07/03/2010
19/02/2010
18/02/2010
17/02/2010
33 Americas Cup.
Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão.
Nosso canal cibernético não é lá muito um local de notícias internacionais, ou coisas que estão nos holofotes da mídia, esportiva ou não, não temos esta pretensão, The Yacht-Man é um local onde procuramos colocar assuntos agradáveis tal qual um bate papo na mesa de um boteco, e uma fonte de assunto para todos os velejadores.
Falamos de uma coisa breve, passamos a outra, uma foto ,uma legenda, um pensamento, um texto de notícias enviados pelos amigos, alguns escritos, e também uma pitada de coisas do passado, devaneios, lembranças, fatos heróicos, fatos hostóricos, conquistas , travessias, lazer , curiosidades, regatas, etc.
É àgua passando por baixo da quilha, vontade de ver o que passa em outros mares, e alguma coisa para distrair aqueles que se dispõe a navegar conosco, exatamente como uma velejada.
Quem é do ramo sabe do que estou falando: quando a gente sai para velejar, conversamos sobre mil assuntos, um puxando o outro. Contamos causos, contamos coisas que vimos de diferente pelo mundo( náutico principalmente), falamos de nossas vidas e contemplamos a natureza e o delicioso passar do tempo simplesmente navegando.
Sem compromisso com nada.
Esta é a nossa proposta.
Todavia, contudo , mas porém o acontecimento do quilate da 33 americas cup, a competição esportiva mais antiga do mundo não poderia ser deixado em segundo plano, nesta preguisoça quarta feira de cinzas.
Para quem não sabe, os americanos do BMW conquistaram o direito de desafiar os Suiços , através de uma ação judicial de 3 anos e deram o maior couro no milion´rio Italo Suíço,dono do Alingui.
Um curiosidade: Alingui era o nome de um amigo "invisível"! que Ernesto Bertarelli e sua irmã tinham em sua infância, nas férias de verão na Itália.
O lance, onde começou este rolo todo, foi mais ou menos o seguinte:
O último sobrevivente da equipe ganhadora da primeira Americas Cup do NYCC, em 1857, doou o troféu de prata sem fundo( por onde escoaram fortunas incríveis), chamado de Ald Mug , uma jarreteira de prata de 134 guinéus, e junto com ela :a carta de doação, chamada em inglês de "deed of grift", estabelecendo as condições e o formato do "challenge", para que o troféu fosse disputado,desde então depositado no Supremo Tribunal de Nova Iorque.
Os primóridios:
A competição começou a ganhar forma em 1848, quando a Rainha Victoria lançou um desafio ao mundo para uma regata com embarcações ao largo da Ilha de Wight, Reino Unido, que aconteceria em paralelo com a Grande Exposição de Londres de 1851.
.. linha de meta apresentaram-se os 16 iates de Sua Majestade e a inovadora escuna América, propriedade do New York Yacht Club (NYYC). A América bateu a concorrência por larga margem, fazendo cair um manto de vergonha sob a armada inglesa.
Para a posteridade ficou a famosa pergunta da Rainha Victoria, "quem ficou em primeiro?", e a não menos conhecida resposta: "Sua Majestade, não existe segundo".
Nas primeiras 25 edições, entre 1870 e 1983, o troféu esteve na posse dos Estados Unidos.
Houve a criação inédita de um troféu para o melhor desafiante, ou o melhor perdedor, conferido a Sir Thomas Lipton, pois desafiara a taça por 5 vezes, e por 5 vezes a perdera.
A hegemonia norte-americana foi quebrada em 1983 pelo "desafiante" Austrália II, liderado por John Bertrand, que derrotou a Liberty, em Newport, EUA.
Em 1992, após longas disputas em tribunal, uma emenda ao Deed of Gift criou a International America's Cup Class (IAAC), uma classe de barcos monocasco, com um comprimento de 23 metros, e medidas "standard" em todos os componentes situadas acima da linha de água.
Esta especificidade tem em conta uma das singularidades da competição, o enorme secretismo que rodeia as quilhas das embarcações, protegidas dos olhares alheios por rigorosas medidas de segurança.
A Taça América é habitualmente disputada à maior de nove regatas, opondo o detentor do troféu (o seu último vencedor) e um "desafiante", que desde 1970 tem sido escolhido através da Louis Vuitton Cup, uma competição paralela e especifica para os "challengers".
Nesta edição foi tudo diferente,barcos malucos, grana a rodo , e um evento feito com uma "melhor de 3", sendo que a terceira não precisou ser disputada pois foi ganha com um grande delta, e por antecipação pelos americanos e seu revolucionário trimarã com velas rígidas, que deram um VDO de 34 nós com um ventinho de 8.
As imagens são sensacionais e falam por si só.
O evento foi considerado o mais bem organizado da história da vela mundial.
assita ao vídeo de thomas edison em 1899,com o Columbia vencendo a Copa!!
http://open-video.org/details.php?videoid=4590
11/02/2010
Phantom Corsair, o nome é maneiro , o design inacreditável. Classe é classe.Como diria Ibrahim Sued : "Sorry cafonice, a demain que vou de leve".
Não é barco, mas é phantom.
O ano é 1938, uma obra prima do desing é concluída, não poderia ter um nome mais emblemático e apropriado, o bólido parece que vai sair como um foguete, furtivo e fulminante.
O ano é 1938, uma obra prima do desing é concluída, não poderia ter um nome mais emblemático e apropriado, o bólido parece que vai sair como um foguete, furtivo e fulminante.
10/02/2010
Tunel do tempo, Sir Wallace entrega o troféu a seu filho: este escriba, 1982.
Na foto meu pai: Seu Wallace, proclamado "Sir" pelo genial e impagável amigo sueco Arney Lindval. Papai sempre foi o meu maior incentivador, me levou para 3 brasileiros levando o barco dentro do avião e em uma das ocasiões cima de uma belina 1 , até Brasília, onde foi obrigado a ouvir a mesma fita do Djavan até lá, quase ficou louco, até hoje ele odeia o paraibano.
Foi capitão de flotilha, e estava a bordo do Don-Don fazendo CR quando do naufrágio comitrágico junto com chiquinho kulnig , e após isto alugava do próprio bolso barcos de pesca para fazer as nossas regatas, pintava meu barco em casa com uma bomba de flit, me ajudava em tudo que precisavae tem muito causo para contar.
Papai está com 78 anos, andando com certa difuculdade, mas ainda é o Sir Wallace de semnpre.
Ontem á noite nós saimos para conversar e tomarmos um chopp e comermos uma pizza,só nós 2, conversmos muito sobre a vida e.., o que posso concluir?! :
Quem tem um pai destes deve erguer as mãos para os céus, um sábio, um cara legal, um exemplo de vida.
Pai te amo!
09/02/2010
Regata Vitória Guarapari, o melhor evento do ano aconteceu neste sábado...
Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, segue breve relato da regata Vix Guará 2010.
Neste sábado , numa manhã calma e sem vento durante suas primeiras horas de sol alto , se reuniram no ICES 12 tripulações para participar da regata Vitória Guarapari, sendo 2 delas em destaque:
1- Meninusca, um belíssimo Peterson 33, que após quase 2 anos de reforma volta a singrar os mares, onde foi feito um autêntico "overhauling" pelo Mr Bruce Parker, um retrofit de responsa.
2-Kiron, um espetacular Skipper 30, recém chegado do ICSC, do Comandante Simão Bassul, que estreava em grande estilo com os dois melhores skippers do ES a bordo, Jens Ulfeldt e Bruno Martinelli, uma autêntica fera dos mares.
As 10 da manhã, as embarcações da RGS 2, já se alinhavam na largada, que fora feita com o apoio da lancha Maiorca do vice comodoro do ICES, sob a juria de Alemberg, também em estréia na arbitragem da classe oceano.
20 minutos depois foi a vez da RGS 1. O vento já soprava satisfatoriamente, e a ansiedade e tensão tomavam conta dos velejadores, talvez por esta razão o Kiron larga 5 minutos antes e demora mais outros 5 para verificar que não havíamos largado, e retorna a linha.
Nós do Phantom , largamos na hora , mas em último lugar , pois estávamos com uma tripulação de 7, mas com apenas 2 velejadores a bordo e temíamos os famosos momentos "tabajara", e fomos devagar com o andor porque o santo é de barro, e barlavento e caldo de galinha não faz mal a ninguém( como diria Macintyre).
Reconhecida a falha , o Kiron retorna e parte em busca do tempo perdido.
O Guanaco larga por cima e escolhe uma rota mais orçada, o que lhe custou muito caro mais adiante, pois perdera singradura em favor de ângulo, o vento entrou e ele ficou com muitaaltura , mas já atrasado em face a flotilha.
O Sir Wallace com Fabiano Porto , Manel Porto e Marilson Degino, vinha travando um belo duelo conosco, com o Meninusca e com o Guanaco, mas na altura da ilha das garças a flotilha começa a se dispersar.
O Phantom ultrapassa finalmente o Crystal II de Guará, que largara super bem mas foi cruzeirando, sem balão e sem compromisso com a regata, e assim a nave branca do sul segue em direção ao rumo por dentro das 3 ilhas, navegando eleganemente com o balão tupiniquim no topo.
O vento apertou, e navegávamos a mais de 8 nós, olhávamos para trás e víamos o Meninusca com seu gigantesco balão francês( que ironia para um inglês autêntico!!, o barco e o dono), não conseguíamos "despachar" o Inglês, mas nos afastávamos lentamente deles, o que não é grande coisa, pois o rating do barco é 0,82 e o nosso 0,89, e nesse ínterim o Kiron vinha atropelando o guanaco por cima da Flotilha e chegando com fogo nas ventas em cima da gente.
Já nos aproximando de em Guarapari, com um toco de vento nordestão roncando com força, começamos a ser ultrapassados pelos "novatos" do Kiron, e ao entrarmos na Praia do Morro, começamos uma pequena sessão de 2 ou 3 atravessadas devido as rajadas desordenadas predominantes no sotavento do morro da Pescaria, e eles foram embora.
Montamos a bóia na praia do morro para fazer o pequeno contravento até a chegada e, já atrás do Kiron, que voou baixo e já mostrou do que é capaz, todavia já mais afastados do Meninusca, e bastante cansados da navegada e do sol causticante.
O vento ficou over e começamos a atravessar também no contravento( 4,5 mts de retranca custa isso!), todavia, seguramos as pontas e chegamos em segurança.
O resultado ainda não foi divulgado, todos estamos ansiosos para vê-lo! mas acima de tudo , o grande vencedor desta regata na minha opinião foram 3 :
1- TODA a galera da RGS 2 que com os barcos pequenos e tripulções reduzidas, mandaram brasa e foram até o final sem jeb jeb nenhum e mostraram do que são capazes.
2- Mr. Bruce Parker, pela garra e determinação, e que com seu fiel amigo australiano "Tony" trabalhou duro e durante muitas horas para ter o barco novamente navegando, sem falar na garra do inglês em superar um infecção em sua prótese femural onde ficou 1 ano de cama num hospital da inglaterra, na maior parte do tempo sozinho.
E na regata foi a melhor performance sem sombra de dúvidas.
3- O Kiron, pela brilhante estréia e nos ter proporcionado o espetáculo sensacional que é ver um Skipper 30 navegando, e com a galera toda de branco e o balão com aquela grafia ...foi um espetáculo surreal, digno de um quadro.
Após as ancoragens nas tranquilas e abrigadas águas da praia do Morro, todos foram para a escuna "Indiana", a fim de confraternizar juntamente com os familiares, saboreando um delicioso churrasco , cerveja gelada , e muita descontração deram o tom da festa.
A organização do ICES foi primorosa, e digna de fidalgos, todos elogiaram sem ressalvas o "Sweepstake.", os patrocinadores ( Garoto, Hyundai, Emar Batalha Joalheria)apoiaram com esmero, e assim a coisa vai andando em passos largos para que tenhamos aqui uma flotilha de ponta a exemplo do ICSC.
Leva tempo, mas os passos estão sendo dados , e cada vez mais largos.
Bons ventos a todos e meus sinceros parabéns a todos os participantes desta maravilhosa festa do iatismo capixaba.
Renato Avelar
08/02/2010
Zé Peixe , a lenda viva da praticagem Brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=VszrWX8g6Ik
assista ao vídeo do Zé Peixe pulando de 40 mts de altura , é SENSACIONAL!! clique aqui neste link( enviado por Evandro Lyrio)
Fonte: Infonet Cidade
80 anos - Zé Peixe, mais do que uma lenda um grande homem
Um homem que salta ao mar de uma altura de 40m, que leva e traz navios até o porto a nado, que por diversas vezes ficou mais de dez...
02/01/2007 - 09:46
Um homem que salta ao mar de uma altura de 40m, que leva e traz navios até o porto a nado, que por diversas vezes ficou mais de dez horas em uma bóia em pleno mar esperando uma embarcação, que não toma banho e nem bebe água doce, se alimenta geralmente de frutas, pão e café, que ainda continua a trabalhar e a se preocupar com as embarcações mesmo estando aposentado. Sim, este homem existe. Seu nome é Zé Peixe.
E por mais interessante que possa parecer. Nem estas informações e nem seus grandes feitos são importantes para Zé - como é chamado pelos amigos. Quem conhece aquele homem franzino de 1,60m de perto, percebe que ele não se acha diferente de ninguém. Para ele, todas as suas 'manias' e sua grande coragem são comuns. E ao contrário da maioria não gosta de reportagens, pois entende que existem outros práticos para serem entrevistados. De forma sincera e simples ele diz que não faz nada diferente dos demais.
Mas Zé Peixe é uma figura excêntrica e especial. No dia 5 de janeiro José Martins Ribeiro Nunes completa 80 anos e a equipe de Jornalismo do Portal Infonet pretende lhe fazer uma pequena homenagem publicando a cada dia desta semana um pedaço de sua vida, trabalho e feitos no mar - sua grande paixão!
O começo
José Martins Ribeiro Nunes não sabe responder quando aprendeu a nadar, mas confirma que grande parte de sua infância e vida foi dentro do rio Sergipe. Nascido e criado na mesma casa onde mora até hoje (na avenida Ivo do Prado em frente ao rio), Zé viu toda a construção do cais.
Filho de Vectúria Martins e Nicanor Ribeiro Nunes, Zé é o terceiro de uma prole de três meninos e três meninas. Ele estudou no Jardim de Infância Augusto Maynard, fez curso primário no Colégio de Dona Glorinha Chaves, o ginásio no Colégio Jackson de Figueiredo e concluiu o segundo grau no Colégio Tobias Barreto.
A relação de Zé Peixe com o mar vem de criança e desde cedo esteva presente nas atividades da Capitania dos Portos, próxima a sua casa. A sua constante presença no rio, sua agilidade e seu conhecimento do mar fizeram com que ele começasse a executar pequenos serviços antes de ter a idade possível para entrar na Marinha.
"Quem me colocou o apelido de Zé Peixe foi o comandante da Marinha Aldo Sá Brito de Souza. Eu tinha uns 11 anos na época. Eu sempre estava por perto (da Capitania dos Portos)", explica Zé.
Mesmo com todo seu conhecimento na Praticagem, ele teve que fazer o concurso e foi admitido em 1947, passando a ser Prático do Estado lotado na Capitania dos Portos de Sergipe. Zé conhece o rio pela cor, variações mínimas de temperatura, pela intensidade e direção do vento.
Por 55 anos Zé Peixe trabalhou na praticagem comparecendo todos os dias sem nunca ter faltado. Hoje está aposentado e continua trabalhando numa escala de três dias de trabalho por nove de folga. De acordo com a família, nestes nove dias, mesmo sem estar de plantão, ele fica disponível para receber qualquer chamado da Capitania.
As 'manias' de Zé só o fizeram ficar mais famoso, mas algumas delas foram distorcidas pelo povo e divulgadas na imprensa. Não é verdade que José Martins não sabe ler, chegou até o segundo grau e sempre gostou de ler dicionários. "É verdade que ele deu trabalho para estudar, mas acabou o que seria hoje o ensino fundamental. Mas, ele tem vários dicionários, alguns enormes", diz a sobrinha-neta e afilhada Luciana Shunk.
No entanto, é verdade que ele não toma banho e nem bebe água doce, só usa sapato em ocasiões especiais, como ir à missa, quando está operando a praticagem ou em comemorações na capitania. "Apesar de só tomar banho de mar, faz a barba em casa normalmente. Na verdade, este apuramento de barba feita e de cabelo cortado também faz parte do seu ritual. Zé quase nunca come comida. Come frutas o dia todo e café com pão", comenta Luciana Shunk, sem saber explicar o porquê.
Ao perguntar se algum médico disse se ele tem alguma coisa de diferente de outro humano, como 'nadadeiras', Luciana responde que ele faz o exame anual na Marinha e no último ano o médico lhe disse que ele tem um coração de menino.
José Martins diz que não vive sem duas coisas: um bote (um barco) e uma bicicleta. Sua rotina diária é bem simples. Quando não está embarcado, ele acorda muito cedo e por volta das 6h já está tomando seu banho no rio, cuida dos seus três barcos que são atracados em frente à capitania dos portos e vai ao mercado comprar frutas de bicicleta.
Ele vai à missa quando não está em serviço - sempre na Igreja do São José ou na do padre Carvalho na Colégio Arquidiocesano. Zé Peixe não fuma, nunca bebeu álcool, dorme às 8h da noite. É calado e desconfiado. Mas ao falar do mar abre um sorriso largo.
Por Raquel Almeida
assista ao vídeo do Zé Peixe pulando de 40 mts de altura , é SENSACIONAL!! clique aqui neste link( enviado por Evandro Lyrio)
Fonte: Infonet Cidade
80 anos - Zé Peixe, mais do que uma lenda um grande homem
Um homem que salta ao mar de uma altura de 40m, que leva e traz navios até o porto a nado, que por diversas vezes ficou mais de dez...
02/01/2007 - 09:46
Um homem que salta ao mar de uma altura de 40m, que leva e traz navios até o porto a nado, que por diversas vezes ficou mais de dez horas em uma bóia em pleno mar esperando uma embarcação, que não toma banho e nem bebe água doce, se alimenta geralmente de frutas, pão e café, que ainda continua a trabalhar e a se preocupar com as embarcações mesmo estando aposentado. Sim, este homem existe. Seu nome é Zé Peixe.
E por mais interessante que possa parecer. Nem estas informações e nem seus grandes feitos são importantes para Zé - como é chamado pelos amigos. Quem conhece aquele homem franzino de 1,60m de perto, percebe que ele não se acha diferente de ninguém. Para ele, todas as suas 'manias' e sua grande coragem são comuns. E ao contrário da maioria não gosta de reportagens, pois entende que existem outros práticos para serem entrevistados. De forma sincera e simples ele diz que não faz nada diferente dos demais.
Mas Zé Peixe é uma figura excêntrica e especial. No dia 5 de janeiro José Martins Ribeiro Nunes completa 80 anos e a equipe de Jornalismo do Portal Infonet pretende lhe fazer uma pequena homenagem publicando a cada dia desta semana um pedaço de sua vida, trabalho e feitos no mar - sua grande paixão!
O começo
José Martins Ribeiro Nunes não sabe responder quando aprendeu a nadar, mas confirma que grande parte de sua infância e vida foi dentro do rio Sergipe. Nascido e criado na mesma casa onde mora até hoje (na avenida Ivo do Prado em frente ao rio), Zé viu toda a construção do cais.
Filho de Vectúria Martins e Nicanor Ribeiro Nunes, Zé é o terceiro de uma prole de três meninos e três meninas. Ele estudou no Jardim de Infância Augusto Maynard, fez curso primário no Colégio de Dona Glorinha Chaves, o ginásio no Colégio Jackson de Figueiredo e concluiu o segundo grau no Colégio Tobias Barreto.
A relação de Zé Peixe com o mar vem de criança e desde cedo esteva presente nas atividades da Capitania dos Portos, próxima a sua casa. A sua constante presença no rio, sua agilidade e seu conhecimento do mar fizeram com que ele começasse a executar pequenos serviços antes de ter a idade possível para entrar na Marinha.
"Quem me colocou o apelido de Zé Peixe foi o comandante da Marinha Aldo Sá Brito de Souza. Eu tinha uns 11 anos na época. Eu sempre estava por perto (da Capitania dos Portos)", explica Zé.
Mesmo com todo seu conhecimento na Praticagem, ele teve que fazer o concurso e foi admitido em 1947, passando a ser Prático do Estado lotado na Capitania dos Portos de Sergipe. Zé conhece o rio pela cor, variações mínimas de temperatura, pela intensidade e direção do vento.
Por 55 anos Zé Peixe trabalhou na praticagem comparecendo todos os dias sem nunca ter faltado. Hoje está aposentado e continua trabalhando numa escala de três dias de trabalho por nove de folga. De acordo com a família, nestes nove dias, mesmo sem estar de plantão, ele fica disponível para receber qualquer chamado da Capitania.
As 'manias' de Zé só o fizeram ficar mais famoso, mas algumas delas foram distorcidas pelo povo e divulgadas na imprensa. Não é verdade que José Martins não sabe ler, chegou até o segundo grau e sempre gostou de ler dicionários. "É verdade que ele deu trabalho para estudar, mas acabou o que seria hoje o ensino fundamental. Mas, ele tem vários dicionários, alguns enormes", diz a sobrinha-neta e afilhada Luciana Shunk.
No entanto, é verdade que ele não toma banho e nem bebe água doce, só usa sapato em ocasiões especiais, como ir à missa, quando está operando a praticagem ou em comemorações na capitania. "Apesar de só tomar banho de mar, faz a barba em casa normalmente. Na verdade, este apuramento de barba feita e de cabelo cortado também faz parte do seu ritual. Zé quase nunca come comida. Come frutas o dia todo e café com pão", comenta Luciana Shunk, sem saber explicar o porquê.
Ao perguntar se algum médico disse se ele tem alguma coisa de diferente de outro humano, como 'nadadeiras', Luciana responde que ele faz o exame anual na Marinha e no último ano o médico lhe disse que ele tem um coração de menino.
José Martins diz que não vive sem duas coisas: um bote (um barco) e uma bicicleta. Sua rotina diária é bem simples. Quando não está embarcado, ele acorda muito cedo e por volta das 6h já está tomando seu banho no rio, cuida dos seus três barcos que são atracados em frente à capitania dos portos e vai ao mercado comprar frutas de bicicleta.
Ele vai à missa quando não está em serviço - sempre na Igreja do São José ou na do padre Carvalho na Colégio Arquidiocesano. Zé Peixe não fuma, nunca bebeu álcool, dorme às 8h da noite. É calado e desconfiado. Mas ao falar do mar abre um sorriso largo.
Por Raquel Almeida
Assinar:
Postagens (Atom)
fontes de primeira classe
Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!
Star-Bored from Harry Manko on Vimeo.