15/12/2012

1st Whitbread Yacht Race 1973




Joshua Slocum - Sailing Alone Around the World

Regata de veleiros clássicos de búzios 2012.

Meu amigo do peito Beto Bacalhau, filho do mestre Vareta, que construiu os cariocas em Vitória-Es, posa ao lado do Marcos Temporal e seu Aragem no ICAB durante a regata dos clássicos, a foto pegamos emprestada do blog do Aragem( link neste blog, abaixo direita)

13/12/2012

Velejadores menos capacitados visitam o Rio a bordo do Lorde Nelosn!( por Tangata Manu)


Lord Nelson no Rio de Janeiro

Lord Nelson no Rio de Janeiro
Tripulação de portadores de deficiência faz viagem pioneira ao Rio de Janeiro para passar com orgulho o espírito dos Jogos Paralímpicos de 2012 para o povo do Brasil
Medalhistas paralímpicos do Reino Unido e do Brasil uniram-se ao Jubilee Sailing Trust para comemorar a chegada do veleiro Lord Nelson e sua tripulação no Rio de Janeiro no domingo, 9/12. O Jubilee Sailing Trust é uma organização que levanta fundos para campanhas meritórias e é responsável pelo Lord Nelson. Sua tripulação é composta por tripulantes portadores e não portadores de deficiência, que contribuem igualmente para a viagem. 
A equipe britânica trouxe uma tocha usada para transportar a Chama Paralímpica de Londres no início deste ano e passou à delegação brasileira na sua chegada, simbolizando a passagem do espírito Paralímpicos do Reino Unido para o Brasil, em preparação para os Jogos Rio 2016.
tocha paralimpicaO Lord Nelson é um dos dois únicos navios de altura classe A no mundo, construído com o propósito de permitir que pessoas de todas as habilidades físicas e sensoriais tenham um papel igualmente ativo na navegação. Tem um comprimento total de 54.7 metros e desloca 368 toneladas, atingindo uma velocidade máxima de 10 nós.
Entre outras características possui sinalização em Braille, elevadores entre decks para pessoas com mobilidade reduzida, almofadas vibratórias instaladas nos beliches para alertar as pessoas com deficiência auditiva em caso de uma emergência e bússola com áudio e tela digital para permitir que a tripulação deficiente visual oriente o navio. Na foto (de Thiago Lara), a britânica Alexandra Rickham, medalhista de bronze na modalidade vela e que também é vice-patrona do JST passa a tocha apara uma tripulante do Lord Nelson.
Esse post é um oferecimento da Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro

09/12/2012

A imperdível Refeno, Visão, depoimento, constatações e dicas de um cara fascinado pela vela, para quem quiser participar, no futuro, da Regata Internacional Recife Fernando de Noronha.

A imperdível Refeno

Visão, depoimento, constatações e dicas de um cara fascinado pela
vela, para quem quiser participar, no futuro, da Regata Internacional
Recife Fernando de Noronha.

Por Renato “Avelok” Avelar



Há muitos anos tenho ouvido histórias de velejadores que participaram
da Refeno, regata Recife Fernando de Noronha, e estes relatos vêm
povoando minha mente desde longínquos anos, deixando a certeza de que
um dia iria participar deste evento e decifrar seus enigmas, até mesmo
por nunca ter pisado na Ilha.

O interessante é que, de todo o material que lia ou que ouvia pelos
clubes e nas temidas “rodas de varanda” do Brasil afora, nenhum deles
conseguiu criar uma imagem determinada em minha mente. Tampouco
documentários televisivos acerca da ilha desenharam seus contornos em
linhas claras no meu cérebro. De fato, eu não tinha uma imagem da
ilha, ou, se tinha, era irreal, ao menos até conhecê-la de verdade.


Não sei se de propósito, ou porque nunca havia lido algo bem ou mal
escrito, que realmente despertasse a minha atenção, mas minha
consciência refugava predeterminações e imagens pré-concebidas, ou
mesmo pré-conceitos, uma vez que no meu âmago estava estabelecido que
um dia iria participar da regata.

Não foram raras as vezes que ouvi casos exageradamente aventurescos a
respeito dela, contados por velejadores que a fizeram e se
vangloriavam do feito, ou por varandeiros que nunca a fizeram e
preferiam mistificá-la a encará-la!

Concluí, para clarear as ideias que povoavam minha cabeça, que era
preciso participar da regata.



Participei – graças a Deus

Pois bem, amigos nautas e amantes da vela de plantão, estamos aqui
escrevendo sobre a Refeno; então, obviamente, realizamos o sonho.

O maior desafio para se participar da regata Recife Noronha, não é
travessia das 293 milhas que separam o Marco Zero do Recife antigo, da
linha de chegada no Boldró, em Fernando de Noronha, mas sim a
dificuldade de estar lá, na largada.

Exceto os barcos do Norte e Nordeste, os barcos do Sul e Sudeste fazem
uma gigantesca jornada para prestigiarem o evento. Para nós, que
partimos de Vitória, ES, foram 2.600 NM no total; para o Roberto
Bailly, de Niterói, foram quase 3.200 NM; para a galera de Porto
Alegre... 5.100 NM. Que tal? Até mesmo para a turma de Salvador, que
mora “ali ao lado”, são 1.500 NM, ida e volta.

Mas, a distância não é problema para quem quer fazer esta regata, nem
o tempo despendido e nem mesmo os altos custos são obstáculos, com
cada um encontrando a forma de realizá-la à sua maneira (se assim o
quiser de verdade). As opções são muitas e o cristão pode escolher a
que melhor lhe aprouver.



Senhores do Tempo

Os “Senhores do tempo” podem ir velejando em seu próprio barco,
especialmente se aproveitarem um grupo sensacional como o pessoal do
Cruzeiro Costa Leste, que se realiza de dois em dois anos e sobe
calmamente o litoral Brasileiro, saindo do Rio e indo até Recife,
gastando meses inteiros com várias escalas em portos, praias,
enseadas, festas e recepções, curtindo não menos a viagem do que o
destino final.

Esta opção tem um inconveniente: não serve para aqueles que ainda são
óleo para a máquina do dia a dia e que não são donos de seu
calendário. E mesmo para os libertos, o Costa Leste só acontece de
dois em dois anos. Mas é, sem dúvida alguma, a opção mais segura e
divertida para quem pode.



Sem lenço e sem documento

Pode-se ir, também, no próprio barco, sem lenço e sem documento, como
fez meu amigo Serginho Rossi em 2010, no Gato Xadrez, um pequeno Cal
9.2, quando iria completar 50 anos. Deu a si mesmo um presente de
aniversário inesquecível: tirou o relógio de pulso, desligou o celular
e entrou em 40 dias de férias para poder ir e voltar da Refeno sem
stress, saindo de Vitória em companhia de dois amigos, um bom violão,
muita picanha e curtindo a navegada com tempo suficiente para velejar
a favor do vento e sem relógio de ponto, curtindo cada momento.

Neste mesmo estilo, mas em outra vibe (mais regateira), o Roberto
Bailly, do Xeqmate, foi de Niterói num tiro só até Salvador, correu a
Aratu, deixou o barco lá e voltou para trabalhar. Depois, tirou
férias, foi de Salvador a Recife, fez a Refeno, voltou em nove dias de
navegada, saindo direto de Noronha e só parando em Búzios, rapidinho,
para comprar gás e, finalmente, chegando a Niterói. Cascudo esse
Roberto...



Para quem ainda é “óleo para máquina”

Para esses existe a opção de mandar um skipper levar o barco e ir de
avião, como foi nosso caso.

Primeiro despachamos o barco para Salvador, onde ficou por quase 40
dias, onde aproveitamos para participar da Aratu-Maragojipe (matéria
nesta edição), curtimos o fim de semana e voltamos ao nosso dia a dia.
Em seguida, dentro do cronograma da largada, o skipper o levou até
recife. Essa opção é uma mordomia e tanto, mas não sai barato, pois,
além do trabalho do skipper, existem os custos de refeições e
passagens aéreas, rancho, diárias para tripulantes, diesel, peças que
quebram etc., o que, numa viagem onde o barco ficou fora de casa por
cinco meses, acaba saindo caro. Mas, se planejado e rateado entre
todos os tripulantes, torna-se uma opção bem razoável, ao alcance de
escravos do tempo, como nós.



Para os inexperientes

A opção de comprar uma vaga como tripulante de algum veleiro também é
muito tranquila, talvez a mais “resort” de todas, ideal para quem quer
um cruzeiro ao pé da letra. É, sem sombra de dúvidas, a opção mais
acessível, pois não precisa nem saber velejar. Para os inexperientes
que tem barco, ou que tripulam barcos de amigos, ou que velejam
normalmente entre amigos, esse formato traz a desvantagem de não estar
rodeado de pessoas que costumam fazer parte de sua vida, os seus
amigos do peito; assim, o aspecto “regata” não tem muita importância!
Aliás, este “aspecto regata” fala muito baixo nesse evento, que
prefiro chamar de festa.



Para quem tem muitos amigos e um barco pequeno

Também é muito interessante alugar um belo barco de regatas, como fez
o João Ricardo Fernandes, de Niterói, que reuniu nove amigos e se
lançaram na regata a bordo de um sensacional Benneteau 40,7. Saiu mais
barato, por exemplo, do que a opção que escolhemos, com a vantagem de
ter à disposição um barco bem grande e confortável, o que, de fato,
faz a diferença na regata.



Para os fora de série!

Se você é um cara duro (no sentido de resistente e corajoso), faça
como o Kan Chuh, gigante da vela de oceano no Brasil: mande toda essa
conversa fiada as favas, pegue seu mini-transat e vá sozinho, sem
frescura e sem conforto, voando baixo e chegando rápido. Aliás, a
Refeno é um passeio de criança para este sino-baiano, que tem um
currículo como o daqueles velejadores francês malucos, para os quais o
mundo é muito pequeno.



E parafraseando Walt Disney: ”Você é do tamanho do seus sonhos!”

De uma forma ou de outra , você, querendo, vai participar da regata, o
Circo se arma!

Definida a forma da participação, a inscrição é super-organizada,
online, no site da regata, www.refeno.com.br, lembrando que deve ser
feita com bastante antecedência, pois o valor vai aumentando assim que
a largada se aproxima e o numero de participantes é limitado (neste
ano foram apenas 100 barco).


Marcos Medeiros( diretor da regata), Avelok, Marcão Albuquerque, Léo, Roberto Bailly e Suely( staff).

Pintura do Avelar , noite estrelada na refeno


Organização profissional

O pessoal da secretaria do Cabanga, a Suely, o Júnior e o Marcos
Medeiros (diretor da regata), são muito solícitos, estando à
disposição o tempo todo para tirar dúvidas e orientar os
participantes, e olha que eu liguei umas 30 vezes para lá, por conta
de sermos marinheiro de primeira viagem e estarmos preocupados com
todos os detalhes (a estadia do barco, as cartas náuticas exigidas
pela Capitania dos Portos, passando pelo rastreador Spot, e estação
navio da Anatel).

Pois bem, o staff da Refeno é profissional mesmo. Trabalham com
alegria e dão todo apoio necessário; não se vê ninguém estressado,
muito pelo contrário.

Os dias que antecedem a regata no Cabanga são sensacionais, o
movimento dos barcos na marina, todos nos preparativos finais, o
ambiente pré-regata... E cada barco de babar, como os catamarãs
gigantes, a exemplo do Guruçá; o lindíssimo Bavaria 55 Mussulo; o
Sessentão; o premiadíssimo Ave Rara; o Grand Luc, do François Moreau;
o impecável Brasília 32 mega-ultra-equipado Bear Ship e  tantos outros
barcos dentre o cento que aguardava a hora e o dia da largada.



Rega bofe e porre, mas com energia positiva...

A organização preparou um sweepstake de primeira categoria. Teve
barril de Chopp todo dia, apresentação de maracatu, happy hour, muito
agito e convívio social e, coroando os dias da pré-regata, o magnífico
jantar na antevéspera da largada.

Aliás, este jantar, que eu vou ter que chamar de festa, merece
destaque, por ser na antevéspera e dar tempo para todo mundo curar a
ressaca; assim sendo, a festa vira festa mesmo! Este ano teve um grupo
de rapazes tocando Beatles, todos caracterizados com terninhos pretos,
perucas e tudo mais. Até o guitarrista era canhoto, como o Paul, e o
batera a cara do Ringo! Os caras arrasaram, tocavam muito! Os
velejadores vibraram com a música, todo mundo dançando em pé,
especialmente os mais “antigos”, como os velejadores mineiros
Deusdedit e  Célio (tripulantes do veleiro Madame), que foram
literalmente para o gargarejo no palco. O clima emanava energia
positiva!


O jantar foi realizado na quadra de esportes do Cabanga, onde deveria
ter umas 500 ou 600 pessoas. Cada barco tinha sua mesa reservada, com
o nome da nave em forma de vela, ornamentando uma caixinha de madeira
cheia de chocolates e bolo de rolo (especialidade recifense), um
presente de boas vindas da organização para as tripulações. O serviço
incluiu champanhe a rodo, cerveja gelada, salgadinhos o tempo todo e a
píece de resiténce: medalhão ao molho madeira, ou bobó de camarão! Que
maravilha!



Hora de coisa séria

No dia seguinte, reunião de comandantes com a Marinha do Brasil. Uma
reunião de comandantes de verdade, com nada menos que 3 horas de
duração, onde a segurança foi, de fato, levada a sério, um trabalho
bonito de ver, e a relação da Marinha com a regata e os velejadores,
mais bonita ainda!


Durante a reunião exibiram um vídeo amador, feito por um dos
tripulantes de um trimarã que capotou na edição de 2010 e que fora
salvo graças ao uso do rastreador “Spot”. Isso foi mais do que
suficiente para todos se convencerem da importância deste moderno e
obrigatório equipamento, que é um pé de coelho misturado com um Epirb
e custa o preço de um GPS.

Passada a festa, curada a ressaca, barcos vistoriados pela marinha,
solucionadas as pendências da vistoria, feita a reunião de
comandantes, barcos abastecidos, todos se preparam para a largada.
Fato curioso, pois, apesar da largada ser ao meio dia de sábado, todos
os que tinham mais de 1,60 de calado deveriam sair do Cabanga as
2:00hs da manhã de sábado, caso contrário, ficariam presos pela maré
baixa. Assim sendo, a partir de 1:00h da manhã praticamente toda a
flotilha se lançou para a região do porto antigo da cidade, a fim de
jogar o ferro e aguardar, em área profunda, a hora da largada.



A largada!

Mais uma vez a organização falou alto, mostrando toda sua experiência
na lida com a numerosa flotilha. Os barcos foram divididos em grupos,
com horários de largada e de check in separados por 30 minutos de
antecedência. A área da largada ainda fora definida por duas zonas: 1.
Zona de largada e check in, e 2. zona de “espera”, onde o grupo que
não iria largar deveria aguardar em área demarcada por boias, antes da
área de largada.


Assim que os grupos iam navegando no canal do porto rumo a área do
check in, havia uma multidão aboletada em arquibancadas no Marco Zero,
onde um locutor apresentava os barcos, um a um, ao público, que
acenava e aplaudia as tripulações. Confesso que meus olhos se encheram
de água, pois nunca havia visto nem sentido isto antes na vida: a
interação com o público, algo quase impossível neste  esporte sem
plateia, realizado mar adentro.



Velejando pra Noronha

As condições de mar e vento estavam tranquilas, exceto por um mar
desencontrado nas primeiras 24 horas, que fez com que os barcos
pequenos sofressem mais um pouco e deixassem o estoque de remédio de
enjoo reduzido. Nada demais! Um vento de 12 a 18 nós empurrou os
barcos tranquilamente, num través de um bordo único, em noites sem
lua, com uma miríade de estrelas no firmamento, acompanhando aqueles
marinheiros rumo à ilha dos sonhos.

Conforme definido pela marinha do Brasil, não obstante o uso
obrigatório do spot, a radiofonia, também obrigatória, se realizaria a
partir das 8 da manhã e em ordem alfabética, sendo que, quem não
conseguisse passar a posição, diretamente, para um dos dois navios da
Marinha, deveria fazê-lo via ponte com outro veleiro, com a pena de
não o fazendo ser desclassificado.

Os barcos com mais linha d’água levaram grande vantagem neste
passeio/regata e, até mesmo o campeoníssimo “Ave Rara”, ficou atrás do
Sessentão, o Fita Azul, e do Mussulo, segundo colocado.



Surreal, mas sem mistérios

A Refeno não tem mistério nem muito jeb jeb. A travessia num bordo só
é algo bem simples de se fazer, com toda cautela, precaução e
segurança, obviamente. Não tem história de monstros marinhos,
redemoinhos, nem de furacões, tampouco sereias ou outros mitos, que
impossibilitam muitos de saírem de seus portos para irem a mares
azuis, deixando para trás a tranquilidade das baías e o aconchego do
lar.

A chegada à ilha foi surreal! Algo que esperei muito para ver com meus
próprios olhos e da qual, graças a Deus, não tinha nenhuma imagem
preconcebida!

Nós a avistamos as 9 da manhã de um dia de almirante, com vento de 18
nós, um mar roxo, céu azul, temperatura agradável e cruzamos o través
do Boldró às 13 horas e 3 minutos de uma segunda feira.

Como fomos num 31 pés, demoramos mais a chegar, gastando, ao todo, 48
horas e 3 minutos. As horas finais da chegada à ilha foram daqueles
momentos que se vive uma vida pra sentir. Não tenho como escrever aqui
páginas e mais páginas. O cidadão tem que ir e sentir o que é. Cada um
vai ter um gosto, um cheiro e uma cor diferente, mas, pode ter certeza
que estará beirando o seu Shangri-lá.

Tão logo cruzamos a linha final rumamos para o portinho, onde já havia
51 barcos nos aguardando. O visual é lindo, deixo as fotos para
registrar aqui!

Uma precaução na atracação: Use duas âncoras, muita corrente e muito
cabo e, se possível, mergulhe (cerca de 10 a 12 metros) para
certificar-se de que está bem ferrada (unhada), pois o local é bem
traiçoeiro e é comum barco sair a garra.



Fascinação é normal, mas tem um ladinho B...

A ilha de Noronha me fascinou, deixando-me maravilhado com tudo que vi
e senti. O que me chamou a atenção dentre muitas coisas foram as casas
em centro de terreno, herança dos americanos (bem diferente do estilo
europeu colonial entulhado). A ausência total de violência e da
epidemia do crack, um lugar onde todos trabalham e são solícitos. A
educação é de impressionar (oferecer carona é um hábito), não se
explora o turista (preços mais baixos que Búzios e Arraial d’Ajuda por
exemplo) e a beleza das praias é redundância falar.

Mas tem também o lado B: Ruas esburacadas nas vilas; acessos às praias
em péssimo estado; pavimentação na vila dos remédios em deterioração
absoluta; problemas com lixo (sucatas, especialmente); carros em
excesso (mil e quinhentos carros ao todo, numa comunidade de 4 mil
pessoas), mas nada que não seja de fácil solução.



Passa a régua e fecha a conta...

Bom, “més amis”, fica difícil resumir a experiência, mas espero que
meu relato não tenha atrapalhado os planos de ninguém. Se você quer
participar desta regata ou de qualquer outra, faça o seguinte: Just do
it! A gente chega cansado, molhado, todo esbagaçado, sem dormir nem
comer direito, cheio de roxo nas canelas, torrado de sol e doido para
começar tudo de novo!

Ano que vem tem mais causo para contar, se Eólo e Netuno nos permitirem!!



BOX

Dicas para quem vai de primeira viagem

Roupas: Você vai usar uma ou duas mudas de roupa durante a regata e a
roupa de tempo. Na ilha todos andam muito descontraídos e sem luxo.
Portanto, leve uma mochila compacta e nela só o necessário.

Rancho: opte por comidas que possa comer com a mão, tipo sanduíches
feitos na hora, Cup Nudles e barras de cereais, por exemplo.
Importante ter tudo nas menores porções possíveis, inclusive água. È
bem mais prático ter água em recipientes de 500 ml do que em 5 litros.
Gelo, não vale a pena, só se tiver onde conservar. Sofisticar no
cardápio pode significar que todos fiquem com fome, ou fica ruim para
cozinhar (devido ao balanço), ou fica ruim para comer (idem).

Lanternas: duas no convés e uma para cada tripulante

Objeto pessoal: um canivete para cada um também é importante e pode
salvar de um problemão.

Linha de vida: A noite sempre amarrados nela.

Escora: Para os que estão com as facas nos dentes, escora o tempo todo
(são só 48 horas!). Todo o peso colocado a barla! Faça um berço de
lona no beliche de barla e coloque tudo ali, tudo mesmo! Das mochilas
à água, das velas reserva à ancora. Faz uma diferença de umas 3 a 4
horas no tempo final.

Calçados e luvas sempre: Dia e noite, leve a sério, pode acabar que
sua regata vire um inferno por causa de um machucado. Eu, por exemplo,
felizmente machuquei o calcanhar a apenas 2 milhas da ilha, mas foi o
suficiente para me impossibilitar de calçar sapatos, o que me rendeu
mais quatro machucados sérios posteriores, adquiridos em passeios nas
trilhas e praias.

Chegue antes ao Cabanga: Leve seu barco para o Cabanga com a maior
antecedência possível, chegar antes significa tranquilidade na regata.

Planejamento: Use a abuse do planejamento e lembre a todos que é
barco, é um só, e todos são igualmente responsáveis pelo sucesso da
regata.

Piloto: tenha sempre dois, quem tem um não tem nenhum.

Leme e estaiamento: Revise seu leme e o estaiamento, para evitar o pior.



Na Refeno, o importante mesmo é chegar inteiro e feliz! Um beijo e um
queijo, bons ventos a todos!!

Camisas Avelok "velejar é do baralho".

Tamanhos m, g e gg.
100% algodão
Gola v com para suor
Série exclusiva com apenas 25 unidades.
Cores: Areia, azul claro e azul escuro.
Pedidos pelo email avelok@gmail.com
valor R$ 60 mais despesas de envio.





06/12/2012

Golden Globe Regatta e much more!.


Matéria de luxo: Vito Dumas, Francis Chichester, RKJ, Bernard Moitissier, Donald Crowhurst, Golden Globe etc...

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão ,

Já há algum tempo tenho um post-it colado na tela do meu computador/redação , no escritório de meu apartamento aqui na Praia do Canto, na Cidade Presépio ou Ilha do Mel, como o cristão preferir chamar a nossa querida e lindíssima cidade de Vitória, no Espírito Santo.
Estas  anotações sempre faço para não esquecer os assuntos que renderão as próximas matérias da revista The Yacht Man, no caso estava escrito:
- série boas maneiras
-vitor dumas
-ices morgan stwart 1979
-classe hpe 25
-knox jonhston
-bruder 2

Fico enrolando enrolando, mas uma hora sento e organizo a pesquisa frenética e assim nasce um post novo deste veículo da web 2.0:


Pois bem , este lance da revista The Yacht-man( a revista feita orgulhosamente sem fins lucrativos) dá um trabalho da moléstia... tem que pesquisar direitinho, passar horas navegando entre livros e sites, futucar tudo a respeito, garimpar mesmo,  para a matéria  ficar  bacaninha e trazer a informação com um gosto  legal para os leitores saborearem , pois inexplicavelmente, uma pessoa que se propõe a escrever um blog, livro, revista, ou qualquer coisa que o valha, não o faz para ter fama, ganhar dinheiro, para ser conhecido e admirado, ou  por vaidades pessoais torpes e fúteis, o faz( como vi  a definição num livro de Vargas Llosa) somente por fazer, para colocar para fora o que pensa, mas eu vou mais além, levo ainda a seara para o setor da gastronomia, fazendo a seguinte analogia:

-Um verdadeiro cozinheiro , aquele que de paixão faz sua comida, tem como maior recompensa e objetivo único ver seu "comensal"( se é o termo aqui cabe), se deliciar com suas iguarias, no caso de um autor, o objetivo é que seus leitores sintam prazer com a leitura, se transportando para o universo retratado em suas linhas e mais nada.

Geralmente escrevo e pesquiso a noite, em casa, e nem sempre é possível, pois além da revista, temos a esposa, o filho, a leitura dos livros de trabalho, trabalho, compromissos socias, etc, etc, mas num exercício de auto disciplina a revista vai sendo feita,  algumas matérias bem curtas, outras mais trabalhadas, outras copiadas, outras republicadas, uma espécie maluca de pasquim/blog/revista/site que segue levando cultura e entretenimento náutico para atuais 100 e tal mil leitores, o que é para mim um prazer ! O que me move e me impulsiona.


Pois bem , sem mais delongas ou jeb jeb, a matéria de luxo que aqui vai é fruto de dois livros que ganhei no meu aniverário de 38 anos, 5 anos atrás , um ganhei do Didão: "Um mundo só meu de RKJ" , e o outro "Sozinho ao redor do mundo" de Slocum, ganhei de  Lobão, dois clássicos da literatura náutica, e que me fizeram conhecer um pouco mais da história dos grandes navegadores.  Mais tarde li o livro sobre a expedição de Shakleton, " O Endurance", e aos poucos fui me apaixonando pelo universo dos grandes navegadores, criei este blog e aos poucos fui gostando mais e mais do assunto,  e ao pesquisar vi que havia um universo a ser explorado, tive no fimzinho de 2011, então uma idéia de escrever sobre Vito Dumas. Para quem não conheçe, Dumas foi um navegador "hermano" Argentino, que se enveredou pela parte de baixo da nave terra, e da curiosidade sobre ele e suas viagens fui me enfiando em pesquisa e acabei me deparando com a história da Golden Globe, que reúnea história que mudaria o curso do iatismo mundial, dentro de um só evento N coisas acontecem em paralelo, coisas que fizeram a história mudar, e obviamente irei compartilhar com vocês o fruto da pesquisa.
(9 homens zarparam em busca do prêmio de 5 mil libras, além de fama e glória, apenas um chegará ao fim, um  irá cometer o suicído, outro irá desistir da regata e continuar navegando por mais meia volta ao mundo abdicando de tudo e se tornando um mito. Um regata que construiu dois heróis e duas lendas, e destroçou a vida de dois homens, na revista The Yacht-man, a história completa.


Acabei por ler horas a fio, e assisti vários filmes, sendo o que mais me impressionou foi "deep water", que segue postado aqui para quem tiver interesse de saber em detalhes a história da Golden Globe e um personagem em especial Donald Crouwhurst, que é o arquetipo da vida de aparências, com um final infeliz, e que pode ser utilizado como "case" poderoso para se ilustrar a vida daqueles que buscam a glória ( seja ela qual for: grana , fama, mulheres,poder, etc), e se atolam numa vida sem sentido, engando a todos mas não conseguindo enganar a si mesmo.

Trailer.
parte 1
parte 2
                                                        parte 3
parte 4
parte 5
parte 6
                                                                     parte 7
                                                                Parte 8
                                                      Parte 9, e fim.

Começemos então por falar de Vito Dumas:

Argentino nascido em 1900 e falecido em 1965 em consequência de um derrame cerebral, Dumas  em sua juventude foi um exímio nadador , especializado em  probas de longas distâncias, tal qual Sir Robin Knox Jonshton que foi além de um grande nadador também um corredor de fundo, Vito também fora Boxeador, e como  magnânimo Sir Chichester também foi um aviador, um parêntese para Sir Chichester: este homem  deu a volta ao mundo  solo aos 65 anos, já diagnisticado como portador de cancer terminal em 1967 , com apenas 1 escala, e é tido como um grande herói em seu país e no mundo da vela.
Vito Dumas por volta de 1923  ,por 5 vezes tentou fazer a travessia da foz do Prata a nado e fracassou as 5,  em 1931 tenta atravessar o canal da Mancha, sem sucesso novamente.
Lá na Mancha foi onde teve o primeiro contato com os veleiros , no litoral Francês em Calais, esporte pelo qual ele se apaixona imediatamente .
 Ali mesmo  Dumas compraria seu primeiro barco, o Titave II , barco regateiro, veloz, campeão da classe Internacional de 1912.
Contrariando as superstições do mar, ( trocar o nome dá mau agouro)Dumas o rebatiza de Legh , que ao contrário do que diz no wikipédia não eram as inicias de sua amante, tampouco uma homenagem as embarcações escandinavas, mas orginário das iniciais das palavras: luta , integridade, hombridade e grandeza,  que em espanhol são:  Lucha, Entereza, Hombría, Grandeza , o lema, o código de honra do cidadão nascido em Palermo.
O Lengh chega a Nova Zelândia


 Estes fracassos coletados sequencialmente por Vito Dumas  foram importantíssimos para sua realização pessoal, pois como dizia Churchill, o sábio dos sábios dos anos das décadas de 1920/30 e 40:
"O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo."

Estes acontecimentos moveram este homem simples e determinado a sentir uma profunda necessidade interior de como fazer algo pela honra do esporte argentino, como se lê na carta ao amigo:

 "Bueno Aníbal: la razón de mi aventura es haber comprometido mi palabra en hacer algo de mérito para el deporte argentino.  Mis medios son reducidos y la vida que estoy pasando sólo yo se los sacrificios que me imponen. 

Trecho de uma carta ao seu amigo Aníbal,   escritas nas vésperas de sua primeira viagem , em 1931 de Arcachon na frança, a Buenos Aires, trazendo assim seu novo barco para casa.

 Ao chegar em Buenos Aires, Dumas  foi recebido com grande festa, pois essa travessia do Atlântico se constituiu na primeira aventura de vela em solitário da Europa para a América do Sul em todos os tempos.
http://www.navegantevitodumas.com.ar/

Inicia-se aí sua brilhante trajetória,  lançando sua nave ao mar novamente em 1942 na sua sensacional viagem dos" Cuarenta Bramadores": Uma volta ao mundo nas latitudes do mar gigante e congelante, passando pelos 3 cabos mais meridionais e mais terríveis do mundo:
- Boa esperança, Lewin e Horn, com apenas 3 escalas, Cape Town, Wellington e Valparaíso.
A chegada em Valparaíso, Vito está literalmente em frangalhos) fonte navegantevitodumas.com.ar

A circunavegação foi  feita no seu inseparável Yawl Legh II, que sequer tinha um  rádio ou um motor, em condições precárias e em plena segunda guerra mundial.  O  LEGH poderia ser torpedeado ou fuzilado por um navio ou submarino, despedaçado por um canhão, ou afundado por um avião.
Dumas dependia da água da chuva para saciar a sede,( a falta de água e o cansaço pela falta de horas de sono foram os maiores inimigos) , usando até mesmo jornal por baixo das roupas para não congelar, e principalemente utilizando-se de uma técnica que invetou para velejar e sobreviver em condições extremas naqueles mares dantescos: 
Navegando sempre de popa para o vento e num ângulo de 15 graus, correndo as tormentas e as ondas.

Durante uma tempestade no Pacífico , Vito sofreu um grave traumatismo craniano e teve alucinações,  precisou de toda a vontade de viver e consquente da verdadeira garra de um yachstman para se superar e  completar os ultimos 104 dias de viagem . Os terríveis dias finais,  justamente no trecho mais duro que enfrentou em toda epopéia, mas... ele triunfou, venceu a si mesmo, ele consegiu!
Vito estava imbuído de motivos nobres e idealistas , como afirmara :Voy,en esta época materialista,a realizar una empresa romântica,para ejemplo de la juventud“.
Agora imagina o leitor se naquela época o mundo era materialista hoje então... Jesus apaga a Lu!!
Estas duas fotos são cortesia do Atilio Bermudez, ele as fez no Museu Naval Argentino.


Devido a proibição e burocracia das autoridades argentinas naqueles terríveis dias da segunda guerra mundial, Vito que estava proibido de partir de Buenos Aires pelas autoridades, acaba por  zarpar de Montevidéo( uma ironia!), para  assim iniciar a legendária viagem  que durou 1 ano e exatos 36 dias, navegando num mar antes nunca enfrentado frente a frente por um veleiro, através das latitudes dos "Cuarenta Rugientes ":- as 21  mil milhas para se dar a volta ao mundo nos mares mais furiosos e gelados do planeta água, nas baixas latitudes.
                           Dumas é recebido como herói em Buenos Aires em 8 de agosto de 43.
                                     A chegada na capital portenha. (fonte navegantevitodumas.com.ar)

Uma piada reflete o espírito de Dumas:
AI partir, un amigo le preguntó cuánto dinero llevaba encima. Desconcertado, Dumas sacó su billetera y constató que solamente contenía un billete de 10 Pesos. "Y con eso piensas dar la vuelta al mundo?" le preguntó el amigo. Dumas replicó: "Y donde pretendes que gaste el dinero navegando?". El amigo no supo qué contestarle, pero le entregó diez libras esterlinas en billetes, "por las dudas..." 
http://www.navegantevitodumas.com.ar/



Do site Brasileiro  que por sinal é muito bem feito, um primor de informação, e tem ótimo material de pesquisa, o site maresnavegantes.com.br, pego "emprestado" a parte final desta matéria que narra o ultimo cruzeiro de Dumas conhecido como :

-O Cruzeiros dos Imprevistos
Em 1945-46,nova aventura de Vito Dumas,que quase custou-lhe a vida –viagem de Buenos Aires à Nova Iorque. Seus problemas começaram justamente em frente à Coney Island,muito perto do porto de Nova Iorque,quando uma calmaria e corrente forte contrária o impediram de entrar no rio Hudson. A situação ficou tão complicada,com o Legh II sendo tão arrastado de volta para alto mar e em seguida entrando fortes ventos contrários (Vito Dumas nunca instalou motor em seu barco),  que ele foi obrigado a rumar para os Açores,atravessando o Atlântico,pois lhe seria impossível aportar na costa americana. Mas nunca chegou lá tampouco,ao invés disso esteve ao largo da ilha da Madeira,e depois avistou as Canárias,e de modo incrível a situação anterior se repetiu em ambas as vezes –ventos contra ou calmaria total,com forte correnteza desviando o Legh II para outra direção…Desistiu das ilhas,e com a fome levando-o ao desespero e tornando-se praticamente um esqueleto vivo,rumou para a costa africana,mas não precisou arribar,pois um cargueiro passando próximo viu seus sinais de socorro,e atirando-lhe alimentos,salvou-lhe a vida. Finalmente,o Legh II ruma de volta para a América do Sul,voltando a atravessar o Atlântico,e chega ao Ceará,no Nordeste brasileiro,depois de 106 dias sem escalas no mar…De lá retorna à Argentina,mas ainda tem o infortúnio de encalhar na costa uruguaia. Esta viagem lhe rendeu muitas críticas,com conterrâneos o desqualificando como navegador. No entanto,foram mais de 17 mil milhas percorridas em 234 dias no total da viagem. Da experiência ele escreveu o livro “O cruzeiro do imprevisto“.
Foi em 1955 que Vito Dumas empreendeu sua última viagem,novamente para Nova Iorque,num veleiro ainda menor que o Legh II,oSirio,quando novamente enfrentou graves problemas. Foi obrigado a desistir da idéia de chegar nos Estados Unidos sem escalas,aportando nas Bermudas com problemas de saúde. Recuperado,completou o desafio chegando em Nova Iork em 25 de setembro de 1955,depois de cobrir 7 mil milhas marítimas em 117 dias.
Vito Dumas faleceu em 28 de março de 1965,vítima de derrame cerebral. Escreveu os livros “Mis Viajes“,“Solo,rumbo a la Cruz del Sur“,“Los cuarenta bramadores”e “El crucero de lo imprevisto“.
Infelizmente,Vito Dumas quase acabou esquecido pelos seus compatriotas durante sua vida. Seu barco,Legh II,que provavelmente realizou a maior façanha náutica do século XX com a volta ao mundo pioneira pelos “cuarenta bramadores”ficou abandonado e perdido (ao contrário do barco de Moitessier,o Joshua,que foi recuperado e navega até hoje patrocinado por um museu marítimo francês). Mas depois de sua morte,seu valor foi aos poucos sendo reconhecido por todos os cruzeiristas do mundo,e sua fama teve grande novo impulso quando Bernard Moitessier confessou ser fã de Dumas,e ainda ter adotado técnicas de navegação do argentino para conseguir navegar nas altas latitudes.

Existe uma polêmica em se discutir que foi o maior navegante no site argentino navegantevitodumas.com.ar:
Chichester ou Dumas?
No meu ponto de vista o leque é maior para se comparar: Scott, Amundsen, Shakleton, Slocum, Tabarly, Moitissier, RKJ, Slocum, James Cook?! me lembrei de um post interessante que fizemos há algum tempo, que  recorro a piada deste próprio pasquim para colocar nosso ponto de vista:

Qual seria a expedição perfeita, perguntou Mac'Enroy?

Naquela longínqua tarde de 1920,após um  dia de verão sufocante e também extasiante em face a série de  regatas disputadas em seus novíssimos one design boats, literalmente com a faca nos dentes, os três amigos  davam uma atenção ao barco e cuidavam da faina .
O tempo passava voando, entre um comentário e outro lavoro seguia em ritmo acelerado,  o grupo formado por Mac'Enroy, Stanley Clifford, e pelo italiano Máximo Tedesco, sagrara-se naquela manhã o grande vencedor de 3 das 5 retagas da copa "Tansmanian" e já preparavam o barco para as regatas da semana seguinte, a fim de defenderem o título.
Com o fim do trabalho ao cair da tarde seguiram para o Pub para tomar algumas cervejas e celebrar a performance nas regatas e a vida ( este segundo motivo,  o faziam semanalmente),  e durante o caminho, conversavam sobre os grandes feitos dos recém criados heróis , os grandes aventureiros e desbravadores de terras inóspitas, que nas duas primeiras décadas do século com suas fantásticas expedições elimiram todas as fronteiras do desconhecido.
Após algum tempo em silêncio, caminhando ofegantes enquanto subiam a  suave colina que terminava as portas do Pub "Almirante Benbow", Mac'Enroy profere aquela perguta que daria origme a frase mais famosa pelos 30 anos seguintes em toda a Tansmânia e talvez em toda Austrália.
-Meus caros amigos, quem de vocês poderia me dizer  qual seria a expedição ideal?
Prontamente Stanley com seu ar professoral  imposta a voz , buscando um dó de tenor lá no fundo da garganta e responde, antes pigarreando :
-( aham)Ora, ora, a expedição ideal... a expedição ideal  deveria  ter a técnica de Scott , somada  a velocidade de Amundsen, esta sim seria uma empreitada perfeita!
Caminhando dois passos atrás vinha o Italiano, sempre muito perspicaz e sacana, as vezes até mesmo sarcástico, não á toa se chamava Máximo.
 Meio que resmungando ele profere a famosa máxima (em italiano), tentando desta forma dar um ar ainda mais aristocrático as sua observação:
-La spedizione ideale avrebbe la tecnica  Scott e  la velocitá di Amundsen, ma dal santo Dio che ci protegge, se tutto va storto prego che il vostro capo è Shackleton.
A expedição ideal teria a técnica de Scott e a velocidade de Amundsen, mas por Deus, se tudo der errado reze para que Shackleton seja seu chefe.
Na foto tirada por Mr. Montgomery Jonhson com uma Roleiflex vemos Stanley Clifford em primeiro Plano, Máximo Tedesco de macacão e chapéu, e Mac'Enroy ao fundo, em manutenção do belíssimo one design "Sweepstake Marriot"


Bom mes amis, agora se faz  muito tarde e tenho que dormir, por que amanhã tem trabalho e temos que pagar as contas, em breve voltaremos com a continuação do assunto deste post em breve, a regata sunday times golden globe, Sir Francis e muito mais. Fiquem ligados e acessem!!

 A revista avelok the yacht-man, também está  com uma página no facebook,  acesse e curtam!

http://www.facebook.com/pages/The-Yacht-man-avelok-sailig-magazine/189447521131320?ref=ts
Lembramos a todos que a revista Avelok, The Yacht-man é um canal aberto e democrático, e se vc tiver algum assunto bacana , um post, fotos, videos e ou matérias, publicamos com prazer, envie para avelok.com.br, um beijo e um queijo a todos!!

Bons ventos.

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!