Boas maneiras com o meio ambiente
Prezados amigos, nautas e amantes da
vela de plantão, na terceira edição da nossa coluna publicada na revista velejar, falaremos sobre as boas
maneiras com o meio ambiente, e como praticantes do esporte dito de cavalheiros
devemos seguir a etiqueta ambiental, pois de nada adianta respeitarmos os
navegantes, termos bons modos nos locais de atracação, conhecermos as normas e
os bons modos do navegadores , mas deixarmos o meio ambiente em segundo plano.
Iniciando nossa pauta, reproduzimos abaixo
algumas dicas para preservar nosso meio ambiente em um aspecto macro, elas são de uma campanha do Green Peace
chamada “Entre nessa onda “ , e tem como objetivo informar como melhorar a
preservação do meio ambiente, as dicas parecem óbvias , mas
costumo dizer que no óbvio é que mora o perigo, e nos detalhes ele se
cria, portanto não custa nada tomar nota da cartilha do Green Peace para
começarmos nossa prosa.
1- Pratique o turismo sustentável nas
áreas marinhas e costeiras.
2- Não deixe lixo nas praias.
3- Não construa ilegalmente em áreas
costeiras.
4 - Economize energia e
incentive uma matriz energética limpa.
5 - Coma apenas espécies que não
estão ameaçadas.
6 - Quando presenciar atividades
ilegais nos mares, denuncie.
7- Não compre artesanatos feitos com
animais marinhos - é crime.
8 - Participe de campanhas com a
caça de baleia e incentive a criação do Santúario de Baleias do atlântico
sul.
9 - Colabore com o clima do
planeta: quanto menos emissões, menor impacto nos oceanos.
10 -Cobre do governo uma
fiscalização eficiente dos mares nacionais.
Pois bem, meus caros navegadores
tupiniquins, o assunto é sério de deve ser levado a sério, e certamente talvez
até por falta de informação nós já cometemos pecados terríveis contra a mãe
natureza.
Mas sem penitências, e com uma postura pró
ativa que todo homem do mar encorpa e pratica como religião e devoção, vamos
então aprender um pouco mais sobre as
regras internacionais, e como nos comportarmos em relação ao meio ambiente
em nossos cruzeiros, regatas e
até mesmo quando fundeados ou atracados curtindo a vida com amigos e a
com a família a bordo.
Regra de ouro: Lugar de lixo é no
lixo, principalmente o lixo inorgânico.
Todas as marinas estão equipadas com soluções e conteiners
para a eliminação de lixo. Nós,
portanto, não temos desculpas para jogar nossas garrafas vazias, vidros,
embalagens, plásticos, absorventes, latas, restos de comida, nossos ovos ou nossos caroços de azeitona no
mar, muito menos nossas cinzas e guimbas de cigarros, então vamos ver como isto
pode ser feito de uma forma educada.
Há um antigo
ditado que diz : “- o que o peixe come
pode ser jogado no mar”.
Mas não é bem
assim, é uma questão de boas maneiras também.
Imagine que
existam 50 barcos ancorados em uma enseada ao lado de uma praia paradisíaca e
todos resolvam jogar fora o que sobrou do almoço , pode parecer
cômico( o peixe come isto!), mas a praia ao lado vai virar uma imundície certo?
E até os peixes comerem tudo o local se transformou em um lixão.
Então acomode seu
lixo orgânico em sacos plásticos bem fechados e acondicione-os em local isolado
em seu barco, e assim que chegar a próxima marina desembarque-o , e de
preferência em um centro de coleta seletiva. Todos os clubes e marinas hoje em
dia possuem locais para descarte de lixo, e você não é tem mais desculpa para
não o fazer.
Lixo não orgânico
então nem se fala, é moleza! Direto para o lixo, acondicionado e ao chegar em
terra descartá-lo em locais de coleta seletiva, veja bem : Locais de coleta
seletiva. Não custa nada e vale muito. Se seu clube ainda não tem coleta
seletiva, que tal sugerir aos administradores que se providenciem! Além de
contribuir com o meio ambiente, pode-se gerar renda.
Lugar de lixo é no
lixo, a única coisa que não é considerada lixo pela Marpol, é peixe fresco, e
em mar aberto o resto é tudo lixo..
O resto deve ser
acondicionado e levado para terra, caso não seja possível, você deverá
descartar o lixo orgânico no mar a uma distância maior que 6 milhas da costa.
Mas somente em casos extremos.
O uso dos WCS, e
mais complexo. Imagina a cena de 50 barcos com 50 pessoas indo ao banheiro ao
mesmo tempo! Uh-lá-lá, e fez-se o salseiro!!!
No Brasil os
tanques de dejetos ainda não são obrigatórios ( por enquanto), assim sendo vale
a lei do bom senso. Libere os dejetos somente se não houver banhistas e outros
barcos no entorno, caso contrário mantenha o dejeto no vaso e somente dê
descarga quando ganhar o mar aberto. O mau cheiro é suportável e pode ser enclausurado, basta fecha o banheiro
e baixar a tampa do vaso, depois de esvaziá-lo basta arejar o ambiente que tudo
volta ao normal.
As estatísticas
têm mostrado que o papel higiênico é reciclado em menos de uma semana. Se não puder evitar de jogá-lo fora, que não o
faça em águas costeiras e, especialmente, em ancoradouros e enseadas.
Cuidado com papel
reciclado: ele é carregado de cloro, e é muito menos biodegradável do que o
papel virgem. É a falsa ecologia.
Países como a
Turquia, possuem leis ultra-rigorosas neste aspecto, e as multas custam muito
mais caro que a instalação de um tanque de dejetos.
Caso você tenha
um tanque, fique atento para a regra de esvaziá-lo somente a mais de 6 milhas
da costa.
Outro pecado que
parece pequeno e é terrivelmente letal a muitas espécies marinhas, é a guimba
de cigarro. Para o fumante que ainda não tomou consciência de estar detonando
seu meio ambiente mais importante (seu corpo), e insiste em fumar, fica uma
dica:
Fume somente a
sotavento para não incomodar os outros, e coloque as cinzas de seu cigarro e a
guimba dele, dentro de uma garrafinha de água com tampa. É fácil: pegue uma
garrafinha usada, coloque meio copo de água dentro, e tampe. Quando for fumar
use-a como cinzeiro( hermético!), a mãe natureza agradece, e os companheiros de
velejo mais ainda, principalmente se você decidir parar de fumar de uma vez por
todas.
Mantenha seu
motor regulado, e evite ficar com ele ligado em locais onde está fundeado ou
atracado, a fumaça incomoda e sempre há algum tipo de resíduo a se acumular em
locais onde a água não circula normalmente, assim sendo , use os passeios para
carregar as suas baterias, desta forma você tem até um motivo a mais para tirar
seu barco da poita ou da vaga, e sair mais com ele para navegar! Ele vai adorar
!
Use somente detergentes bio-degradáveis, e se possível deixe
para lavar a louça ao término do passeio, nas pias do seu porto/clube/marina,
onde há estação de coleta e tratamento de esgoto, caso não seja possível, faça
o mais longe possível da costa. Uma dica legal: use a água quente que sai do
cano da refrigeração do motor para fazer a limpeza primária das panelas e
pratos, ou até mesmo os amarre em redinhas e os coloque para mergulhar na sua
esteira enquanto você veleja, deixe-os
lá “tomando banho” por horas a fio, assim quando for usar o detergente e
enxaguar a sujeira já estará praticamente toda removida e os resíduos serão
otimizados, alem de você ter muito menos trabalho!
De pouco em pouco a gente constrói uma cultura positiva para a
navegação e para o meio ambiente, vamos fazer a nossa parte, e levar a sério
estas dicas, pois se bobearmos cometemos sacrilégios com o meio ambiente por
descuidos primários e banais.
Bons ventos a todos!