14/10/2013

Diário de Bordo - Trip Ilhas Mentawai

NOTÍCIAS(07/10/13)  
Tive meu primeiro contato com a Indonésia em 2006 e mesmo neste intervalo tendo viajado para Costa Rica, Maldivas, Punta Cana e Noronha, não estava satisfeito! Em todas as viagens sempre me pegava fazendo comparação com as ondas que tinha surfado na Indo…


Decidi que voltaria este ano de qualquer jeito. Convenci minha esposa e já estava pronto para ir sozinho, mas ao fazer contato com os amigos, logo de cara o Flavio topou. O Romeu ainda estava tentando encaixar todas as peças para viabilizar a viagem. Não é fácil programar esta viagem, pois demanda tempo, não é muito barato, tem que levar equipamento adequado, alem de vários fatores devem ser avaliados. Assim iniciamos nosso planejamento. 

Dicas:

Barco vs Resort - Uma duvida que envolve muitas pessoas antes de visitar as ilhas pela primeira vez é a forma mais adequada de lá permanecer. Os resorts são mais confortáveis para quem deseja surfar uma ou duas ondas, ou seja, você fica restrito as condições (os ventos mudam constantemente) das ondas ao redor do perímetro de atendimento do hotel. Ja os barcos não limitam você a uma região ou onda, esta mobilidade lhe garante ir atras da melhor condição alem de poder conhecer todas as ondas de Mentawai. Especialmente se for sua primeira visita, o barco sem dúvidas é a melhor escolha.
Gastos - Passagem U$ 2.000 + Seguro U$ 150 + Barco de U$ 2.600 até U$ 4.500 dependendo do nivel de barco.
Nível de surf - Tanto Kelly Salter quanto um iniciante podem surfar no mesmo dia a melhor onda de sua vida. Mas sempre deve-se ter cuidado com o reef que é bastante raso…rsrsrsrs!!!( segue foto de um dos integrantes do barco)
Como Chegar - As principais companhias operam vôos do Brasil para Indonésia, mas não esqueça a vacina contra febre amarela e quanto ao visto, os brasileiros não necessitam de visto para permanências até 30 dias.
Quiver - Se voce for levar tres pranchas, o ideal é levar duas que você usa no dia a dia (uma menor e outra maior, ou duas iguais) e uma terceira maior para os dia mais tubulares. Leve também jogo de quilhas medias e grandes, pois existe um risco alto de quebrar prancha e quilhas no reef.
Acessórios - Protetor, botinha e camisa de neopreme( pretege um pouco do reef) são indispensáveis e vonol para enjoo.

Saímos do aeroporto de Vitória e após todos os desvios que são característicos deste tipo de trip, briga para despachar as pranchas, 5 conexões de voo, extravio da mala do Romeu em Jacarta e todo o cansaço, chegamos finalmente em Padang e fomos recepcionados pela equipe do barco e o Flavio que havia ido uma semana antes para Bali e nos aguardava ansioso. Embarcamos no barco King Millenium 2 as 20h e agora era para valer. Motores ligados, saímos do porto de Padang em direção ao nosso objetivo e as previsões eram boas. Claro estava acompanhando a previsão desde a nossa saída do Brasil e atualizando em cada conexão para aumentar a fissura e passar o tempo…
Um swell considerável vindo da África do Sul, ficando maior a cada minuto, indo direto para nossa direção. Tinha certeza de que ela iria trazer ondas incríveis para toda a Indo. 

A bordo King Millenium 2, um grande cataram onde passaríamos os próximos 12 dias em um dos melhores barcos de Mentawai, surfando as melhores ondas do mundo. Nada é mal! Todas as refeições foram ótimas e sentimos como se estivéssemos em um resort 5 estrelas em Bahamas, mas era o King Millenium 2 nas Ilhas Mentawai. Conhecemos a tripulação que devo ressaltar que foram extremamente agradáveis e comprometidos com nosso bem estar. Éramos 9 surfistas sendo 5 brasileiros: Nós (Rodrigo, Flavio e Romeu), Jandir Lino (surfista do litoral de SP) e Iuri Borba (fotografo paulista que mora em Bali), alem dos 4 espanhóis (2 Ilhas Canárias e 2 Barcelona). Acreditem!!! Hoje o Brasileiro é a maioria na Indonésia, assumimos o quintal dos Australianos.

Nosso guia David Valladares, um surfista muito experiente, que já trabalha nas ilhas há mais de 20 anos, disse-nos que o swell e ventos eram perfeitos para Rifles, de modo que tudo se transformou no início com a perspectiva de um primeiro dia épico de surf nesta onda mística nas proximidades de Playgrounds.

No dia seguinte, acordamos ainda escuro e já estávamos em Playgrounds, o capitão puxou a âncora e as pessoas começaram a sair de suas cabines. Rifles estava bombando com 4-5 pés ondas, alem das outras opções de ondas perfeitas: 4Bobs, Little Nias/ Rifles e A-Frames.

Surfamos nesta região nos 2 primeiros dias da viagem, ondas de 200 metros perfeitas. Não poderíamos ter esperado um melhor começo para a viagem, direitas e esquerdas perfeitas, apesar do coral ter feito sua primeira vítima no barco. Um dos espanhóis de Ilhas Canárias levou sua tatuagem de recordação do reef logo no primeiro dia (todos correm este risco na Indo). Após esses dois dias partimos durante a noite para o sul à procura da famosa Macaronis.

Nós não tínhamos uma reserva para Maccas nesse primeiro dia (eles só permitem 2 barcos no pico), na verdade, a nossa reserva era para os próximos dois dias, então nós íamos lá para surfar desde a primeira luz do dia até o momento em que o Macaronis Resort iria enviar sua patrulha para limpar o outside daqueles barcos sem reserva.
Felizmente neste dia havia apenas 4 ou 5 surfistas no resort e poderíamos ficar lá por mais tempo. Compartilhar as ondas de Maccas com apenas outro barco e os 4 ou 5 hospedes, ou seja, 25 pessoas no máximo, é um sonho!!! ... e foi!!! As ondas estavam bombando, tubos e paredes longas sem vento durante toda a manhã. 
No outro dia, cada surfista esperando a sua vez e pegando sua onda lisa. Todos nós estávamos sorrindo e se divertindo muito e assim foram todos os 4 dias naquela que na minha opni&257;o sem dúvida é a melhor e a mais divertida onda do planeta. 

Quando os 32 hospedes do resort fizeram sue check-in no line-up, já estávamos indo para Greenbush, uma esquerda fantástica no lado sul das ilhas que pode te proporcionar o tubo da vida. Greenbush é uma onda que intimida, um tubo muito rápido que quebra em forma de ferradura sobre um recife muito raso e afiado. Após 2 dias de surf nesta máquina de tubos, e outras ondas como Thunders, Rag&039;s Right e Rocxy, partimos para região central das ilhas.

Finalizamos nossos últimos 3 dias surfando HT&039;s,Bintangs e as direitas e esquerdas de Lances totalmente sem crowd, com no máximo 1 ou 2 barcos dividindo as ondas. Partimos para o desembarque para o porto de Padang com um mix de sentimento de felicidade, saudade e vontade de retornar na próxima temporada. 

Ao terminar este texto e recordar estes momentos tentando descrever um pouco desta experiência, percebo porque não consigo parar de comparar outras ondas por mais perfeitas que sejam com as ondas da Indonésia… Aquele lugar é mágico!!!


Por Rodrigo Vasconcelos(rodrigo.vasconcelos.santos@hotmail.com), Romeu Marroquio(rowenaveiculos@uol.com.br), Flavio Folego(flglofego@ig.com.br) e os novos amigos que fizemos nesta viagem.

Ob.: Estamos marcando mais uma trip para 2014, os interessados em embarcar podem manter contato por e-mail.

Fonte: Redação OndaOn 

12/10/2013

Anuncio de emprego, quem se habilita?

Procura-se homens para uma jornada perigosa, salarios baixos, muito frio, longos meses de escuridão...














































... perigo constante, retorno duvidoso, honra e reconhecimento em caso de sucesso.


Tratar com :SIR ERNEST SHACKLETON
Estes foram os selecionados para a viagem "Imperial Trans-Artic expedition-Endurance."

Frank Worsley-Captain
Frank WildSecond-in-Command
Lionel Greenstreet-First Officer
Tom Crean-Second Officer
Alfred Cheetham-Third Officer
Frank Hurley-Photographer
George Marston-Artist
Robert Clark-Biologist
Leonard Hussey-Meteorologist
Reginald James-Physicist
James Wordie-Geologist
Alexander Macklin-Surgeon
James McIlroy-Surgeon
Huberht Hudson-Navigator
Thomas Orde-LeesSki Expert and Storekeeper
Charles Green-Cook
Perce Blackborow-Steward
Henry McNeish-Carpenter
John Vincent-Boatswain
Alfred Kerr-Engineer
Louis Rickinson-Engineer
Ernest Holness-Stoker
William Stephenson-Stoker
William Bakewell-Seaman
Walter How-Seaman
Timothy McCarthy-Seaman"[He] is the most irrepressable [sic] optimist I've ever met,"Worsley
Thomas McLeod-Seaman
Sir Daniel- Gooch.

Todos comandados pelo que eles mesmo chamavam de "Boss", Sir Ernst Shackleton.
E expedição partiu em 1914, com uma tripulação de 28 homens , verdadeiros Yacht-Men , a bordo do Endurance, um barco movido a vela e a vapor( com 3 caldeiras) de 350 toneladas, construído na Noruega, capaz se viajar a 9 - 10 knots, ou seja um excelente barco.
Em 19 de janeiro de 1915, definitivamente, ficam presos no gelo, a agonia dura até outubro do mesmo ano, para passar o tempo os homens cantavam , cuidavam do barco, jogavam futebol , escreviam , liam , organizavam jogos de baralho.
Em outubro o gelo começa a esmagar o barco os mastros desabam, e atripulação salva o que pode, e em 21 de novembro de 1915 ele afunda definitivamente, completamente esmagado pelas placas de gelo, mas não levando consigo a esperança e a confiança depositada no "chefe" .Os exploradores ficaram a deriva, a fome começa a apertar com o término da comida e os homens são obrigados a comer os cães para sobreviverem . Finalmente o gelo começa a se derreter, partem em busca de salvação, e em abril de 1916 desembarcam na ilha Elephant, depois de navegaraem por 1.000 milhas em um a semana, com os botes salva-vidas. As coisas estavam difíceis, precisavam de ter confiança, pois um resgate ou uma expedição pareceia agora impossível.

Shackleton , "the Boss", resolve partir em busca de ajuda, e com mais 5 homens se lança ao mar em um barco aberto, uma espécie de baleeira/escaler, num mar gelado e com ondas gigantes e ventos fortíssimos, para navegar 800 milhas até chegarem as ilhas Georgia do Sul, graças a perícia do capitão Frank Worsley, que se guiou usando o sol como bússola.
Depois de 17 dias no mar, desembarcam em um glaciar a 17 milhas de uma estação baleeira, ainda tiveram que atravessar geleiras e montanhas para encontrar os caçadores Noruegueses, lá chegando a primeira coisa que Shackleton pergunta é se a guerra já havia acabado.A resposta foi:- não, a europa enloqueceu o mundo enlouqueceu!
Recompuseram-se com poucas horas de sono, recuperam as forças e imediatamente inciam o planejamento da próxima expedição:O resgate da tripulação do Endurance, seus companheiros.
Em agosto de 1916, depois de 3 tentativas , o pequeno barco Chileno "Yelcho", chega com êxito aos náufragos e os resgata.

Depois de 22 meses, passando por todo tipo de provações, todos os 28 homens retornam para o lar , como protagonistas da maior epopéia da história da navegação, além de ser na minha opinião o maior case de liderança da história mundial em todos os tempos.
As viagens/expedições de Shakleton.
Em 1901-1902- Discovery expedition
Nimrod Expedition -1907-1909
Imperial trans artic- 1914-1916
Em 1921 , Shackelton parte para sua quarta e última expedição, ( Shackleton-Rowett expedition), ao chegar no Rio de Janeiro, o "chefe " sofre um ataque cardícaco , mas se recusa a retornar a Inglaterra e segue sua jornada, 2 meses depois Shackleton tem o derradeiro e fatal ataque e morre nas Ilhas Georgia do Sul, onde descansa até hoje.

Ao sabor dos ventos Mochileiros europeus pegam carona em veleiros para atravessar o Atlântico

Francisco Colaço Pedro


No fim de cada ano, centenas de mochileiros se aglomeram em marinas em Portugal, Espanha, França


portuguesa
Da revista Carta Capital internacional, uma dica do Eugênio Herkenhoff.


Todos os anos, centenas de mochileiros se aglomeram nas marinas de Portugal, Espanha, França, Ilhas Canárias ou Cabo Verde. Em francês, são chamados de bateaustopeurs. Buscam uma carona em um veleiro até o outro lado do Atlântico. Nascem parcerias insólitas: aposentados e jovens mal saídos da adolescência, endinheirados e gente em busca de um recomeço. A seguir, trechos de um “diário de bordo” de uma dessas aventuras.
Novembro 2012 - Longitude 15° oeste
Termina a época dos ciclones no Atlântico, começa a das travessias. O mar das Ilhas Canárias fervilha de veleiros, iates e navios. Perto da marina de Las Palmas, jovens de mochilas e instrumentos musicais às costas. Caminham quilômetros pelos pontões, nadam até os barcos ancorados. Bom dia. Por acaso vão atravessar o oceano? Precisam de tripulantes?
“A carona de barco consiste em perguntar a quem tem veleiro se aceita levá-lo em troca de trabalho durante o trajeto”, ensina Berta, catalã de 22 anos. Cabelo curto, cansada das grandes cidades, tinha a ideia de partir, fazer uma grande viagem. “De carona se é superlivre”, define. Jovens como Berta rumam às marinas do Algarve, de Gibraltar ou da Bretanha. Nas Canárias, os caminhos se cruzam. “Las Palmas é a Meca da carona de barcos”, define Manon, austríaca de cabelos loiros, ao lado de seu acompanhante, Adrien, prestes a embarcar em uma viagem pelo mar. Quer chegar a Cuba.“Sabíamos que tinha se tornado super popular nos últimos anos, porque toda a gente fala disso. Mas quando chegamos ficamos chocados: havia hordas de mochileiros. Dissemos 'uau, nunca conseguiremos encontrar um barco.'”
Para Alexis e Flo, irmãos de 28 e 24 anos que fugiram ao mau tempo parisiense para descobrir a América do Sul, a busca já dura um mês. “Temos todos algo em comum, mas um sem fim de trajetórias diferentes. Há gente de todas as nacionalidades, velhos e novos, mais ou menos hippies, pessoas ricas, da classe média, ou cujos pais nunca tiveram dinheiro...”
O 'bateaustop', como foi batizado em francês, faz-se em qualquer parte do mundo onde haja veleiros e não é um fenômeno de hoje. “Já o meu pai e o meu tio navegavam assim, mas era diferente: era algo mais entre marinheiros, havia muito menos gente. Acho ótimo que haja tanta gente, porque abre o meio a outras pessoas”, conta Quentin. Cabelos compridos soltos, pequeno Mogli dos mares, cresceu a bordo de um veleiro, e procura agora um barco para encontrar o irmão em Guadalupe. “Mesmo que tenha sempre havido os ricos, com os barcos super belos, antes havia sobretudo aventureiros. As Canárias e o Caribe estavam repletos de viajantes. Hoje a maioria são velejadores de férias ou reformados, que ficam pelos bares das marinas. Os viajantes de carona trazem esse espírito de descoberta, de aventura”.
Há capitães que aproveitam para exigir uma contribuição para a caixa de bordo que vai muito além das despesas da viagem: dez a quarenta euros por dia. A partir de janeiro, haverá cada vez menos barcos a atravessar. Há quem desista, há quem faça novos planos.
“Mesmo havendo muita gente, a procura não se torna competitiva, há muita entre-ajuda. Todos partilham os seus planos: 'vai ali, tem este e aquele barco'”, contam Alexis e Florian. Dezenas de jovens viajantes ocuparam um enorme hotel abandonado, dando-lhe vida novamante e uma gestão coletiva, para que possa acolher quem precisa. Partilham cigarros e canções, sonhos e saberes. Partilham o prazer de partir sem pressa. “E”, admite Alexis, num sorriso, “todo o mundo acaba por ter sorte”.
Dezembro 2012 - Longitude 30° oeste
Alexis imaginara estar na América Latina quando chegasse seu aniversário. A previsão falhou uns meses. Os dois irmãos e o casal de reformados que os embarcou estão sentados na proa, especialmente decorada. Há bolo e ementa especial. Mindelo (com muitos veleiros e caroneiros) e as ilhas de Cabo Verde desaparecem onde nasce o sol. O imenso azul toma conta da paisagem. Manon lembra que em um barco há o aspecto psicológico de passar muito tempo com alguém, num espaço superconfinado, e de se pôr à sua disposição. Ela e Adrien, em companhia de dois outros bateaustopeurs, seguem no iate de um rico empresário francês, que cedo se revela “um capitão um pouco ditatorial”. “Tínhamos medo das suas intensas flutuações emocionais.”
Como a maior parte dos que atravessam de carona, nenhum deles tinha navegado antes. “Não conhecia absolutamente nada. Nem sabia se enjoava ou não. É uma descoberta de A a Z, é super excitante.”, conta Manon. Descobrem Tabarly e Moitessier e deixam-se inspirar pelos grandes velejadores. A experiência desperta paixões, por vezes para a vida.
Para Manon e Adrien, mais do que um sonho antigo, viajar de veleiro era uma escolha óbvia. Não tinham dinheiro para embarcar em um cargueiro e evitam o avião por motivos políticos. “Quando você sabe que há um verdadeiro problema de emissão de gás carbônico e continua a viajar de avião só para o próprio prazer, é algo tão egoísta, e tão desprezante em relação a todos os que não podem fazer e que sofrem as consequências das alterações climáticas", diz. "O avião é um dos últimos marcadores das injustiças sociais no planeta: nós temos a sorte de apanhar aviões super baratos, um privilégio dos super ricos. Os aviões vão dos lugares dos ricos (Paris, Londres e Frankfurt) aos lugares dos pobres, não ao contrario.”
Para Quentin, há um outro fator contra o uso do avião. “De avião há meses você sabe que vai chegar no dia tal, à hora tal, ao lugar tal”, diz. “Assim tudo é imprevisível.” “Quando vê uma ilha se aproximar, a terra à vista, é uma coisa de louco”, explica Alexis. “Você conta os dias e as horas.” “Quando se recusa apanhar o avião e vai pela terra ou pelo mar, isso faz a pessoa descobrir e compreender tantas outras coisas, sobre a história, a geografia... você vê outra coisa”, diz Manon. “Para mim é impressionante fazer um trajeto que é tão marcante historicamente: a rota da colonização, das conquistas, do escravagismo.” No mesmo oceano, a mesma rota: outrora feita para expandir o império, para conquistar, hoje para escapar ao império do consumo, para descobrir outras paisagens e formas de viver.

Março 2013 - Longitude 60° oeste
Le Marin, na Martinica, é a maior marina do Caribe. Os bares, repletos de gente, têm as paredes repletas de anúncios. Dominica, Colômbia, oceano Pacifico, Europa... Há barcos apontados para todas as direções. E jovens ansiosos por um lugar a bordo. Ponto de encontro daqueles que conseguiram chegar a este lado, palco de reencontros efusivos entre bateaustopeurs que se conheceram nas Canárias, em Cabo Verde ou em ilhas caribenhas. Partilham-se histórias das travessias.
Há Jean François, guitarrista e geólogo suíço de 70 anos, um veterano das caronas de barco. Os dois jovens do Quebec que, sem nunca terem navegado antes, descobrem que entendem mais que o capitão. Este acaba por lhes confiar o barco e dinheiro para o levarem até ao Canadá – as grandes navegações não eram para ele. Há Patt, australiano descendente dos famosos revoltosos do Bounty, que transportou 15 jovens a bordo de seu catamarã. Há Julien, músico e palhaço cansado de uma vida de digressões pela Europa, determinado a percorrer sozinho a Amazônia de canoa.
Berta havia se unido a Alexis e Flo. Há dois meses viajam de carona pelos mares do Caribe. Montaram uma pequena cabana à saída da marina. Fazem artesanato com sementes locais e vendem aos turistas. Vivem da comida jogada fora por supermercados e navios turísticos. Procuram um veleiro para a Colômbia ou Venezuela. “Não é porque não se tem dinheiro que não se pode fazer uma viagem dessas. Mas é preciso ousar. Não ter vergonha de vasculhar no lixo do supermercado, fazer refeições de legumes recuperados, dormir nas praias”, explica Berta.
“Os habitantes habituaram-se a que os brancos sejam turistas, americanos ou franceses, e veem você logo como uma carteira. Eu procuro mais o contato com as pessoas, ou simplesmente com o espaço e as possibilidades que ele dá. A agricultura, a pesca, tudo isso me interessa. Quero descobrir como se faz aqui. Enquanto que há uma data de turistas que vêm simplesmente para se desconectar do seu trabalho. O fato de não ter muito dinheiro, de eles te verem assim, de dormir nas praias, aproxima você das pessoas daqui. Seria diferente se eu chegasse com o meu 4x4 e as minhas roupas de 80 euros a peça.”
“As pessoas que vieram de avião dão a impressão de que não chegaram sequer a descer dele. Nós navegamos, apanhamos as ondas, num ritmo mais livre, mais perto da cultura do Caribe”, diz Adrien. “Chegar ao Caribe de avião”, acrescenta o jovem arquiteto, “é como se entrasse pela chaminé. A porta aqui é o mar!”.
Manon e Adrien conheceram Quentin e juntaram-se os três numa aventura inesperada: compraram em conjunto um velho veleiro. Fazem incursões nos barcos que se afundam abandonados nas imediações da marina para recuperar todo o tipo de objetos. Nos supermercados enchem as provisões de bordo. Se estão sem dinheiro, transbordam de excitação.
É aniversário de Manon. E a primeira navegação ao longo da costa da Martinica. Alexis, Flo e Berta se unem ao trio. À saída do pontão, veem-se refletidos no grandioso iate de Bill Gates. Mais tarde, sob as estrelas, contam histórias e cantam. O barco avança no mar. Outrora povoado de piratas, dissidentes dos impérios europeus, hoje povoado destes nômades de mochila às costas, dissidentes da sociedade do consumo-trabalho, que pilham as prateleiras dos supermercados, conquistam o tempo e têm por tesouro a aventura.
“É um luxo. Dar-nos todo esse tempo, nos metermos em complicações, só para fazer essa travessia de barco, quando podíamos simplesmente pegar um avião. Significa, porém, tantas outras coisas, viajar dessa forma...”, filosofa Manon. “Mudei verdadeiramente a minha noção do tempo”, confessa Alexis. “Para conseguir uma carona demora um tempão. Há semanas estamos à procura de um barco para a América do Sul. Se eu tivesse esperado cinco minutos pelo meu metrô estaria muito nervoso. Aprendemos a não ter pressa, a desfrutar da beleza dos lugares onde estamos.”
“Quando alguém nos pergunta se estamos de férias, dizemos não”, afirma Alexis. “Estamos de viagem.” Por quê? “As férias são só uma pausa no tempo de trabalho”, explica Manon. “Para nós”, completa Quentin do fundo do barco, “o tempo de trabalho é uma pausa nas nossas vidas”.

Esporte de Cavalheiros.



Transat Jacques Vabre - le chavirage complet de Virbac Paprec

Navigateur solitaire : Allain Colas

Alain Colas, o parceiro e adversário de Tabarly, um "gigante" Yachtsman, um homem a frente de seu tempo.

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A bordo do Manureva, ex Pen Duick.
a largada da regata do "rhum 1978"











O Club med, um gigante de 75 metros que fora navegado solo.








Rota do Ruhm, nunca mais se veria o francês de nobo.

Alain Colas a Lenda Francesa.






Alain Colas Nasceu na França, em 16 de setembro de 1943, inicando-se nos esportes aquáticos através de um clube de canoas e caiaques que ele mesmo ajudou a fundar.
Sempre com um espírito extremamente empreendedor , em 1966, então com apenas 22 anos vai para a Austrália a fim de trababalhar como mestre de conferências e professor de francês, na St Jonh"s College da Universidade de Sidney.
Na Austrália, ele teve os primeros contatos com a vela, velejando em regatas e passeios na Bahia de Sidney..
Em 67, conheçe Tabarly, que fora a austrália correr a Sidney Robart, e que lhe convida a viajar até a Nova Caledonia como cozinheiro do Pen Duik III. Estava escrito a profecia e ali começava a ser forjada a lenda, um herói e um gigante.
A partir daí, Colas desenvole seus talentos na vela de forma impressionate e então, em um curto período de tempo, começam as grandes aventuras: já em 1972 Alain conquista a rota transatlântica de Plymouth a Newport, em 20 dias , 13 horas e 15 minutos , e assim , a França descobre um herói autêntico , boa praça e simpático.
Com seu Trimaran Manureva, ex pen Duik IV, realiza a primeira volta ao mundo em solitário em um multicasco, desbancando o record do inglês Chichester.
Sempre buscando o impossível, Alain Colas inventa o inconcebível, projetou e construiu um barquinho de 75 metros, veja bem não são pés , são metros !! e com 4 mastros , o Club Mediterranée, que foi para a água em 1976 para participar da Transat Inglesa.
Este barco foi o maior trunfo de tecnologia de sua época, obviamente finanaciado pelo Club Med.
Até aí tudo beleza, mas o barco era para navegar em solitário, isto mesmo 4 mastros , 75 metros e um tripulante só.
E o cara foi...

Deve ter sido neste barco que Luc Besson tenha passado grande parte de sua infância, junto com seus pais que eram instrutores de mergulho do Club Med.
Vale lembrar , que durante a construção do gigante de 4 mastros , Colas teve um acidente em Trinité-sur-mer, com o cabo da âncora do Manureva que se enrolou em seu pé ao atracar, e assim quase o decepou ,foram necessárias 22 cirurgias e uma força de vontade milagrosa para que ele voltasse a andar.

Da cama do Hospital , coordenou e finalizou a construção do tall ship.

As condições da regata naquele ano foram difíceis, Colas encarou um paulera braba no atlantico norte , onde teve uma serie de problemas com as adriças e que forçaram Colas a fazer uma escala técnica na Terra Nova.

A escala que lhe tomou preciosas 36 horas, fazendo com que chegasse a Newport apenas 4 horas depois do líder, em segundo lugar, atrás somente de ninguém menos que Tabarly.

Em 1978, ás 4 da manhã dia 16 de novembro, durante a regata Rota do Rum , colas envia sua última mensagem, estava a bordo do Manureva num olho de ciclone perto dos Açores de disse :
« Je suis dans l’œil du cyclone. Il n’y a plus de ciel, tout est amalgame d’éléments, il y a des montagnes d’eau autour de moi... »

"estou dentro do olho de um ciclone, não há mais céu, tudos os elementos estão misturados, há uma montanha de água em torno de mim..." e depois silêncio.
Ele tinha então, somente 35 anos, Colas deixou uma esposa e 3 filhos.

O Manureva não resistira ao embate de netuno e leva Colas ao desaparecimento.

O que me levou a ter curiosidade de saber mais e passar para vocês, foram uma série de reportagens que a revista VELA & Motor , que era uma puta revista, publicara na época.
A prova foi vencidaa pelo pequeno catamarã amarelo do canadense Mike,( que está velejando em travessias solitário até hoje, aos 71/72 anos), por apenas incríveis e cardíacos 98 segundos de diferença, ulttrapassando o gigante Kryter V a 500 mts da chega , num sensacional sprint final derrotando o monocasco do americano.

Fiquem com Deus, boa noite para fechar este domingo, uma ótima semana e não tentem imitar Colas, ele era um gigante e nem assim resistiu a força do mar.

Bons ventos a todos.

Avelok

Alain Colas, um monstro que navegava neste mega, simplesmente sozinho.

Transat 1975.
Deve ter sido neste barco que Luc Besson tenha passado grande parte de sua infância, junto com seus pais que eram instrutores de mergulho do Club Med.Vale lembrar , que durante a construção do gigante de 4 mastros , Colas teve um acidente em Trinité-sur-mer, com o cabo da âncora do Manureva que se enrolou em seu pé ao atracar, e assim quase o decepou ,foram necessárias 22 cirurgias e uma força de vontade milagrosa para que ele voltasse a andar.Da cama do Hospital , coordenou e finalizou a construção do tall ship.As condições da regata naquele ano foram difíceis, Colas encarou um paulera braba no atlantico norte , onde teve uma serie de problemas com as adriças e que forçaram Colas a fazer uma escala técnica na Terra Nova.
A escala que lhe tomou preciosas 36 horas, fazendo com que chegasse a Newport apenas 4 horas depois do líder, em segundo lugar, atrás somente de ninguém menos que Tabarly

06/10/2013

New Titanic.


Tunel do tempo.

Já se vão longos 29 anos, os meninos velejadores das fotos que vc vê aqui se tornaram homens, e ganharam o mundo, dois deles, os irmãos Espanhóis que viveram por aqui na época da Hispanobrás, e um deles o Andréa Nocetti.
As fotos foram capturadas do Facebook do Jesus.
Neste tempo a gente brincava de pique nas bucólicas ruas da praia do canto, bairro repleto de casas , todas belíssimas, com pouco transito em suas ruas de paralelepípedos, alguns Corcéis, Fuscas, Opalas , Brasílias, Chevettes e outras máquinas da época, tempo em quem que pegávamos os ônibus da "penedo" e íamos sentados em cima do motor que ficava na frente , ao lado do motorista, para irmos ao cine Paz assistir as matinês, matinês também da "Smoke" tempo dos triciclos , das motos " 7 galo " ( Honda 750 four) com seu ronco sinfônico, dos opalas 6 cilindros, dos "mavéras" V8, dos playboys ( Mederix, Tubarão, Macaco, Jaiminho Alemão,da turma do canto da Thúria, do saudoso Maurício Negão, etc ) que frequentavam o Grogs , logo apos terminado o aterro, e que na madrugada rasgavam a saturnino de brito em pegas alucinantes que sempre terminavam em sessões de cavalos de pau no "quadrado do iate"
Nesta época, nós, garotos de calças curtas, assistíamos a vida acontecer, e a bordo de nossos barquinhos,embalados pelos primeiros sonhos de adolescência rumo a um futuro incerto, pois só Deus sabe dele, nisto eu sempre acreditei, fomos levando nossas vidas, e agora nossos filhos recomeçam o caminho que traçamos.

No barco verde, o "Som Livre", vemos velejando o Andrea Noceti( repare a orla da Praia do Canto quase sem prédios, apenas o Portofino, o Mirante atrás e o Chácara Von Shilgen).
Andrea é um Italiano muito figura, daqueles típicos mesmo, que morava por aqui na época, na foto da arrebentação podemos ver a primeira regata realizada em Aracruz, acho que em 1980, e o mesmo Andrea Nocetti e seu pai ajudando a zarpar, não me lembro bem o nome dele, mas acho que ele era o dono de um dos pouquíssimos veleiros que tínhamos aqui.

Na foto na quadra do Iate Clube da esquerda para direita:
Jorge Soares Gonzales
Andrea
Jesus Soares Gonzales
Na foto PB:agachados: Jesus, Bruno Tommasi, Juliana Queiroga, Hélvio Pichamone Jr.

Em pé:Alexandro, Frank Brown( na época era do meu tamanho!!), Renato Avelar, Eduardo Zenóbio, Albert Bitran, Paulo Tommasi, Renato Santos Neves.
Velas ao vento, ainda tem muita água para passar debaixo da quilha!!

25 anos depois...
O amigo velejador espanhol que morou em Vitória entre 1980 e 1988 , Jesús Suárez González está em Vitória nos vistando, 25 anos depois de sua volta para a Ibéria. Ontem em visita ao Iate Clube do Espírito Santo foi recebido pelo nosso comodoro Evandro Daher Carneiro, quando na ocasião o amigo asturiano presentou o nosso clube com uma "metopa" do Real Club Astur de Regatas, e também uma carta de intenção de parceria entre os clubes, e uma bandeira do clube do mar cantábrico, em Gijón. Jesus leva na bagagem o carinho da família iatista e uma bandeira de nosso querido clube da Praia do Canto.
Obrigado ao comodoro pelo carinho que nos recebeu, e obrigado Jesus pela visita! Agora teremos que ir lá em Gijón para retribuir a gentileza.


Role Imobiliario - Teaser

29/09/2013

Porto de Vitória-ES.

Hoje foi dia de dar uma bela motorada pelas águas do  porto de Vitória, um programa nota dez, até mesmo para velejadores.
O Porto de Vitória é o único no mundo onde pedestre e navios andam lado a lado, o que o faz singular.






Avelok Tshirts.

Roberto Bailly e Carlos Galo, trajando as elegantes camisas da Avelok:"Velejar é dubaralho" em dia de regata de Hpe no ICRJ

28/09/2013

1977 Laser World´s

1977 Laser World´s

Slalom Laser 70´s

Evgeny Gvoznev, um grande navegador em seu pequeno barco, uma homenagem do velejador Roberto Rodriguez.








Segue matéria ecaminhada ao nosso amigo Marcelo Gusmão, do Iate Clube de Santa Catarina, que gentilmente enviou para postagem em The Yacht-man.
Prezados amigos apaixonados por vela
Eu( Roberto Rodriguez), sabia que "aquele Russo que deu a volta ao mundo num pequeno barco à vela" tinha construido seu veleirinho em uma sacada de apartamento (já reformei muito barco em terra firme e imagino como deve ter "sofrido" para fazê-lo), eu, sabia que ele tinha dado uma volta ao mundo, eu, sabia que era com um barco muito pequeno (menor que um Marreco 16 - eu que já tive vários "Marrecos" e nem por sonho me via em alto mar com um barco desses, apesar de achar muito seguro e gostar muito do Marreco 16)), eu, sabia que ele havia falecido, mas nunca tinha me inteirado exatamente como?
Por ser um admirador desse notável velejador (que voltou no tempo ao inverter o progresso da navegação de cruzeiro, sem motor, etc), lendo um artigo em um dos sites que participo da Argentina (ADAN - La Asociación Deportiva Argentina de Navegantes), paginando por seus artigos, me deparei com esse "grande navegante" e acredito que muitos devam conhecer sua história, mas também acredito que muitos não o conheçam, porisso tomo a liberdade de narrar alguns fatos desse notável velejador,mais como uma forma de homenageá-lo, pois esse merece e ficarei muito feliz de compartilhar com aqueles que tem o espírito aventureiro e cheio de sonhos que nem eu.
Evgeny Gvoznev, um grande navegador em seu pequeno barco.

"O anúncio demorou muitos dias em se conhecer". Evgeny nunca foi de ocupar as primeiras páginas dos jornais e muito menos das revistas náuticas (apesar que faço menção da Revista Náutica ter publicado um artigo à respeito bem interessante na época).Seu sonho era de navegar em sua pequena nave, fazer amigos em cada porto (quem o conheceu, com certeza concorda), porém, infelizmente isso não é notícia, mas com certeza é um exemplo de vida.
Zarpou em Maio de 1999 e no dia 29 de novembro de 2008 (poxa, um dia antes do meu aniversário?), seu barco atual o Getan II, foi açoitado por um forte vendaval que quebrou seu mastro e a corrente o levou sobre as costas de Ostia, Itália no dia 30 de novembro (pô, no dia do meu aniversário?).
Evgeny se comunicou com seu amigo David Muhumaev de Makhachkala, sua cidade natal, comentando o sucedido e que se preparava para chegar ao porto mais próximo para reparar seu barco.
Infelizmente nunca chegou.
Uma fria crônica de um jornal em 2 de dezembro de 2008, comentou que fora encontrado por um carabinero seu barco o Getan II sobre a costa e a poucos metros dalí, jazia Evgeny sem vida, com uma ferida na cabeça.
Para a náutica é uma enorme perda. Evgeny era um modelo de navegante, tinha persistência, garra, determinação e sobretudo, muita humildade.
Seu exemplo, sempre estará presente em todos os navegantes.
Imagine você que veleja, partindo sozinho?
Agora imagine você, partindo sozinho e num pequeno barco à vela (e bota pequeno nisso)
É pessoal, temos que dar muito crédito à esse velejador solitário que partiu para navegar, mas com certeza, agora está navegando nos mares do céu.

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!