Tudo começou em 1969, quando Robin Knox-Johnston se tornou o primeiro a completar uma circum-navegação ao redor do planeta solo. O feito inédito impulsionou Guy Pearce e Anthony Churchill a pensarem numa competição que seguisse as principais rotas marítimas do planeta. Mas a aventura não ficou restrita apenas ao alto-mar. Encontrar potenciais competidores e patrocinadores para essa nova e arriscada jornada em alto mar não foi fácil. Contudo, Pearce e Churchill decidiram levar a proposta a Royal Naval Sailing Association – RNSA (assessora da marinha britânica para questões de vela) e em 1971, em um Pub em Portsmouth, Inglaterra, junto com o coronel Bill Whitbread e o Almirante Otto Steiner, eles fecharam um acordo e a primeira corrida ocorreu em 1973.
No dia 8 de setembro de 1973, 17 barcos e 167 marinheiros, de sete países diferentes, deixaram Portsmouth rumo à Cidade do Cabo, na África do Sul. De lá, passariam ainda por Sidney (Austrália) e Rio de Janeiro (Brasil), retornando para Portsmouth. Essa primeira regata de volta ao mundo recebeu o nome de “Whitbread Round the World Race”.
Os veleiros eram os cruzeiros de mar e as tripulações eram, de uma forma geral, aventureiros que pagaram o privilégio da participação ou militares numa excitante missão de treino. Os skippers tinham experiência e eram pagos, mas o espírito era Coríntio e este era um passo rumo ao desconhecido para quase todos. O vencedor dessa aventura foi o Sayula II.
Quatro décadas depois, o desenvolvimento foi enorme. Enquanto a primeira competição em 1973 conseguiu grandes números de inscrições privadas, hoje ela é disputada por veleiros patrocinados por marcas multinacionais que investem milhões de dólares. Os veleiros são construídos de materiais usados em naves espaciais e as velocidades quantificam as melhorias: em 1973, o Pen Duick, de Eric Tabary, percorreu 305 milhas em 24 horas, um recorde para a ocasião; em 2008, o Ericsson 4 de Torben Grael, vencedor da regata, alcançou as 596,6 milhas, praticamente o dobro. As cabines, o vinho, a carne, os cozinheiros e a água fresca foram substituídos por beliches partilhados, água dessalinizada, GPS, comida em pó desidratada e barras proteicas. As tripulações são campeãs mundiais e olímpicas e apenas os jovens mais talentosos podem entrar.
Hoje, com uma audiência televisiva global de mais de 1,3 mil milhão de telespectadores (dados da competição de 2008-2009) e o apoio de uma tecnologia de ponta que permite ligações ao vivo com os barcos e acompanhamento da prova 24 horas, a Volvo Ocean Race mostra que está definitivamente no mapa dos grandes eventos esportivos mundiais.
LINHA DO TEMPO
1973-1974
Portsmouth – Cidade do Cabo – Sydney – Rio de Janeiro – Portsmouth
VENCEDOR: Sayula II
Portsmouth – Cidade do Cabo – Sydney – Rio de Janeiro – Portsmouth
VENCEDOR: Sayula II
1977-1978
Portsmouth – Cidade do Cabo – Auckland – Rio de Janeiro – Portsmouth
VENCEDOR: Flyer
Portsmouth – Cidade do Cabo – Auckland – Rio de Janeiro – Portsmouth
VENCEDOR: Flyer
1981-1982
Portsmouth – Cidade do Cabo – Auckland – Mar del Plata – Portsmouth
VENCEDOR: Flyer
Portsmouth – Cidade do Cabo – Auckland – Mar del Plata – Portsmouth
VENCEDOR: Flyer
1989-1990
Southampton – Punta del Este – Fremantle – Auckland – Punta del Este – Fort Lauderdale – Southampton
VENCEDOR DA DIVISÃO A: Steinlager 2
VENCEDOR DA DIVISÃO C: Equity & Law II
VENCEDOR DA DIVISÃO D: Esprit de Liberte
VENCEDOR DA DIVISÃO CRUISING: Creighton’s Naturally
Southampton – Punta del Este – Fremantle – Auckland – Punta del Este – Fort Lauderdale – Southampton
VENCEDOR DA DIVISÃO A: Steinlager 2
VENCEDOR DA DIVISÃO C: Equity & Law II
VENCEDOR DA DIVISÃO D: Esprit de Liberte
VENCEDOR DA DIVISÃO CRUISING: Creighton’s Naturally
1993-1994
Southampton – Punta del Este – Fremantle – Auckland – Punta del Este – Fort Lauderdale – Southampton
VENCEDOR MAXI: NZ Endeavour
VENCEDOR DA W60: Yamaha
Southampton – Punta del Este – Fremantle – Auckland – Punta del Este – Fort Lauderdale – Southampton
VENCEDOR MAXI: NZ Endeavour
VENCEDOR DA W60: Yamaha
1997-1998
Southampton – Cidade do Cabo – Fremantle – Sydney – Auckland – São Sebastião – Fort Lauderdale – Baltimore – La Rochelle – Southampton
VENCEDOR: EF Language
Southampton – Cidade do Cabo – Fremantle – Sydney – Auckland – São Sebastião – Fort Lauderdale – Baltimore – La Rochelle – Southampton
VENCEDOR: EF Language
2001-2002
Southampton – Cidade do Cabo – Sydney – (Hobart pit-stop) – Auckland – Rio de Janeiro – Miami – Baltimore – La Rochelle – Gotenburgo – Kiel
VENCEDOR: Illbruck
Southampton – Cidade do Cabo – Sydney – (Hobart pit-stop) – Auckland – Rio de Janeiro – Miami – Baltimore – La Rochelle – Gotenburgo – Kiel
VENCEDOR: Illbruck
2005-2006
Vigo – Cidade do Cabo – Melbourne – Wellington – Rio de Janeiro – Baltimore/Anapolis – New York – Portsmouth – Roterdã – Gotenburgo
VENCEDOR: ABN AMRO ONE
Vigo – Cidade do Cabo – Melbourne – Wellington – Rio de Janeiro – Baltimore/Anapolis – New York – Portsmouth – Roterdã – Gotenburgo
VENCEDOR: ABN AMRO ONE
2008-2009
Alicante – Cidade do Cabo – Cochin – Singapura – Qingdao – Rio de Janeiro – Boston – Galway – Marstrand – Estocolmo – St. Petersburg
VENCEDOR: Ericsson 4
Alicante – Cidade do Cabo – Cochin – Singapura – Qingdao – Rio de Janeiro – Boston – Galway – Marstrand – Estocolmo – St. Petersburg
VENCEDOR: Ericsson 4
BRASIL E A VOR
No Brasil, as últimas passagens da VOR ocorreram no Rio de Janeiro, nos anos de 2006 e 2009. Em 2006, segundo estatísticas apresentadas pela Brasil 1, empresa representante da Volvo Ocean Race no país, foram registrados aumentos na ocupação da rede hoteleira carioca de 6,66% e 3,24% nos meses de março e abril, respectivamente, em comparação com igual período de 2005. Já nos meses de março e abril de 2009 a taxa de ocupação dos hotéis do Rio de Janeiro aumentou em 5,42% e 10,4%, em comparação a março e abril de 2008. As informações são com base em números da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), seção Rio de Janeiro,
que credita o avanço à realização da regata.
que credita o avanço à realização da regata.
Durante a parada do Rio de Janeiro em 2009 foi registrada a presença 182 repórteres de rádio de 16 países; cinco emissoras de TV que fizeram a transmissão via satélite para todo o mundo e representantes de 48 canais de TV de 23 países; participação de 15 grandes jornais (sete internacionais); 22 revistas; sete agências de notícias; além de reportes de diversos websites.
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