21/03/2011

Campeão moral, o que vale isto?! Crônica da 57ª regata Volta da Taputera!

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Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, neste último fim de semana sob  céu  nublado  e pancadas de chuva garoantes nestas  bandas de nossas terras Brasilis foi realizada a 57ª regata volta da Taputera, um evento que ocorre desde 1949.
jornal de 1949

No sábado foi a vez dos veleiros de oceano se lançarem ao mar, categoria que reúne grandes tripulações e exige do escrete um verdadeiro trabalho em equipe  proporcionando um colorido sem igual com seus balões descendo o canal da quase quinhentista capital,  e no domingo realizou-se a acirradíssima, atlética e maravilhosa regata dos monotipos que tivemos o prazer de assistir a bordo do phantom em companhia das crianças e de bons amigos, presenciando o fato histórico do renascimento da vela capixaba com 6 snipes na água e a volta dos antigos barcos da classe HC 16 .

Na sequência fotos de Camila Baptistin: www.bgfotografia.com.br

A ultrapassagem do Kiron no Alvares

Recuperação no canal, o fantasma se aproxima do ser mistico

momento da montagem da bóia no alvares, troco neles!!


que beleza!



Pois bem caros leitores, sem jeb jeb ou mais delongas, vamos então ao macht!
o aventureiro já no contravento da vola e o kiron ainda descendo para a bóia do alvares, nós passamos os dois num dia de gala!
A  disputa da regata se iniciou fora da água, semanas antes, com uma polêmica estarrecedora sobre a medição do Phantom Of the Opera, onde alguns “comentaristas” de plantão foram incisivos nos comentários ( alguns maldosos, desculpem a franqueza)em que nosso barco era isto e aquilo, que a quilha era assado, que o leme era isto, o projeto era um armengue, que o mastro foi esticado, que a gente TAVA ROUBANDO e tal e tal. Polêmica inútil, infundada e estúpida, pois nossa nave participou em 2010 de 4 provas do grand slam da vela brasileira, e fora vistoriada em 3 delas por autoridades da RGS Brasil, sendo que o nosso certificado foi emitido pelo presidente da classe nacional Sr Walter Becker, homem honrado e de alta patente no certamen da vela brasileira.
Nós do Phantom Of the Opera, somos fans de Thomas Lipton, dentre algumas provas de nossa conduta , destacamos( infelizmente temos que citar isto):
Nós trouxemos por nossa conta( do meu bolso diga-se de passagem ), o presidente da classe a Vitória para ministar curso e fazer as medições de TODA nossa flotilha( fomos os primeiros do Brasil a fazê-lo).
Durante os preparativos para a Rolex Ilhabela Sailing Week, pairava no ar uma dúvida com relação ao material de casco dos Scheaffer e outros barcos de ponta, e nós não nos furtamos e literalmente metemos a  broca e perfuramos nosso  casco para achar o divinycell que suspeitávamos, que nos faria e fez aumentar o rating uma baba,  simplesmente fotografamos e mandamos para a coordenação nacional da classe, e por tal recebemos uma carta honrando a atitude e um agradecimento em nome de toda a BRA-RGS pela relevante iniciativa que protagonizamos.
Alem disto tudo , se não bastasse, o nosso barco tem o maior rating da flotilha.

O cavalheiro Stephan( de azul) recebe o troféu Guaracy de Oliveira Assis, um dos 3 que papou


Sexta feira , véspera de regata. Saio da torre de comando da locamaxx as 18 horas para ir ao clube encontrar com Lucky a fim de colocarmos as velas negras de prolam com garrunchos que acabaram de chegar do rio,(com o objetivo era baixar o rating), lá chegando encontro o engenheiro aeronáutico do Ita transtornado pois os garrunchos eram pequenos demais e não serviram, e ainda assim não sabíamos muito bem como tirar o Tuf-Luf, enfim a lei de Murphy , ela!! A  que tem maior atração no mundo náutico, isto é fato , prevaleceu! O que pode dar errado, vai dar! Assim sendo, deixamos para lá as alterações e decidimos correr com nossas  velas de pentex da quantum semi novas, de côr cinza e com shape maravilhoso, mesmo gerando um rating absurdamente alto!

Havíamos marcado um treino com nossa equipe, o barco ficara docado por 30 dias e nós sem atvidade alguma a bordo neste hiato, o pessoal compareceu as 20 horas, mas nada de vento, entonces ficamos a tomar gelada e batendo papo com alguns amigos, o que foi por demais aprazível.
Ao bem da verdade, nosso páreo nem precisaria de rating, pois os barcos andam 100% iguais, o Aventureiro do Stephan, O Phantom e o Skipper 30 Kironsete de Simão Bassul, para a gente o que vale na verdade não é o troféu, é quem dos 3 chega na frente, e assim ( mesmo que neguem!!) todos se comportam.
Mas como rating é rating e como vamos para o grand slam, vamos usar também alguns “vcr’s” daqui para frente, como geladeira, guincho e outras coisitas que em NADA alteram a performace de um barco , mas que são muito bonificadas nas medições, estamos sendo impelidos a tal e assim o faremos. Mas mesmo assim o que vai valer para a gente é o tempo real, o macht!
Sábado pulo da cama as 7 da manhã com meu filhote me chamando ansioso para ir para a escola de vela, e eu para ir para a regata, pois o tiro de uma hora fora antecipado e teríamos que sair para a água as 9, largada as 10.
Chego no clube, ansioso, tenso, e mais encrenca! Devido ao meu posto de capitão de flotilha fui abordado por um dos timoneiros muito exaltado por sinal( embora seja um cara zen) falando sobre o problema de largarmos juntos os RGS e os bicos de proa, o que de fato é uma merda, mas que mesmo após ter colocado em votação na reunião de comandantes caiu por terra e foi mantido a largada unificada gerando um desgaste para  mim , confesso.
Me conheço bem, preciso me concentrar antes da largada e aquele clima me fez mal, de tudo fui para o barco e fiquei lá concentrado, e tentando visualizar cada etapa da regata, o que foi difícil pois as talas não cabiam , tinha faina( sou zero a esquerda para reparos, principalmente os de última hora), não tinha água mineral a bordo nem mesmo refri( cerveja é proibido a bordo nas regatas) o bar do clube fechado e nêgo saindo de ultima hora para ir na rua buscar , stress e mais stress, esta não é a melhor forma de se começar uma regata, podes crer no que falo!
Enfim!! Atrasados, bem atrasados, ás 9 e 20 zarpamos do píer sul do ICES e fomos para a raia, demoramos uns 10 minutos para subirmos as velas por que tivemos que fazer a faina por duas vezes, pois a tala do top não ficou legal.
 Fomos motorando já com o set de velas pronto em direção  a largada, com 2 nós de vento, e muitas ondas, o prenúncio de uma regata difícil, longa e lenta.
Em virtude do ventinho que soprava, e começava a ensaiar uma rondada( e aumento de velocidade do vento) foi içada a recon pelo nosso diretor de vela William Brown, e ficamos ali de lá para cá, rodando e rodando esperando  a pré largada.
Quando baixou a recon , preparamos a montagem do pau, pedindo ao nosso proeiro Júlio que já deixasse ok o set do balão , pois a umas 0,4 milhas da largada tinha uma bóiazinha de contravento e depois descida direto para o canal , de popa e com balão, onde  passaríamos a ponta da ilha do boi , entraríamos no canal, contornaríamos uma bóia em frente ao Álvares Cabral  , voltaríamos canal acima em direção a bóia 10 no porto de tubarão, a montaríamos e depois iríamos em direção ao ICES onde a chegada encerrava a regata em frente ao secre-couer.
Durante os preparativos do balão, Julinho constatou que a ponteira do pau estava quebrada, péssima notícia, teríamos apenas como recursos o bom e velho armengue que Lucky se encarregou de preparar, já com a recon baixa, desconcentrando a todos esta preocupação tão perto da hora da largada.
Neste altura do campeonato, o relógio apontava 10:25/10:30, o vento soprava uns 5 a 7 nós, de leste e já dava para velejar gostoso!
Os 3 arqui rivais alinhados para a largada, e de tão tenso confesso aos leitores que nem reparei muito nos outros barcos e tripulações, e que também não lançamos as tradicionais enchovas na pré-largada aos barcos de nossos amigos, de tudo o que me chamou a antenção foi a presença do Brasília 32 Aloha de nosso amigo cruzerista Didão, que agora coloca a faca nos dentes ( finalmente)!
Faltando 2 minutos para o tiro, o aventureiro segue para o meio da linha e nós na altura da CR estávamos marcando o Kironsete com Jens no timão( presente de aniversário do comandante Bassul para nosso amigo Danish/uruguês Jens Olav Ulfeldt), demos um bordo de 360 graus para nos atrasarmos e ficarmos a barla do Kironsete, péssima idéia, ao invés de correr a linha e ir atrás do Aventureiro que se posicionou magistralmente na largada.
 Resultado: Jens fechou a porta para a gente , nos jogando para fora da linha( 100% dentro da regra, eu faria o mesmo), não nos restando outra alternativa senão voltar e largar em último, e apreciar o Aventureiro abrir uma frente de quase 500 metros já na largada, e ainda ver a popa do Kiron indo embora.
Puta merda pensei, agora fudeu! Já tomamos um ferro monstro e doloroso na largada, e isto dá uma baque psicológico sem igual, só que já tomou uma ferrada destas sabe do que estou falando.
Lucky, que além de ser o tático do Phantom é quem levanta o moral nas horas difíceis e quem conserta tudo no barco, falou:
-“ Calma Avelok, calma com o andor que o santo é de barro”!!  , e tem muita água para rolar, vamos pegar estes caras!
De súbito senti a força voltar ao peito, olhei com olhos de lince a flotilha e disse:
- Cambada em 3 segundos! E plaft, fomos para o bordo da ilha do frade aproveitando uma rajada positiva para este bordo, e pimba! Ao voltarmos do bordo, já havíamos nos recuperado bastante em face ao Kiron , e o restante da flotilha, mas o Aventureiro abrira uma boca!!
balão azul: aventureiro, amarelo kiron, brasuca fantasma, descendo o canal.

Montamos a bóia de contravento e seguimos em direção a ponta da ilha do boi, e neste bordo já começamos aquele que seria o maior ataque e recuperação do fantasma e sua trupe em regatas sob o céu branco , azul e rosa!
Montamos a ponta da Ilha a uns 100 metros atrás do Skipper 30 , e a uns 800 do Delta 32 Aventureiro que ao entrar no canal optou em ir pelo meio.
Fomos os primeiros a subir o balão, e mesmo com pau de spi quebrado o fizemos com maestria, e escolhemos um caminho mais curto, pelo meio, mas mais pelo lado de Vitória.
Fomos avançando com força e garra, despachamos a flotilha e ganhávamos metro a metro em cima do Kiron, que finalmente emparelhamos na altura da EAMES, e ultrapassamos na bóia em frente ao Álvares Cabral, dando o merecido troco ao nosso querido amigo, porém adversário em regata.
Não era bem este o presente de aniversário que preparava para o Jens, mas não tivemos alternativa, entramos na bóia com direito e berramos :- “água, água” a plenos pulmões a fim de dar um baque moral neles também. Na montagem o Kiron veio por baixo e quase nos dá uma porrada espetacular, foi por um triz, UFA!
O Kiron nós despachamos literalmente , sem dó nem piedade e na raça, pois a gente treina mais, se esforça mais, merece mais sem falsa modéstia , além de ser  uma espécie de troco da taputera de 2010 que tomamos um ferro de 15 minutos deles e que teve um clima muito ruim na pré regata proporcionado por um nauta a que viera contratado  para ser o timoneiro do Skipper 30, mas isto é assunto passado e encerrado, sabemos que o Jens tem ganas de nos derrotar, mas ele e seu time vão ter que treinar muito para tal,  e isto esperamos deste time de cavalheiros, evolução !!!pois o barco é uma nave magnífica e o Jens junto com Bruno Martinelli e o Simão, tal como todo vosso  grupo, são adversários respeitáveis e que tem muito o que fazer e farão com certeza.
Neste momento, o Aventureiro tinha perdido um bocado de frente, e estava apenas uns 200/300 metros  de vantagem, pois ao optar pelo bordo de Vila Velha descendo o canal, onde esperava ter mais corrente a favor, não viu que teria também a sombra do morro do moreno e do convento a sua espera, e dito e feito: ferro!
Entramos no contavento operando como um relógio suiço, a cada cambada ganhávamos metros e mais metros, o barco afinado como um violino raro, a tripulação em sincronia, sem conversa a bordo, todos concentrados ao extremo.
A cada rajada o escrete se movimentava como num monotipo, escorando e aliviando , deixando o barco com a pressão necessária para avançar cavalgando lindamente pelo canal, exibindo em seus costados uma plasticidade  única e inigulável em toda a flotilha dada a arte que aplicamos na nave.
Fabiano caprichando do traveller, Lucky regulando as velas com precisão cirúrgica, nosso secretário Marcos deu uma caçada na adriça da genoa na fração de segundo da cambada com uma precisão de maestro de orquestra digna de “BRAVO”!!, e fomos nós em frente.
Ao nos aproximarmos do Aventureiro, combinamos que contaríamos até 3 e todos juntos em sinergia gritaríamos:
O duelo de recuperação, o fantasma ataca o aventureiro na subida do canal

-Pra cima deles galera!! Tal qual fazia o saudoso mestre dos mestres Jorge Zarif.
Fomos ganhando terreno, metro a metro, e subindo o canal rumo a bóia 10 em tubarão, ganhando deles em velocidade e orça, uma coisa linda de ver! Ao chegarmos na bóia 10 montamos na frente , adrenalina total, tínhamos alguma vantagem , mas devido ao problema no Pau de Spi perdemos preciosíssimos segundos, pois o barco do Manchinha anda mais na popa por que tem um balão gigante e uma quilha menor que a nossa.
Fomos descendo para a chegada, eles dando uma bela sequência de Jibes a fim de nos alcançar, tínhamos uns 20 a 30 metros de proa , diferença esta que foi caindo e caindo, a gente não tinha como dar os Jibes para fugir do vento sujo deles, e tentamos ir direto para a chegada rezando para dar tempo de rompermos a fita azul.
O barco ficou bonito pracaramba, de vela prenta então vai ficar 10!!

Já dentro do canal do Ices, estávamos quase proa com proa, a gente ligeiramente na frente, mas sem direito de passagem e sem ângulo para a chegada,  uma chegada  cardíaca, enfartante!! Emoção pura!! Coisa linda de ver, o pessoal no Pier não acreditava no que via, largamos em último e estavamos lá , na ponta , palmo a palmo!!
Mas...não nos restou alternativa senão dar um Jibe suicida e tentar entrar com “homem pau” na linha de chegada senão a gente passava por fora da CR, infelizmente em cima da linha eles nos passaram durante a nossa  manobra, pois “paramos “e eles vinham embalados.
 perdemos a regata na linha, que triste! Eu fiquei meio desligado e decepcionado, e nem reparei no jibe que acontecia e que me acertou em cheio a cabeça( depois da chegada), que porrada!! Ficou tudo preto, chorei de dor e desgosto por ter perdido a regata.
O diretor de vela se aproxima no bote e nos diz:
-Vocês foram os campeões morais da regata!!
Neste momento descobri o que vale isto:
-Ser campeão moral vale 8 segundos, apenas 8 segundos.
A CHEGADA FOI ASSIM.


O tempo que eles nos venceram.
Parabéns ao comandante Stephan que toca com maestria a nave, parabéns a sua tripulação que trabalhou muito bem, parabéns a todos que participaram desta magnífica regata, parabéns em especial ao aniversariante Jens ao comandante Bassul embora tenham chegado 2,5 minutos atrás da gente, tem muito caldo para tirar do barco!

Seguiu-se um maravilhoso bate papo na piscina do clube, ambiente maravilhoso, todas as tripulações rivais bebendo juntas, familiares ao redor, boa música e um fim de tarde abençoado com a mais bela lua cheia do ano.
Domingo fomos prestigiar a turma dos monotipos dando uma tranqüila motorada com o fantasma , a bordo as crianças: Dudu Avelar, Felipe Matos,
Dudu e Felipe
  Avelares e Mendonças, e no timão o convidado de honra: Capitão Gary Watson Wood da Gearbulk, quando tivemos o enorme prazer de ver os 3 barcos patrocinados pela locamaxx fazendo bonito, com o laser Poncadilly pilotado pelo nosso sócio Fabiano Porto andar entre os 3 primeiros, e o Dingue do André vencer a regata! O Gabriel do Laser não teve muita sorte, mas ele é um garoto e tem a vida pela frente e vai sempre contar com nosso apoio e patrocínio!
O evento se encerrou com uma festa magnífica na sede tradicional do clube, onde foi feita a entrega de prêmios.

Bons  ventos a todos!!!

20/03/2011

The tsunami crossed the Pacific and destroyed marina in the U.S., Santa Cruz/O tsunami atravessou o pacífico e destruiu marina nos EUA, Santa Cruz.

Yachting, origens , tradição e história.

História da vela
Criado na Holanda no século XVIII, o iatismo praticado com barcos a vela era muito utilizado como recreação pelos capitães dos navios, ajudando assim no desenvolvimento das técnicas de navegação. O primeiro clube de iatismo foi fundado na Irlanda, mas a primeira regata aconteceu no ano de 1749 na Inglaterra, o primeiro país a instituir tal prática como modalidade esportiva. Nos EUA, país que detém a liderança mundial no esporte, o iatismo só se desenvolveu após a fundação dos primeiros clubes em 1811. A vela é um dos esportes mais antigos em atividade no planeta. Para se ter uma idéia, a primeira America’s, Cup, considerada a regata mais importante do mundo, é realizada desde 1851.
No Brasil, o esporte começou em 1906 com a fundação do Yacht Club Brasileiro, tendo como fundador o então Ministro da Marinha, Alexandrino de Alencar. Na época, a prática do esporte no país era dominada por velejadores vindos da Dinamarca, Suécia, Alemanha, Áustria e Suíça.  Atualmente os iatistas e velejadores brasileiros são reconhecidos internacionalmente tendo como principais nomes, o paulista Robert Scheidt e a família Grael-Shimidt dos irmãos Torben e Lars.

BRASIL - CONQUISTAS E HERÓIS  

Preben Schimidt Grael
  • Os primeiros velejadores brasileiros campeões foram Axel e Eric Schmidt, tios de Lars e Torben Grael. Responsáveis pela primeira vitória do país em um mundial, os irmãos Schmidt foram campeões em 1961, da classe Snipe, que não é olímpica;
  • Em Olimpíadas, a primeira medalha foi na Cidade do México, em 1968. Os medalhistas foram: Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes na classe Flying Dutchman. Os primeiros ouros vieram em Moscou, 1980, com Marcos Soares e Eduardo Penido vencedores na classe 470, e Alexandre Welter e Lars Bjorskstrom, na classe Tornado;
  • Torben Grael é um colecionador de títulos. Com destaque no cenário internacional possui cinco medalhas olímpicas sendo duas de ouro, conquistadas nos jogos de Atlanta (1996) e Atenas (2004), além de ter sido prata em Los Angeles (1984) e conquistado medalhas de bronze em Seul (1988) e Sidney (2000). Torben já foi seis vezes campeão mundial em várias classes com destaque para a Snipe além de outros inúmeros títulos europeus, pan-americanos, mediterrâneos e brasileiros. É tido por muitos como o maior velejador de todos os tempos.
  • Outro velejador importante é Lars Schmidt Grael, irmão de Torbem. Como atleta, Lars ganhou duas medalhas de bronze, uma nos Jogos Olímpicos de Seul(1988) e outra em Atlanta nos jogos de 1996. Foi também campeão mundial da classe Snipe em 1983, além de ter sido decacampeão brasileiro e pentacampeão sul-americano da classe Tornado, além de vários outros títulos.
  • O iatista e velejador Robert Sheidt é um dos maiores atletas individuais do Brasil de todos os tempos. Já foi octacampeão mundial da classe Laser e em 2004 foi eleito o melhor velejador do mundo. Campeão olímpico em Atlanta e Atenas foi prata em Sydney e em Pequim (fazendo dupla com o velejador Bruno Prada) além de possuir vários outros títulos em regatas pelo mundo, pan-americanos e brasileiros.
  • No Brasil, o iatismo é um dos esportes com mais medalhas olímpicas (junto com o atletismo), tendo como resultados gerais: 16 medalhas olímpicas, 65 medalhas panamericanas e aproximadamente 60 títulos mundiais, de acordo com o coordenador técnico da CBVM, Walter Boddener. Nas olimpíadas de Londres 2012, a Vela será disputada na cidade de Weymouth, em Dorset, no sul da Inglaterra.

18/03/2011

Ham-It-Up! tradução que m@#@#%$%erda de atravessada!!!

Simple Splicing in Spectwelve Dyneema Core with Push Fids

Sir Torben Grael,o Rei, o semi-Deus, o santo canonizado pela Isaf, o ídolo de meu filho e meu, o fera, o n º 1 de mundo, em meio a humilde tripulação Capixaba do Phantom!

Esta foto foi na RISW 2010 e presenteamos São Torben com uma camisa da Jolly Roger e ele nos retribuiu com um sorrioso sincero e um aperto de mão( a mão do santo é igual a uma lixa cascuda), das esquerda para direita, Mac, Eu, Saõ Torben e Fabiano"commander" Porto.

Star, uma magnífica obra de arte e suas variações!



Volta da taputera em dia de treino, esta foto foi feita por um cidadão comum enquanto a gente treinava, e saiu no jornal da gazeta!

17/03/2011

Revista Náutica online, volta da Taputera.

Mais tradicional regata capixaba, 57ª Volta da Taputera larga este fim de semana
A mais tradicional regata do ICES tem a previsão de contar com 100 velejadores

Por Aline Mantovanelli
Da Crossmedia
Assessoria de imprensa
Neste final de semana será realizada a mais tradicional regata do Iate Clube do Espírito Santo, a Volta da Taputera, que está em sua 57ª edição. No sábado, 19, a competição é entre os veleiros da Classe Oceano, e no domingo, 20, é a vez do Windsurf e Monotipos. A largada para os dois dias está prevista para as 11 horas.

Com participação prevista de 100 velejadores, o percurso será o tradicional da regata. Para a classe monotipos a largada será no píer do ICES, contorno na pedra da Taputera e retorno ao Clube, passando por fora da Ilha Rasa e Ilha da Gaeta Fora. Para a Classe Oceano, a largada será no segundo píer da Praia de Camburi, nas proximidades da Ilha Socó, em seguida contornar a boia nas imediações do Porto de Vitória, com chegada ao canal do Iate.

Para o diretor de vela do Iate Clube, William Brown, esta é uma oportunidade dos moradores de Vitória acompanhar umas das mais tradicionais regatas do país. “A Volta da Taputera dá a oportunidade aos capixabas de acompanhar a regata. O local da largada dos veleiros oceanos será na Praia de Camburi o que proporciona o público está presente e ter uma boa visão do belíssimo espetáculo que é feito, outro ponto de acesso é no centro de Vitória, ao longo da Avenida Beira Mar”.

A 57ª Volta da Taputera vem com novidades, a volta dos Monotipos Hobby Cats 16 é uma delas. “Teremos a volta de verdadeiras máquinas de velocidade na água, o Hobby Cats 16. E se o tempo permitir também terão estreantes na categoria Optmist. Com toda a certeza será uma grande competição”, ressaltou William.

As inscrições podem ser feitas na secretaria de vela do ICES, e no dia da regata até as 11h. A premiação será realizada na tarde do domingo, dia 20.

Serviço:
Veleiros de Oceano:
Data: 19 de março
Horário: 10h tiro de 1 hora
11h- largada
Local: Largada da Praia de Camburi- proximidades da Ilha Socó

Classe Monotipos e Windsurf
Data: 20 de março
Horário: 10h tiro de 1 hora
11h- largada
Local: Píer do Iate Clube

amazing race, the starting line even more amazing

15/03/2011

Domingo passado vários amigos da vela se reuniram para um mutirão a fim de reparar 10 barcos para escola de vela, dia maravilhoso, dia do bem, dia V.




Posted by Picasa

THIS WAS A DELICIOUS DAY IN ORDER TO GIVE COURAGEUS TO BOYS AT SEA

FOTO AVELOK WATER SPORT.

Felipe , Dudu, e Luca a bordo do Explorer!

It seems only a buoy, but is much more than that, and a beautiful work of art

SABERIAS ME DIZER QUE BÓIA É ESTA??

Esta turma provocou uma revolução branca no Iate Clube do ES em 2008, a chapa democrata que deu uma chacoalhada geral!

Michel, Billy, Fred , Rominho, Bororô e Avelar
Foto da galera da chapa democrata, o início do fim de uma era, os ventos irão trazer boas novas democraticamente.
Paulinho Tommasi, Jánio, Manel, Pericles, Lulu Casagrande,Walter, Mario Aguirre, Rangel, eu, Bruno Bittran, Ennio, Michel, Jens, Gutinho, Rominho , Roberto Wanderley e Sodré( pai e filho), esta turma estava junta numa eleição para comodoria onde quase nós plebeus da vela vencemos, de tudo outras virão e a luta continuará. Um dia nosso clube vai ter um comodoro velejador, com certeza.

14/03/2011

Regata Vitória Trindade/Eldorado Brasilis, diário de bordo de um cozinheiro.

Quarta regata Eldorado Brasilis, Vitória - Ilha da Trindade -Vitória.
Largada 18/01/2003
As 12:30 , no segundo Pier, Praia de Camburi.
20.06 W
40.07 S



Um dia antes da largada foi o meu noivado com a Flávia, dia 18 meu aniversário, um começo bem bacana.


Na verdade não estava preparado para ir a um regata destas, tampouco havia planejado, a vaga surgiu através de um "eutrocínio" que fiz na ordem de R$ 3000,00 na época, mais despesas de viagem que deram umas 400/500 pratas, ajundando a comprar o rancho e acertos finais no barco.
O Bruno Martinelli e o Guiga, estavam montando este projeto, que contava com um barco alugado e faltava grana , assim sendo , "comprei" o direito de tripular o Raja Starcut, e fui como cozinheiro de bordo, sem me sentir menos honrado por isto, na minha opinião Deus dá o frio conforme o cobertor, e tudo tem um sentido.

Os preparativos que envolvem uma regata deste porte, não são poucos. Uma semana antes da largada a tripulação se desdobrava a fim de sanar todas as pendências .
Cada qual corria atrás de alguma coisa, os uniformes, o rancho, o "Pau de Spy"( que não tinhamos)balsa de abandono, rádio SSB, e até mesmo o próprio delocamento do Rajada Starcut de Bracuhy até Vitória.
O projeto da regata, partiu do Guigui e do Bruno, no ano de 2002 , quando correu a regata com seu próprio barco, mais conhecido como Rajadão, e nesta edição da regata(2003), pretendiam algo mais confortável, nada mau o que conseguiram.
Um belo Benetau 36 pés super luxo, novo e confortável mas.. que não orçava nada, como relatarei adiante.
Na semana que antecedeu a regata, os barcos estavam atracados na marina do ICES, e o clima estava no ar.
Aquele lance de "circo" montado:- gente de tudo que é canto, barcos belíssimos, containners para as equipes, intermináveis rodas de bate-papo na varanda do clube regado a cervejinha gelada e até um cocktail foi servido ás tripulações.
Tudo com ampla cobertura da imprensa.

A tripulação do Rajada, super heterogênea , foi formada da seguinte forma;


  1. Comandante: Bruno Martinelli. 21 anos
  2. Proa; Eduardo Bediaga, 22 anos
  3. Proa 2; Bruno Larica, 21 anos
  4. Capitão e cozinha, Arturo Acosta, o Equatoriano de 30 anos.
  5. Organizador do time e faz tudo, Ricardo Guimarães 45 anos.
  6. Cozinha, auxílio no convés e cozinha; este que vos escreve,Renato Avelar, 34 anos( na época!, hoje com 42)
Todos eles velejadores do ICES, e já conhecidos de outras regatas.
Sábado 18/01/2003
12:30 h ,na Praia de Camburi, é dado o tiro de largada rumo a Ilha da Trindade, 623 milhas á leste de Vitória.
O espetáculo foi de rara beleza, várias embarcações acompanharam a largada das 13 embarcações rumo a Ilha. O vento soprava forte, e ao cair da tarde foi apertando , e apertando , tal como o mar desencontrado , fazendo tudo parecer uma espécie de montanha russa. Pauleira o tempo todo, sem descando nem intervalos.
Diante destas circunstâncias , mar grosso e muito vento, a mínima e singela locomoção a bordo já eram tarefa hercúlea, imagine para cozinhar, tomar banho e principalmente dormir.
O que vem a cabeça?
- Uma semana com este vento de proa e este mar mexido, vai ser punk!!
Não sei se vou aguentar este sofrimento.
Mas...ficamos firmes, rizamos vela grande na segunda forra e enrolamos um bocado a genoa 3, e posicionamos os galões de água e diesel a barlavento a fim de dar uma adriçada no barco.
Foram aproximadamente 22 ou 23 horas de pauleira , depois começou a melhorar.O vento continuava forte, mas o mar diminuira bastante , dando uma estabilizada nas coisas e finalmete pudemos fazer uma refeição decente , tomamos banho e trocamos de roupa, ou seja nos recompomos com dignidade, se não tomar cuidado vc vira" mendigo".
A disciplina consigo e com o barco, é fator preponderante para uma boa viagem.
Diariamente , as 8 da manhã e às 8 da noite , conforme estabelecido pela CR, era feita a radiofonia, onde iríamos passar ao Rebocador de alto- mar "Tridente", o R 22 da Marinha do Brasil.
Desta forma , quando no horário da radiofonia , ligávamos o motor, pois o rádio ssb( alcançe mundial) consome energia com muita "vontade" e a comissão de regatas permitia que o ligássemos nestes horários para recarga de baterias, todavia sem engrenar marcha alguma , afinal estamos falando de um esporte de cavalheiros. Com a radiofonia:
- quando passávamos a Velok, direção , latitude e longitude, sabíamos a posição dos outros barcos e marcávamos na planilha de "batalha naval", distribuída pela organização, onde cada barco era representado por uma cor diferente, e íamos diagramando a planilha em reuniões durante a radiofonia, uma grande diversão.
Até o terceiro dia, as condições de vento e mar melhoraram bastante, havia um vento médio o pouco mar , muito pouco mar, mas ... com muitos pirajás( pequenos temporais, com curta duração e localização específica, na forma de cogumelos).
A tripulação trabalhou o tempo todo, trocando velas, rizando, enrolando vela, põe... , tira, coloca , volta, etc.
O difícil foi aguentar a overdose de Reggae que a garotada colocava 30 horas por dia, já não dava mais para aguentar aquela música, por muita sorte eu e Guiga achamos um CD de Bob Charles( roberto carlos) e outro de Vivaldi, parace meio excêntrico, mas salvou a pátria.
Regata é regata, o tempo todo tentando tirar o maximo proveito da embarcação, cada centímetro, cada ondinha. Isto sem falar que cada tripulante passou 4 horas por dia no leme, pois não tínhamos piloto automático, revezávamos os 6 tripulantes, por quatro horas , a fim de fechar o dia, 24 horas.
Ficar quatro horas no timão é assim( principalemten se o barco estiver adernado), dói primeiro um pé, depois o outro, aí vc tenta se ajeita, depois dói a perna, depois a bunda , depois as costas depois o braço, pescoço, depois tudo junto e do outro lado, ao fim de 4 horas vc quer sumir e descer para descansar, já não aguenta mais.
Logo nos primeiros dias, fiocu nítido que o barco Rajada-Starcut era muito pobre na orça, haja vista calar somente 1,5 metros , mas mesmo assim estávamos andando bem, pois trabalhávamos o tempo todo em prol de um bom desempenho.
Da esquerda para direita, Bruno, Avelok , Arturo, Larica e Duda.

Na noite do quarto dia tentamos um bordo mais ao Norte, a fim de ganharmos altura em relação a Ilha, estávamos derivando como toda a flotilha.
Pensamos em subir umas 60 ou 70 milhas ao norte durante á noite . obs:Fui veementemente contra.
A manobra foi um erro grotesco de estratégia, e nos custou a berlinda na regata.
O que ocorre é que os barcos já iam um pouco adiantre de nós , mas com menos "altura" em relação á ilha, ou seja estávamos a barlavento da flotilha e mais próximos da ilha, e quando cambassem , estariam perto, foi quando Bruno argumentou :
- Vamos ganhar altura e lá na frente o vento ronda( provável hipótese) e a gente ganha altura e distância.
Mas aconteceu exatemente o contrário, a flotilha subiu para uma longitude menor e a gente , tentando ganhar latitude. O vento não rondou, o "pessoal" foi embora e nós ficamos atolados , sem orça e sem vento, ou seja, um bordo de 8 horas , para o lugar errado e nos levou a uma perda de nada menos do que 24 horas em face a flotilha.
No dia seguinte a tripulação estava abalada , chateada, moral lá embaixo pelo "ferro" que tomamos , mas fazer o que?
É muita "água', mas muita água mesmo, 6 dias e 6 noites , velejando , timoneando, tirando o máximo do barco.
O negócio é não pensar no tempo ,vamos nessa, vamos embora que a ilha nos espera.
Contuniamos a regata com toda a fibra, e no final do sétimo dia de regata, no sábado , as 1;40 da manhã, depois de um dia inteiro de ventos fracos e muita corrente contra cruzamos a linha de chegada.
Avistamos a Ilha neste mesmo sábado, de manhã, e só alcançamos no início da madrugada do outro dia.
Puxa vida , como é difícil um contravento de 7 dias!!

A ilha da trindade na primeira guerra mundial, pintura de Ivan Berryman.
HMS Carmania sinking the German armed liner SS Cap Trafalgar off Ilha da Trindade, South Atlantic. 14th September 1914. By Ivan Berryman.

Uma pessoa normal , sem conhecimento de regatas não pode imaginar o sofrimento que é , mas como tudo que sobe desce, sabíamos que a volta seria um travéz folgado, e muito, mas , muito mais confortável. Sem aquela adernada permanente e total desconforto.
No dia que antecedeu a chegada a Ilha, a tripulação organizou uma espécie de "rave" com muito gelobol ,
Chegarmos exaustos, cruzando a popa do Tridente, na enseada dos Portugueses, bem em frente a vila da marinha, o P.O.I.T , posto oficial da Ilha da Trindade e em seguida rumamos para a enseada do Principe , onde atracamos.
Na enseada , só estava atracado ainda, o "Mar sem Fim" , do João Lara, o dono da rádio Eldorado e patrocinador da regata, o resto da galera já tinha partido de volta ao ICES no cair da tarde do mesmo dia.
Fomos os penúltimos a chegar a ilha , fora os 2 abandonos( o Osklen , por falta de rádio- mais tarde soubemos que o rádio pifou, e o mastro também, havia quebrado, o rádio era detalhe na verdade, e o motor também, voltaram com mastração de fortuna) e do Domani, que nos cruzou retornando a Vitória a apenas 20 milhas da Ilha com sérios problemas no estai de proa.
Fiz um belo bacalhau com batatas para comemorar a chegada , mas a água que eu usei estava contaminanda com areia depositada no fundo dos tanques, o que tornou impossível mastigar .
Que merda! um delicioso e cheiroso prato, feito com esmero por horas de cucção, e que foi parar na íntegra dentro do lixo, ou melhor no mar, para os "purfas", por causa da areia em seus ingredientes.
Dormimos no bagaço, e na manhã seguinte , ao acordarmos o que se viu foi para tirar qualquer um do estado normal. Imagine uma ilha que parece intocada, longe pracaramba de tudo, onde não vai navio de passageiro, onde não vai lancha, onde não vai helicóptero, muito menos aviões.
Somente os veleiros e os navios da marinha, um local acima de tudo mágico, magnético, com um visual surreal , com contrastes de cores e texturas impressionantes, e também com picos altíssimos, todos em rochas escarpadas, magnífico!!!
A ilha possui 5 kms de extensão , por 2 de largura, sendo seu ponto culminante o pico do "desejado" com mais de 600 metros de altura.

Com sua formação vulcânica , a impressão que temos é que "ficou pronta" ontem , você nunca viu nada igual na vida, é sem palavras para descrever o colosso no meio do nada.
Há um paredão na estremidade sul da ilha com 300 metros de altura, mais conhecido como "bauducão", por sua semelhança com o saboroso panetone, pela cor avermelhada e pelo formato.
Neste paredão , há um túnel de 15 metros de altura e 250 metros de comprimento, que liga de um lado ao outro da rocha.
O mar dentro do túnel , é violentíssimo, há pouco tempo antes da regata , um "naval" que se aventurou lá desapareceu e morreu obviamente, seu corpo nunca foi encontrado.
O desembarque na Ilha é uma coisa muito difícil, como a ilha possui poucas praias, as que existem são todas cercadas de pedras e corais, e nenhum atracadouro natural.
Lá o mar cresce rápido , de uma hora para outra , sobe de verdade, 3 a 4 metros de altura.
Ao lado do Bauducão, tem uma outra rocha o "pão de açúcar", com impressioantes 398 metros de altura, e lar de milhares de árvores em suas locas.
O som emitido pelas aves, é incrivel, o vento "rasgando" e os pássaros cantando, barulho á vera, mas muito legal, jurássico.
Ficamos atracados no pé do Pão de Açucar, na enseada do Príncipe, onde aproveitamos e, pela manhã seguinte do dia da chegada a ilha, demos ótimos mergulhos na água transparente, com mais de 40 metros de visibilidade.
Os peixes belíssimos e azuis "purfas", que comem tudo o que vêem , até mesmo fezes, parecem "piranhas " e os navais morrem de medo deles, já eu... morria de medo dos Tubarões Lixa (dizem ser inofensivos)que habitam a Ilha, pois tubarão para mim , só o nosso amigo e velejador de wind.
No início da tarde de sábado, desembarcamos na ilha, fomos até o Tridente com o nosso veleiro, chegando pela sua popa em uma manobra dificílima e arriscada , dado o tamanho das ondas, 3 a 4 metros.
O Tridente estava atracado na enseada dos Portugueses , na face leste da ilha, e de lá pegaríamos a "cabrita" até a praia.
A primeira imagem que se vê do R22, ao se olhar para a enseada , é o "cadaver" de um veleiro francês, de aço, amarelo, que há pouco tempo se espatifara nas rochas durante uma virada de tempo que pegou de surpresa os tripulantes que desembarcaram na ilha para um jantar com o comandante e deixaram o barco sem ninguém a bordo, o que é realmente um risco altíssimo , e que repetimos na nossa estada , quase "danificando " seriamente o veleiro que ficara amarrado na popa do R22.
A cabrita é uma balsa que mais parece uma gailoa, que leva 12 homens de cada vez, e que trafega presa a um cabo de aço tensionado, ligando o R22 a praia, passando pelo meio da arrebentração com ondas de 3 metros e meio!! saberias o que é isto??
Emoção garantida!
Gugui foi mergulhando, meio que em transe.
Tão logo desembarcamos na ilha , entramos em um outro universo, o mundo dos " 40 ilheús" isolados.
Os homens da marinha se revezam em turnos de 4 em 4 meses , e todos tem uma espécie de síndrome de "corno" pelo fato de ficarem tanto tempo longe de casa, dando oportunidades...
Algumas coisas interessantes:
O por do sol inesquecível, a placa em homenagem a "sir Peter Blake", os carangueijos amarelos que sobem em árvores, a fila para telefonar( enorme), filme pornô passando o tempo todo( non stop) na sala de comunicação dos navais, cafezinho servido com canela em "pau", e a troca de um maço de cigarros derby por um boné da Courtier, (pois errei na conta do cigarro e fiquei na maior frissura), uma poita de um barco Japonês que achei na praia, trouxe e de dei de presente a Pablito anos depois ( para decorar a sua casa no canal de Vitória), o Duda Bediaga que enfiou o pé no ouriço e teve que caminhar um Km om o pé todo furado e ser atendido por um médico "esquisito", e o desgosto de saber que um dia antes da nossa chegada , rolou o churrasco de Gala com todas a tripulações, menos a gente, e nós ficamos com água na boca.
continua...
A base do P.O.I.T( posto oceânico da ilha da trindade) possui ótima infra-estrutura, e tem o aspecto de uma pequena vila perdida no meio do Atlântico, o que é aliás sem sobra de dúvidas.
Logo na chegada, no ponto de desembarque da cabrita está aguardando os “chegantes” um pitoresco escafandro, como que um boneco em tamanho real, que porta um placa em uma das mãos com os dizeres:
-“Cheguei, sou voluntário!”
Caminhando alguns metros avistamos a academia “Sopapo”, mais uma centena de metros a horta “esperança”, e mais adiante uma arvore de natal cheia de poitas, poitas que vão dar nas praias da ilha , perdidas por barcos em sua maioria japoneses, que pescam ilegalmente em nossa costa e em águas internacionais, e que viram , com o bom humor irreverente dos ilhéus, uma árvore de Natal temática.
Depois de desembarcarmos , saímos para fazer uma caminhada na Ilha, acompanhados pelo sub-comandante da base, saímos no sentido sul, passamos pela praia das Tartarugas, pela praia da Parede de vulcão, e fomos até o túnel do “bauducão”, passando pelas piscinas naturais, onde tomamos um delicioso banho de mar.
Em trindade as tartarugas tem um tamanho de uma mesa de 6 lugares, e se encontram os rastros delas por toda a praia.O tamanho de suas pegadas, ou melhor “rastros” e o também de seus ninhos é de dar medo, parece coisa de dinossauro.
Quando estávamos a bordo do veleiro , rumando da enseada dos príncipes rumo a enseada dos portugueses, vimos algumas delas nadando embaixo do barco, indescritível.
Uma pena elas só chegarem a praia durante a noite, mas como falei anteriormente, com uma dose de sorte avistamos algumas.
No caminho de volta a Vitória , vimos também um cardume de golfinhos, que nos presenteou e nos acompanhou por boa parte do dia .
O contato com a natureza nos deixa Zen, veja só que interessante:
Ver o sol nascer , o sol se por , ver a lua minguando , ver o mar infinito, sentir o vento lhe envolvendo, tudo isto não tem preço.
A gente entra numa sintonia, saca o movimento do mundo, sente a presença da terra no universo.
A técnica é simples:
- de manhã, vc vê o sol despontar a leste, lá pelas 5 e meia da manhã, bem na proa( na ida), só mar ao través e popa, céu e mar.
Rumamos em sentido do sol, indo literalmente atrás dele. Ele sobe e vc avança, corre por sobre você o dia todo e... de repente ele se põe na sua popa, bem a oeste.Realizando com num moto contínuo, seu movimento eterno , preciso e singular.
Depois vem a noite ( dia 18 a largada foi dada em lua cheia), no primeiro dia ela apareceu as 7 , 7 e meia da noite, e dia após dia acompanhamos sua evolução.
Ao cair da noite o céu fica escuro como breu, não dá para ver absolutamente nada, tudo é preto, neste momento você fica em companhia das estrelas, no primeiro dia um pouco timidas, mas a medida que nos enfiávamos mar a dentro , longe das cidades e seus clarões, isolados no meio ocenao o céu rapidamente se transforma.
Ficávamos aguardando a chegada da lua, como um espetáculo com hora e lugar marcado.
A cada dia a bela dama vai diminuindo o tamanho de seu rosto e atrasa para o encontro em exatos 40 minutos.
No final dos 13 dias de viagem , ela desapareceu, não veio ao encontro, iluminar o nosso caminho, dar luz as trevas da noite oceânica, todavia , mesmo assim mandou um pouco de sua claridade por trás do horizonte, nos deixou a vontade para flertarmos com as estrelas.
A cada dia acompanhei o nascer do sol, o pôr do sol, o cair da noite , a nascer da lua, as estrelas e constelações que já reconheço com facilidade, enfim acompanhei o mundo girar, simples não?!

O RETORNO.

Ficamos na ilha da madrugada de domingo até as 2;45 da madrugada de segunda feira, quando partimos deste ponto longínquo, fantasmagórico e maravilhoso.
Zarpamos da enseada do príncipe deixando para trás a âncora danfort de 20 kilos que havíamos lançado no meio da tarde, deixamos uma poita presa a ela, quem sabe no ano seguinte ainda nos aguardaria??
A F.D.P da âncora agarrou no fundo de areia e pedras , tentamos todas as manobras possíveis com o potente motor do Starcut, mas só seria possível retira-la mergulhando, e de noite, numa escuridão intensa, com o mar cheio de tubarões , e uma correnteza enorme, quem se habilita??, ta louco!!! deixa para lá, marcamos o ponto dela no gps e fomos embora.
Já em Vitória fomos surpreendidos pela tripulação do “ Mar sem fim” que havia resgatado a nossa âncora e nos entregado em mãos , em casa. Coisas de Thomas Lipton.
Cruzamos a proa do Tridente com um vento fresco de cerca de 15 nós, e dada a largada o cronômetro dispara em um regata contra o relógio.
Uma semana e um dia depois da largada , exatas 2;45 da manhã.
Velejamos todo o tempo com ventos pelo través, o que fez com que a regata adquirisse um aspecto mais esportivo e menos aventureiro/sôfrego, que na ida quase um teste de resistência física..
Com ventos favoráveis o barco surfou as ondas do atlântico cruzando no paralelo 20 as longitudes de 40 a 31 graus, numa velog de 6 a 9 nós.
Ondas grandes, bons ventos, o que mais poderíamos querer para vejelar?
Durante a tarde do segundo dia do retorno,ficamos encalmados, sem vento nenhum , durante pelo menos umas 3 intermináveis horas, é TERRÍVEL, super SACAL! O barco joga de um lado a outro, sacode a vera mas não sai do lugar.
Ao cair da tarde , com a queda da temperatura entrou uma brisa e o rajadão starcut voltou a singrar bonito.
Velejamos noite e dia, dia e noite, sempre com um timoneiro tirando o máximo em parceria com um trimer, que seguia regulando as velas, regata 24 horas por dia, á vera.
O tempo todo um tira e põe de velas que não se tem idéia, trabalho mesmo.Tira genoa, coloca balão, tira balão coloca genoa, quebra adriça sobe no mastro( c/ barco andando a mil ...).
O Arturo subiu no mastro 4 vezes para acertar a adriça, com um vento de 20 nós e ondas de 3 metros da altura.
Alías nas empopadas, nos ventos favoráveis, foi quebrando um monte de coisa do barco, toda hora uma besteira , primeiro a adriça, depois o garlindéu do pau de spy , depois o sistema de fixação dos moitões do traveller, depois o preventer, em seguida uma escota puída, a assim foi indo e a gente vendo o lindo e luxuoso benetau se transformando num verdadeiro laboratório de aparatos técnicos( gambiarras).
Apesar dos pequenos percalços o percurso de volta foi uma delícia, deu para curtir cada segundo no barco, timonear, surfar aquelas ondas, sentir a natureza, sentir o organismo, o próprio corpo se regenerando , se tonificando, a plena saúde do corpo e da alma.
No último dia de viagem , a noite começou com um ventão do caramba, balão em cima, e o barco se demonstrou excelente em...:- cavalos de pau, atravessava com uma facilidade incível, tinha que ficar vivo no leme senão era, plá-pla-plá, a vela chicoteando a mil até retomarmos o rumo novamente.
Céu estrelado, o barco deslizando, zunindo, todos dando o máximo de si , empenhados, fazendo cáculos de tempo para ver saber de nossas possibilidades com nossos concorrentes( curumi e shaltz).
Precisávamos chegar até as 9 da manhã para ganharmos as 12 horas que perdemos na ida e faturarmos a regata, recuperávamos hora por hora , dia por dia, o andamento estava excelente.
Tudo indo muito bem, a média, o rumo certinho e vento a vontade.
Cansado fui dormir as 2 e meia da manhã, ao término do meu quarto, ansioso por acordar e acompanhar a aproximação da terra.
Acordei com aquele sacode, pá ... pou... cleeeeeeeks.. pá.. calmaria total, boiávamos no meio do mar, que estava super mexido. Que merda!
A nossa previsão de chegada passara de 9 da manhã para as 13 horas, e a nossa colocação já era, mas mesmo assim fomos em frente com o astral de campeões pois cientes estávamos de todo esforço que fizemos em prol da performance.

Momentos finais.

9;45, entra um brisa de 4 nós e começamos a nos deslocar devagarzinho.

Como não tinha há muito o que ser fazer, a não se esperar, preparei a última refeição disponível a bordo, interessante pois acertamos a conta do rancho na mosca, ao abrir a lata de feijoada e prepara-la com alguns ingredientes extras como alho, cebola, bacon etc., tal como um arroz , terminava ali o nosso estoque de comidas.

Apriveitamos para tomar nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn banhos de água doce, no banheiro e tudo, e depois todos colocamos nossas roupas de gala limpinhas , prontos e ansiosos para chegarmos ao porto.

Já avistávamos o mestre álvaro desde o começo da manhã, que aos poucos com o vento entrando e entrando , foi se aproximando rapidamente, e no comecinho da tarde entramos empopados de balão na rota da praia de camburi, onde já nos esperava Alexandre Negão em seu “melhora”, apontamos para o clube ansiosos para chegar, e nos metros finais ainda rompemos o pau de spy ao meio.

Continua, mas é finalzinho.

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!