Barracuda chega
sábado para
primeira etapa do
Brasileiro de C30
O tradicional Circuito Oceânico da Ilha de
Santa Catarina chega a sua 26ª edição e será raia para a Primeira Etapa do
Campeonato Brasileiro da Classe C30, destinada aos modernos barcos de regata
Carabelli 30.
Barcos e tripulações de São Paulo e
Florianópolis comporão a flotilha que promete ser a mais emocionante do
Circuito. São barcos de desenho único, exatamente iguais em todos os itens,
incluindo velas, peso do barco e peso máximo permitido para a soma dos
tripulantes. Sem as vantagens de materiais, ganha quem chega na frente e o que
manda no resultado das competições é a destreza dos velejadores, a tática
escolhida para cada regata e a perícia do timoneiro.
Os C30 são barcos construídos exclusivamente
para regatas, tem excelente área de convés e cokpit para o trabalho da
tripulação e, apesar de medir mais de nove metros (30 pés), possui interior
pequeno e espartano, sem o conforto que se observa nos barcos de uso misto, em
sua maioria construídos para o lazer, mas utilizados também no esporte.
Além do fato de o barco ter sido
desenvolvido para se obter o melhor rendimento possível, um grande diferencial
em relação aos demais veleiros de oceano que correm regatas, é que em provas da
classe, ganha quem cruza a linha de chegada em primeiro lugar.
Para as embarcações mistas, nem sempre é
assim. Como são barcos diferentes que competem entre si, o vencedor é definido
pelo resultado de uma intricada fórmula de cálculos matemáticos após a chegada.
As contas levam em consideração as diferenças numéricas observadas no desenho do
casco, tamanho do barco, tamanho e material das velas, pesos, idade do barco,
etc.
Na regra mais completa, a ORC Internacional,
mede-se quase 500 itens de um barco para se chegar a um fator de cálculo que
será multiplicado pelos segundos que a embarcação levou para completar a prova.
Já na regra BRA-RGS, a mais numerosa no Brasil, são mais ou menos 50 itens
levados em consideração para a obtenção do rating. Para atender os
diferentes tamanho de barcos, a ORC I e a BRA-RGS também possuem subdivisões.
Humberto Diniz, comandante do Barracuda,
está reticente quanto aos resultados de seu barco para as regatas iniciais da
Primeira Etapa do Brasileiro de C30. O veleiro chega à Florianópolis neste
sábado, dia 2 de fevereiro, navegando desde Ilhabela, litoral paulista,
perfazendo mais de 300 milhas (quase 600 km).
“Pretendemos fazer o primeiro treino no
sábado mesmo, assim que o barco estiver revisado e preparado após a viagem.
Temos pouco conhecimento da raia de Florianópolis e a vantagem, a princípio, é
dos quatro barcos locais. Por isto precisamos treinar para tentar desvendar os
mistérios dos ventos e das correntes do norte da Ilha de Santa Catarina”, admite
Diniz.
Barracuda foi o segundo C30 a ser colocado
na água, no final de 2011. Ano passado o barco cumpriu um extenso programa de
regatas, que incluiu a Mitsubshi Sailing Cup, a Rolex Ilhabela Sailing Week, a
Copa Suzuki Jimmy e o Circuito Rio, com resultados expressivos, vencendo algumas
regatas e sempre beliscando o título. O time vem completo para Florianópolis.
Além do comandante Humberto Diniz, fazem parte da tripulação os velejadores
Alberto Foresti, Martin Afonso Ferreira, Anderson Ribeiro da Silva, Matias
Pillar e o velejador olímpico Fábio Pillar. Fábio, que defendeu o Brasil nos
jogos de Pequin velejando na Classe 470, será o tático da
equipe.
O Circuito Oceânico da Ilha de Santa
Catarina é organizado pelo Iate Clube de Santa Catarina – Veleiros da Ilha e
Flotilha Catarinense de Veleiros de Oceano e será realizado de 4 a 7 de
Fevereiro na raia de Jurerê. A organização espera a presença de pelo menos 30
barcos das classes C30, ORC Internacional, BRA-RGS, Clássicos e Multicascos.
Além do Brasileiro de C30, a competição também será palco do Campeonato
Brasileiro da Classe ORC.
A segunda e última etapa do Brasileiro será
realizada em Julho, em Ilhabela, durante a Rolex Ilhabela Sailing
Week.
Tarcísio
Mattos
Classe
C30
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