamos agora voltar para Búzios e desenrolar a história que vou chegar no motivo já já, se tiverem saco para ler é claro!
Para os que ainda estão aí, agradeço a atenção! Vamos então parar um pouco com este jeb jeb da moléstia como diria Tadeu Patriota, e vamos voltar a vaca fria.
A semana de vela de Búzios 2013.
Partimos de Vitória numa a noite segunda feira, para fazer a travessia das 180 NM até a praia dos ossos, a bordo do nosso companheirão de tantas e tantas milhas: O fantasma da ópera, eu e meu amigo e sócio na locamaxx o Fabiano Porto.

Na saída uma tempestade de raios se armou na altura de Guarapari, e depois de estarmos já na altura da Barra do Jucú, resolvemos voltar, pois eu estava com medo mesmo, era muito raio, da grossura de um carro, e demorados( dava até para tirar foto) e não queria virar churrasquinho. Assim sendo voltamos, e duas horas depois estávamos atracados no ICES, de onde nem desembarcamos do Phantom. Foi o tempo de esperar o Cajú passar enquanto eu preparava um feijão com carne seca, e partimos novamente rumo a cidade de La Bardot.
A travessia foi tranquilíssima, não tem nem muito o que falar, apesar do vento contra tocamos com as duas velas e motor o tempo todo, pois tínhamos uma janela para chegar lá, depois o SW entraria com gosto de gás, e quem chegou chegou, quem não chegou te-chau.
Passamos por São Tomé igual(veja  vídeo abaixo) a uma piscina, e no começo da madrugada de quarta feira, laçamos a poita em frente ao nosso querido ICAB.


Fazer os transporte , passar as longas noites no mar, atravessar os dias singrando os mares  imerso em nossas reflexões e análises, é o melhor remédio que existe no mundo para “desaloprarmos” do dia a dia, como diz meu amigo Fernando Mendonça, e assim o fizemos.
Na manhã seguinte desembarcamos , Fabiano se despediu e tomou o ônibus de volta a Vitória, em terra encontrei meus grandes amigos : Os irmãos Blancpain (Pierre e Philipe) gente da melhor qualidade, logo em seguida  chega o Bernado Quintanilha ( de Cabo Frio)e pela tarde daquela quarta feira chegaria também o  Léo Oliveira( de Vix), que junto com o Pierre Blancpain( de Buzios) , o Macintyre( do Rio), o Magoo de Vitória e o Benno do veleiro Sakumpe formariam o escrete fantasma.
A noite na quarta feira tivemos aquele sensacional coquetel, coisa de doido! Vc olhava para os lados se via entre aquela constelação:  Torben , Marcelo Ferreira,  Kiko Pelicano, Robertão Carioca, Samuel do crioula, Santinha, Peter Siemsem, Mr. Petersen,  dentre outros velejadores estelares, misturados com almas cristãs pecadoras .
No recinto, não havia ninguém de nariz empinado, era inexistente qualquer tipo de segregação, de classificação, de patente ou importância ,  aparthaid ou coisa parecida. Não tinha camarote nem área vip, éramos todos iguais.

Acho que o amigo tá começando a entender a história do Kanchuh...
No dia seguinte começariam as regatas, e a previsão era de toco de SW, com 27 nós , a profecia se fez valer e o vento buziano passou dos 30, causando um festival sensacional de atravessadas , soutiens e jibes chineses, diria sem medo de errar que o que se viu foi uma orgia eólica.
Até mesmo gigantes estelares como a Angela Star e o Riquinha deram atravessadas brabas, pois num mar destes a coisa sai do controle se quiseres colocar tudo em cima.
A linha da performance se mistura com a do acidente e da avaria, e se envolvem num crochê mal traçado.
E deu merda. Uma pancada de barcos avariados, velas rasgadas, etc..  Mas dentre mortos e feridos , graças a competência da CR através da pessoa de Mr. Petersen, a segunda regata do dia fora cancelada a fim de manter a integridade da flotilha e darmos seguimento ao macth com barcos ainda inteiros.
Não foi um vento “mortal”, mas 30 nós numa regata de fominhas , o limite e a sede de velocidade  levam a navegarmos em condições perigosas e avariantes, se é que existe esta palavra, ou se os senhores me entendem.
Neste dia vi a cena mais linda que tive a chance de captar nos mares de búzios;
Uma planada do Crioula após montar a bóia que lembrava cena da américas cup na época dos mono cascos, surfe alucinado , navegando no DOBRO  da velocidade dos 40-45 pés ali presentes!! chose de loque Madalena!

Na água o que se via eram barcos lindíssimos e em sua maioria enormes, pelo menos para mim que velejo num 31 pés.
Para ter uma idéia do que falo vamos lá:
-Haviam 4 soto  40( Torben, Robertão, Vesper e Crioula), o Angela Star, o novíssimo San Chico 3( que teve um acidente que quebrou a perna de uma alma na subida do balão), o Miragem , V8nitro( ex-Ventaneiro), o Maximus ( agora sob o comando do lobo do mar Ralph Rosa), o lindo e carbonado  Duma, o Parrú, o Viva ( um lindo barco com alma, feito de pau!), e o sempre hours concours Saravah( anfitrião da festa) dentre outros .
São Torben e o Duma na cola.

Nada menos que 5 barcos da escola naval( todos grandes!!). Tinha lá também o Maestrale do cavalheiro Casaes, e o Bravíssimo, 2 skippers 30 competindo entre si na orc 500, que se faziam pequenos em meio aqueles gigantes da ORC internacional, e também  o foguetinho em forma de veleiro: o Xeqmat do Bailly que é o terror da RGS, com uma trupe mega experiente e competente a bordo, caras do quilate do Xucrute e do Pedro Bó, além do próprio Bailly que é uma fera!
O segundo dia foi de ventos médios, e Mr. Petersen fez uma regata de percurso curta e uma barla sota, para compensar a falta da segunda regata de quinta feira.
A primeira regata transcorreu normal, exceto pelo fato que a gente , o Bailly e o Albatroz da escola naval termos “panguado” na largada imaginando que seriam duas largadas( uma orc, irc, s40, e a segunda só para rgs) e ficamos esperando...

Esperando sim , mas vimos  a flotilha ir embora. Assim perdemos 2;30 minutos do bloco.
A segunda regata foi cansativa. O vento começou a rondar e ficamos com recon ( e com o estômago roncando para acompanhar, pois só tinha salaminho e coca a bordo)por quase 2 horas.
Passadas as duas horas, uma largada cancelada atrás da outra por  saídas escapadas como podem ver ao lado.
Putz, a galera da “elite” estava igual siri na lata, a gente que iria largar em seguida podia assistir de camarote, e o lance era doido demais,  uma espreme empurra de tirar a tinta dos barcos, fininha mesmo, e gritaria é claro!
A segunda regata do dia e a terceira do evento transcorreu com ventos médio , e rendeu pegas lindos entre os estelares.
Na RGS a escola naval com o Brekelé e o Quiricomba passaram o rodo com força. A gente tentando o possível, mas ficando para trás deles e do Bailly, andando na frente apenas do Albatroz.
No sábado a previsão era de vento fraco , e assim se fez, foram realizadas duas regatas para a RGS e apenas uma para a elite, num vento merreca e mar de proa.
Andamos um pouco melhor e conseguimos vencer o Quiricomba nas duas regatas finais, sendo o vencedor do dia, com larga margem o Xeqmat seguido do Brekelé de Riquinha e seus marujos.
Tecnicamente o evento foi perfeito, teve todo tipo de vento, para todo gosto e preferencia, sendo encerrado assim no sábado , sendo o grande vencedor da ORC o Mr. Peter Siemsem com nada menos que 83 anos de idade, e na S40 o Crioula desequilibrou São Torben , velejador mais completo do Brasil e do mundo em minha opinião, e na RGS os garotos da Escola Naval que mandaram um show na raia, graças ao trabalho do Riquinha.
ORC.
1-      Angela Star         - ICRJ    
2-      V8 Nitro               - ICRJ
3-      Crioula                  - VDS

IRC
1-      Crioula                  - VDS
2-      Magia V                - CNC
3-      Carioca 25            - ICRJ

BRA/RGS
1-      Brekelé                - GVEN
2-      XekMat                 - ICB
3-      Quiricomba         - GVEN

Para quem já foi, sabe que a BSW acontece dentro e fora dágua e talvez na mesma intensidade.
O sweepstake pós regata é sensacional, o clima do ICAB, o por do sol de Buzios, a orla Bardot, o clima entre os velejadores, o ambiente cavalheiro, a beleza de Búzios, e o bate papo com os amigos( novos e antigos), isto não tem preço.

Agora vou contar para vcs onde entra a história do Kan-Chuh nesta ciranda:
-Durante a premiação, estávamos entre os amigos aplaudindo os premiados, realizados por estarmos alí, termos velejado naquele mar, entre aquelas pessoas, de termos tido a oportunidade de fazer amigos, de rever outros tantos, e de repente me chega um jovem rapaz ( simpático por sinal), orgulhoso por ter ganho um troféu , e começa e me falar que a gente teria que medir na ORC, pois para tomar cacete dos caras da escola naval era melhor tomar cacete dos feras, por que os caras da escola naval são perebas e coisa e tal( perebas que mandaram bem e andaram na frente, até do bailly!!)...
Tentei argumentar com ele que isto não era importante para a gente, que o mais importante era termos velejado entre amigos, fazer parte da festa, e que se não levamos um troféu para casa não seria ruim. Ele insistiu na colocação, e tive que deixa-lo falando sozinho pois não queria estragar um momento tão mágico.
A noite , logo depois da premiação saímos para jantar e tomar umas cervejas alí no Mata Hari, que fica ao lado do ICAB, onde se juntou ao nosso grupo o comandante Ralph Rosa.
 O papo estava agradabilíssimo, mas muito bacana mesmo, nota mil.
 O Cmdte Ralph é um cara fora de série e nos ensina muito contando os  seus longos casos, e  compartilhando com generosidade seu vasto e quase infinito conhecimento náutico. Contei para ele  o lance do rapaz durante a premiação, e ele me disse naquele jeitão bacana e bonachão que lhe é peculiar:-
“Olha Renato, se fosse assim todo mundo corria de S40”.
E para completar ainda me lembra da célebre frase de Sir Thomas Lipton:
" Business with everyone, sailing only with getlemen".
Ralph Rosa comanda o papo .

Obrigado Kan Chuh, obrigado Ralph, e também obrigado a todos os que velejaram na regata e nos deram a oportunidade de fazer parte deste sonho, em especial a família Jouliée que promove este que é o melhor evento de vela do Brasil.

A gente ama velejar, e isto é o que nos move, o amor ao esporte, este é o nosso troféu, nosso premio e nossa gasolina.
Da mesma forma que milhões de corredores que fazem suas corridinhas, mas que nunca terão a oportunidade de competir com estrelas olímpicas lado a lado.
Eu tenho! e agradeço sempre por isto!
Bons ventos e um beijo e um queijo a todos!
Phantom e sua gang.

Esta foi a tripulação capixaba , cabofriana, e buziana do Phantom.


Benno, o autor destas fotos!

Thanks Ralph Rosa. Este aí é do time de Sir Thomas Lipton!!

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!