13/03/2016
Windsurf no Espírito Santo, as origens remontam o fim da década de 70...
Boa Tarde Renatinho!Faltou te mandar esta foto, em anexo, para aqueles desavisados que acham que foi Tubarão que introduziu o Windsurf em Vitória (sic)...Veja a data, escrita pela minha mãe: 12-06-1980. Eu tinha então 20 anos e Claudio 18.
Na realidade foi um alemão que tinha um restaurante no início da Reta da Penha, próximo ao Praia Tênis Clube ( restaurante Bierstube, grifo avelok)que velejou pela primeira vez com um windsurf em águas capixabas.
Paulo Cesar Bonino( campeão mundial de pesca submarina, grio avelok) conhece melhor esta estória pois ele foi o primeiro que trouxe para o ICES uma prancha de Wind.
Era Vermelha em cima e branca em baixo.
Muito pesada. Mas, como o negócio do Paulo era mergulhar, eu comprei a prancha dele (achava aquilo um "brinquedinho" interessante) e comecei a ganhar as primeiras regatinhas no ICES, culminando com a premiação de uma wind da marca "Offshore" na boite Papagaio, como consta na reportagem anexa.
Depois vieram as clássicas "Wingliders" e posteriormente, Simone Chieppe com uma prancha de madeira laminada envernizada - linda (as duas hehehehee...).
Deixei de competir de wind pois as regatas eram no mesmo dia das de Laser, sendo estas na parte da manhã, e as de wind na parte da tarde com ventos mais forte.
Eu saía de uma regata de Laser para em seguida encarar uma de Wind. Quando se tem 20 aninhos é mole....Tive então que optar pelo Laser pois era muito custoso manter em dia o rapidíssimo avanço tecnológico daquele "brinquedinho", que a cada 3 meses tinha um novo "up-grade", enquanto que no Laser, monotipo, não mudava nada, como em todos os clássicos.
Criou-se então o "folclore" das más línguas que diziam que eu saí do wind pois começava a perder nesta categoria, mas, na verdade faltava-me o din-din e decidi permanecer na classe Laser, monotipo olímpico, que tantas medalhas nos deu nas olimpíadas.Vale uma camiseta Avelok anunciada no seu Blog???Forte Abraço,Mário
Caros leitores, agora seguem os cometários sobre a matéria complementando-a:
a loja era a Mesbla Náutica, onde hj é a Casa dos Brinquedos eu acho, "comprei" de Natal a minha primeira Windglider ali, vc na época escolhia as cores da vela e eles fabricavam em SP... e ela já vinha com um numeral mundial silcado com uns 600 dígitos!!!
eu tinha uns 14 ou 15 anos... !
----- Original Message de rominho -----
Foi isto mesmo.
Apenas uma retificação: o Detlef não é meu tio, era amigo e cliente de meu pai (ele trabalhava na Garoto) e como ele sabia que eu gostava de velejar de Laser me chamou para ir a praia experimentar o modelo que ele havia trazido da Alemanha.. Era um trambolho de umas 15 toneladas com retranca, vela, prancha - enfim, tudo - feito por ele. Eu tinha uma vela antiga e leve do Laser e dei para ele fazer uma vela menor e deu certo. Depois ele fez mais umas 3 ou 4 pranchas (inclusive esta que vc citou, a Tandem). Ele mora atualmente em Hamburgo e vou pedir a ele fotos disto.
Resumindo, quem introduziu o windsurf em nossas terras foi realmente o Detlef. Depois vieram as windgliders e havia apenas uma loja destes artigos em Viória, a Náutica, se não me engano. Isto foi no século passado e eu estava chegando aos 20. A vida passa rápido.
2009/9/14 Romulo
eu soube que quem trouxe o 1º windsurf pra cá foi um tio de Christoph se não me engano, o alemão Detlef, era uma prancha tandem, de 2 velas e com 3 partes que vc podia optar por velejar solo ou em dupla, e dependendo montava ela inteira com 3 pedaços ou só com 2, confirme isso com ele aqui....
19/01/2016
27/12/2015
A expedição perfeita, a última fronteira. Scott, Amundsen e Schakleton? Por Avelok.
Qual seria a expedição perfeita, perguntou Mac'Enroy?
Naquela longínqua tarde de 1920,após um dia de verão sufocante e também extasiante em face a série de regatas disputadas em seus novíssimos one design boats, literalmente com a faca nos dentes, os três amigos davam uma atenção ao barco e cuidavam da faina .
O tempo passava voando, entre um comentário e outro lavoro seguia em ritmo acelerado, o grupo formado por Mac'Enroy, Stanley Clifford, e pelo italiano Máximo Tedesco, sagrara-se naquela manhã o grande vencedor de 3 das 5 retagas da copa "Tansmanian" e já preparavam o barco para as regatas da semana seguinte, a fim de defenderem o título.
Com o fim do trabalho ao cair da tarde seguiram para o Pub para tomar algumas cervejas e celebrar a performance nas regatas e a vida ( este segundo motivo, o faziam semanalmente), e durante o caminho, conversavam sobre os grandes feitos dos recém criados heróis , os grandes aventureiros e desbravadores de terras inóspitas, que nas duas primeiras décadas do século com suas fantásticas expedições elimiram todas as fronteiras do desconhecido.
Após algum tempo em silêncio, caminhando ofegantes enquanto subiam a suave colina que terminava as portas do Pub "Almirante Benbow", Mac'Enroy profere aquela perguta que daria origme a frase mais famosa pelos 30 anos seguintes em toda a Tansmânia e talvez em toda Austrália.
-Meus caros amigos, quem de vocês poderia me dizer qual seria a expedição ideal?
Prontamente Stanley com seu ar professoral imposta a voz , buscando um dó de tenor lá no fundo da garganta e responde, antes pigarreando :
-( aham)Ora, ora, a expedição ideal... a expedição ideal deveria ter a técnica de Scott , somada a velocidade de Amundsen, esta sim seria uma empreitada perfeita!
Caminhando dois passos atrás vinha o Italiano, sempre muito perspicaz e sacana, as vezes até mesmo sarcástico, não á toa se chamava Máximo.
Meio que resmungando ele profere a famosa máxima (em italiano), tentando desta forma dar um ar ainda mais aristocrático as sua observação:
-La spedizione ideale avrebbe la tecnica Scott e la velocitá di Amundsen, ma dal santo Dio che ci protegge, se tutto va storto prego che il vostro capo è Shackleton.
A expedição ideal teria a técnica de Scott e a velocidade de Amundsen, mas por Deus, se tudo der errado reze para que Shackleton seja seu chefe.
Na foto tirada por Mr. Montgomery Jonhson com uma Roleiflex vemos Stanley Clifford em primeiro Plano, Máximo Tedesco de macacão e chapéu, e Mac'Enroy ao fundo, em manutenção do belíssimo one design "Sweepstake Marriot"
Breve introdução ao mágico mundo de Slocum.
Slocum é autor do livro "around the world alone", o maior best seler da vela mundial.
O Canadense naturalizado americano fez a primeira circunavegação em solitário entre 1895 e 1898.
Não é só a pessoa que primeiro circunavegou o globo sozinho, ele foi o primeiro a construir uma ponte entre as massas e vela. Antes dele, a vela era reservado aos homens que praticavam-la como um trabalho. Joshua Slocum fez vela popular por escrever livros maravilhosos, que as pessoas lêem com a mesma emoção e fascínio como faziam quando os livros saíram primeiramente no século 19.
Slocum teve uma passagem interessante de sua vida pelo Brasil, onde após naufragar com seu navio de carga a caminho de montevidéu, juntou os destroços e construiu o barco de apenas 10 metros com o qual navegou com sua esposa e filhos de volta aos EUA, meio junco chinês, meio alguma coisa qualquer e batizou-o de liberdade( 1887), esta viagem gerou um libro chamado " A viagem do liberdade".
Na sua viagem com o Spray, não podendo contar com equipamentos eletrônicos ou lemes de vento, comuns hoje em dia mas inexistentes na época, Slocum utilizava um conjunto composto por cabos e polias para controlar o leme e manter o barco sempre alinhado no vento, uma vez que não podia alternar turnos com companheiros de viagem. Um lado da cana do leme era amarrado à escota da genoa e o outro no cabo da vela grande, com o auxilio de polias corretamente colocadas. Podia então dormir por breves períodos ou cuidar do restante do barco sem ter que permanecer ao leme todo o tempo. Dependendo do lado em que o vento variava, alterava diferentemente uma das velas, que pelo cabo atado ao leme, corrigiam a posição e evitavam que o barco virasse. Solução simples e engenhosa que aprendera com antigos pescadores, do tempo em que todos os barcos eram à vela.Aqui em Vitória no ES, temos uma réplica do barco em suas dimensões originais, chamado de Zé Adega, construído pelo mestro honônimo e pretencente ao médico Santanna.
A Liberdade de Joshua Slocum . Por Eugênio Herkenhoff.
O lado B de Joshua Slocum, artigo assinado por Eugênio Herkenhoff.
Josua Slocum
A 2ª vida de um capitão louco pelo Brasil
Aquele velho marinheiro de paletó surrado e chapéu de aba longa, o Josua Slocum que conhecemos, o primeiro homem a completar a volta ao mundo em solitário a vela (e sem motor, diga-se de passagem) a bordo do Spray é apenas uma ponta da história passada na fase final da vida deste valoroso homem do mar e cidadão do mundo.
Slocum colecionava um passado não apenas de fama, de aventuras (5 voltas ao mundo) e de glórias, como respeitado capitão de longo curso de alguns importantes navios de comércio no final do século XIX, mas também de perdas e miséria material, de derrotas em processos, de luta em mares tenebrosos, e de perda de pessoas da família e de grandes amigos à bordo.
Breve Histórico
Canadense de origem e naturalizado americano na idade adulta, Josua veio de uma humilde família marinheiros e artesãos da baía de Fundy, na Nova Escócia. Aos 11 anos já trabalhava com seu pai na confecção de botas de pesca para regiões alagadas, e as escondidas produziu uma maquete de um grande navio à vela que ao final seria o seu destino. Aos 14 fazia sua primeira experiência como cozinheiro de bordo e moço de convés de uma goleta de pesca entre o Canadá e o Alasca. Aos 16 anos embarcava em sua primeira viagem transatlântica como marinheiro rumo a Dublin, e a partir daí nunca mais abandonou o mar.
Com o declínio da vela como propulsão de navios comerciais no final do século XIX muitos dos grandes capitães de longo curso logo procuraram novas posições em companhias que usavam navios a vapor. Josua, resistia, já que, incessantemente, ascendia numa carreira firme como capitão de grandes navios, dentre os quais o Washington, aos 25 anos e o B. Aymar a seguir, entre portos do mundo inteiro, como China, Hong Kong, Filipinas, Rússia, Alasca, Estados Unidos, Europa, América do Sul e Austrália,
Aparentemente fez apenas 2 experiências como capitão na navegação a vapor e logo viu que para permanecer com vantagem no apaixonante e animado transporte à vela deveria ser ele mesmo o proprietário do barco. Assim possuiu o veleiro Pato (45 ton.), o Amethyst (350 ton.), uma parte na sociedade do imponente e famoso Northern Light (1.800 ton. e 220 metros), e o Aquidneck (365 ton.).
No dia 2 de julho de 1895, aos 51 anos, parte para a sua histórica aventura de volta ao mundo, atravessando o Atlântico até Gibraltar e em seguida nova travessia em direção ao Brasil, estratégia escolhida para aproveitar os ventos Alísios. Em seguida para o cabo Horn, Pacífico, Austrália, África do Sul até os Estados Unidos novamente.
Em 14 de novembro de 1909, com 65 anos, em meio a uma situação meteorológica hostil, desaparece no mar a caminho da Venezuela e do Brasil (queria explorar os rios Orinoco e Amazonas).
’’Você não possui um barco, você cuida de um’’ (antigo ditado inglês)
Seu estilo próprio que misturava o caráter duro, obrigatório no ofício, com um inegável gosto pelo lado lúdico da profissão e a preocupação de deixar registrada a sua experiência para a posteridade, tornava-o diferente da maioria dos outros capitães do seu tempo.
Slocum aproveitava de situações de pausa como capitão para reescrever e organizar seus escritos e, para nossa sorte, e deixou alguns bons livros ricos em detalhes sobre cada uma de suas grandes navegações, todos de fácil leitura e com uma grande quantidade de detalhes instigantes e interessantes sobre as diversas faces de suas aventuras(‘’The Voyage of the Liberdade’’, "Voyage of the Destroyer from New York to Brazil",’’The Voyage of the Aquidneck and its Varied Adventures in South American Waters’’, "Sloop Spray Souvenir Booklet", "Voyage around the Horn" e ‘’Sailing Alone Around the World’’).
Casou-se com Virginia Walker, uma australiana de origem americana, com quem teve 7 filhos (dos quais 3 morreram a bordo ainda bebês. O toque feminino de Virginia na decoração interna e externa do Northern Light foi elogiado no New York Tribune na época, se referindo sua cabine de luxo que se assemelhava a um verdadeiro palácio, onde inevitavelmente eram embarcados o piano da esposa e a biblioteca de Josua. Na época não era comum a presença de mulheres à bordo.
Alguns fatos marcantes na vida de Josua se passaram a bordo deste navio que não cessava de singrar os mares do mundo inteiro. Seu prezado 2º capitão foi assassinado com uma facada em um motim. Na ocasião o próprio Josua foi salvo pela esposa fortemente armada e que cuja ação foi decisiva no controle da rebelião e prisão dos amotinados. Em, outra situação, com o leme quebrado e o navio inundado escapou de um eminente naufrágio na África do Sul. Na cidade de Antonina - PR, Josua lutou corpo a corpo com ex-tripulantes, armados de faca, que queriam se apoderar do Aquidneck e terminou por ferir 2 e matar 1 deles a tiro. Por este fato foi processado e absolvido.
Virginia o acompanhou a bordo até a sua morte, de causa desconhecida, aos 34 anos na Argentina. Este fato marcou a vida de Slocum, agora com 39 anos. Estas lembranças tristes o acompanharam pelo resto da vida.
Brasil - Terra do amor e da boa maldição
Josua era apaixonado pelo Brasil, e mais ainda pela região da baia do Paranaguá que já conhecia de outras viagens, Em seu livro ’’The Voyage of the Aquidneck’’ elogia o carinho, o jeito amoroso da população e o fino respeito que havia entre os membros das famílias que os receberam. Descreve também, com grande riqueza de detalhes, as características canoas a remo do litoral do Paraná.
Grande parte de suas viagens incluíram aportagens e permanência em diversas outras cidades brasileiras, cujas principais citações foram nos estados de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, além do Paraná, sempre com elogios à boa recepção do povo.
Com o Aquidneck adentrou pela bacia do Prata e subindo pelo rio Paraná alcançou a cidade de Rosário, na Argentina onde carregou uma boa quantidade de fardos de alfafa com destino ao Rio de Janeiro.
Após alguns carregamentos entre cidades do sul uma nova tripulação formada por brasileiros foi contratada em Montevidéu, após o abandono de sua tripulação original devido a uma suspeita de contaminação pelo cólera, ocasião em que foi obrigado a passar por um período de quarentena e desinfecção à bordo, na Ilha Grande - RJ.
Fortemente elogiados como excelentes marinheiros, Josua ressalta que os brasileiros melhoraram muito o humor a bordo. Porém, mais uma vez perseguido pela falta de sorte, a tal tripulação acabou por se contaminar por uma epidemia de varíola, ocasião na qual 2 deles faleceram. Diante desta situação de caos, e a formação de uma enorme tempestade, o característico ’’Pampero’’. Josua, pessoalmente, ajudado por seu filho e o único marinheiro que ainda estava de pé conseguiram controlar o navio estabelecendo algumas poucas velas, aportando novamente em Montevidéu e salvando o restante da tripulação.
De retorno ao Brasil com nova tripulação parte desconhecida e parte da inicial americana, decidiu carregar com madeira nobre em um porto improvisado à margens de um rio na baía de Paranaguá-PR, com destino aos Estados Unidos. Após uma situação de dificuldade de virar de bordo, causada pela forte corrente e ventos muito fortes o Aquidneck terminou por encalhar em um banco de areia na baía dos Pinheiros.
Conforme suas próprias palavras o fato de perder este navio foi para ele ’’uma grande dor, difícil de suportar’’... O Aquidneck, segundo ele, era a ’’obra-prima da beleza e da graça’’.
’’A presença do barco americano e seu infortúnio causaram, como é fácil imaginar-se, enorme impacto entre o povo daqueles êrmos do nosso litoral’’ nos conta Newton Carneiro, em um número da Revista Letras em 1974 (assim como diversos outros detalhes deste artigo).
Renascendo do Caos
O Brasil foi, possivelmente, o país aonde Josua permaneceu por mais longo tempo em suas viagens. E por ironia do destino foi também aqui que se inicia uma grande mudança na vida de Josua, agora com 44 anos, que perde praticamente tudo de material que possui e passa para a classe da vela de lazer e de escritor propriamente dito. Posteriormente Josua desce na escala social pois o trabalho como capitão da marinha mercante ficou escasso. Viver como escritor no final do século XIX, época de crises e mudanças culturais não devia ser tarefa das mais fáceis. Inicia-se para Josua um período, se não em dificuldades financeiras, mas de dependência da colaboração de velhos companheiros.
De acordo com um texto publicado na revista francesa Chasse Maré nº 77, Josua queria voltar ao seu país de ’’peito erguido’’. Não era um homem de ficar ’’no chão’’.
Então, como um remédio para uma grande doença, nasceu uma inspirada e feliz ideia que misturava humildade e persistência: Retornar aos Estados Unidos com toda a família pelos próprios meios...
Josua contou com o apoio de sua 2ª esposa, de seus filhos e das pessoas que o acolheram em Guaraqueçaba na concepção e fabricação do ’’Liberdade’’, um pequeno veleiro (apenas 9,67 metros), híbrido, com o casco de fundo chato inspirado no ’’doris’’ americano e armação do tipo sampan chinês, de velas com talas (similar ao junco) construído, em grande parte, com madeiras e equipamentos que conseguiu recuperar do seu navio Aquidneck (o restante foi vendido como sucata). Todos colocaram, literalmente, a mão na massa. O nome Liberdade foi escolhido em homenagem a Abolição da Escravatura do Brasil, em 13 de maio de 1888, mesma data do término do barco.
E assim , partindo no dia 27 de julho de 1888 da pequena Guaraqueçaba - PR na companhia de Henrietta e dos 2 filhos Victor e do pequeno Garfield, em uma viagem difícil, percorreram 5.510 milhas em 53 dias. Do Paraná para São Paulo, em seguida rebocados para o Rio, aportaram em Cabo Frio para reparar o barco danificado numa colisão com uma baleia de mais de 20 metros, depois rumo a São Paulo (BA) na ilha de Tinharé, a seguir Salvador (forte tempestade no litoral baiano), Recife, Barbados, Porto Rico, Carolina do Sul e finalmente Washington em 27 de dezembro. O barco foi doado ao Smithsonian Institution onde durante muitos anos ficou exposto a visitação pública.
Um detalhe contado posteriormente pelo próprio Slocum foi de que a idéia de fazer a circunavegação em solitário a vela nasceu nesta viagem com o Liberdade.
No ano 2000 David Sinnett-Jones, um navegador Inglês homenageou o feito de Josua fazendo o mesmo percurso em uma réplica do Liberdade, o "Zane Spray":
Um dia irei a Guaraqueçaba e Antonina, na baía de Paranaguá-PR, respirar um pouco daquele ar de natureza que deixou Josua maluco... e ver se encontro o timão, o sino ou um pedaço do mastro do Aquidneck, que devem ainda estar na casa de um humilde pescador a minha espera...
Eugênio Herkenhoff
Alguns sites consultados:
Livro ‘’Viagem do Liberdade’’:
http://www.eldritchpress.org/js/liberdade.htm
http://www.gutenberg.org/files/18541/18541-h/18541-h.htm
Partes do livro sobre a viagem do Aquidneck:
http://library.la84.org/SportsLibrary/Outing/Volume_41/outLXI04/outLXI04o.pdf
http://library.la84.org/SportsLibrary/Outing/Volume_41/outLXI05/outLXI05i.pdf
Sobre a viagem comemorativa com uma réplica do Liberdade, o "Zane Spray":
http://cruisenews.net/liberdade/aboutdsj.html
http://www.stexboat.com/slocum/liberd1.htm
24/12/2015
21/12/2015
15/12/2015
26/11/2015
Iate Clube do Espírito Santo sedia o sul americano de Snipe.
Há 66 anos atrás aconteceu aqui em Vitória o primeiro campeonato internancional do hemisfério sul na classe Snipe em 1949,e ano que vem o Sul Americano para cá pela primeira vez, dois vivas ao ICES!!
Segue trecho da história...
"Aqui no Ices os primeiros barcos foram o Ajax e o Guará, de Howard e Tarquínio respectivamente( vide recorte de jornal anexo a esta matéria), e nosso ídolo Morris Browm fora sétimo colocado no mundial de 1949 em companhia do pai, e campeão Brasileiro no mesmo ano, título até hoje imbatível, pois Morris tinha apenas 14 anos na época, e também aqui na nossa cidade foi instituído o primeiro troféu internacional do hemisfério sul, a Taça Cidade de Vitória, numa disputa entre Brasileiros e Argentinos, também no ano de 1949"...
24/11/2015
18/11/2015
Isenção de impostos para sua empresa: Projeto Desenvolvendo Talentos da Vela Capixaba.
O PROJETO
O ICES obteve o registro legal do Projeto Desenvolvendo Talentos da Vela Capixaba junto ao Ministério dos Esportes, e assim está autorizado a captar recursos financeiros para implementar uma Escola de Vela com a estrutura adequada para desenvolvimento do esporte à vela.
Nosso Estado e em especial Vitória, oferecem condições climáticas excelentes para os esportes à vela. A prática da vela, estimula diversos aspectos interessantes em crianças, adolescentes e adultos, como o planejamento, controle emocional, segurança e auto-estima. Além de propiciar a educação ambiental e uma atividade física saudável.
A prática dos esportes a vela ainda não se desenvolveu como seria possível no ES, principalmente pela falta de opções de ensino. Já consta há muito tempo no Estatuto do ICES, o objetivo de manter uma escola de vela para desenvolver a atividade.
Este Projeto é uma ferramenta para realizarmos este objetivo de forma mais consistente e com muito pouco investimento financeiro dos ICES.
METAS DO PROJETO
Um projeto como este, que se baseia em incentivos fiscais, é apresentado e desenvolvido tendo todos os aspectos bem detalhados.
As metas registradas no projeto são:
Metas Qualitativas:
Meta 01 - Promover a formação e o desenvolvimento esportivo de novos atletas na prática
aperfeiçoada da Vela, através da realização de treinamentos com jovens talentos da Vela
capixaba.
Indicadores da Meta 01: Demonstração de relatório de participação de atletas em
treinamentos.
Meta 02 - Utilizar a prática esportiva do iatismo como ferramenta de aglutinação de
interessados, patrocinadores, federações, dentre outros, no estado do Espírito Santo,
inicialmente, e no Brasil, posteriormente.
Indicadores da Meta 02: Divulgação do projeto na mídia difundindo e estimulando a
prática esportiva de crianças e jovens;
Meta 03 - Propiciar aos atletas uma visão e postura diante da realidade, estimulando a
autoestima através do provável surgimento de diversas oportunidades profissionais.
Indicadores da Meta 03: Participação dos atletas em competições nacionais e
internacionais, bem como em eventos esportivos, permitindo a evolução profissional dos
mesmos.
Metas Quantitativas:
Meta 01 - Manter um Pool mínimo de 40 alunos fixos nas escolas de vela com o aumento
gradativo até que o projeto opere dentro dos seus limites operacionais.
Indicadores da Meta 01: Demonstração de relatório de participação de atletas em
treinamentos.
Meta 02 - Revitalizar a classe Opitimist, incluindo ao menos 4 barcos no campeonato
brasileiro seguinte ao primeiro ciclo de treinamentos.
Indicadores da Meta 02: Apresentação dos classificados para o Campeonato Brasileiro
de Vela na classe Optimist;
Meta 03 - Formação de ao menos 5 atletas que se mantenha em disputa, representando
o ICES após atingir a idade limite para disputas juvenis.
Indicadores da Meta 03: indicação de atletas cadastrados na CBVela, vinculados ao
clube, cuja iniciação tenha ocorrido pela escola de vela.
DESENVOLVIMENTO
No projeto aprovado pelo Ministério dos Esportes, é detalhado, quantificado e apropriado todo o recurso financeiro obtido . Ou seja, não há hipótese de alterar a destinação prevista.
Foram planejadas as necessidades da escola de vela, como compra de barcos e materiais, pagamento de instrutores, clínicas técnicas, etc.
CONTROLES DO PROJETO
O ICES contratou a Empresa Evolutions Sports, especializada em projetos de incentivos fiscais, que redigiu e encaminhou o projeto, fornece todas as informações e controla toda a documentação e prestação de contas ao Ministério dos Esportes. Além dos controles internos já existentes e reforçados na última alteração do Estatuto.
CONTRIBUIÇÃO
O Projeto foi autorizado a captar aproximadamente R$ 390.000, o que precisa acontecer até 30 de Dezembro de 2015.
Podem contribuir, com abatimento no IR relativo ao ano de 2015, a pessoa física até 6% do IR, sendo que este abatimento concorre com outros incentivos e o contribuinte precisa fazer a declaração completa. Já a pessoa jurídica pode abater até 1% do IR devido, que não concorre com outros tipos de benefícios e a empresa precisa estar tributada no lucro real.
PROCEDIMENTOS PARA CONTRIBUIÇÃO
1) Enviar um e-mail para vela@ices.com.br cópia para joseluiz@evolutionsports.com.br registrando seu interesse em contribuir para o projeto e informando a data que fará o depósito, assim como o valor. Desta forma será providenciado o devido cadastro no Ministério dos Esportes
2) Com o cadastro realizado o depósito poderá ser realizado na conta indicada na publicação do projeto "Desenvolvendo talentos na vela capixaba", qual seja:
Banco do Brasil
Agência: 3086
DV: 4
Conta Corrente (Bloqueada) Vinculada nº 26160-2
Em nome do Iate Clube Espírito Santo;
O que será comunicado pela Secretaria de Vela
3) Realizado o depósito é necessário enviar o respectivo comprovante para os e-mails joseluiz@evolutionsports.com.br e vela@ices.com.br, visando emissão do recibo e comunicação ao Ministério do Esporte para fruição do benefício no exercício fiscal seguinte;
4) Com o recebimento do comprovante acima (3), o respectivo recibo será enviado no prazo de 48 horas. Este recibo, acompanhado do comprovante de depósito são os documentos necessários para comprovação e utilização do benefício fiscal correspondente.
5) As empresas que contribuírem terão suas logomarcas dispostas nos barcos, camisas e todo o material da escola de vela, interno e externo, podendo ser avaliadas outras formas que interessem à empresa, conforme o valor da contribuição. Já as pessoas físicas terão seus nomes divulgados nos agradecimentos em banners no ICES e em notas na revista.
Em ambas as situações, também exerceremos os agradecimentos e reconhecimento, convidando os patrocinadores para os eventos da Vela, como premiações e comemorações.
CONCLUSÃO
Na realidade o patrocínio deste projeto será realizado por pessoas que entendam que a simples reorientação de uma parte de seu imposto, gerará recursos que serão bem utilizados e em uma atividade esportiva que além de criar atletas e lhes proporcionar os benefícios inerentes, pode ajudar a desenvolver uma cadeia de serviços saudável e adequada ao Espírito Santo.
O Projeto completo pode ser obtido com a Diretoria de Vela, caso algum sócio ou contribuinte do projeto se interesse em te-lo em todos os detalhes.
Qualquer dúvida, por favor entre em contato com a Diretoria de Vela.
13/11/2015
Paul Bent Elvstrom, the legend.
Classe Tempest, semalhante ou igual ao Fliyng Dutchman.
Paul e seu Firefly, o percursor do Finn.
Quando começamos a escrever este blog , há cerca de 4 anos atrás, numa das minhas primeiras postagens coloquei esta colagem acima,com meus os ícones da vela mundia( Tabarly, Slocum, Elvstrom e Thomas Lipton), e agora iremos conhecer um pouco mais deste yachtman escandinavo, um gigante dos mares.
Paul Bent Elvstron, nascido em 25 fevereiro de 1928 na Dinamarca, se tornaria uma lenda do Iatismo Olímpico, e Mundial, até hoje o único velejador dono de 4 medalhas de ouro
Nos jogos do pós -guerra em Londres 1948, com apenas 20 anos de idade em conquista seu primeiro ouro, na classe Firefly( depois rebatizada de Finn), façanha repetida nos jogos de 1952, 1956 e 1960 já na classe rebatizada de Finn, um barco que exige extremo vigor físico dos yachtmen.
Façanha de 4 ouros olímpicos, que fora obtida por apenas mais dois atletas em todos os jogos : Carl Lewis, e Al Oerter( salto em distância e arremesso de disco respectivamente)
O Brasileiro Torben Grael, neto de dinamarqueses( não por acaso!!) é dono de 5 medalhas, 2 de ouro , 2 de bronze e 1de prata, detendo assim o título de maior medalhista olímpico do iatismo de todos os tempos, o que nos trás muito orgulho .
Se não bastasse isto, a versatilidade de Torben impressiona e nos faz entender estarmos de frente a um semi-Deus, além dele ser um craque nos monotipos o é também o melhor do mundo na vela de oceano, tanto nos macth-race de um nível da Américas Cup( sendo ganhador da Louis Vuiton, comandando o Italiano Prada), quanto na volta ao mundo( terceiro, no comando da nave tupiniquim Brasil1 e primeiro lugar na última edição na batuta do Sueco Ericsson 4), o que faz do Danish-Brasuca o mais completo velejador de todos os tempos no mundo inteiro e que certamente irá ostentar este feito por muitas gerações.
Isto pode ser comparado a um piloto , que é campeão de fórmula 1, de nascar, de Fórmula Indy, de Rally , de moto velocidade e de motocross, tudo ao mesmo tempo.
Torben ultrapassou o dinamarquês (três de ouro na classe finn em Helsinque-52, Melbourne/Estocolmo-56 e Roma-60 e uma na firefly em Londres-48), o soviético Mankin (uma de ouro na finn na Cidade do México-68, uma na tempest em Munique-72 e uma na star mista em Moscou-80, além de uma prata na tempest em Montreal-76), o alemão Schumann (uma de ouro na finn em Montreal-76, duas na soling em Seul e Atlanta e uma de prata na soling em Sydney) e o sueco Holm (uma de ouro na 40m2 mista em Antuérpia-20 e uma na 6m mista em Los Angeles-32, além de duas de bronze, na 8m mista em Amsterdã-28 e na 6m em Londres).
Paul Elvstrom continua sendo o velejador com maior número de medalhas de ouro, quatro ao todo.
Todavia contudo mas porém , voltemos a "vaca fria":
-Além do mérito do lugar mais alto do olimpo, fruto de 7 a 8 horas de treino por dia, o legendário dinamarquês participou ao todo de 9 edições dos jogos, sendo uma delas como reserva( o único a fazê-lo na história, pois com participação em 8 jogos temos dois velejador e um esgrimista: Hubert Raudaschl (Vela), Durward Knowles (Vela) e Ivan ADERNO (Esgrima).
Elvstrom velejou em 68 no México( quarto lugar na Star), nos jogos do setembro negro em Munich em 72 na classe Tempest( edição que fora marcada pelo sequestro e assassinato de parte da delegação Israelense), em Los Angeles 84( onde obteve um honroso e brilhante 4º) e Seoul em 88, já com 60 anos de idade. Nestes dois ultimos jogos Paul velejou de Tornado, com sua filha mais nova , inaugurando a tripulação formada por pai e filho(a), jamais vista antes em jogos olímpicos, em nenhum esporte coletivo.
Em 8 classes diferentes, sagrou-se campeão mundial por 15 vezes, obteve o topo do pódio em campeonatos Eropeus, e além de sua carreira como atleta, Elvstrom revolucionou o esporte com suas idéias geniais, como por exemplo algumas de suas invenções:
O bayler
O colete salva vidas flexível
Botas com solado anti-derrapante
O burro com redução, este mereçe destaque especial:- o velejador não noticiara sua invenção, e após as regatas, ele dava um totó com o pé na peça para que seus adversários não a vissem.
O sistema auto cambante
O sistema de "gates" na bóia de sota
O banco de escora, para treinar em seco na garagem de casa, por horas e horas a fio, que permitiu que ele fosse o primeiro velejador a escorar com a bunda no costado, e joelho na borda.
Introduziu o treinamento de caminhadas para melhor condicionamento físico.
Além da fábrica das famosas velas de alta performaçe com seu nome , com produção iniciada em 1954 dentro de sua casa, (na qual mora até hoje , nas proximidades da capital Danish) e de seus livros de regras com barquinhos de plástico,( que durante várias décadas foi, e ainda é até hoje a bíblia dos velejadores) , livvro didático o qual eu tive a oportunidade de tomar minhas primeiras aulas teóricas de regras , táticas e macetes, ministradas Mr. Morris Brown( o maior velejador que o ICES já teve, e o mais novo campeão brasileiro de Snipe de todos os tempos, com apenas 14 anos) , nos finais de tarde, sentdos na mesa de madeira decorada com um escafandro de bronze, em sua rústica, arborizada e exótica casa na Praia do Canto, no ano de 1981, as vesperas de participar do meu primeiro brasileiro de Optimist em João Pessoa( jan/1982).
Admiro por demais estes gigantes, como Paul , Morris e Torben, yachtmen como Lars , Scheidt, Brudder, Carabelli, Zarif, Gastão Brun, Ivan Pimentel, Bruno Fontes e a Odile Ginaid, todos gente de muita fibra que é o exemplo para o esporte e para uma geração de esportistas, isto é preciso, pois o esporte se faz popular com ídolos, reverencie-mo-los pois nossos ídolos!!, três vivas a eles! assim como foram reverenciados em seu tempo Sir Thomas Lipton e Joshua Slocum, Knox Jonhston, Alain Colas, Peter Blake e muitos outros
No link abaixo, vc poderá ver uma sensacional e surpreendente filmagem de Paul Elvstrom em ação com seu belíssimo barco todo envernizado, em 56 durante os jogos olímpicos, a cores e em alta qualidade.
http://www.olympic.org/en/Multimedia-Player/All-Video/1950-2000/1956/06/22/lot3-elvstrom-paul-wm-cio-high/
Os Dinamarqueses juntos, a bombordo e a boreste, o Graal da vela brasileira e mundial, os irmãos fora de série( precisa apresentar?)
Posted by PicasaBoa noite a todos os amigos e uma semana com muito vento de popa, rumo a bóia, com direito , planando e muita alegria no coração!!
E toca o barco!
Irmãos Grael , orgulho da vela Brasileira.
Prezados amigos, nautas e amantes da vela de plantão,
Nesta ultima semana os ventos sopraram lindamente favoráveis a família Grael:
Lars , com seu proeiro oriundo do projeto Grael, Mr. Samuel( Samuca, como é chamado pelo meio náutico) sagraram-se campeões mundiais de Star, no macht realizado na argentina, onde seu irmão mais velho : Torben, fora sétimo colocado.
Durante a premiação, no seu breve e elegante dicurso, o gentleman yachtman Lars, reverencia seu irmão dizendo ser ele a inspiração para sua vitória, e profere a frase: "- Torben , you are the one!"
Hoje foi a vez da profecia se materializar, e Turbina recebeu a honraria máxima da ISAF, com a inclusaõ de seu nome no Hall da fama, pelo seu brilhante trabalho nas duas VOR´s que participou e pelas ações também fora da água, sempre envolvido com o esporte.
Meus sinceros parabéns a estes irmãos, que são o exemplo para toda a classe de iatistas do Brasil!
Bons ventos a todos!!!
31/10/2015
Regata Volta as Ilhas, um passeio rápido e divertido.
Fotos( Camilla Baptsitini) do velejo sábado passado durante a regata Volta as Ilhas, um passeio maneiríssimo com meus amigos Carlos Eduardo de Lacerda, meu sócio do Phantom :Marcelo Gama, o debutante Weber e o veterano Ennio Modenesi II, topo do pódio na classe Bico de Proa.
Velejar sem a aflição da vitória é um fato novo na minha vida , e que estou gostando muito de fazer.
"Fun sail, sail for fun, only".
Já basta o stress do dia a dia.
Claro que sempre com aquele espirito competitivo, mas sem a loucura.
Bom rock para todos neste sabadão!
Hugo Boss é abandonado no Atlântico, Alex Thopson está a salvo.
o pau tá comendo solto no Atlântico, na rota do café que neste ano liga La Havre a Itajaí, a regata Jacques Vabre 2015 vai fazer história. Dos 42 barcos que largaram 13 já vazaram do macht, dois resgates de helicóptero, porrada em container, e pelo que entendi a nera nave de Alex foi pro fundo , segue matéria do site do evento:
Os velejadores Alex Thomson (GRB) e Guillermo Altadill (ESP) foram resgatados, no fim da manhã deste sábado (31), após terem tido problemas a bordo do Hugo Boss, veleiro da classe IMOCA. A dupla estava próxima do pit stop em La Corunha, na Espanha, quando a embarcação começou a dar sinais de que iria afundar. Os dois nada sofreram e já estão em terra.
O Hugo Boss já havia apresentado problemas estruturais dias atrás. Os velejadores fizeram reparos durante a regata, mas a situação exigia uma parada imediata. Depois de 36 horas no mar enfrentando fortes ventos, a estrutura do barco se deteriorou e o veleiro começou a afundar.
O resgate do Hugo Boss por helicóptero foi o segundo da Transat Jacques Vabre. Durante a semana, o Maxi 80 Prince Bretagne capotou e os velejadores chamaram resgate. Ao todo são 13 desistências dos 42 barcos que largaram em 25 de outubro, em Le Havre, na França, com destino ao Brasil
15/10/2015
A história da medalha do mérito olímpico.
Lawrence Lemieux:
Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, domingão dia dos pais, dia maravilhoso, fim de semana maravilhoso! E como o assunto massificado são os jogos, vamos então dar um bordo na pauta, e para entrarmos na seara, usamos obom e velho jargão:
"Business with everyone , sailing only with gentlemen."
Esta frase é de outro craque, Sir Thomas Lipton, mas em tempos olímpicos se aplica como uma luva a este Canadense cabra da peste.
Os jogos tem mudado muito, muita coisa por acontecer, a saída do Star e da Prancha a Vela, classes malucas participando, tudo por dinheiro, um jogo de interesses e tudo mais, bilhões envolvidos , e na minha opinião tem faltado por demais o que Lemieux mostroum em 1988 nos jogos de Seul, e o que e os irmãos Falcão( Esquiva e Yamaguchi) mostraram ao mundo nestes jogos pós milenium: Dedicação e amor ao esporte.
Cito os irmãos capixabas, pois são dignos de uma medalha de Coubertin, não pelos méritos e meios que o velejador do país anglo-francês aprontou há 25 anos atrás durante uma tempestade, mas pela tempestade em meio a qual foram criados, sem recursos, num país que não investe em educação e muito menos em esporte( investe para inglês ver, por que na vera nada!), e foram lá e faturaram duas medalhas.
Podem escrever hollywood ou algo que o valha já devem estar querendo comprar os direitos da história.
Até acho legal, por que apesar de toda a "máquina" que os oportunistas de plantão vão movimentar, há os bem intencionados e que podem fazer desta epopéia um belo filme daqueles que você sai do cinema com ganas de vencer , de se super, emocionado, forte, com um nó na garganta e com mil planos para conquistar seus objetivos, sejam eles quais forem, então chega de jeb jeb e vamos para o caso do velejador da classe Finn, que muitos já ouviram falar mas poucos conhecem, e sua incrível façanha e conheçam a medalha máxima dos jogos!
Sim ela existe!!
Olha ela aí!!
Desde 1896, milhares de medalhas de ouro, prata e bronze são distribuídas nos Jogos Olímpicos. Mas existe uma honraria mais que especial, que supera todas as medalhas,e que é impossível treinar para recebê-la.
Até hoje, apenas 11 seres humanos a conquistaram. Não necessariamente por seu desempenho esportivo, embora isso também possa ter contribuído. Mas sim pela grandiosidade de seus atos. Por encarnarem o espírito que levou o barão Pierre de Coubertin a retomar a antiga tradição grega e dar origem ao maior evento esportivo do planeta.
O mar tava grosso!
O Canadense Lawrence Lemieux sonhou em navegar os mares do mundo desde sua tenra infância.
Ainda jovem Lemieux fez muitos sacrifícios a fim de economizar dinheiro suficiente para perseguir seu sonho de velejar nas nas Olimpíadas. Ele trabalhava em três empregos e viveu em uma van durante anos e se virou como pode, tal qual os filhos do touro moreno, mas no primeiro mundo, onde pelo menos a violência não é uma caso de calamidade pública.
Finalmente, em 1988 todo seu trabalho duro e determinação valeram a pena.
Lemieux se classificou para os jogos, e em 24 de setembro, partiu com os seus concorrentes Olímpicos em Pusan, a 32 km da capital sul-coreana Seul para disputar as regatas finais dos jogos, ele estava em segundo lugar nos jogos, a prata quase na mão, quase .quase.
Mas o tempo virou de repente, os ventos aumentaram de 15 a 35 nós, e os barcos estavam sendo sacolejados no mar em fúria, igual a pipa em pé de vento, a coisa ficou preta!
Amplia que "vela " saber mais!!
Lemieux já estava na metade desta regata, nas cabeças mesmo, esta que era a quinta da série, pronto e " bonito" como se diz por aqui, e ia levar para casa uma medalha olímpica.
Mas, no horizonte, ele avistou um barco emborcado, e haviam duas cabeças flutuando acima das ondas, e percebeu que o bicho tava pegando.
A equipe do 470 masculino de Cingapura estava mesmo correndo risco, tinha perdido o controle do barco e estavam bastante feridos , um deles em estado mais grave e impossibilitado de retornar ao barco, o vento e as ondas os levavam para longe do barco, e o salseiro estava se armando, ia dar zebra!
Lemieux tomou medidas dignas de um yacht-man, e esquecendo a sua regata, navegou para cima dos marinheiros em perigo. Sozinho, ele arrastou os dois homens para dentro de seu Finn e salvou suas vidas, os barcos de resgate nada conseguiram fazer naquele toco de vento.
Tal e qual fizeram os homens do ABN2 na VOR 2005/2006, onde voltaram para resgatar o man outboard, naquela fatídica regata, e junto com eles voltaram o Brasil 1 e o Piratas do Caribeem busca do homem, mas em vão, embora fosse incrivelmente encontrado a noite num mar de 4 mts e 25 nós de vento, o Hans estava já estava morto pela hipotermia, ele foi levado pelos seus companheiros do ABN2 dentro de um saco de velas para a terra, pois era a forma mais rápida, e ainda tiveram que resgatar 11 tripulantes do barco espanhol que afundara. O ANB chegou em portsmouth com uma multidão em silêncio absoluto os aguardando, em outra edição falamos mais deste episódio, voltemos a vaca fria então.
Siew Shaw Her e Joseph Chan
Lemieux continuou a prova, mas a perda de tempo durante a operação de resgate o colocou fora da disputa. Ainda terminou em 22º dos 32 barcos no páreo.
Embora Lemieux não tenha ganho ali a medalha, Recebeu a Medalha Pierre de Coubertin das mãos de Juan Antonio Samaranch, com elogios de desportivismo, auto-sacrifício e coragem, personificando o ideal olímpico.
Ele ainda hoje, 25 anos depois é considerado um dos maiores nomes do esporte em seu país, e conhecido no mundo todo por sua atitude.
Para ver como é importante, agora que você já sabe que apenas 11 almas tiveram esta comenda, responda :
- Quantas medalhas são distribuídas em cada um dos jogos Olímípicos?
- Quem ficou com a medalha de prata na laser? e quem ganhou no Elliot?
Bom , dá pra ver o que é de fato mais importante na vida não é?!
Bons ventos , um beijo e um queijo a todos, fim de olimpíadas começo da semana!
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