04/08/2013

Uma semana com tudo de bom a todos os amigos nautas e amantes da vela de plantão!

Mão firme no leme, olho no rumo, e confiando sempre nele que é dono de tudo sem ter!!

Regata Recife Noronha 2012.

02/08/2013

NORWIND ALASKA ESPEDITION.


Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, sai afora fresquinha do forno esta postagem fantástica da aventura de nosso amigo Igor Carletto Mestrine, que vive no Cartibe nagando com os veleiros Clássicos e esteve recentemtente no Alaska, compartilho com meus queridos leitores esta experiência inspiradora, fiquem com o texto e as imagens do Igor.


"Essa Aventura ai eu vivi durante os meses de Junho/Julho, trabalhando como imediato-engenheiro dessa historica embarcacao Alema chamada NORDWIND, construida para a marinha Alema no ano de 1939.
  Foi muito interessante essa viagem e muito da linda, como as fotos nao me deixam mentir. Por hora, aguardo a chegada da embarcacao la no Canada onde estou envolvido com a reforma da mesma. Tal eh o resultado desses ultimos 8 anos trabalhando, navegando e regatiando essas obras primas de madeira e classe. Em Abril mesmo agora ganhamos todas as regatas, sagrando-se assim campeoes da Semana de Classicos de Antigua num W. Fife construido em 1912 de nome DIONE. Foi Epico!!!
  Caso voce assim ache melhor, posso escrever um artigo para vossas publicacoes contando dessa Aventura.
  Desejo-lhe um grande dia, tudo de bom e muito obrigado por tudo! Lembracas pro Jens caso encontre com ele dia desses!
   Bons Ventos!"













 

     Igor Mestriner

Erick Tabarly

Erick Tabarly , matéria (replay)em segunda chamada por que hoje tô muito preguiçoso, mas esta vela a pena , pelo menos para ter papo para jogar fora na varanda!

Erick Tabarly e a história dos seus "Pen Duick".

Eric Tabarly, um homem a frente de seu tempo e suas maravilhosas naves Pen Duick I, II, III, IV, V e VI.
O primeiro deles foi construído em 1898, herdado de seu pai, que o havia adquirido em 1938 , apodrecia nas margens de um rio no pós guerra, Tabarly o reformara totalmente em 1952 colocando um molde de fibra no casco.

O Pen Duick II de 1964 deu a Tabarly o título de sua primeira transat, e dada a falta de recursos ele utilizou peças de outras "máquinas" , como o assento de uma harley davidson, e uma bolha de vidro de um bombardeiro para ser usada como vigia nas tempestades( astrodomo).

O III, feito em 1967 é um barco impressionante , todo em alumínio, uma revolução para a época.
O quarto de de 1969, foi um trimarã e venceu a transat de 1972, e mais tarde adquirido par Alain Colas, fora rebatizado de Manureva, e nele, ao largo dos açores na regata da rota do rum em 1978, Colas também desaparece nos mares bravios sem deixar vestígios, a sua ultima radiofonia( publicada nesta revista , causa arrepios dadas as condições de vento e mar).

O quinto da série , também de 1968, lembra um pouco os Open atuais, afinal ele seria seu percursor, possuia tanques de lastro de água com bombas manuais, e vencera a regata transpacífico de 1969 com 11 dias de antecedência.
O Pen Dick VI , fora projetado para a Withbread de 1973, a primeira edição da regata volta ao mundo, hoje conhecida como Volvo Ocean Race, mas devido a duas quebras de mastro não pode demonstrar seu potencial.
Todavia na Transat em solitário de 1976, derrota Alain Colas por um pequeno hiato (Colas a bordo do mega quatro mastros "Mediterranée" de 250 pés, algo inacreditável e que vai merecer uma baita materia a respeito).
Manobrar este barco não era brincadeira, foi feito para 16 tripulantes , tudo era muito grande e pesado, e Tabarly desenvolveu aparatos "facilitadores"usados até hoje , como por exemplo a camisinha de balão , pois navegava sozinho na nave.




Os barcos seguem , da esquerda para a direita estão o VI, V, Pen Duick I , II e III .
O quatro jaz nas profundezas.( o único monocasco da série)
Na noite de 12 para 13 de junho de 1998 , a bordo do Pen Duik I, que estaria completando 100 anos, durante uma viagem trivial a irlanda , com vários tripulantes a bordo, a lenda que singrara os 7 mares em solitário, atravessando as mais duras condições ambientais, o verdadeiro mestre de marinharia( Tabarly ao chegar em qualquer destino, mesmo após dias /semanas /meses no mar, só deixava seu barco para ir a terra após ter organizado toda a faina no exemplo mais perfeccionista que se possa imaginar), cai no mar e desaparece para sempre, deixando a vida e se tornando a maior lenda da vela de todos os tempos, na minha opinião.

6ª regata de veleiros clássicos de Búzios

Refeno 2012, largada no marco zero.

30/07/2013

Naufrágio do veleiro Parrú.

Naufrágio do Veleiro Parru, Benetteau 46.
A Capitania dos Portos em Paraty informou que Sueste SALVAMAR veleiro "parru", com cinco tripulantes, estava com pane elétrica e água entrando pela proa. A tripulação abandonou o veleiro e embarcou no bote salva-vidas. Depois de várias horas de busca, sem sucesso, NPA tripulação de Macaé consguiu contato por telefone com os náufragos, dando as instruções para acionar o sinalizadores sobrevivência jangada kit. O Sinalizador foi avistado pela ANP Macaé, cerca de 2 milhas náuticas da Restinga da Marambaia, que conduziu com sucesso o resgate( fonte :http://www.zonamilitar.com.ar/foros/threads/not%C3%ADcias-da-marinha-do-brasil.4168/page-95).




29/07/2013

Fantasma camarada.

Barquinho de regata que tem cara de mau, mas coração de mãe! Grito aqui é proibido , a ordem é viver a vida com prazer e velejar pelo prazer de competir e conviver com os amigos!




25/07/2013

Crônicas Avelok em reprise. Para relembrar um dia e tanto.

Mr. Rombualdo, um mau humorado encouraçado sente a mandioca sendo plantada durante a regata volta as Ilhas, ainda bem que só a mandioca foi plantada o tomate ficou de fora, ufa!!



( fotos do evento serão postadas durante a semana)
Prezados amigos nautas e amantes da vela de plantão, ontem foi realizada a terceira edição da regata Volta as Ilhas, com um percurso de médio curso sensacional :
Largada em Camburi( na altura do Socó), com a flotilha seguindo rumo ao sul, passando ao largo  do farol de Santa Luzia, em seguida  montado por bombordo a ilha das garças, voltado por fora do aqui pélago dos pacotes, indo em seguida em direção a bóia 10 e chegada no canal da ponta formosa em frente ao novo píer do ICES.
Uma somatória de pequenas ações realizadas pela diretoria de vela, pela flotilha( como a remedição e a clínica do Becker), a chegada do espetacular delta 32 "Aventureiro" e o retorno do skipper 30 Kiron( agora Kironsete), trouxeram um clima espetacular ao evento, como há muito não se via.
Às 12 horas e 15 minutos estavam alinhados em Camburi, na altura da ilha do Socó, as naves:

Matinatta( um delta 32 cruiser race vulgarmente conhecido como Maranata), o Kim( um fast 230), o Gato Xadrez( apelidado de Gato), o Delta 32 Guanaco( codinome Guardanapo), o Delta 32 cruzeiríssimo Cristal Três( de lobo do mar Guaracy de Assis), o Delta sensacional Aventureiro , o maravilhoso Skipper 30 Kironsete e o Phantom ( ontem rebaixado pelo comandante maluco a  alcunha de Gasparzinho, pelo menos até se retratar).
O vento quadrante NE estava suave, e foi refrescando á medida que a regata foi dando andamento, chegando a uns 15 a 18 nós, ou seja condições ideais de navegação.
Dado o tiro pelo excelente e jovem juiz , Allemberg, aos barcos em bloco partem num través fechado rumo ao marco um( a Ilha das Garças), largou na frente o Kiron , que contava com o Jens e o Eduardo Luz( de santa catarina) a bordo, sob o comando do cavalheiro Simão Bassul, seguido de perto pelo  Aventureiro( do excelente timoneiro Manchinha) e pelo Phantom, que por sua vez saiu emparelhado com o Guanaco.
Logo nos primeiros minutos o Kiron, o Aventureiro e o Phantom, por se tratarem de barcos mais novos com toda a aparelhagem adequada a regatas, abrem uma vantagem confortável sobre a flotilha e iniciam um belíssimo embate na empopada que seguiria rente a praia da costa.
( o clima de guerra toma conta das regatas, todos armados até os dentes, veja o rapaz de amarelo)
O Phantom foi o primeiro a subir o balão, e o fez com maestria dando um bordo rasante nas pedras do Farol de Santa Luzia, em seguida o Kiron, e por ultimo o Aventureiro, assim sendo o fantasma que vinha um pouco atrás emparelhou com o barco do comandante Manchinha , bem próximos ao Kiron, que seguia em discreta vantagem.
E assim fomos até a Ilha das Garças, um espetáculo belíssimo para quem via a imagem de terra, os três barcos emparelhados com seus balões coloridos dando um rasante sobre as águas. sob a benção do convento da penha, o balão amarelo e com grafismo sensacional e de muito bom gosto do Kiron, o balão cruzeirense do Aventureiro e a bandeira do Brasil do Phantom.

Ao nos aproximarmos da ilha das Garças, o Phantom faz uma excelente manobra e passa o Aventureiro por dentro, e se aproxima muito do Kiron.
O barco do cavalheiro Simão Bassul toma a escolha acertada e no contra vento que seguiria até a ilha dos pacotes, escolhe o bordo de terra, e nós fomos marcando o Aventureiro num bordo para fora( mas não extremo, ainda a barla dos pacotes).
Não imaginávamos que a escolha do Bassul fosse tão acertada, e não nos preocupamos com ele, pois além de tudo eles pagam para gente no tempo corrigido, e então decidimos ir marcando o Aventureiro e chegarmos á frente deles, pois neste caso  a conta é inversa, nós pagamos para eles, pero no mucho.
Pois bem caros leitores, tínhamos um pouco de barla, mas com um  pouco menos de orça e um pouco menos de velocidade, assim sendo deveríamos marcar com ferro e fogo o Manchinha, que não dá sopa, e se deres uma bobeadinha sequer ele te janta, e foi o que aconteceu.                                                ( resumo do ópera, o Phantom é o legionário)
Eles já estavam a nossa frente , fruto de um bordo errado que demos na contra rondada, e que reverteu numa bordoada só a vantagem que tínhamos, aí eles vinham subindo e nós descendo, assim que eles passaram pela nossa proa Manchinha como de praxe, dá aquela cambada na cara, e nós caímos no jogo, cambando para cima de novo, onde insistimos e tomamos um fumo histórico.
A montagem dos pacotes foi emocionante, vínhamos no layline, o Kiron subindo e sangrando a ilha( mas muiiito a nossa frente, sim o bordo deles deu 1000 % certo, os caras tavam o saréu ontem) e o Aventureiro, com a fera peso pesado Péricles Martini a bordo, sangra um pouco também, e  nós já encouraçados( tomando couro até dizer chega), passamos a 1 metro da arrebentação leste dos pacotes, colado colado, tirando tinta, e tentando de alguma forma recuperar um pouco de terreno, foi muito maneiro esta montagem , adrenalina pura!.
Montado o arquipélago, os barcos rumam sentido norte para a bóia 10, e vão num través fechado. Para nós do Phantom a pior mareação de navegar, devido ao "peso " do leme do barco que não é brincadeira( chumbo mesmo), somado ao comportamento de cavalo selvagem da nave em ventos fortes, e ainda a pequena genoa, acabamos ficando ainda mais para trás, e já desolados.
Montamos a bóia 10 atrás dos rivais, subimos o balão e descemos empopados num surf de-li-ci-oso, voando baixo, fazendo aquelas marolonas na popa, a visão do paraíso, até o clube, onde estava a linha de chegada e seríamos agraciados com a trauletada já digerida e consumada.
(a escolha do bordo é toda sua, vais por onde??)

Mesmo o Aventureiro não tendo se aventurado a subir o balão, não conseguimos nos aproximar, de tudo o Kiron em pouco menos de 3 horas rompe a fita azul na CR, 1 minuto depois o Aventureiro, e 2 e meio depois o Phantom, e muitos minutos depois o pessoal da classe aberta, que quando medirem o barco entrarão de igual para igual nesta disputa da era de aquárius da vela capixaba.
A classificação geral ficou:
1- Aventureiro- Comandante Rodrigo Stephan-Tático Péricles Martini, proa Waltinho e Andre Tancredi, e mais um amigo deles novato que não sei o nome
2-KironSete- Comandante Bassul Neto, O simpaticíssimo Setembrino "Sete" Bassul, Tático-Jens Tabarly, William Brown( palpiteiro e tomador de leme da mão do comandante, KKK), Proa - Eduardo Luz( fera do sul), Gilson Luz( pai do Eduardo)
3-Phantom( Rombualdo Avelar, Tático Fabiano Porto, secretário Marcos Albuquerque, proa July( the monster!!) Léo Alzheimer, fotografias , bom humor e ajuda na faina- Mêmê Porto.
Para variar, fiquei muito puto com a derrota, não tem jeito é meu comportamento e minha natureza, não tem como ser diferente, na hora fico putaço mas 10 minutos depois esqueço e me divirto e fico puto comigo mesmo por ter ficado puto, e confraternizo com meus rivais e amigos, e celebro a vida e o esporte que eu amo no meio das pessoas que eu amo.



 ( o clima a bordo como sempre esteve focado na mais alta religiosidade , beirando o fanático, somada aos rituais litúrgicos do padre von heinnekken)

Voltando a vaca fria, falemos  entonces sobre o macht: 
-De tudo ontem aprendemos que com estes adversários não se brinca, não se pode dar um vacilo sequer, faca nos dentes o tempo todo mesmo, acabou definitivamente  a mamata de "bater em bêbado"que a gente tava acostumado aqui, os caras são bons pra caramba, principalmente o Manchinha( este cara é soda limonada), ele que é  um Snipista de ponta, com base no optmist do Rio de Janeiro, e um cara tinhoso, inteligente, low profile, mas com muitas ganas de ganhar, e que ontem ganhou lindamente(podia ser mais lindo se tivesse descido a ultima perna com seu lindo spinakker azul e branco!!!), o Kiron por sua vez está iniciando sua carreira nas águas, mas tem uma tripulação excelente, um barco maravilhoso e rapidíssimo,  e um comandante perfeccionista em tudo que faz, empreendedor e pessoa espetacular, vai ser um pega para capar maravilhoso, façam suas apostas, todos tem chance de vencer, mas todos terão que ser perfeitos, um erro e já era!


O que observamos é que daqui para frente a vela capixaba entra numa nova fase, já plenamente visível : houve uma evolução absurda em qualitativo em curtíssimo prazo, onde já temos inúmeros velejadores com alto rigor técnico participando e formando as tripulações, e novos barcos chegando a cada dia( Lucky, Péricles,Cabral, Eduardo Luz, Jens, Fabiano, Billy, Andrezinho Tancredi, Waltinho, Julinho, etc...), e todos com muita , mas muita raça mesmo, capixaba cabra macho que treinam com 30 nós morrendo de rir!!.
 Isto vale não só nos barcos mais rápidos, mas também nos mais lentos, pois agora com a RGS divida por TMF a briga ficou deste naipe por toda a flotilha, só não tivemos um pega monstruoso no meio da esquadra pois muitos barcos estavam sem certificado atualizado, e sem ele foram obrigados a correr na classe aberta, pois a moralização das medições foi a base desta evolução, sem certificado atualizado não entra na RGS.
(Os gigantes do Phantom, posam para a foto antes do macht.)

Neste cenário, mesmo tendo tomado um cacete doloroso e lubrificado com pó de  brita , fiquei muito feliz ao perceber e constatar que nossa flotilha será em breve uma das melhores, senão a melhor da RGS do Brasil, isto é fato inegável pelo que se ve acontecendo na agua e fora dela . Com esta disputa que vimos ontem , e com o nível de barcos  RGS que temos aqui, iremos crescer e subir muitos e muitos degraus de forma rápida, e para maior evolução da flotilha como um todo, estou iniciando um projeto para trazer um multi campeão mundial aqui para nos dar uma clínica de técnicas e táticas de regatas, ( breve teremos a confirmação e a divulgação do nome do Santo e da data).
Parabéns a todos os comandantes que participaram da regata, parabéns ao diretor de vela Billy Brown que vem fazendo um trabalho sensacional, parabéns a Layla secretária de vela pelo "vestir a camisa" da galera, parabéns ao Fernando Mendonça( coordenador técnico da ACVO-RGS), ao Jovem e competente Alemberg da CR, e muito obrigado aos meus amigos de bordo, Julinho( o monstro da proa) Lèo Alzheimer, Marcos Albuquerque( cirurgião secretário), meus afilhados Fabiano e Mêmê( sim !! o casal casado a bordo e juntos!) por estarem sempre comigo, na vitória e na derrota, e agüentarem calados e sorrindo esta trauletada que tomamos ontem.
( ao término da regata os marinheiros teçem os comentários, falam de suas manobras e lançam as enxovas aos perdedores, tradição do ICES desde a época da moqueca do Totinha, nos idos de 40 e tal).

Agora posso falar uma frase inspirada num artigo que li no jornal de 1949 falado do Morris Brown, vendo a cristalização de um sonho e um trabalho que fazemos desde 2005 para levantar a vela que tinha morrido aqui em Vitória, e venho sonhado há muito em falar aos quatro ventos e em alto e bom som: O Espírito Santo Voltará a brilhar no certamen nacional de iatismo!! A glória da vela capixaba finalmente será recuperada, parabéns a todos os Yacht-men do ICES!!!
Bons ventos a todos!!
Ainda falta uma regata para fechar o ano, vamos em frente  que atrás vem gente!!!

10/07/2013

Velejando até Abrolhos, por Glober Knuth.

Velejada Vitória-Abrolhos-Vitórira

Preparativos:
A decisão de velejar durante o feriado de Corpus Christi foi tomada no domingo, 26/05/13, a princípio para oarquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, a depender do tempo. Conforme a semana foi adiantando, viu-se que estava para entrar uma frente fria na noite de quinta-feira, o que faria o vento rondar de NE para S e nos levaria para Abrolhos.








Chegamos ao Iate Clube do Espírito Santo por volta do meio-dia de 29/05/2013 e iniciamos a preparação final do “Meninusca”, um Peterson 33' do Cmte. Bruce; o skipper responsável pela navegação era o CAm. Jens. Na verdade os preparativos haviam começado no dia anterior com a compra dos mantimentos e limpeza interna do Meninusca. Faltava acomodar as compras, o que foi feito em trinta minutos e foi iniciada a limpeza externa - Para quem não sabe, a empresa siderúrgica Acelor/Mitral fica a NE do ICES, e com o vento predominante da mesma direção, de um dia para o outro já se nota algum acúmulo da poeira escura que insiste em sair pelas chaminés, burlando os filtros. Enquanto isto esperávamos a rondada do vento, que se mostrou firme de NE até por volta das 15:00 h, quando caiu e nos deixou mais confiantes. Ledo engano.

Ida:
Ainda sem vento, às 17:00 h largamos motorando até que entrasse o vento S, tomamos o Rv 076° até a posição de latitude 20°17,5' S e longitude 040°15,1' W, quando montamos a bóia do canal do Porto de Tubarão e guinamos para Rv 145°, driblando os navios que aguardam a entrada aos portos de Vitória e Tubarão. Quando deixamos a extremidade do píer externo do Porto de Tubarão por BB, a noite havia caído e demandamos o Rv 060° por 6,5 MN. Esta era a hora de ter cuidado com o Baixo de Carapebus, um alto fundo que frequentemente apresenta rebentação, o qul deve ser deixado por BB, principalmente à noite, a não ser por quem queira aumentar o risco. Não era o caso do Cap. Jens. Então o vento... não quiz ajudar. Parece que a frente estava atrasada.
A primeira noite com ondas pela proa, pesqueiros e redes, felizmente bem sinalizadas, mas que pediam bastante atenção, revezamo-nos em turnos tranquilos de duas horas, sendo que fiquei com o primeiro turno às 00:00 h da quinta-feira, 30. Foi neste turno a primeira vez em que... Alimentei os peixes. Isto mesmo, mareei, com ondas de 0,7 m a 1,0 m. Uma barbaridade. Assim, após cada turno, eu deitava. Foi desta maneiera que passei as primeiras vinte e quatro horas: Tomando remédio, hidratando e passando mal. A frente fria só dava mostras no horizonte, pela popa, mas nada de vento.
Quando amanheceu surgiu um ventinho que nos permitiu só ouvir o barulho do mar por quase todo o dia. Velejamos todo o dia com velocida de 4 nós, por vezes aumentava um pouco, e depois de nove horas só de vela, o bravo motor foi ligado novamente, pois vento voltou a cair.
Asegunda noite, felizmente eu estava bem, pois o “Malcon Tato” subiu à bordo e resolveu atrapalhar o piloto automático. No começo apenas apagava, voltava em “stand by” e era reativado. Todos que conhecem eletricidade sabem que um dos piores defeitos elétricos é o mau contato, pois quando se tenta medir tensão ou continuidade, está tudo bem e no minuto seguinte o contato abre. Felizmente depois de algum tempo abriu de vez e o Cmte. Bruce, experiente “chief engineer” inglês, equivalente ao Chefe de Máquinas brasileiro, encontrou o problema – Era na conexão do interruptor do piloto. Ressalto neste momento o quanto fiquei impressionado com o carinho do  Cmte. Bruce dispensa ao motor, principalmente, e à manutenção em geral.
Chegamos ao arquipélago com o clarear da sexta-feira, entrando por SW, entre as ilhas Siriba e Sueste, tendo percorrido 173 MN à velocidade média de 4,7 nós. Para quem chega do sul, é desaconselhável passar pelo leste da ilha Sueste devido aos recifes de corais que se estendem a leste do arquipélago, o Parcel de Abrolhs; nosso precavido capitão não arriscaria.
Alguém poderia adivinhar quem chegou logo depois do Meninusca? Ganhou quem apostou na já não esperada frente fria. Não chegou forte, mas após passarmos o dia ao norte da ilha Siriba, com mergulhos em águas límpidas, entre peixes e arraias, passamos a noite ancorados ao norte da ilha Santa Bárbara, a principal, situada no lado norte do arquipélago.

Volta:
Após uma noite bem dormida, o sábado começou com um lauto desjejum preparado pelo Bruce, pois o almoço do dia anterior tinha sido preparado pelo Jens, inciamos os preparativos para o retorno: Subir bote, pear motor de popa, fechar gaiútas, e por volta de 09:30 h içamos âncora e deixamos o abrigo da ilha Santa Bárbara. A entrada da frente fria foi uma maravilha: Vento na cara para voltar; um SW, que normalmente é passageiro, persistiu, obrigando-nos a motorar novamente. Isto trouxe um grande problema: O combustível estava baixando; não há estoque de veleiro que aguente um travessia de 350 MN quase toda no motor. Com o tanque baixo, na madrugada de domingo o motor foi desligado. O vento baixou para valores entre 3 e 4 nós, orça apertada, velocidade de 1,8 nós e eu tendo que trabalhar na segunda-feira, nos levou a fazer planos de arribar no Portocel, na Barra do Riacho, para comprar diesel e eu desembarcar, onde seria salvo pela minha Comandanta, mais comumente chamada de esposa.
Às 11:00 h avistamos um pescador, ligamos o bravo motor e partimos para cima deles. Ao nos aprximar, já preparavam peixe para nós, imaginando que este seria o motivo desta aproximação, mas informados de nossa necessidade, prontamente prepararam 50 l de óleo diesel. Com manobra de mestre, o Jens aproximou pela popa do pesqueiro entre dois cabos que rebocavam as redes. Ao querermos pagá-los, recusaram-se a receber e ainda de lambuja nos deram seis lagostas. Disseram que estamos no mar para nos safar na dificuldade. Em grata retribuição, nós os presenteamos com duas garrafas de vinho, que era o que tínhamos.
 Voltamos à navegação em direção à Vitória. Às 14:00 h finalmente o vento rondou para SE e aumentou um pouquinho, 5 a 7 nós, o que nos ajudou a tirar o atraso, pois não desligamos mais o motor.

Assim, com vento e motor, chegamos a 9 nós de velocidade, o que nos permitiu fazer a mesma média de velocidade da ida. Entramos no ICES às 22:30 h do domingo, dia 02/06/13. Mesmo com a falta de vento, de combustível e meu enjôo, foi uma travessia muito prazeirosa, deixando saudade e nos fazendo iniciar acordo de fazer outra. Mas isto será assunto para o próximo relato.

07/07/2013

1º Rallye Náutico Locamaxx Netimóveis, instruções e inscrições.

Primeiro Rallye Náutico Locamaxx Redenetimóveis.
Patrocínio exclusivo Tourlines Operadora de Turismo.
Apoio Iate Clube do Espirito Santo.
Data : 10 de agosto de 2013.
Evento aberto .  Limitado a 35 equipes participantes.
Formato e regras:
 O Rallye náutico é um passeio técnico, onde será percorrido um trajeto pré-estabelecido através de coordenadas geográficas, mantendo-se uma velocidade média .
Lanchas: velocidade média 14 nós, velocidade mínima 3 nós, velocidade máxima 20 nós.
Veleiros: velocidade média de 3,5 nós, velocidade mínima 0,7 nós, e máxima 12 nós.
A embarcação que parar, ancorar, atracar ou receber ajuda externa durante o evento , será desclassificada.
Briefing e Identificação:
 Será realizado um "briefing" , onde o  percurso será apresentado aos participantes no dia 7 de agosto de 2013, no Iate Clube do Espirito Santo, as 19:45 hs  horas,  para os comandantes e navegadores, onde a Direção da Prova e a Equipe de Cronometragem prestarão informações sobre o percurso  , tal como informações adicionais e também esclarecerão as dúvidas dos participantes do evento. Durante o briefing serão sorteados os números de identificação (numeral) das embarcações que determinarão a ordem de largada, e serão distribuídos as camisas.
Serão premiados as 3 melhores equipes, a partir do critério de ter percorrido o trajeto no tempo mais próximo do estabelecido, e passado por todas as marcas estabelecidas.  A comissão de prova irá averiguar o tracker dos vencedores, caso haja discrepância , o mesmo será desclassificado.
Pontuação:
Para quem fizer o percurso na mosca e no tempo, 0 pontos perdidos.
Para quem chegar adiantado 1 segundo, 2 pontos perdidos, e assim sucessivamente.
Para quem chegar atrasado 1 segundo, 1 ponto perdido e assim sucessivamente.
Passar fora das marcas, desclassificação.
A largada será nas imediações do novo píer do ICES e ocorrerá de 1 em 1 minuto, por ordem do número da inscrição no evento.
 Para cada embarcação serão inscritos um comandante, portador de habilitação emitida pela Marinha do Brasil  válida para navegação na área do percurso do evento, e um navegador. O evento será aberto a participantes de  qualquer estado, clube ou marina do País. No interesse do bom andamento do evento os organizadores poderão vetar a participação de comandantes ou navegadores, sem justificar o ato.
 Durante o evento a lotação máxima de cada embarcação será o número máximo de tripulantes mais passageiros  registrado no Título de Inscrição de Embarcação (TIE), inclusos comandante, navegador, marinheiros e passageiros.
 A taxa de inscrição será de R$ 130,00 (cento e trinta reais ) por embarcação, e dará direito a 4 camisas, que juntamente com a pulseira serão também o ingresso para a confraternização. Camisas/vagas extras terão o custo de R$ 50,00 ( cinquenta reais).
 Responsabilidades
 O ato da inscrição para a prova implica na declaração dos concorrentes (comandante, navegador, tripulantes e  passageiros) e seus responsáveis legais, assumindo a responsabilidade por seus próprios atos e todos os riscos da embarcação e equipamentos, consigo ou com terceiros,  os organizadores , apoiadores e os patrocinadores, de quaisquer danos ou acidentes, independente do tipo ou natureza, que possam ocorrer antes, durante ou depois do evento.
Os concorrentes são responsáveis pelas condições de participação de suas embarcações e pelos equipamentos de segurança e de salvatagem das mesmas, devendo respeitar e cumprir as normas das Capitanias dos Portos da Marinha.

 Será desclassificado da prova o participante que:
a) Promover atitudes ou atos antidesportivos durante o transcorrer do evento, ou seja, desde o briefing até o final da
festa de premiação.
b) Participar da prova com lotação de tripulantes mais passageiros superior ao registrado no Título de Inscrição de Embarcação (TIE).
c) Deixar de cumprir as normas do  RIPEAM (Regulamento Internacional Para Evitar Abalroamento no Mar) e demais normas das Capitanias dos Portos da Marinha do Brasil.
d) Não afixar em sua embarcação, nos locais pré-estabelecidos os adesivos dos patrocinadores do evento e o numeral da embarcação.
e) Obstruir propositadamente a passagem de outro concorrente.
g) Desacatar as decisões das autoridades e diretores de prova.
h) Apresentar informações incorretas ou falsas em sua ficha de inscrição.
i) Utilizar de forma imprópria o canal de rádio oficial da prova ou tumultuar a comunicação por rádio.
j)obstruir e prejudicar a entrega deles por outra embarcação.
Art. 15 – Rádio Comunicação
A estação de rádio oficial da prova é o Fox Trot 23, operando no canal VHF 71.
Considerações Gerais
Poderão ser emitidos adendos a esse regulamento. Os casos omissos serão julgados pela Direção da Prova.
Formulário de inscrição:

Nome da embarcação:  _________________________________________________________                                             
Comandante( nome e CPF :_______________________________________________________
Categoria : Lanchas(   )  Veleiros (   )  outras (  )                                                                 
Porto de origem:______________________________________________________________
Inscrição na Capitania dos Portos:__________________________________________________
Tripulação:____________________________________________________________________
1-___________________________________________________________________________
2-___________________________________________________________________________
3-___________________________________________________________________________

Declaro estar de acordo com as regras e normas do concurso.

Vitória___ de _____________de 2013

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Túnel do Tempo.





Já se vão longos 29 anos, os meninos velejadores das fotos que vc vê aqui se tornaram homens, e ganharam o mundo, dois deles, os irmãos Espanhóis que viveram por aqui na épca da Hispanobrás, e um deles o Andréa Noceti.
As fotos foram capturadas do Facebook do Jesus.
Neste tempo a gente brincava de pique nas bucólicas ruas da praia do canto, bairro repleto de casas , todas belíssimas, com pouco transito em suas ruas de paralelepípedos, alguns Corcéis, Fuscas, Opalas , Brasílias, Chevettes e outras máquinas da época, tempo em quem que pegávamos os ônibus da "penedo" e íamos sentados em cima do motor que ficava na frente , ao lado do motorista, para irmos ao cine Paz assisitir as matinês, matinês também da "Smoke" tempo dos triciclos , das motos " 7 galo " ( Honda 750 four) com seu ronco sinfônico, dos opalas 6 cilindros, dos "mavéras" V8, dos playboys ( Mederix, Tubarão, Macaco, Jaiminho Alemão,da turma do canto da Thúria, do saudoso Maurício Negão, etc ) que frequentavam o Grogs , logo apos terminado o aterro, e que na madrugada rasgavam a saturnino de brito em pegas alucinates que sempre terminavam em sessões de cavalos de pau no "quadrado do iate"
Nesta época, nós, garotos de calças curtas, assitíamos a vida acontecer, e a bordo de nossos barquinhos,embalados pelos primeiros sonhos de adolescência rumo a um futuro incerto, pois só Deus sabe dele, nisto eu sempre acreditei, fomos levando nossas vidas, e agora nossos filhos recomeçam o caminho que traçamos.

No barco verde, o "Som Livre", vemos velejando o Andrea Noceti( repare a orla da Praia do Canto quase sem prédios, apenas o Portofino, o Mirante atrás e o Chácara Von Shilgen).
Andrea é um Italiano muito figura, daqueles típicos mesmo, que morava por aqui na época, na foto da arrebentação podemos ver a primeira regata realizada em Aracruz, acho que em 1980, e o mesmo Andrea Noceti e seu pai ajudando a zarpar, não me lembro bem o nome dele, mas acho que ele era o dono de um dos pouquíssimos veleiros que tínhamos aqui.

Na foto na quadra do Iate Clube da esquerda para direita:
Jorge Soares Gonzales
Andrea
Jesus Soares Gonzales
Na foto PB:agachados: Jesus, Bruno Tommasi, Juliana Queiroga, Hélvio Pichamone Jr.

Em pé:Alexandro, Frank Brown( na época era do meu tamanho!!), Renato Avelar, Eduardo Zenóbio, Albert Bitran, Paulo Tommasi, Renato Santos Neves.
Velas ao vento, ainda tem muita água para passar debaixo da quilha!!

Este levou a sério o bagulho...


Este é o estilo Phantom de velejar. ( Phantom Of the Opera BRA 2345 & Flying Phantom BRA 035)

Uma imagem que vale por mil palavras.

Harry Manko, sempre com filmes sensacionais e gozadíssimos!

Um vídeo de compilações da Volvo Ocean Race, a volta ao mundo.

Os nós mais usados no mundo náutico, uma vídeo aula, aprenda para não chamar cabo de corda!