12/08/2011

Por Kan-Chuh, MINIFASTNET 2011 - 472 XAVIER MACAIRE AND KAN CHUH - TWS-35 KNOT BS-16K...

Prezados amigos velejadores,

Postei um pequeno video de 7 minutos quando faltavam apenas 5 milhas para a linha de chegada, depois de 495 milhas velejadas com media acima de 7 nos. Foram mais de 3 horas surfando sem parar da ultima boia a chegada (38 milhas).

O Vmax estava em segundo colocado e quando faltava apenas 2 milhas (final do video e final da memoria da camera tambem) estava roncando mais de +35 knots e os tres barcos atravessaram. A esta altura já tinhamos passado o barco que estava a frente (674 - primeiro do ranking-2011) que acabou perdendo também a segunda colocação por 46 segundos. O Vmax chegou 21 na frente do segundo colocado (599).


http://www.youtube.com/watch?v=hpEbuR8uE18

Temperatura do ar 14 graus

Temperatura da agua 13 graus

Um grande abraço a todos

Kan Chuh

Outros videos legais da classe mini:

http://www.youtube.com/watch?v=typUMupSPpI

http://www.youtube.com/watch?v=5W39TDynOw4&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=svh-bLl-uA8&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=u3QNHpzy7io

http://www.youtube.com/watch?v=i9Lq8_m-dfM&feature=related



10/08/2011

Star 1950- estilo radical aerodinâmico.



Intrepid 1967 e uma linda adernada, vamos dar um bordo com o Almagrande





Prezados,  fui visitar o blog do almagrande que há algum tempo não o fazia e me deliciei com as belíssimas imagens do gajo.
Fotos www.almagrande-ria.blogspot.com
Visitem o blog do patrício e se surpreenda com suas "vouguiçes", vcs vão entender, é bacana como um velejo em dia clássico.
fui..

29/07/2011

Primeira regata Vitória Búzios, aberta a velejadores de todo o Brasil!!

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão,

Há alguns anos tivemos a idéia de realizar uma regata ligando dois dos mais bonitos clubes do Brasil, com um trajeto de apenas 180 milhas e com data estrategicamente escolhida , quando os barcos do sul e sudeste retornam da refeno passando por Vitória.

O pessoal que vem descendo da refeno vai comer uma delciosa moqueca no ICES e contemplar o magnífico por do sol no ICAB.

Vento de popa, balão em cima, e uma regata com pinta de passeio dada a beleza do percursso, com uma pitada de aventura na travessia do Cabo de São Tomé.

Pois bem, sem mais delongas, eu e o Murillo Novaes resolvemos colocar em prática esta idéia, e desde já com a definição da data os motores foram ligados, ou melhor, as velas foram para cima.

DIA 7 DE OUTUBRO DE 2011, nas véperas do feriado de 12 outubro.

Junte seus amigos, a família, abasteça seu barco com o que há de melhor e vamos descer neste pega maravilhoso!!!!!!

O Aloha marcara presença!!

do convento da penha...

...a praia dos ossos!!

PARTICIPE!!!

28/07/2011

Rolex Ilhabela Sailing Week 2011, best moments!


Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, seguem fotos do melhor momento da semana de vela de Ilhabela de 2011, o jantar na casa do artista Atílio Bermudez e sua esposa Mônica, tal como a companhia do pequeno Jai.
O convite já havia sido feito há bastante tempo, mas somente este ano pudemos ir nos encontrar com nossos amigos no conforto e calor de sua casa.
Um momento especial, jantarmos o maravilhosos macarrão com um molho "secreto" da Mônica, comermos o saboroso Pesto do Atílio, tomarmos um bom vinho, tocarmos violão, e ouvir o atílio tocando pink floyd( foi o clímax), e sentarmos a mesa juntos celebrando a vida , num abinente mágico onde o ateliê e a casa se misturam numa harmonia surreal, a energia deste ambiente é mais que especial.
Tiveram presentes no jantar todo o escrete fantasma, e também o Aurélio Máximo e a Neiva, o Dr Cesar Abaurre( que ficou encantado com um projeto de submarino, encantado mesmo!), Bororô e Léo Pokeka, uma turma de pessoas que são mais que amigos, quase uma famíla.
Avelar examina a réplica de meio casco do star.



O tonka sendo restaurado.

o pior músico do mundo, mas que se diverte com força!!


Aurélio, Neiva e Sub se misturam a magia do local.

os anfitriões

O fato que marcou o jantar foi o comentário do Atílio enquando eu tocava violão, naquele sotaque característico argentino do mago das réplicas navais :
-" Renato, você como músico é um excelente velejador"!( risos)
Pois bem , fica aqui público o nosso agradecimento, e de lá já saí com a réplica do Phantom encomendada na escala de 1/20, convido os amigos a conhecerem o trabalho do mestre e encomendarem também a sua obra de arte!! http://atiliobermudes.blogspot.com/
Valeu Mônica e Atílio, nos os aguardamos em Vitória pra entregar a réplica pessoalmente conforme combinado!!
Bons ventos a todos!!!

a kind of magic


Dr Cesar "engraxando os bigodes!!"




Bororô se deleitou quando toquei skyline pigeon!! cantou tudinho comigo!
Posted by Picasa

26/07/2011

HPE 25,em breve no ICES.

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, em especial os  
velejadores do ices, 

Estamos organizando a instalação da flotilha de HPE no ICES, para tal convido-os a verem os vídeos dos barcos velejando no youtube, e a visitarem o site da classe, 

O HPE, "high performance equipment" é um barco de altíssima performace e monotipo, ou seja um lance muiiiiiiiiiito legal para regatas de macht ou de flotilha, ele é rápido, de fácil trasnporte( rebocável) e conta com uma baita flotilha no Brasil, só em ilhabela tinham 25 e ninguém  menos que Robert Scheidt correu na classe.

O lance é top!!

 
Beve teremos um barco destes aqui para teste drive, eu e o Lucky tamos agilizando o processo de aquisção da primeira nave, que talvez seja logo duas!


Gostaria de ver com o pessoal que tem interesse em entrar no consórcio que estamos organizando para montagem da flotilha, esta classe é o futuro da vela de alta performace, e cabe no bolso dos mortais!!!

Contatos e informações  no email avelok@gmail.com.

bons ventos a todos, um beijo e um queijo



avelar

Learn to Sail, Escola de vela do ICES, iate clube do espirito santo

25/07/2011

Programa Globo Esporte, Edição local, Vitória ES.

Phantom se despede da BRA-RGS dia 13 de agosto.

Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão,

Pedimos a todos antecipadamente compreensão pela falta de acentos e erros ortográficos, pois estamos operando com um computador precário, devido ao lar provisório, como já falamos em recente post, de tudo, o que vale é a informação, e nela vamos pautar nossa despedida da classe BRA-RGS e os motivos que nos levaram a entender que podemos voar mais alto.

stop!


Desde 2005, quando compramos nosso primeiro barco, quando vendemos nosso apartamento e fomos morar de aluguel para realizarmos o sonho de criança, viemos participando de regatas na classe, ate por que nas terras ( ou melhor águas) sob o céu rosa , azul e branco , não tínhamos alternativas.

Nosso primeiro barco foi um half tonner, batizado de Sir Wallace, e nele iniciamos nossa trajetória no mundo da vela de oceano como comandante, pois já velejávamos ha muito tempo como tripulantes do Gato Xadrez de nosso grande amigo Serginho Rossi, e durante um breve tempo ensaiamos o comando no timão do light crest Typhoon( um clássico de 1958 projetado por Frers pai, e pertencente ao ícone do esporte capixaba Morris Brown).

Em 2005, durante nossa segunda regata, tivemos o mastro quebrado, a segunda quebra diga-se de passagem .
O barco a exemplo do Phantom fora adquirido em Floripa e no acerto da compra, ficou acordada sua entrega no Rio de Janeiro, entrega esta que foi feita pelo skipper contratado pelo o ex-proprietário, que fez o serviço nos entregando o Sir Wallace( ex tipapo) em frangalhos, completamente destruído depois de um jibe chinês, com o mastro quebrado para trás e o barco completamente avariado, o que demorou infindáveis quatro meses no ICRJ para ser consertado.
A segunda quebra se deu por motivos de defeito de fabricação, mas não poderia deixar de ser uma porrada no nosso moral  e um prova de paciência enviada pelo pai supremo, que fora superada com maestria pelo nosso time, ele sempre nos testa!!

bsw 2011

Ainda em 2005 vencemos nosso primeiro estadual, iniciando uma trajetória de garra e disciplina de todo o time, em 2006 vencemos a regata decisiva para o bi campeonato estadual, mas para nossa surpresa, na hora da premiação a regata não valia mais, deixamos para lá e fomos em frente um mero percalço, uma pedrinha no caminho.
Em 2007, fomos bi, em 2008 tri, em 2009 já com o Phantom conquistamos o tetra, e  em 2010 penta. No dia 13 de agosto tentaremos o hexa, que pelas regras da isaf já seria nosso antecipadamente, mas que pelas regras outras ainda temos que vencer mais uma regata, então mesmo assim ...mas vamos lá ver o que vai dar, pois o sentido deste campeonato para a gente se perdeu e murchou entre emails e etceteras acerca de regras e ratings.


A partir de 2009, nos hibridamos nas regatas fora do estado,  participamos da semana de búzios em abril , com o Sir Wallace( onde fomos vice), e em dezembro do mesmo ano, fomos ao circuito rio com  o Phantom , que havíamos comprado também em Floripa em julho do mesmo ano, no circuito fomos quinto colocados.



Em 2010, voltamos a Búzios e fizemos uma campanha excelente, tendo perdido para o Kee-Kee somente no ultimo contra vento da ultima regata, em julho fomos para a Ilhabela, onde fomos quarto geral, e vencedores do Alcatrazes no corrigido, e em outubro fomos segundo na Santos Rio, e terceiro empatados com o Kee-Kee no circuito Rio, um grande ano, onde os resultados começaram a ser mais consistentes.

Este ano, fomos novamente a Búzios, onde perdemos para o Delta 32 de Vitoria, e para o Kee-Kee, e em julho passado fomos novamente para a ilha participar da RISW,obtendo a glamorosa fita azul na Alcatrazes por boreste, mas amargando um décimo geral nas regatas de barla sota., uma dicotomia:


-O maior resultado da carreira , feito no muque e no suor, e o pior resultado da carreira feito no rating, um dicotomia, simplesmente broxante.

meio kilo no timão!

Durante estes seis anos, corremos todas as regatas locais desde 2005, e vencemos mais de 80% delas, fruto de um trabalho serio, de uma tripulação treinada, de muito investimento e amor ao esporte.


Acreditamos que a RGS é uma classe excelente para entrada no mundo da vela de regatas,  para os iniciantes no grand slam, e para os que querem competir sem muito compromisso, mas para o nosso time  falta um algo mais,  algo que as outras classes oferecem, principalmente os monotipos de alta performance.

Nosso barco tem  projeto antigo, e na prática anda menos no tempo real do que os Deltas 32, só para citar um exemplo, mas que na "teoria" ou seja na regra, paga uma barbaridade para os Deltas , sem falar dos barcos maiores que tem rating menor que ao nosso e que andam bem mais.

Nós competimos para termos bons resultados, e travamos uma batalha sem fim contra nos mesmos, no sentido de melhorarmos a cada dia, e hoje temos uma tripulação que opera com maestria e sintonia a embarcação, e veleja dentro do mais alto padrão técnico , e não tem como tirar leite de pedra.

Além disto, correr contra nosso próprio rating se tornou impossível , a penalidade que o barco sofreu ( devido ao ano do projeto) faltando apenas uma semana para a RISW, aliada  aos VCRs que de nada alteram o comportamento e desempenho dos barcos, podendo ser tudo otimizadíssimo( dentro da regra) , nos fez concluir que estamos remando contra a maré e que precisamos de algo mais "meritocrático" para nos dar incentivo a melhorias constantes, e quem sabe um dia estar entre os tops do Brasil, estes é nosso sonho.

risw 2011


o melhor da risw 2011, jantar na casa do Atílio e da Mônica.

Mas , chorar pitanga não é o estilo Phantom of the opera de velejar, muito menos churumelas ou jeb jeb,  o estilo do escrete é partir para cima com atitude e fazer na água, assim sendo estamos avaliando se iremos migrar para a nova classe IRC ou se vamos para a ORC, nosso técnico Luciano Secchin esta a cargo da analise para ver onde encontramos maior equilíbrio e mais espírito de vencer regatas na água.

Iremos participar  com ênfase de regatas oceânicas, onde os meninos não se aventuram , e também de algumas regatas do grand slam para manter o pique, pois a gente gosta mesmo e de navegar em alto mar, no meio da noite escura, no frio, no desconforto  e na pauleira, coisa de assombração, para sentir na pele a emoção do yachting de verdade.

Aqui em Vitoria , só iremos "passear", competindo na classe bico de proa nas regatinhas locais para não enferrujarmos,  e pretendemos organizar alguns bons passeios de médio curso até o fim do ano.

Mas o grande projeto , o "piece de resistance", o supra-sumo, deve ser consolidado ate o fim do ano, que será a formação de uma flotilha de HPE 25, barco o qual pretendemos nos especializar, pois nestas regatas a verdadeira vitória , a performance, o empenho e a direção são medidas na água, e rating é uma palavra fora do dicionário. Vence o melhor e quem chega à frente.


Sabemos que o caminho é longo, que vamos tomar muito couro, mas isto é parte do jogo e dele não podemos nos furtar, agora é correr atrás do sonho, montar a flotilha e sentar o bambu!!

Agradecemos aos amigos que nestes seis anos torceram pela gente e aplaudiram esta turma de aficionados que treina até de noite em dia de semana em prol  do amor ao esporte e ao que ele proporciona.

Agradecemos de forma mais que especial os que torcem contra( rsrsrsr) , pois graças a vocês podemos agora alçar vôos ainda mais altos, vocês nos fizeram entender que podemos fazer muito mais que imaginamos, e certamente  iremos fazer, obrigado de coração!!
é melhor treinar que gritar o tempo todo!!!


Bons ventos a todos, um beijo e um queijo!!

15/07/2011

Prezados amigos, nautas e amantes da vela de plantão, segue aviso aos leitores:

Nestes ultimos 4 meses, tenho tido muita dificuldade para postar na revista, peço a compreensão dos leitores, o motivo é que estou morando na casa da sogra ha 4 meses enquanto minha casa passa por uma reforma geral, e lá a internet é a corda, ou manivela.

Peço a todos que não nos abandonem!! dentro de 30 dias a "redação" será reinstalada com toda a propriedade em minha casa, e neste tempo" meia bomba nas postagens", pelo menos acumulei um sem número de matérias importantes, fotos, fatos, vídeos, etc, assuntos realmente prazerosos para vosso deleite que breve sairam em ritmo frenético da nossa redação.

Neste íneterim, os amigos podem passear pelas 1500 postagens antigas, todas disponíveis na barra lateral do lado direito deste blog.

Um beijo e um queijo a todos, e bons ventos!!!!

Avelok, the yacht-man

Eduardo Avelar, no timão do meio kilo, primeira foto.

11/07/2011

Até que enfim !!! Fita Azul na regata Alcatrazes Eldorado Marinha do Brasil, na semana de vela da Rolex!

Apos uma semana sem notícias da central, informamos aos amigos e a galera do Iate Clube Espírito Santo, que estamos de volta, felizes da vida, exaustos, do grupo temos 2 de cama com e gripe, mas voltamos com a taça da regata mais importante do evento na mão, uma pauleira de 14 horas que teve de tudo, de calmaria a ancora para não andar para trás, a 28 nós de vento e mar gigante, FITA AZUL, sem rating, sem tempo corrigido , NA MARRA, E COM A RAÇA DO ICES!! a maior conquista da vela de oceano capixaba de todos os tempos!! obrigado aos tripulantes e aos amigos que foram conosco!!!
Breve crônica completa! segue o petisco:







Tripulação:
Renato Avelar
Marcos Albuquerque( que fora substituído por Renato Sartor)
Jens
Fabiano Porto
Léo Oliveira
Julinho Marques
Luiz Henrique Abaurre

E ainda agradecemos  ao apoio imenso dos amigos:
Dr. Cesar Abaurre, o vetereano da vela capixaba, do alto de seus 84 anos.
Waldionor Carlos( Bororô)
Julio Cezar Leo ( Pokeka no stress)

30/06/2011

Meu primeiro barco, matéria comemorativa as 30.000 visitas da revista da vela e uma saudosa lembrança de Papai que acabou de dar o bordo para cima.

Agora , a segunda geração da familia velejando, eu e meu filho dando uma planada .

Redação em 1978, por Avelok
O ano era de 1978, e eu acabava de voltar da aula no colégio Sacre-Couer, localizado no alto da Ponta Formosa, na Praia do Canto , onde todos os dias ia caminhando , ida e volta. A distância parecia maior que de fato era, talvez pela ansiedade mirim que meus 8 anos pré -adolescentes manifestavam , talvez pela ladeira que tinha que subir e descer, onde eu utilizava um atalho não convencional pelo meio do mato para cortar caminho, ou até mesmo pela vontade de chegar logo em casa e sair para andar de bicicleta, na época minha diversão predileta, ou de contar os dias para  o fim de semana quando eu ia velejar com meu amigo Laurentino Bicas no seu optimist Zebrinha, na função de "proeiro", para mim um mundo novo que se descortinava e me efeitiçava.
Avelok posando na frente da nave, foto do acervo de Sérgio Rabelo.

Naquele dia, ao chegar em casa papai estava me esperando, e eu não entendi bem porquê. O trabalho na Vale do Rio doce , onde Seu Wallace, engenheiro metalurgico, civil e de minas, formado na turma de 58 em ouro preto, era gerente da pelotização , exigia muito do tempo e responsabilidade, e além disto eu ainda tinha mais 3 irmãos para dividir a atenção do amado pai, e não entendi o porquê dele me esperar para almoçar tão cedo.
Equívoco mirim , não era para almoçar que ele me aguardava, haviam outros planos no ar .
sir wallace jovem

Sir Wallace( violão) e Maria Lucia no namoro em Ouro Preto, 1961



Papai me leva até a garagem dizendo que precisaríamos sair rapídamente e depois voltávamos para almoçar,  entramos no maverick GT branco e saímos para passear, sob o pretexto de irmos cortar cabelo( ele sempre me levava no salão Garcia na praça Costa Pereira,  no centro de Vitória, mas isto era aos sábados, e meus irmãos Alvaro e Léo também iam juntos,  assim , mais desconfiado eu ficava a cada esquina que passavamos , será que eu aprontei alguma e vou levar uma bronca? ficava me indagando.


O casal nos anos 80.

Pegamos a aveninda "Navegantes", o V8 do mavera em marcha lenta, borbulhando baixinho, ganha a avenida e fomos em direção ao iate clube, aí eu perguntei por que estávamos indo naquela direção, se o salão era no centro?
turma da vela em 1981, Alexandro, Frank Brown, Avelok, Dudu Zenóbio, Albert Bitran, Paulinho Tomassi e Renato Zanol, embeixo, Jesus Soares, Bruno Tommasi, Juliana Queiroga e Helvio Pichamone.

-Ah nós temos que dar uma passada no Iate para deixar o dinheiro da mensalidade da escolinha de vela com a tia Marina Zenóbio, ele disse num tom calmo enquanto dava um longo trago em seu "Minister", olhou para  mim , piscou e o olho direito meio que dizendo, confia em mim filho! E tocou direto para lá, sempre na marcha lenta e devagar , curtindo seu cigarro e as suas músicas no tocafitas TDK, para ele o carro era um prazer e a música uma paixão.
Chegando no clube ele me chama para descer e acompanhá-lo até a secretaria, e para lá fomos juntos.
O clube era muito deferente do que é hoje , e a garagem de vela ficava anexo a portaria e o mar logo "alí", depois foi tudo sendo aterrado e lanchas e mais lanchas chegando, naquela época a maioria eram os barcos a vela.
Fomos caminhando pelo pátio e eu aproveitando para mostrar para ele os barcos dos meus amigos, falando o nome da cada um dos barcos, quem era o dono, se era bom velejador ou não, e tagarelava solto encantado em estar acompanhado de meu pai no meu novo meio social, junto comigo, só comigo sem nenhum irmão para dividir a atenção.
De repente estranho e vejo um barco numa capa verde escura parado em frente a garagem e falo:
- Papai, este  barco deve ser novo aqui, não conheço nenhum barco que tem uma carretinha destas e uma capa, o pessoal coloca os barcos em cima de pneus, e capa nunca vi.
Ele responde:
- Vamos lá perto para ver melhor sô!( num mineirês atêntico).
E fomos nós. Ao pararmos em frente ao barco, ele começa a tirar a capa como que curisoso para ver o que tinha dentro, e eu digo:
-Pai , não mexe não, depois o dono pode não gostar , reclamar com a gente ,  achar ruim, sei lá...
Aí ele olha para mim abre um sorrisão, e com aquele vozeirão diz, este é o seu, se chama "Xande ", mandei o dinheiro para o seu tio Lilino  e ele comprou o barco no Iate Clube do Rio e mandou para cá de caminhão, você gostou da supresa? perguntou.


Este é o Capixa( 1728), ainda na ativa na escolinha do ices,eu magrelo e sem camisa, no barco preto, o Ferramenta Paulinho Tommasi, acervo Roberta Ruscui.

Naquele momento minha cabeça entrava em parafuso, um flash!, não conseguia acreditar que teria meu próprio barco, deixaria enfim de ser um proeiro do Zebrinha e seria comandante! ainda mais de um barco que veio do Rio de Janeiro!Eu seria o máximo perante meus amigos.
Dei um abração daqueles nele, e agradeci em êxtase, tagarelando sem parar!
Então começamos a tirar a capa do barco, e foi revelado um belíssimo e ultra bem tratado casco negro, com um interior envernizado com maestria , com flutuadores "Bruder" amarelos e transparentes, catraca "elvstrom" mastro de alumínio e uma vela vermelha "la Rochelle" que tinha o percurso olímpico como logo, e um cheiro... ah!! mas um cheiro de barco, de barco de madeira misturado com maresia, e velas e tudo mais, o mais fino dos perfumes da minha memória, que agora escrevendo isto o cheiro me veio a mente e eu fiz uma viagem no tempo vivendo de novo o momento.
Ranking 1983, assinado pelo Sir Wallace

Até hoje, toda vez que vejo um barco de madeira, chego bem perto para ver se tem aquele cheiro! para mim o cheiro da vela, do iatismo!
Naquele instante, junto com papai, não foram só as narinas que o cheiro invadiu, ele invadiu  a minha alma e desde este instante passei a me dedicar a este maravilhoso esporte, o iatismo , que na época tinha um mito recém criado pela morte prematura e pela carreira sensacional, Joerg Bruder( o mesmo do flutuador), um tri campeão mundial que morrera no auge de sua vida, com 36 anos indo participar de um campeonato mundial na frança, num acidente aéreo.
Eu e Guará, a camisa é do Gupo dos Shurmann em passagem por Vitória na sua primeira volta ao mundo , presente de Pierre, o primogênito.

Bruder habitou todos os meus sonhos infantis e juvenis, sonhos de glória e triunfo, de obstinação e garra , imaginava aquele barco para homens gigantes( o Finn) planando em uma regata com 100 barcos e ele na frente ostentando o numero 3, junto com o BL, o legendário BL3 e voando como um "fliyng duchtman"!
Papai e eu em 1983.

NO ultimo dia 15 de Junho, meu Pai foi dar um bordo no Céu, restando apenas agora as lembranças, o que me faz pensar no sentido da vida. A gente guarda da vida só lembranças, pois o que passou no minuto passado ja é lembrança, e o que passou a 10 ou 30 anos é também lembrança, aí tive a conclusão mais feliz da minha vida,: se tudo é lembrança,  e elas são atemporais, então que se viva a vida a cada momento, para montar o se repertório de lembranças que ficarão gravados em nossa memória para eternidade, e nesta vida o que fica é o seu legado a sua memória, e desta forma, meu pai foi o maior craque , pois como disse meu tio e padrinho João Henrique no Funeral,. a respeito da vida do Sir Wallace, citando Neruda: " posso dizer que vivi!"
Obrigado Pai, obrigado Deus! por tudo, e agora irei multiplicar os ensinamentos para meu filho!

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!